Apesar da crise, portugueses recusam empregos e criam paradoxo:apostas copa do mundo 2024

Algarve / BBC
Legenda da foto, Donosapostas copa do mundo 2024bares no Algarve vêm encontrando dificuldades para contratar mãoapostas copa do mundo 2024obra

"Quase todo mundo aqui está procurando alguém para trabalhar", diz João Carvalho, um jovem gerente do Picadilly Bar.

Da janela do estabelecimento, um cartazapostas copa do mundo 2024português eapostas copa do mundo 2024inglês indica que ele está procurando por garçons e bartenders.

No Algarve, onde a taxaapostas copa do mundo 2024desemprego é maior do que qualquer outro lugarapostas copa do mundo 2024Portugal, os bares, juntoapostas copa do mundo 2024restaurantes e hotéis, são os maiores empregadores: respondem por uma a cada seis contratações.

Mas longas horasapostas copa do mundo 2024trabalho, frequentemente das seis da tarde às quatro da manhã, vêm afastando os possíveis candidatos às vagas.

"Eles querem trabalharapostas copa do mundo 2024hotéis, ter dois diasapostas copa do mundo 2024folga, bom salários", afirma com olhar cansado Rui Carvalho, gerente do Second Bar.

Por algumas semanas, Carvalho vem tentando compensar a faltaapostas copa do mundo 2024pessoal trabalhando horas a mais.

E quanto aqueles que não conseguem empregosapostas copa do mundo 2024hotéis? "Algumas pessoas preferem viverapostas copa do mundo 2024benefícios do governo do que trabalhar", diz Jorge Sa, do JC Bar.

Depoisapostas copa do mundo 2024todas as medidasapostas copa do mundo 2024austeridadeapostas copa do mundo 2024um país atingido fortemente pela crise, o seguro-desemprego ainda é bastante generoso.

Equivalente a 65% do salário antesapostas copa do mundo 2024ficar desempregado, o salárioapostas copa do mundo 2024pessoas que buscam emprego varia entre 419 e 1.048 euros (R$ 1.2 mil e R$ 2.940) por mês durante os primeiros seis meses e depois é reduzidoapostas copa do mundo 202410%.

O problema é que pessoas na faixa etária dos 20 aos 30 anos – a típica idade para trabalharapostas copa do mundo 2024bares – podem receber o benefício por 12 meses, mesmo que tenham trabalhado apenas alguns anos.

Esse contingente forma uma parte significativa dos desempregados no Algarve. Umapostas copa do mundo 2024cada quatro dos adultos entre 25 e 34 anos não tinha um empregoapostas copa do mundo 2024março, segundo o institutoapostas copa do mundo 2024estatísticasapostas copa do mundo 2024Portugal.

Mas nem todos ganham o seguro-desemprego. "Os jovens estão morando muito tempo na casa dos seus pais e, por isso, não têm urgênciaapostas copa do mundo 2024arranjar um emprego", diz Lourenço Vicente, do bar Meet.

Reclamações parecidas também são ouvidasapostas copa do mundo 2024outros empregadores, não sóapostas copa do mundo 2024gerentesapostas copa do mundo 2024bares.

Felizes sem emprego?

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Legenda da foto, Rejeitadas pelos portugueses, vagas no Algarve vêm sendo oferecidas a outras nacionalidades

Isso quer dizer que os portugueses estão mais felizes sem emprego?

Os especialistas afirmam que não é tão simples.

"A situaçãoapostas copa do mundo 2024Portugal está muito ruim para acreditarmosapostas copa do mundo 2024tal visão maniqueísta. As pessoas, simplesmente, não podem escolher", afirma o economista português José Reis.

Em uma manhã quenteapostas copa do mundo 2024junho, a rotina é intensaapostas copa do mundo 2024uma das agênciasapostas copa do mundo 2024emprego do Algarve.

Muitos que chegam "aceitam empregos que nunca teriam há alguns anos", afirma Carlos Baía, diretor regional da agênciaapostas copa do mundo 2024empregoapostas copa do mundo 2024Portugal.

No entanto, os candidatos que ainda têm a possibilidadeapostas copa do mundo 2024escolher agem com cautela. "Eles não querem trabalhar apenas por seis meses", diz Rui Carvalho.

A temporadaapostas copa do mundo 2024turismo no Algarve terminaapostas copa do mundo 2024outubro, junto com o verão. Poucos bares permanecem abertos e mantêm funcionários durante todo o ano. Muitos ficam sem trabalho durante o inverno e não têm direito à ajuda financeira do governo.

Apenas os desempregados que trabalharam pelo menos 12 meses durante os últimos dois anos têm direito a reivindicar os benefícios do seguro-desemprego.

A perspectivaapostas copa do mundo 2024longos meses sem um emprego reduziu fortemente o apelo dos antigos bons salários que os bares ofereciam. Isso diminuiu ainda mais depoisapostas copa do mundo 2024uma recente elevação do impostoapostas copa do mundo 2024renda.

"Estou ganhando 100 euros (290 reais) menos do que no ano passado", afirma Daniel Napier, que trabalha como garçom.

Ele está planejando viajar ao Reino Unido para conseguir um emprego durante o inverno. "Daí voltarei e trabalharei uma outra temporada aqui", diz ele. "Portugal está assim".

Ajuda do governo

Para encorajar os empregadores a manter seus funcionários durante o inverno, o governo ofereceu pagar metade dos salários. "Durante a baixa temporada nós vamos dar treinamento a esses trabalhadores para que eles possam melhorar suas competências e trabalhar melhor no próximo verão", diz Baía, da agênciaapostas copa do mundo 2024empregos.

Porém o programa foi lançado muito tarde para ter um impacto significativo no ano passado.

Ainda há dúvida sobre o interesse dos donosapostas copa do mundo 2024bares na proposta do governo. "Os patrões não querem manter os funcionários", diz Vicente. "Ninguém quer prometer nada, porque você não sabe o que acontecerá no ano que vem".

Já os gerentes aguardam impacientes o fim do ano escolar, quando estudantesapostas copa do mundo 2024outras partesapostas copa do mundo 2024Portugal e do exterior vêm trabalhar na região durante o verão.

"No ano passado, eu tinha funcionários da Dinamarca, Holanda, dois anos atrás, da Noruega", diz Vicente.

Rejeitadas pelos portugueses, as vagas vêm atraindo o interesse dos vizinhos espanhóis, onde a taxaapostas copa do mundo 2024desemprego éapostas copa do mundo 2024cercaapostas copa do mundo 202427%.

Mas as atenções dos donosapostas copa do mundo 2024bares agora se voltam para o leste europeu. Ucranianos, romenos e moldávios engrossam a comunidade internacional do Algarve.

Ao contrário dos portugueses, eles aceitam qualquer emprego. "Embora possam até não gostar da tarefa, eles se esforçam no trabalho", diz Vicente. "Eles vieram para trabalhar, não para se divertir".