Organizaçãowww unibets clubprotestos pode indicar ‘novidade’ política no Brasil:www unibets club

Protestowww unibets clubSP na terça (BBC)
Legenda da foto, Para historiador, cartazes evidenciam 'rejeição à elite política'

"Não é nenhuma situaçãowww unibets clubdepressão econômica, desemprego e corteswww unibets clubbenefícios sociais, nem é uma ditadura (comowww unibets clubalguns países árabes). A meu ver, (o movimento) não tem nada a ver com inflação, não tem nada a ver com PIB pequeno ou coisas desse tipo. É uma revolta política, claramente política", diz.

Na avaliação do historiador, os cartazes com dizeres contra os partidos políticos levados por manifestanteswww unibets clubdiversas cidades do país evidenciam o que ele classifica como "uma rejeição à elite política e aos gestores públicos brasileiros", causada por fatores que vão desde as más condições do transporte público ao modo como grandes eventos estão sendo organizados no país, passando por escândalos políticos como o mensalão.

Novidade

Para Teixeira da Silva, algumas novidades apresentadas pelo movimentowww unibets clubprotestos, como a espontaneidade, a ausênciawww unibets clublideranças claras e o fatowww unibets clubele estar sendo organizado na formawww unibets clubrede, torna difícil fazer avaliações sobre o impacto e o futuro das mobilizações.

"Como o movimento é muito espontâneo, derivawww unibets clubredes, não tem lideranças específicas, nós não podemos fazer nesse momento nenhuma avaliação. Está tudowww unibets clubmovimento", diz o analista, para quem a reivindicaçãowww unibets clubdiminuiçãowww unibets clubtarifas dos ônibuswww unibets clubdiversas cidades, encabeçada pelo Movimento Passe Livre, foi apenas o estopim para as manifestações.

"O passe livre foi o estopim. A violência da polícia foi o elemento que criou as condições para a adesãowww unibets clubgrande maioriawww unibets clubpessoas. (Mas) algumas coisas estão claras: se a polícia voltar às ruas com violência, a situação corre o riscowww unibets clubse tornar descontrolada".

Democracia

André Martins, professor do Programawww unibets clubPós-Graduaçãowww unibets clubFilosofia da UFRJ, concorda que a mobilização pela diminuição nos preços das tarifas dos ônibus serviu como um estopim para que os manifestantes expressassem um descrédito mais amplo contra as instituições políticas.

Para ele, as manifestações, que encontram grande partewww unibets clubseu poderwww unibets clubmobilização nas redes sociais, acabaram se consolidando como um movimento "antipartido político" o que pode indicar uma nova formawww unibets clubse fazer política.

"Eles estão fazendo política, estão fazendo uma política mais honrosa do que a dos partidos. É uma nova formawww unibets clubfazer política nas ruas, da própria multidão", diz.

Martins avalia que, embora o grupo que está na rua não conte com as característicaswww unibets cluborganização e mobilização vistas na maioria dos movimentos sociais e partidos, as manifestações não devem enfrentar dificuldade para mobilizar adeptos.

"As redes sociais já têm uma forma própriawww unibets clubmobilização que me parece que já está consolidada. É uma mobilização por causas, não por ideologias pré-definidas", diz o filósofo, para quem as redes sociais estão exercendo um papel ainda mais amplo.

"As redes sociais estão fazendo o papel da verdadeira democracia, porque a verdadeira democracia é participativa e não representativa", diz.

Mobilização

Acompanhando pessoalmente as manifestaçõeswww unibets clubSão Paulo desde o início, o cientista político Pedro Fassoni Arruda, professor do Departamentowww unibets clubPolítica da PUC-SP, afirma que a "horizontalidade" da organização do Movimento Passe Livre representa uma novidadewww unibets clubgrupos do tipo no Brasil, mas diz que a entradawww unibets cluboutros atores nas manifestações e a proliferaçãowww unibets clubreivindicações pode criar distensões e fragmentações.

"A cada protesto, uma quantidade maiorwww unibets clubpessoas adere. Agora, existe sempre o riscowww unibets clubperder o foco da reivindicação. O Movimento Passe Livre tem como principal bandeirawww unibets clubluta a revogação do aumento das tarifas e também, no longo prazo, a tarifa zero. Mas a gente também vê outras pessoas pegando carona nos protestos", diz.

Arruda – que compara os atuais protestos aos que pediam o impeachment do ex-presidente Fernando Collorwww unibets clubMello, na décadawww unibets club1990 – afirma ter visto manifestantes defendendo as mais diversas pautas durante a mobilização da última segunda-feirawww unibets clubSão Paulo, incluindo a redução da maioridade penal, tese que costuma ser rejeitada por gruposwww unibets clubesquerda.

O cientista político avalia que há o riscowww unibets clubque tal proliferaçãowww unibets clubpautas possa acabar por comprometer o impacto político do movimento pelo passe livre. Para ele, o futuro do movimentowww unibets clubprotesto vai dependerwww unibets clubcomo ficará a correlação entre as diversas forçaswww unibets clubreivindicação presentes nas próximas manifestações.

"(A pluralidadewww unibets clubpautas) pode ser um ponto fraco, justamente porque o movimento acaba perdendo a direção, o foco. Muitas pessoas que, por exemplo, participaram pela primeira vez do protesto sequer conhecem quais são as propostas do Movimento Passe Livre".

Arruda também avalia que as posições antipartidáriaswww unibets clubalgumas pessoas que participamwww unibets clubmanifestações pode acabar por criar divisões e rivalidades dentro do movimento.

"O Movimento Passe Livre se reivindica um movimento apartidário, mas não antipartidário. Mesmo assim, havia muitas pessoas antipartidárias (nas manifestações). Por exemplo, foi noticiado que algumas pessoas tentaram arrancar à força bandeiras (de partidos). Isso acaba contribuindo para dividir, para fragmentar, para criar distensões e rivalidades entre esses movimentos", diz.