'Ressuscita quem nem sabe que está morrendo': a droga que tem salvado milhares nos EUA:cassinos las vegas
Mas Smiddy teve uma segunda overdose tempos depois. Usou fentanil, outro opioide com efeito analgésico e anestésico, e heroína.
Dessa vez, foi salvo por alguém que imediatamente identificou o que estava acontecendo com ele e tinhacassinos las vegasmãos a naloxona, uma droga que reverte rapidamente as overdosescassinos las vegasopioides.
Essa segunda chance que teve, além dos vários amigos mortos, o fizeram refletir sobre como estava levandocassinos las vegasvida.
Hoje, Smiddy faz parte do batalhãocassinos las vegasvoluntários espalhados pelos Estados Unidos que diariamente sai às ruas para educar sobre opioides, ensinar a identificar quando alguém está sofrendo uma overdose e distribuir — e administrar se necessário — o antídoto entre a populaçãocassinos las vegasrisco.
O antídoto
Maiscassinos las vegas100 mil pessoas morrem a cada ano nos Estados Unidos por overdose, 80 mil delas por usocassinos las vegasopioides, segundo os dados mais recentes do Centro Nacionalcassinos las vegasEstatísticascassinos las vegasSaúde (NCHS), número que aumentou 850%cassinos las vegasduas décadas.
Os opioides são compostos frequentemente prescritos para tratar dor. Embora altamente viciantes, são comumente usados, e seu uso para fins não terapêuticos também é generalizado, devido à sensaçãocassinos las vegaseuforia que causam.
Enquanto as autoridades debatem e traçam estratégias para conter o vício crescente, também estão adotando medidas para a "mitigaçãocassinos las vegasdanos" — como se diz no jargão médico.
A "mitigaçãocassinos las vegasdanos" consiste na distribuição e administração da já mencionada naloxona, um medicamento genérico que o Instituto Nacionalcassinos las vegasAbusocassinos las vegasDrogas define como um "antagonista opioide".
Ela bloqueia os produtos químicos da família dessas substâncias (heroína, oxicodona, morfina e fentanil, entre outros) e os impedecassinos las vegasaderir aos receptores do sistema nervoso.
Trata-se, portanto,cassinos las vegasum antídoto que, se administrado a tempo, reverte completamente os efeitoscassinos las vegasuma overdosecassinos las vegasopioides, ao passo que "praticamente não tem efeito"cassinos las vegaspessoas que não tomaram essas substâncias, destaca a Organização Mundial da Saúde.
Na maioria dos países, seu acesso é restrito a profissionaiscassinos las vegassaúde, ecassinos las vegasdisponibilidade continua limitada, emboracassinos las vegasalguns, como Austrália, Canadá, Itália ou Reino Unido, esteja disponível gratuitamente.
Nos Estados Unidos, esse medicamento pode ser adquiridocassinos las vegasfarmácias, tanto na versão injetável (por R$ 16) quantocassinos las vegasspray nasal, um kitcassinos las vegasduas doses comercializado sob o nomecassinos las vegasNarcan (R$ 255).
Os Centroscassinos las vegasControle e Prevençãocassinos las vegasDoenças (CDC) o descrevem como "um medicamento com o podercassinos las vegassalvar vidas" que "pode ser usado por qualquer pessoa sem treinamento ou autorização médica".
Por esse motivo, também é distribuído gratuitamente entre policiais, socorristas, associações comunitárias e organizações que trabalham com moradorescassinos las vegasrua e outras populaçõescassinos las vegasrisco, por meiocassinos las vegasprogramas estaduais.
Na Califórnia, é possível encontrá-lo nas escolas e,cassinos las vegasbreve, estará disponível nas bibliotecas públicas.
Há também máquinascassinos las vegasvenda automática com a drogacassinos las vegasprisões do condadocassinos las vegasLos Angeles para aqueles que já cumpriram suas penas.
Isso porque os ex-detentos fazem parte do grupocassinos las vegasrisco: entre janeirocassinos las vegas2019 e junhocassinos las vegas2020, metade dos que morreram após deixar a prisão foram vítimascassinos las vegasoverdosecassinos las vegasopioides, segundo a Secretaria Estadualcassinos las vegasServiçoscassinos las vegasSaúde.
Em meadoscassinos las vegasoutubro, o Projetocassinos las vegasDistribuiçãocassinos las vegasNaloxona do Departamentocassinos las vegasServiçoscassinos las vegasSaúde da Califórnia (DHCS, na siglacassinos las vegasinglês) já havia entregue 1,5 milhãocassinos las vegasunidades, com as quais as autoridades afirmam ter evitado maiscassinos las vegas100 mil overdoses. Uma iniciativa com um orçamentocassinos las vegasUS$ 52 milhões (R$ 270 milhões), entre recursos estaduais e federais.
'Introduza-o no nariz e pressione'
Uma das organizações que recebem naloxona para distribuição direta é a New PATH (Parents for Addiction Treatment and Healing ou Pais para Tratamento e Curacassinos las vegasVícios,cassinos las vegastradução livre).
Ali, trabalha Nathan Smiddy, que, porcassinos las vegasatuação, é também conhecido como Narcan Nate.
Ele sai para fazer "trabalhocassinos las vegascampo" quatro ou cinco dias por semana, muitas vezes com a Humanity Showers, uma ONG que fornece banhos para pessoascassinos las vegassituaçãocassinos las vegasruacassinos las vegasSan Diego. "Distribuo dois ou três kits por pessoa, às vezes quatro", explica, lamentando que muitas vezes eles acabam muito rápido.
Mas Smiddy não se limita a entregar as caixas. Primeiro, ensina como identificar uma overdose. São sintomas que não esquece.
"A cabeça dele estava completamente caída", ele descreve um caso. "O cara nem a sentia. Sua pele estava azulada, suas pupilas estavam contraídas, muito pequenas, e ele estava com dificuldade para respirar. Era uma respiração esporádica, ele estava sufocando. Estava por um triz", lembra.
Estes são, um a um, os sinaiscassinos las vegasenvenenamento por opioides,cassinos las vegasacordo com o site do Centrocassinos las vegasControle e Prevençãocassinos las vegasDoenças (CDC). E os passos a seguir para quem os presencia são:
- Ligue para o número do serviçocassinos las vegasemergência;
- Administre naloxona, se disponível;
- Tente manter a pessoa acordada e respirando;
- Deite-acassinos las vegaslado para evitar que ela sufoque;
- Fique com ela até a chegada da equipecassinos las vegasemergência.
"Insira-o no nariz e aperte", Smiddy diz àqueles que instrui sobre o uso do Narcan. "Repita o procedimento depoiscassinos las vegastrês minutos. A essa altura, você já terá ligado para o 911. Continue usando o medicamento até a pessoa voltar a si", diz ele, seguindo as instruções das autoridadescassinos las vegassaúde.
"Ofereço treinamento individual, a pais com filhos que usam opioides regularmente... A todos que nos procuram", explica.
Questionado se sabe quantas pessoas com overdose conseguiu salvar, Smiddy responde: "Ressuscitamos pessoas toda semana. É como ressuscitar alguém que não sabe que está morrendo".
Visitas como acassinos las vegasNarcan Nate são frequentes no acampamento que pessoas que vivem nas ruas formaram no bairrocassinos las vegasVan Nuys,cassinos las vegasLos Angeles.
Uma equipe do Departamentocassinos las vegasServiçoscassinos las vegasSaúde analisa a situaçãocassinos las vegascada barraca, oferece sanduíches e café e explica como usar o Narcan.
"Começamos a normalizá-lo. Como kitscassinos las vegasprimeiros socorros, alimentos, roupas... tratamos isso como parte dos cuidados que prestamos", diz Shoshanna Scholar, diretoracassinos las vegasmitigaçãocassinos las vegasdanos e trabalho comunitário do Departamentocassinos las vegasServiçoscassinos las vegasSaúde do condadocassinos las vegasLos Angeles,cassinos las vegasentrevista ao jornal americano Los Angeles Times.
"Todos os dias vejo uma ambulância chegar e levar alguém embora", diz Robert, que moracassinos las vegasuma barraca perto da estaçãocassinos las vegasmetrô North Hollywood. "Acontece com muita frequência. Écassinos las vegaspartir o coração", diz ele, reconhecendo o trabalho dos profissionaiscassinos las vegassaúde e voluntários.
Apesar disso, nem todos aprovam a estratégiacassinos las vegasdistribuiçãocassinos las vegasnaloxona. Críticos argumentam que isso pode tornar os viciadoscassinos las vegasopioides mais propensos a correr riscos.
Esse também é o argumento defendido por aqueles que se opõem aos chamados centroscassinos las vegasprevençãocassinos las vegasoverdose ou injeção supervisionada, como ocassinos las vegasNova York, o primeiro autorizado por um governo local nos Estados Unidos.
Aos críticos, Smiddy, que está "limpo" há três anos após consumir opioides e todo tipocassinos las vegassubstância "intensa" por oito, diz:
"Tudo o que a naloxona faz é permitir que as pessoas vivam. Você não pode mudarcassinos las vegasvida se estiver morto. É uma questãocassinos las vegascompaixão e empatia."
- Texto originalmente publicadocassinos las vegashttp://vesser.net/internacional-63791632