Direito ao aborto: como Kansas, Estado com maioria conservadora, decidiu manter permissão:
Projeções sugerem que mais60% dos eleitores no referendo do Kansas votaramfavor do direito constitucional no Estado para que as mulheres tenham acesso ao aborto.
O resultado terá impacto nacional, já que os EUA se preparam para a realizaçãoeleições parlamentares8novembro,que o Partido Democrata — que é majoritariamentefavor do aborto — luta para manter o controle do Congresso.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que o resultado mostrou que "a maioria dos americanos concorda que as mulheres devem ter acesso ao aborto".
Uma eleitora, Taylor Hirth, chorou ao comemorar o resultado comfilhanove anosuma festa na cidadeOverland Park.
"Sou uma sobreviventeestupro, e sóimaginar que minha filha possa engravidar e não possa fazer nada sobre isso me irrita", disse ela à BBC.
"Nunca pensei que isso aconteceria aqui, mas trabalhamos muito aqui para conseguir o voto. Os republicanos nos subestimaram."
Um sinaleleitores descontentes
Nomia Iqbal, repórter da BBC News no Kansas
Quando a decisão Roe v Wade foi derrubada, o presidente Biden disse que o direito ao aborto seria um problema para os eleitores. O que aconteceu no Kansas mostra que essa preocupação é real.
Este é um Estado vencido pelo ex-presidente republicano Donald Trump por 15 pontos percentuaisdiferença há apenas dois anos, nas eleições2020. Mas agora o mesmo eleitorado votou para proteger o acesso ao aborto por uma vitória considerada esmagadora.
Os números atuais ainda são apenas uma projeção. O resultado oficial será confirmado dentrouma semana. Mas para democratas e grupos pró-escolha, isso é um sinalque os americanos estão profundamente insatisfeitos com a derrubada do direito ao aborto — e veem a decisão da Suprema Corte como forasintonia com a opinião pública.
Autoridades do Kansas disseram que a participação dos eleitorestodo o Estado foi significativamente maior do que o esperadoum diavotaçãoprimárias (as prévias dos partidos na eleição americana), quando os republicanos geralmente superam os democratas na proporçãodois para um.
O mês anterior à votação no referendo foitensão. Uma igreja católica e uma estátua da Virgem Maria foram vandalizadas com tinta vermelha e um slogan pró-escolha.
Na véspera da votação, alguns eleitores receberam notícias falsas afirmando que para proteger o direito ao aborto seria necessário votar no "sim" — mas na verdade o oposto é verdadeiro. A empresatecnologia Twilio disse que suspendeu o remetente anônimosua plataforma.
Embora o Kansas seja amplamente conservador, seus regulamentosaborto são menos rigorosos do que muitos outros Estados liderados por republicanos.
A lei estadual permite que a gravidez seja interrompidaaté 22 semanas com outras restrições, incluindo um períodoespera obrigatório24 horas e consentimento obrigatório dos pais para crianças.
A legislatura do Kansas é controlada por republicanos anti-aborto, masgovernadora, Laura Kelly, é democrata. Ela havia alertado que mudar a constituição do Estado colocaria o Kansas "de volta à idade das trevas".
Maisuma dúziaEstados liderados por republicanos decidiram proibir ou restringir ainda mais o aborto desde a decisão da Suprema Corte24junho.
Mas 10 Estados dos EUA, incluindo Kansas, têm o direito ao aborto consagradosuas constituições estaduais. Essas regras só podem ser derrubadas por meioreferendos.
Outros Estados, como Califórnia e Vermont, vão realizar votaçõesnovembro, buscando aumentar as proteções ao direito ao abortosuas constituições estaduais.
- Este texto foi publicado originalmentehttp://vesser.net/internacional-62404687
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