É aterrorizante levar minha filha à escola, diz sobreviventenew sign up bet offersColumbine após massacre no Texas:new sign up bet offers

Missy Mendo comnew sign up bet offersfilha, Ellie

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Missy Mendo sobreviveu ao massacrenew sign up bet offersColumbinenew sign up bet offers1999. Hoje ela diz que mandar a filha Ellie para a escola é umnew sign up bet offersseus maiores medos

"Pensar no primeiro dia da minha filha na escola é a coisa mais aterrorizante para mim", diz Missy à BBC News Brasil. "Ela é o maior amor da minha vida."

"E eu estava preenchendo os documentos para matricular a minha filha enquanto tudo estava acontecendo no Texas, enquanto pais no Texas terãonew sign up bet offersenterrar seus filhos", afirma Missy, que mora na cidadenew sign up bet offersLittleton, no Colorado.

"Como eu posso seguir adiante?", questiona. "Aqui estou, preenchendo os documentos, e um dos meus maiores pesadelos está se materializando."

Ela diz que não consegue pararnew sign up bet offerspensar nos pais e mães que perderam seus filhos no Texas.

"Eu sei o que aquela comunidade está passando nas horas seguintes (ao ataque), nos dias seguintes. Quero que saibam que estou aqui para oferecer apoio", afirma Missy, que é uma das diretoras do Rebels Project, organização sem fins lucrativos criada por sobreviventesnew sign up bet offerstiroteios para apoiar os que sofrem traumas semelhantes.

'Eles começaram a atirarnew sign up bet offersnossa direção'

Missy tinha 14 anos e estava no primeiro ano do ensino médio quando dois estudantes armados mataram 12 alunos e um professor emnew sign up bet offersescola

Crédito, Arquivo Pessoal

Legenda da foto, Missy tinha 14 anos e estava no primeiro ano do ensino médio quando dois estudantes armados mataram 12 alunos e um professor emnew sign up bet offersescola

Missy relembra os momentosnew sign up bet offersterror no dia do ataquenew sign up bet offersColumbine. Ela tinha 14 anosnew sign up bet offersidade e estavanew sign up bet offersseu primeiro ano do ensino médio.

"Eu estava na aulanew sign up bet offersmatemática quando ouvimos um barulho alto e, depois, um estrondo", conta. "Eu podia ver pela janela vários estudantes correndo e atravessando uma rua movimentada."

Inicialmente, alguns na escola acharam que se tratavanew sign up bet offersum trote. Missy lembra que ouviu outros alunos gritando "eles têm armas", "eles têm bombas".

"Corri para um parque do outro lado da rua. Enquanto estávamos lá, podíamos ver fumaça saindo da escola. E, depois, eles (os agressores) começaram a atirar na nossa direção."

Supervisoresnew sign up bet offerssegurança Franco Poerri (C) monta guarda enquanto estudantes passam por detectoresnew sign up bet offersmetal na William Howard Taft High Schoolnew sign up bet offers14new sign up bet offersfevereironew sign up bet offers2002new sign up bet offersChicago, IL.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Detectoresnew sign up bet offersmetal foram introduzidosnew sign up bet offersmuitas escolas dos EUA após o massacrenew sign up bet offersColumbinenew sign up bet offers1999

Um professor, Dave Sanders, conseguiu retirar estudantes da cafeteria, mas retornou para ajudar outros alunos e foi morto. Dezenas se esconderam na biblioteca, onde os atiradores acabaram entrando e fazendo várias vítimas fatais. Maisnew sign up bet offers20 pessoas ficaram feridas.

O massacrenew sign up bet offersColumbine não foi o primeironew sign up bet offersuma escola nos Estados Unidos, mas inaugurou o que muitos consideram uma "nova era" nesse tiponew sign up bet offerstragédia.

O tiroteio foi um dos primeiros a receber intensa cobertura ao vivonew sign up bet offerscanaisnew sign up bet offersTV a cabo. Se, até então, pais e mães nos Estados Unidos consideravam a escola um lugar seguro para seus filhos, isso mudou com as imagensnew sign up bet offersestudantes correndonew sign up bet offersbuscanew sign up bet offersabrigo para salvar a própria vida.

"Na época, a internet estava no começo, e as pessoas não precisavam mais sentar na sala e esperar que as notícias chegassem, elas podiam buscar as histórias na internet", observa Missy.

Com a publicidadenew sign up bet offerstorno do caso, os dois adolescentes responsáveis pelo ataque atingiram notoriedade, e a palavra Columbine virou sinônimonew sign up bet offersmassacrenew sign up bet offersescolas. Nas décadas seguintes, autoresnew sign up bet offersvárias outras atrocidades, alguns dos quais nem eram nascidos na época, citaram os atiradoresnew sign up bet offersColumbine como inspiração.

Esse fenômeno, chamadonew sign up bet offers"efeito imitação", no qual autoresnew sign up bet offersataques buscam superar a "fama"new sign up bet offersatiradores anteriores, matando um número maiornew sign up bet offerspessoas, leva especialistas a pedirem que a imprensa evite repetir desnecessariamente o nome dos responsáveis por esses ataques.

'Número desolador'

Nos 23 anos desde Columbine, os Estados Unidos se acostumaram a tragédias do tipo. Apesarnew sign up bet offersas escolas estarem hoje mais preparadas, com diversos protocolosnew sign up bet offerssegurança e treinamentos sobre como agirnew sign up bet offerscasonew sign up bet offersemergência, tiroteiosnew sign up bet offersmassa continuam a fazer vítimas.

Um cálculo do jornal The Washington Post indica que, desde Columbine, maisnew sign up bet offers311 mil estudantes enfrentaram episódiosnew sign up bet offersviolência com armasnew sign up bet offersfogonew sign up bet offers331 escolas do país, nos quais pelo menos 185 crianças e adultos morreram.

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Para Missy e outros sobreviventes, cada novo ataque traznew sign up bet offersvolta a memórianew sign up bet offersColumbine. "O númeronew sign up bet offerstiroteiosnew sign up bet offersmassa que ocorreram depois (de Columbine) é desolador", lamenta. "E alguns deles me afetaramnew sign up bet offersmaneira diferente."

Ela cita o massacre na escola primárianew sign up bet offersSandy Hook, ocorridonew sign up bet offers2012 na cidadenew sign up bet offersNewtown,new sign up bet offersConnecticut, no qual 20 crianças e seis adultos foram mortos. "Na época eu estava morandonew sign up bet offersuma cidade próxima", lembra Missy.

"(O ataque na escola) Marjory Stoneman Douglas também foi muito duro para mim", ressalta, referindo-se ao ataquenew sign up bet offersque um atirador matou 14 estudantes e três funcionários da escola na cidadenew sign up bet offersParkland, na Flórida,new sign up bet offers2018.

Missy cita também tragédias ocorridas foranew sign up bet offersescolas, como o massacrenew sign up bet offersum festivalnew sign up bet offersmúsicanew sign up bet offersLas Vegasnew sign up bet offers2017, no qual 60 pessoas morreram e quase 900 ficaram feridas depois que um atirador abriu fogo contra a multidão.

Vários outros tiroteiosnew sign up bet offersescolas, supermercados, lojas, igrejas, casas noturnas e outros locais públicos chocaram o país nas últimas duas décadas. Alguns tiveram númeronew sign up bet offersmortos maior do que onew sign up bet offersColumbine, entre eles um ataque na universidade Virginia Tech,new sign up bet offers2007, no qual 32 pessoas foram mortas. Outros, apesar da brutalidade, não ganharam tanta atenção.

Alguns sobreviventes, entre eles vários dos estudantesnew sign up bet offersParkland, acabaram se tornando ativistas para tentar reformar as leis que controlam a posse e portenew sign up bet offersarmas nos Estados Unidos.

Depoisnew sign up bet offerstragédias do tipo, o debate sobre o alto númeronew sign up bet offersarmas nas mãos da população costuma voltar à tona no país. De um lado, políticos democratas pedem mais controlenew sign up bet offersarmas. Do outro, republicanos rejeitam qualquer restrição.

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Mas outros sobreviventes preferem evitar o tema, que provoca grande polarização e enfrenta muitos obstáculos para avançar no Senado, e concentram seu ativismonew sign up bet offersoutras medidas, como aumentar a segurança nas escolas.

Missy diz que prefere não opinar sobre o controlenew sign up bet offersarmas, lembrando que o Rebels Project não é partenew sign up bet offersnenhum partido político e busca ajudar sobreviventesnew sign up bet offersambos os lados do debate.

Apoio a outros sobreviventes

O projeto surgiunew sign up bet offers2012, depois que um atirador matou 12 pessoasnew sign up bet offersum cinema na cidadenew sign up bet offersAurora, no Colorado. Na época, alguns dos sobreviventesnew sign up bet offersColumbine decidiram formar um gruponew sign up bet offersapoio para as pessoas afetadas por aquele novo tiroteio.

Uma jovem segura flores do ladonew sign up bet offersfora do Centro Cívico Willienew sign up bet offersLeon, para lamentar o massacrenew sign up bet offersUvalde, Texas,new sign up bet offers24new sign up bet offersmaionew sign up bet offers2022.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Alguns especialistas se referem à juventude americananew sign up bet offershoje como 'geração do tiroteio'

O objetivo era oferecer ajuda emocional, já que haviam passado por uma situação semelhante e que muitas outras pessoas não conseguem compreender. Eles próprios não haviam tido acesso a esse tiponew sign up bet offersapoio na épocanew sign up bet offersColumbine e, 13 anos depois, ainda conviviam com o trauma.

Hoje, o Rebels Project ajuda a conectar sobreviventesnew sign up bet offerstragédias do tiponew sign up bet offerstodo o país e no exterior.

"Nós representamos maisnew sign up bet offerscem comunidades ao redor do mundo, afetadas não só por tiroteios, mas também ataques a bomba e outros tiposnew sign up bet offersviolência", diz Missy. "Com exceçãonew sign up bet offersalguns profissionaisnew sign up bet offerssaúde mental, todos os membros e voluntários são sobreviventesnew sign up bet offersdiferentes tragédiasnew sign up bet offersmassa."

Missy fala sobre as dificuldades que enfrentou nos meses e anos que se seguiram ao massacrenew sign up bet offersColumbine. "Foi muito difícil encontrar um terapeuta que pudesse lidar com o que estávamos enfrentando. Não havia muitos especialistasnew sign up bet offerstrauma causado por tiroteiosnew sign up bet offersescolas na época."

Missy e outros sobreviventesnew sign up bet offerstiroteiosnew sign up bet offersmassa participamnew sign up bet offersum gruponew sign up bet offersapoio a pessoas que sofreram traumas semelhantes

Crédito, Arquivo Pessoal

Legenda da foto, Missy e outros sobreviventesnew sign up bet offerstiroteiosnew sign up bet offersmassa participamnew sign up bet offersum gruponew sign up bet offersapoio a pessoas que sofreram traumas semelhantes

Ela diz que tentou lidar com o trauma por conta própria, e nunca relacionou os problemas que enfrentava, como insônia, com o episódio vivido aos 14 anosnew sign up bet offersidade. Foi somente na época do 20º aniversário do massacre, depois do nascimentonew sign up bet offersEllie, que decidiu começar a fazer terapia.

Hoje, aos 38 anosnew sign up bet offersidade, ela consegue usar a própria experiência para ajudar outros sobreviventes.

"Nas próximas horas, dias, semanas, meses e anos, lembrem-senew sign up bet offersdar um passonew sign up bet offerscada vez, um momentonew sign up bet offerscada vez", diz Missy às famíliasnew sign up bet offersUvalde. "Cada um tem um ritmo diferente para processar o luto."

"E peçam ajuda, saibam que não há problemanew sign up bet offerspedir ajuda", afirma. "Vocês não estão sozinhos."

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