'Usar véu muçulmano não significa que sejamos oprimidas':jogos maquininha caça níquel
O hijab é amplamente usado na Índia, onde as demonstrações públicasjogos maquininha caça níquelfé são comuns. Mas,jogos maquininha caça níqueljaneirojogos maquininha caça níquel2022, alunasjogos maquininha caça níqueluma escola no Estadojogos maquininha caça níquelKarnataka, no sul do país, protestaram por terem sido proibidasjogos maquininha caça níquelusar o hijab na salajogos maquininha caça níquelaula e deram ao véu uma visibilidade inédita.
A questão - se as meninas muçulmanas têm o direitojogos maquininha caça níquelusar o hijab na salajogos maquininha caça níquelaula - agora está na justiça. A disputa despertou violência, dividiu as escolas e impediu diversas meninas muçulmanasjogos maquininha caça níquelKarnatakajogos maquininha caça níquelcomparecer às aulas.
A BBC falou com mulheres muçulmanasjogos maquininha caça níqueltoda a Índia, que afirmam sentir raiva pela "natureza intrusiva" do debate.
"Somos constantemente lembradasjogos maquininha caça níquelque, para sermos aceitas, precisamos abrir mão da nossa religião", disse uma mulher da capital indiana, Nova Déli. As mulheres afirmam que o clamor popular oculta a natureza intensamente pessoal dajogos maquininha caça níquelescolha.
Aquelas que decidem usar o hijab afirmam que a decisão não é apenas religiosa, mas sim tomada após reflexão. E as que preferem não usar o hijab dizem que seus cabelos não são o termômetro dajogos maquininha caça níquelfé.
'Eu não sou oprimida'
"As pessoas não entendem por que alguém pode se sentir empoderada usando um véu", afirma Nabeela, rindo. "Elas ficam confusas e, por isso, elas nos julgam."
"Oprimida" é uma palavra comumente lançada contra as mulheres que usam o hijab, mas muitas salientam que desconsiderar os seus motivos para usar o véu também não é liberador, nem manter as meninas fora da escola porque elas se recusam a retirar o hijab.
"As jovens muçulmanas estão nas ruas protestando pelos seus direitos. E você ainda me diz que [essas] mulheres não conseguem pensar por si próprias?", afirmou Naq, com 27 anosjogos maquininha caça níquelidade, da cidadejogos maquininha caça níquelBangalore (capitaljogos maquininha caça níquelKarnataka), que se identifica apenas pelo seu primeiro nome.
Quando Naq decidiu usar o hijab, cinco anos atrás, ela conta que encontrou as reações "mais bizarras".
"Meu véu revelou muitos pensamentos das pessoas", segundo ela. "As pessoas sussurravam para mim: Você é oprimida? Você está com calor? Qual xampu você usa? Algumas pessoas chegaram até a me perguntar se eu tinha cabelo - elas pensavam que eu tinha câncer."
Para ela, o hijab era também um experimentojogos maquininha caça níquelvestuário. Ela vê glamourjogos maquininha caça níquelcada prega e dramajogos maquininha caça níquelcada cor.
"As pessoas acham que meu hijab não combina com minhas roupas da moda e a maquiagem. Mas combina, sim", segundo ela. "Se eu entrarjogos maquininha caça níqueluma sala, quero que as pessoas olhem para mim e pensem: 'esta é uma mulher muçulmana atingindo seus objetivos, viajando pelo mundo e desabrochando'."
Já outras mulheres muçulmanas - como Wafa Khatheeja Rahman, advogadajogos maquininha caça níquelMangalore, no sul da Índia - afirmam que não vestir o hijab não as torna menos muçulmanas.
"Eu não uso porque não estájogos maquininha caça níquelacordo com quem eu sou - e ninguém pode me dizer para usar", afirma ela. "Mas, da mesma forma, ninguém pode me dizer que eu não deveria usar."
A mãejogos maquininha caça níquelRahman também nunca usou o hijab, mas ela conta que cresceu com fé àjogos maquininha caça níquelvolta, ouvindo histórias do Profeta e tambémjogos maquininha caça níquelmulheres do Islã. "A primeira esposa do Profeta era comerciante e a segunda foi para a batalhajogos maquininha caça níquelum camelo. Somos então realmente tão oprimidas como o mundo quer que acreditemos?", pergunta ela.
'O que hájogos maquininha caça níquelerradojogos maquininha caça níquelser muçulmana?'
Houve uma épocajogos maquininha caça níquelque Falak Abbas odiava a ideiajogos maquininha caça níquelcobrir seus cabelos - uma escolha incomumjogos maquininha caça níquelVaranasi, cidade conservadora no norte da Índia. Mas, quando tinha 16 anos, ela viu na TV Malala Yousafzai - a paquistanesa vencedora do Prêmio Nobel da Paz, que a fez mudarjogos maquininha caça níquelopinião.
"A cabeça dela estava coberta, mas ela parecia tão poderosa. Ela me inspirou e decidi também cobrir minha cabeça", conta Abbas.
Mas a escolajogos maquininha caça níquelfreiras que ela frequentava não concordou, dizendo que o hijab era incompatível com o uniforme, que era compostojogos maquininha caça níqueluma túnica longa e calças. Abbas afirma que, por três dias, ela foi proibidajogos maquininha caça níquelfrequentar as aulas - chegando a perder um examejogos maquininha caça níquelbiologia. E, quando ela protestou, a escola chamou os seus pais e a acusoujogos maquininha caça níquelmau comportamento.
"Eles disseram que, se eu usasse o hijab, causaria problemas não só para mim, mas também para a escola, pois todos descobririam que sou muçulmana", relembra ela. "O que hájogos maquininha caça níquelerradojogos maquininha caça níquelser muçulmana?"
Mas ela cedeu depois que seus pais disseram a ela que não "prejudicassejogos maquininha caça níqueleducação por causa do hijab". E, oito anos depois, assistindo às cenas dos protestosjogos maquininha caça níquelKarnataka, Abbas conta que está novamente dominada por "profunda raiva".
Khadeeja Mangat, do Estadojogos maquininha caça níquelKerala, no sul da Índia, também está indignada com esse policiamento. Sua escola proibiu o hijab do dia para a noitejogos maquininha caça níquel1997. A proibição acabou sendo revogada, mas Mangat se pergunta o que acontecerájogos maquininha caça níquelKarnataka.
"Tudo é muito claro - a constituição, seus valores e nossas manifestações", afirma ela. "Mas ainda precisamos nos defender incansavelmente, mesmo às custas da nossa educação."
'A forma como as pessoas veem você pode ser muito desgastante'
Embora as audiências na justiça tenham se concentrado ostensivamente no uso do hijab na salajogos maquininha caça níquelaula, as mulheres muçulmanas estão ansiosas para saber qual será o vereditojogos maquininha caça níquelum país altamente polarizado como a Índia, com o governo nacionalista hindu do primeiro-ministro Narendra Modi.
Simeen Ansar, da cidadejogos maquininha caça níquelHyderabad, no sul da Índia, afirma que o hijab está sendo transformadojogos maquininha caça níquelum símbolo subversivo para "ganhos políticos".
"Cresci com meninas hindus que cobriam suas pernas com as saias da escola, o que não parecia mais surpreendente para mim na época que ver os meninos sikh usando turbantes", afirma ela. "Mas, com relação ao hijab, as mulheres muçulmanas são reduzidas a duas situações. Se uso o hijab, sou tradicional e oprimida. Se não uso, sou moderna e liberada."
Ela conta quejogos maquininha caça níquelirmã e ela começaram a usar o hijab, mas logo desistiram porquejogos maquininha caça níqueldecisão nunca foi totalmente aceita. Enquantojogos maquininha caça níquelirmã era discriminada no trabalho, Simeen conta que as pessoas a encaravamjogos maquininha caça níquellugares onde não se esperava ver uma mulher com hijab, como academiasjogos maquininha caça níquelginástica, bares ou festas.
"A forma como as pessoas veem você pode ser muito cansativa", afirma ela.
E muitas mulheres muçulmanas compartilham esse medo -jogos maquininha caça níquelque, agora, mais do que nunca, o hijab será a única coisa que as pessoas enxergarão. Essa ansiedade está fazendo com que Wafa Rahman, que nem mesmo usa o hijab, acompanhe atentamente as audiências.
"Mesmo quando estou no trabalho, coloco meus fonesjogos maquininha caça níquelouvido e acompanho o processo [judicial]", ela conta.
Ela agora se preocupa se isso afetará suas amigas e familiares que usam o hijab. "Você tira o meu hijab e o que vem depois? Eu ainda tenho um nome árabe. Terei também que mudarjogos maquininha caça níquelnome para que você me respeite?"
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