Nicarágua: Como Ortega foinovas casas de apostasrevolucionário discreto a governante mãonovas casas de apostasferro:novas casas de apostas

Terminado o atual mandato, Ortega soma 20 anos consecutivos no poder. Se contarmos outros mandatos, ele já ocupou a cadeiranovas casas de apostaspresidente da Nicarágua por um totalnovas casas de apostas29 anos.

Ele liderou o país pela primeira vez ao ser eleito coordenador do Conselhonovas casas de apostasAdministração,novas casas de apostas1981, dois anos depois do triunfo da Revolução Sandinista (1979). Em 1984, ele ganhou as eleições, ocupando a presidência até 1990.

Ortega voltou ao podernovas casas de apostas2007 e está no comando do país desde então.

O presidente está no poder há mais tempo do que qualquer membro da dinastia dos Somozas, grupo familiar que comandou o país por maisnovas casas de apostas40 anos e que o próprio Ortega ajudou a derrubar.

Anastasio Somoza García foi presidente por 16 anos e seus filhos Luis Somoza Debayle e Anastasio Somoza Debayle governaram a Nicarágua por quase 7 e 9 anos, respectivamente.

Na história da América Latina, Ortega fica atrás apenasnovas casas de apostasFidel Castro (Cuba), Porfirio Díaz (México), Alfredo Stroessner (Paraguai) e Rafael Leónidas Trujillo (República Dominicana) no rolnovas casas de apostasgovernantes que por mais tempo permaneceram no poder na região.

Abaixo, a BBC News Mundo, serviçonovas casas de apostasespanhol da BBC, listou cinco pontos que explicam a chegadanovas casas de apostasOrtega ao poder e como ele conseguiu permanecer por tanto tempo no cargo.

1- O eterno único candidato da Frente Sandinista

Ortega se tornou a face mais conhecida da revolução sandinista que derrubou o regimenovas casas de apostasSomozanovas casas de apostas1979. Após o triunfo, o Conselhonovas casas de apostasAdministração da Reconstrução Nacional foi instalado como um governo transitório da Nicarágua.

Em marçonovas casas de apostas1981, a Direção Nacional da Frente Sandinistanovas casas de apostasLibertação Nacional (FSLN) elegeu Ortega como coordenador.

"Daniel Ortega aproveitounovas casas de apostaspersonalidade discreta para se posicionar como o homem da Frente Sandinista no Conselhonovas casas de apostasAdministração que foi instalado após a derrubadanovas casas de apostasSomoza", diz o jornalista Fabián Medina, autor do livro El prisioneiro 198, um perfil do mandatário.

"Ortega foi escolhido pelo Diretório Nacional porque parecia menos perigoso do que os três principais comandantes da época: Henry Ruiz, Tomas Borge e Humberto Ortega. Todos queriam ser presidentes e nenhum aceitava os outros dois", lembra Medina.

Posteriormente, Ortega foi eleito candidato da Frente Sandinista nas eleiçõesnovas casas de apostas1984, quando conquistou a presidência pela primeira vez.

"Já nos anos 1990 ele manteve o controle, eliminando dissidências e rivais internos que apareciam,novas casas de apostastal forma que, quando havia eleição, só restava ele", acrescenta o jornalista.

Nos últimos 37 anos, Ortega foi o único candidato à presidência pelo partido FSLN. Ele já se candidatounovas casas de apostasoito campanhas.

Perdeu o podernovas casas de apostas1990 para Violeta Barriosnovas casas de apostasChamorro e também nas duas eleições seguintes: 1996 e 2001.

Mas voltounovas casas de apostas2007 e se mantém no cargo desde então.

"Ortega continuará a dirigir seu partido até morrer, esse é o seu modelo", disse a ex-guerrilheira e figura-chave da revolução sandinista, Dora María Téllez, ao jornal La Prensa, no inícionovas casas de apostas2021.

Tellez está presa junto a 38 outros opositores do atual presidente.

2 - O pacto que permitiu a Ortega voltar ao poder

Após 16 anos tentando retornar à presidência, Ortega foi bem-sucedido nas eleiçõesnovas casas de apostasnovembronovas casas de apostas2006.

Àquela altura, ele não era mais um homem vestido com um uniforme sandinista e com um discurso revolucionário. Em vez disso, tinha um slogannovas casas de apostascampanha que proclamava "paz e reconciliação nacional" e que se autodenominava "socialista" e "cristão".

Ortega voltou ao poder com apenas 38% dos votos.

O retorno ocorreu graças a um acordo entre ele e o ex-presidente Arnoldo Alemán, líder do Partido Liberal Constitucional (PLC). Anos antes, os dois concordaramnovas casas de apostasbaixar o limite mínimo para a eleiçãonovas casas de apostasum candidatonovas casas de apostas45% para 35% dos votos.

A lei eleitoral anterior estabelecia que as eleições seriam vencidas se um dos candidatos tivesse 45% dos votos no primeiro turno. Após o acordo, ficou definido que a presidência seria conquistada com 40% no primeiro turno, ou com 35% dos votos se houvesse uma diferençanovas casas de apostaspelo menos 5% entre o primeiro e o segundo colocados.

"A implementação deste pacto gerou graves consequências no exercício, proteção e garantia dos direitos humanos e no enfraquecimento do Estadonovas casas de apostasDireito", afirmou a Comissão Interamericananovas casas de apostasDireitos Humanos (CIDH)novas casas de apostasseu relatório "Nicarágua: Concentraçãonovas casas de apostaspoder e enfraquecimento do Estadonovas casas de apostasDireito", publicadonovas casas de apostas28novas casas de apostasoutubro.

3 - As reformas

Quando Daniel Ortega assumiu o podernovas casas de apostas2007, a Constituição da Nicarágua proibia a reeleição consecutiva e também a candidatura ao cargo depoisnovas casas de apostasdois mandatosnovas casas de apostasmomentos diferentes.

Em outras palavras, se a lei fosse cumprida, Ortega não poderia se tornar presidente da Nicarágua novamente.

Dois anos depoisnovas casas de apostassua chegada ao poder, no entanto, a Suprema Corte emitiu uma decisão declarando o artigo 147 da Constituição que proibia a reeleição "inaplicável".

Essa decisão abriu caminho para Ortega concorrer nas eleiçõesnovas casas de apostas2011.

No finalnovas casas de apostas2013, ele enviou uma propostanovas casas de apostasreforma constitucional que foi posteriormente aprovada pela Assembleia Nacional, por maioria sandinista.

A reforma permitiu a reeleição por tempo indeterminado, estabeleceu a eleição do presidente no primeiro turno por maioria simples e possibilitou ao presidente expedir decretos com forçanovas casas de apostaslei.

"Tenho certezanovas casas de apostasque haverá mais paz, mais segurança, mais tranquilidade, mais esperança e mais alegria no povo da Nicarágua", disse Orteganovas casas de apostasdiscurso anterior à aprovação da reforma.

No final do ano passado, a Organização dos Estados Americanos (OEA) emitiu uma resolução estabelecendo maionovas casas de apostas2021 como prazo final para o governo do país aprovar reformas eleitorais que garantissem eleições livres, democráticas e transparentes.

Terminado o prazo, a Assembleia Nacional aprovou reformas que foram criticadas pela comunidade internacional.

Com as mudanças, Ortega manteve o controle do Conselho Superior Eleitoral, anulou a observação independente das eleições e proibiu o financiamentonovas casas de apostascandidatos.

Além disso, a reforma incorporou a chamada Leinovas casas de apostasDefesa dos Direitos dos Povos à Independência: a legislação permite que pessoas que participaram dos grandes protestos contra Orteganovas casas de apostas2018 sejam proibidasnovas casas de apostasse candidatar.

"Os EUA e a comunidade internacional estão alarmados com a decisão do governo Orteganovas casas de apostasignorar o apelo do povo nicaraguense por reformas eleitorais significativas", disse Ned Price, porta-voz do Departamentonovas casas de apostasEstado dos EUA, após a aprovação das reformas. A CIDH e a União Europeia também expressaram preocupação com as mudanças.

"A concentraçãonovas casas de apostaspoder permitiu ao Executivo emitir uma sérienovas casas de apostasnormas e reformas para reprimir, perseguir, censurar, garantir privilégios e,novas casas de apostasúltima instância, acabar com a participação da oposição nas próximas eleiçõesnovas casas de apostasnovembronovas casas de apostas2021. O objetivo é a perpetuação no poder indefinidamente e a manutençãonovas casas de apostasprivilégios e imunidades", afirmou a CIDHnovas casas de apostasseu relatório.

4. Cerconovas casas de apostasoponentes

Em 2novas casas de apostasjunho, o governo Ortega impôs prisão domiciliar a Cristiana Chamorro Barrios, então candidata à presidência da Nicarágua.

Ela foi acusadanovas casas de apostas"administração abusiva, falsidade ideológica e lavagemnovas casas de apostasativos", entre outros.

Nos dias seguintes, mais seis candidatos foram detidos. Todos permanecem na prisão.

O governo Ortega acusa os opositoresnovas casas de apostas"praticar atos que minam a independência, a soberania e a autodeterminação, incitar a ingerência estrangeiranovas casas de apostasassuntos internos, pedir intervenções militares, organizar-se com financiamentonovas casas de apostaspotências estrangeiras para realizar atosnovas casas de apostasterrorismo e desestabilização".

Para isso, toma como base a Leinovas casas de apostasDefesa dos Direitos dos Povos à Independência, aprovada pelo próprio parlamento sandinista no final do ano passado.

Em 23novas casas de apostasjunho, Ortega fez um discurso no qual justificou as prisões.

"Não estamos julgando políticos ou candidatos. Estamos julgando criminosos que atacaram o país tentando organizar novamente outro golpenovas casas de apostas18novas casas de apostasabril", disse ele, referindo-se às manifestações antigoverno que começaramnovas casas de apostas18novas casas de apostasabrilnovas casas de apostas2018.

A repressão policial aos protestos deixou pelo menos 325 pessoas mortas, segundo organizações internacionais.

Uma pesquisa realizadanovas casas de apostassetembro pelo instituto CID-Gallup revelou que 65% dos entrevistados votariamnovas casas de apostasqualquer um dos candidatos da oposição que estão sob custódia do Estado.

Se as eleiçõesnovas casas de apostasdomingo tivessem sido transparentes e competitivas, Ortega provavelmente teria perdido para qualquer um dos candidatos atrás das grades, segundo analistas.

Neste domingo, a cédula eleitoral tinha mais cinco candidatos, alémnovas casas de apostasOrtega. Cinco rostos pouco conhecidos na Nicarágua.

"Esses candidatos se autodenominam oponentes, mas na verdade não têm feito mais do que servir como um mecanismonovas casas de apostasvalidação neste processonovas casas de apostasvotação", disse Alexa Zamora, membro do Conselho Políticonovas casas de apostasoposição da Unidade Nacional Azul e Branca (UNAB).

"Eles são claramente identificados pela população como partidos colaboracionistas", acrescentou.

5. Pragmatismonovas casas de apostasOrtega

Quando Ortega ganhou as eleiçõesnovas casas de apostasnovembronovas casas de apostas2006,novas casas de apostascampanha foi centrada "na paz e na reconciliação", mas sempre com discursos anti-imperialistas. Porém, ele já não ostentava a antiga imagemnovas casas de apostasguerrilheiro, mas simnovas casas de apostasum homem moderado que mais tarde se aproximou do setor privado e da Igreja Católica.

Comonovas casas de apostasquase todos os seus discursos, na possenovas casas de apostas10novas casas de apostasjaneironovas casas de apostas2007, Ortega criticou o "capitalismo selvagem e o neoliberalismo", mas também se mostrou aberto a manter boas relações com os organismos financeiros internacionais.

Os EUA, que Ortega insistenovas casas de apostaschamarnovas casas de apostas"império", são na verdade o maior parceiro comercial da Nicarágua.

"Ortega abraçou o marxismo como um padrãonovas casas de apostasluta típico dos anos 60 e 70. A única coisa que Ortega realmente temnovas casas de apostascomum com a esquerda latino-americana é o anti-imperialismo. Ortega nestes anos provou ser o melhor aluno do Fundo Monetário Internacional (FMI). Ele pratica o neoliberalismo que tanto ataca", diz o analista político Eliseo Núñez.

Até os protestosnovas casas de apostas2018, Ortega mantinha uma boa relação com o empresariado do país. Mas os empresários aderiram às manifestações contra o governo e, a partirnovas casas de apostas2018, essa ruptura teve consequências: o Produto Interno Bruto (PIB) caiu por três anos consecutivos.

"As mobilizações sociais marcaram uma mudança na relação entre o setor privado e o governo", diz Tiziano Breda, analista para a América Central da ONG International Crisis Group.

Neste ano, quatro dos principais representantes do empresariado do país foram presos sob a acusação ​​de "conspiração", "pedidonovas casas de apostasintervenção militar", "terrorismo", "traição" e "lavagemnovas casas de apostasdinheiro".

novas casas de apostas Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube novas casas de apostas ? Inscreva-se no nosso canal!