'Prosperidade comum': a doutrina 'igualitária' que avança na China e impacta o mundo:logo bet7k
logo bet7k A defesalogo bet7kuma sociedade menos desigual e com disparidades menores entre ricos e pobres não é uma ideia nova na China, mas tem ganhado força na retóricalogo bet7kautoridades chinesas -logo bet7kuma busca por uma "prosperidade comum" que, embora foque na população local, tem o potenciallogo bet7kprovocar enormes repercussões no resto do mundo.
A China diz que suas políticas para reduzir a desigualdade são exatamente o que o país precisa neste momento, e a "prosperidade comum" se tornou uma das principais bandeiras defendidas pelo presidente Xi Jinping nos últimos meses.
Seus críticos, porém, alertam para um outro aspecto. Segundo eles, as medidas levam a um controle ainda maior do Estado sobre o setor privado e a sociedade.
Uma das mais visíveis consequências da doutrina da prosperidade comum tem sido um novo foco do setor privado chinês, com suas prioridades sendo direcionadas para o mercado doméstico.
A gigantelogo bet7ktecnologia Alibaba, cujo mercado global tem crescido nos últimos anos, comprometeu-se com US$ 15,5 bilhões para a promoçãologo bet7kiniciativaslogo bet7kprosperidade comum na China - e estabeleceu uma equipe dedicada a isso, liderada pelo executivo-chefe da empresa, Daniel Zhang.
A empresa diz que se beneficiou do progresso econômico do país e que "se a sociedade está indo bem, e a economia está indo bem, então a Alibaba ficará bem". Sua concorrente Tencent, outra gigante da tecnologia, prometeu US$ 7,75 bilhões para a causa.
O mundo corporativo chinês está disposto a mostrar que está contribuindo para o mandato do Partido Comunista nessa iniciativa - mas, quando começou o movimento para que mais empresas apoiassem publicamente a nova visão do líder Xi Jinping, isso causou um "certo choque", disse privadamente à BBC um alto executivologo bet7kuma empresa chinesa.
"Mas aí a gente se acostumou com a ideia. Não se tratalogo bet7kroubar os ricos. Trata-selogo bet7kreestruturar a sociedade e aumentar a classe média. E, no fundo, nós somos um negóciologo bet7kconsumo, então isso é bom para nós."
Setorlogo bet7kluxo pode perder
A origem dessa disparidadelogo bet7krenda remete a reformas feitas há cercalogo bet7k40 anos, que abriram a economialogo bet7kmercado chinesa e permitiram o acúmulologo bet7kvastas fortunas pessoais, informa a agência Reuters. Ao mesmo tempologo bet7kque surgiam centenaslogo bet7kbilionários no país, crescia a desigualdade entre a China rural e a urbana.
Se a prosperidade comum significa um foco maior na emergente classe média chinesa, isso pode significar um rápido avanço para empresas globais que servem esses consumidores. "Podemos ver que o focologo bet7kjovens obtendo empregos é bom", disse à BBC Joerg Wuttke, presidente da Câmaralogo bet7kComércio da União Europeia na China.
"Se eles sentirem que são parte da mobilidade social neste país, algo que estava sendo corroído, então é bom para nós. Porque, quando a classe média cresce, aparecem mais oportunidades."
Entretanto, negócios ligados ao setorlogo bet7kluxo podem não se sair tão bem, alerta Wuttke.
"Os gastos chineses representam cercalogo bet7k50% do consumologo bet7kluxo no mundo - e, se a China decide comprar menos relógios suíços, gravatas italianas e carroslogo bet7kluxo europeus, essa indústria sofrerá um baque."
No entanto, enquanto Wuttke reconhece que a economia da China precisalogo bet7kreformas fundamentais para aumentar o salário médio chinês, ele diz que a prosperidade comum pode não ser a maneira mais eficientelogo bet7kchegar a esse objetivo.
Steven Lynch, da Câmara Britânicalogo bet7kComércio na China, também diz que a prosperidade comum não é garantialogo bet7kque a classe média vá crescer da mesma forma que cresceu nos últimos 40 anos.
Ela conta que "trinta anos atrás, uma família chinesa conseguia comer um potelogo bet7kbolinhos tipo dumplings uma vez por mês. Vinte anos atrás, talvez eles pudessem ter um pote uma vez por semana. Dez anos atrás, isso mudou para um pote por dia. Agora, eles podem comprar um carro."
Até agora, porém, Lynch diz que a ideia da prosperidade comum não resultoulogo bet7knada concreto, além dos tipologo bet7kprogramaslogo bet7kresponsabilidade social corporativa adotados pela Alibaba e a Tencent.
"Também existem muitas regulações instantâneas pipocandologo bet7kvários setores", disse ele sobre as recentes ações contra empresaslogo bet7ktecnologia. "Isso causa incerteza - e levanta questões. Se eles estão se voltando mais para dentro, então será que eles realmente precisam do resto do mundo?"
O 'novo socialismo'
Emlogo bet7kessência, a prosperidade comum consistelogo bet7ktornar a sociedade chinesa mais igualitária, pelo menoslogo bet7kacordo com o Partido Comunista. E isso tem o potenciallogo bet7ktransformar o significadologo bet7ksocialismo no contexto global.
"O Partido está agora preocupado com os trabalhadores medianos - como motoristaslogo bet7ktáxi, trabalhadores migrantes e rapazes que fazem serviçoslogo bet7kentregas", diz Wan Huiyao, do Centro para China e Globalização,logo bet7kPequim.
"A China quer evitar a sociedade polarizada que alguns países ocidentais têm, o que temos visto levar a desglobalização e nacionalização."
Mas observadores da Chinalogo bet7klonga data dizem que, se o que o Partido realmente quer é transformar o socialismo - com características chinesas - para que seja um modelo alternativo para o resto do mundo, então a prosperidade comum não é o caminho.
"Isso é parte da guinada para a esquerda e parte da busca por cada vez mais controle que tem sido indicativa do governologo bet7kXi Jinping", diz George Magnus, acadêmico associado do Centro da China da Universidadelogo bet7kOxford.
Magnus acrescenta que a prosperidade comum não significa tentar reproduzir um estilo europeulogo bet7kbem-estar social.
"A pressão implícita é para cumprir com os objetivos do Partido", diz ele. "Haverá imposto sobre rendas altas e 'não razoáveis' e pressão sobre empresas privadas para que façam doações para os objetivos econômicos do Partido", afirma, "mas sem grandes passos na direção da taxação progressiva".
De fato, segundo a agência Reuters, autoridades chinesas têm dito que a "prosperidade comum" não tem como objetivo "eliminar os ricos" nem "sustentar preguiçosos": a ideia é que "os que enriqueceram primeiro" ajudem os que estão mais atrás, disselogo bet7kagosto Han Wenxiu, da comissão centrallogo bet7keconomia e finanças do país.
Na prática, também têm aumentado o controle estatal sobre setores monopolistas e no combate à evasão fiscal.
Utopia chinesa,logo bet7kcima para baixo
Está claro que a prosperidade comum é uma parte importantelogo bet7kcomo o Estado e a sociedade chineses serão governados sob Xi Jinping.
Com isso vem a promessalogo bet7kuma sociedade mais igualitária - uma classe média maior e mais rica, alémlogo bet7kempresas que retornam algo à sociedadelogo bet7kvezlogo bet7kapenas tomar ganhos para si.
É uma espécielogo bet7kChina Utópica, impostalogo bet7kcima para baixo, que o Partido espera que se mostre um modelo viável para o mundo, como alternativa ao que o Ocidente tem a oferecer.
Mas ele vem com um detalhe: ainda mais controle e poder nas mãos do Partido. A China sempre foi um ambiente difícil para negócios estrangeiros operarem, e a prosperidade comum significa que ficou ainda mais difícil para navegar na segunda maior economia do mundo.
*com reportagem adicionallogo bet7kKarishma Vaswani, correspondentelogo bet7kNegócios na Ásia da BBC
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