Covid-19: teste pelo ânus, exames rápidos e outros avanços no diagnóstico do coronavírus:link vaidebet

Profissional da saúde coloca haste flexível no narizlink vaidebetpaciente para realização do testelink vaidebetcovid-19

Crédito, zoranm/Getty Images

Legenda da foto, Apesarlink vaidebetser incômodo, o swab nasal continua a ser o principal método para fazer o diagnósticolink vaidebetcovid-19

Mas o que a ciência diz sobre o assunto? E como os testes que diagnosticam a covid-19 evoluíram nos últimos meses?

Via alternativa

A ideialink vaidebetfazer testes laboratoriais pelo ânus não é particularmente nova.

Exameslink vaidebetfezes e colonoscopia, por exemplo, são métodos valiosíssimos para o diagnósticolink vaidebetuma sérielink vaidebetdoenças —link vaidebetinfecções gastrointestinais ao câncer colorretal.

Até mesmo no contexto da covid-19 o assunto não é uma novidade absoluta.

"Já sabemos há algum tempo que o intestino poderia funcionar como um santuário do coronavírus, como acontece com outras doenças virais. Ele poderia escapar do nariz e dos pulmões, ficarialink vaidebetalgumas regiões do sistema digestivo e seria eliminado pelas fezes", raciocina o infectologista Celso Granato, diretor clínico do Grupo Fleury.

Ainda nos primeiros meseslink vaidebetpandemia, os médicos notaram que a doença não se limitava aos sintomas respiratórios e muitos pacientes apresentavam incômodos gastrointestinais, como cólicas e diarreia.

Portanto, do pontolink vaidebetvista das características da enfermidade, pensar num swab anal não é tão estranho assim — apesarlink vaidebetnão existir nenhuma evidência contundente até o momento mostrando que ele seria superior ou traria resultados melhores do que a análise feita pelo nariz e pela garganta.

Barreiras naturais

Se os testes pelo ânus são aprovados na análise técnica, eles emperramlink vaidebetquestões como comodidade, praticidade e conveniência.

"Há uma sérielink vaidebetrestriçõeslink vaidebetnatureza cultural,link vaidebetforo íntimo. Um exame desses envolve expor a própria genitália e a região anal, que são bastante sensíveis", aponta o infecologista e epidemiologista Fernando Bellissimo Rodrigues, professor da Faculdadelink vaidebetMedicinalink vaidebetRibeirão Preto da Universidadelink vaidebetSão Paulo (USP).

Na própria China, o swab anal será usado por enquantolink vaidebetsituações muito específicas.

Segundo uma reportagem da Forbes, testes desse tipo estão sendo aplicadoslink vaidebetpassageiros que desembarcam no aeroportolink vaidebetPequim elink vaidebetalguns centroslink vaidebetquarentena.

Há notíciaslink vaidebetque um grupolink vaidebetmil crianças e professores também precisaram fazer o exame depois que foram expostos ao coronavírus.

Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil apontam que o método também poderia ser válidolink vaidebetpacientes com diarreia como sintoma principal oulink vaidebetpessoas que apresentam alguma dificuldade para a coleta pelo nariz e pela garganta.

Mas essa não é a única novidade no mundo do diagnóstico da covid-19: nos últimos meses, o conhecimento e a tecnologia avançaram bastante e hoje trazem uma sérielink vaidebetopções diferentes que facilitam a vidalink vaidebetpacientes e profissionais da saúde.

Escrito nas moléculas

De forma geral, os exames para covid-19 são divididoslink vaidebetdois grandes grupos: os testes virais e oslink vaidebetanticorpos.

O primeiro detecta o agente infeccioso (ou pedacinhos dele) e permite saber se a pessoa está com a doença "ativa"link vaidebetseu organismo.

Já os testeslink vaidebetanticorpos medem a resposta do sistema imunológico e indicam se o indivíduo já teve a doença no passado — falaremos sobre eleslink vaidebetdetalhes mais adiante.

De acordo com as principais diretrizes nacionais e internacionais, o método principal para diagnóstico do coronavírus continua a ser aquele conhecido pela sigla RT-PCR.

A coleta acontece por meio do swab nasal,link vaidebetque a haste flexível raspa o fundo da garganta para colher o material que será analisado no laboratório.

"Sabemos que essa região costuma ter a maior concentraçãolink vaidebetvíruslink vaidebetinfecções respiratórias e é relativamente fácillink vaidebetacessar pelo nariz e pela boca", explica o virologista José Eduardo Levi, da redelink vaidebetlaboratórios Dasa.

O RT-PCR é o exame que possui atualmente a melhor sensibilidade entre as opções disponíveis.

Isso significa que ele é capazlink vaidebetidentificar, entre as pessoas com suspeitalink vaidebetestarem infectadas, aquelas que realmente estão doentes.

Na prática, o método deixa "escapar" poucos casoslink vaidebetcovid-19, o que dá uma grande confiançalink vaidebetseus resultados.

Mas, apesar da alta confiabilidade, essa opção apresenta algumas desvantagens.

A primeira delas é a demora para obter os resultados.

O RT-PCR também requer equipamentos, reagentes e profissionais especializados, o que torna todo o processo mais custoso.

Por fim, não dá pra ignorar o fatolink vaidebeta coleta ser incômoda — quem já precisou fazer sabe que o swab nasal não é nada agradável.

Cientista mexe numa bancada cheialink vaidebetampolas e outros equipamentos

Crédito, ANDREW MILLIGAN/Getty Images

Legenda da foto, Avanços da ciência permitiram a criaçãolink vaidebettestes mais rápidos e baratos para detectar o coronavírus. Mas eles ainda não são superiores ao RT-PCR

Evoluções científicas

Foi pra resolver alguns desses pontos fracos do RT-PCR que outros três tiposlink vaidebetexames surgiram e já estão disponíveislink vaidebetalguns laboratórios.

Eles também avaliam a presença do vírus no organismo e podem ajudar a fazer o diagnóstico da covid-19.

Uma opção relativamente recente é o examelink vaidebetsaliva. Em vezlink vaidebetcutucar o fundo do nariz com uma haste flexível, a premissa aqui é cuspir num recipiente e esse material é analisado.

"Isso representa um avanço, particularmente para aquelas pessoas que necessitam repetir os testes com regularidade", destaca Granato, que também é professor da Universidade Federallink vaidebetSão Paulo (Unifesp).

Depoislink vaidebetcolhida, a saliva também passa pelo laboratório onde acontece aquele processolink vaidebetbusca por pedacinhos genéticos do coronavírus pela mesma tecnologia do RT-PCR.

Outra inovação dos últimos meses é o teste LAMP, disponívellink vaidebetlocais como farmácias, estações móveis e centroslink vaidebetdiagnóstico.

Ele também é feito por swab nasal e vasculha a presençalink vaidebetpistas genéticas do vírus.

A diferença está no custo: como exige equipamentos menos rebuscados e possui menos etapas, essa metodologia é mais barata.

Por fim, a última novidade é o testelink vaidebetantígeno, que também carece da coletalink vaidebetmaterial no fundo da garganta.

"Em vezlink vaidebetdetectar o material genético, essa tecnologia vai procurar outros pedacinhos da estrutura do vírus", diz Levi, que também é pesquisador do Institutolink vaidebetMedicina Tropical da USP.

Mais uma vez, o ganho aqui está no preço mais baixo e na rapidezlink vaidebetobter um laudo positivo ou negativo.

Apesarlink vaidebettodas as facilidades, esse triolink vaidebetexames não supera o RT-PCR naquilo que é mais essencial: a sensibilidade.

Em outras palavras, os testeslink vaidebetsaliva,link vaidebetantígeno e o LAMP são validados cientificamente e podem sim ser úteis numa sérielink vaidebetsituações.

Mas eles deixam escapar com mais frequência alguns resultados positivoslink vaidebetcovid-19, o que pode fazer indivíduos infectados acharem que estão livres da doença.

Quando fazer o testelink vaidebetcovid-19?

O Centrolink vaidebetControle e Prevençãolink vaidebetDoenças dos Estados Unidos (CDC) destaca quatro situações em que é necessário passar por um exame desses:

  • Pessoas com sintomaslink vaidebetcovid-19 (febre, tosse, cansaço, dor, diarreia, perdalink vaidebetolfato e paladar…);
  • Indivíduos que tiveram contato próximo (menoslink vaidebet1,5 metro por maislink vaidebet15 minutos) com pessoas com covid-19 confirmada;
  • Quem esteve envolvidolink vaidebetatividades que aumentam o riscolink vaidebetuma infecção pelo coronavírus e não podem fazer isolamento preventivo (comolink vaidebetsituaçõeslink vaidebetviagens, aglomerações ou longos períodoslink vaidebetambientes fechados com outras pessoas);
  • Quem é selecionado para estudos ou programaslink vaidebettestagem realizados por seguroslink vaidebetsaúde, governos e institutoslink vaidebetpesquisa.

Uma recomendação que existia até uns tempos atrás era alink vaidebetesperar pelo menos três diaslink vaidebetsintomas anteslink vaidebetfazer a coleta do material para análise — mas isso caiu por terra recentemente.

"Quando a pessoa procura um serviçolink vaidebetsaúde com sinais sugestivos, ela deve ser submetida ao exame imediatamente. Não faz sentido algum pedir para que ela volte dali a alguns dias", indica Rodrigues.

"Um retorno posterior só significaria dupla cargalink vaidebettrabalho das unidades assistenciais e um maior riscolink vaidebetcontágio para o próprio paciente, se ele não estiver com covid-19, ou para todo mundo ao redor, se ele está realmente infectado", completa o especialista.

Se ficarlink vaidebetdúvidalink vaidebetquando fazer o teste e qual dos tipos é o melhor para você, o ideal é buscar a orientaçãolink vaidebetum profissionallink vaidebetsaúde, que poderá fazer uma avaliação e analisar os prós e contras anteslink vaidebetdar uma recomendação personalizada.

Quando NÃO fazer o testelink vaidebetcovid-19?

Os exames utilizados atualmente para o diagnóstico da doença não foram desenvolvidos para grandes rastreamentos populacionais,link vaidebetque milhareslink vaidebetpessoas são testadas — mesmo aquelas que não se encaixam nos quatro critérios descritos acima.

O grande risco dessa estratégia é sofrer com uma alta taxalink vaidebetresultados falso negativos,link vaidebetque as pessoas estão infectadas com o vírus, mas ele não é detectado na análise laboratorial.

Hojelink vaidebetdia, sabe-se que entre 40 e 50% das pessoas que pegam covid-19 não apresentam sintoma algum.

Se elas não tomarem os cuidados básicos (usolink vaidebetmáscaras, lavagemlink vaidebetmãos, distanciamento físico…), podem transmitir o vírus para outros e criar novas cadeiaslink vaidebettransmissão.

Portanto, um resultado falso negativo pode reforçar uma falsa sensaçãolink vaidebetsegurança, quando todo mundo deve seguir as recomendações para evitar uma proliferação ainda maior da pandemia.

Os especialistas também contra-indicam a realização dos testes como um salvo-conduto para se aglomerarlink vaidebetfestas e outros eventos sociais.

"O resultado do exame é sempre um retrato até aquele momento. Nada garante que você se infecte alguns minutos ou dias depois", reforça Levi.

O passado te condena?

Como comentamos no início da reportagem, os testes sorológicos (oulink vaidebetanticorpos) são um segundo tipo disponível desde o primeiro semestrelink vaidebet2020, quando a pandemia se alastrou para todos os continentes.

Realizados por meiolink vaidebetuma coletalink vaidebetsangue, eles quantificam a produçãolink vaidebetanticorpos conhecidos como IgA, IgG e IgM contra uma infecção pelo coronavírus.

Os anticorpos são substâncias produzidas pelo nosso sistema imunológico, que ajudam a neutralizar uma segunda invasão viral.

O problema é que essa reaçãolink vaidebetdefesa do organismo demora um pouquinho para acontecer. Portanto, os testes sorológicos só dão um resultado válido dez dias ou mais após o início dos sintomas.

Eles não servem, então, para diagnosticar a doença ativa e tomar as medidas contra a covid-19, como uma quarentena ou um tratamento para os casos mais graves.

"Por essas razões, a utilidade desses testes é um pouco mais restrita. Eles podem ser valiosos, por exemplo,link vaidebetinquéritos populacionais e estudos epidemiológicos que vão medir a porcentagem da população que já foi exposta ao vírus", conta Rodrigues.

Frasco com sangue dentro com etiqueta escrito "coronavírus" e "covid-19"

Crédito, Cavan Images/Getty Images

Legenda da foto, Os testes sorológicos permitem saber se você já teve a infecção no passado, mas não servem para realizar o diagnósticolink vaidebetcovid-19

Deturpação do uso

Apesarlink vaidebetindicarem quem já teve covid-19, um resultado positivo no exame sorológico não é passaporte para voltar à "vida normal".

Em primeiro lugar, a ciência ainda não sabe quanto tempo dura a imunidade após um primeiro episódio da doença.

Apesarlink vaidebettodos os avanços, a metodologia dos anticorpos também não é 100% à provalink vaidebetfalhas e pode dar resultados "errados".

Por fim, a detecçãolink vaidebetnovas variantes no Reino Unido, na África do Sul elink vaidebetManaus abre uma possibilidadelink vaidebetquadroslink vaidebetreinfecção que não podem ser ignorada.

As recomendaçõeslink vaidebetdistanciamento físico, usolink vaidebetmáscaras, lavagemlink vaidebetmãos e preferência por locais arejados e ventilados continuam essenciais para todo mundo.

Avanços e descobertas

Os exameslink vaidebetanticorpos também evoluíram bastantelink vaidebetuns tempos para cá.

"Uma coisa importante que aprendemos com a experiência é que não basta fazer um teste só, porque nenhum deles é capazlink vaidebetidentificar toda a gamalink vaidebetrespostas imunológicas que o ser humano apresenta. É importante que as amostras passem por dois métodos diferentes para um resultado melhor", informa Granato.

Um passo relevante nessa área é a chegadalink vaidebetmétodos que avaliam os anticorpos neutralizantes.

"Eles nos certificam que o indivíduo tem anticorpos e que eles são realmente capazeslink vaidebetproteger contra o vírus", explica Levi.

As opções disponíveis até então avaliam substâncias com o IgA, o IgG e o IgM, mas elas dão menos certeza sobre a efetividade da resposta imune diantelink vaidebetuma nova infecção quando comparadas aos tais anticorpos neutralizantes.

Outra novidade que deve chegar nos próximos meses são os testes que avaliam a reação das células do sistema imunológico após um quadrolink vaidebetcovid-19.

"Essa tecnologia analisa os glóbulos brancos, quelink vaidebetlaboratório são estimulados com pedaços do coronavírus. Se essas células reagem, significa que há uma resposta imunológica mais completa", projeta Levi.

Acesso no Brasil

Os especialistas entrevistados para essa reportagem sinalizam que a disponibilidade dos testeslink vaidebetcovid-19 no país melhorou significativamente.

"No início, havia uma grande limitação, porque os insumos necessários nem chegavam até aqui", lembra Granato.

Mas ainda há problemas na compralink vaidebetsubstâncias essenciais para a realização do RT-PCR, por exemplo.

"Nós perdemos a oportunidade lá atráslink vaidebetcriar uma políticalink vaidebetusar os testes para rastrear os primeiros casos positivos e isolá-los. Isso nunca foi feitolink vaidebetforma organizada no país", lamenta Levi.

No início da pandemia, programas desse tipo foram implementados com enorme sucessolink vaidebetpaíses como Nova Zelândia e Coreia do Sul.

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