‘WhatsApp é invasivo e Facebook, um abutrecomo se aposta na lotofácildados', afirma professoracomo se aposta na lotofácilOxford:como se aposta na lotofácil
Professoracomo se aposta na lotofácilOxford e especialistacomo se aposta na lotofácilprivacidade e proteçãocomo se aposta na lotofácildados, Carissa Véliz argumenta que a mudança no WhatsApp é bastante invasiva. Porém, ela afirma que o verdadeiro "abutre dos dados " é o dono do aplicativocomo se aposta na lotofácilmensagens: o Facebook.
Autora do livro "Privacy is Power" ("A privacidade é um poder"), Véliz conversou com a BBC Mundo (serviçocomo se aposta na lotofácilespanhol da BBC) sobre a proteçãocomo se aposta na lotofácildados na atualidade.
Abaixo, leia a entrevista com a estudiosa:
como se aposta na lotofácil BBC Mundo - Qual a importância das mudanças anunciadas pelo WhatsApp?
como se aposta na lotofácil Carissa Véliz como se aposta na lotofácil - À primeira vista, não parecem mudanças tão radicais. Porém, o que o WhatsApp planeja fazer é um ato bastante invasivo.
Para entender o contexto, é importante lembrar que o Facebook comprou o WhatsAppcomo se aposta na lotofácil2014 e, na época, prometeu que as duas empresas não compartilhariam dados.
Em 2016, porém, houve uma mudança na postura e o Facebook decidiu que os usuários poderiam decidir se compartilhariam as informações entre as plataformas ou não. Agora, decidiram que não haverá mais oportunidade para rejeitar o compartilhamentocomo se aposta na lotofácildados: se não aceitar a condição, não poderá mais usar o WhatsApp. Por isso acredito que o público reagiu.
Em primeiro lugar, porque são medidas bastante intrusivas. Alguns dos metadados podem ser usados para identificar as pessoas. Nisso, quero dizer que terão acesso a seu númerocomo se aposta na lotofáciltelefone, os números dos seus contatos, as fotos do seu perfil e quando você esteve online pela última vez. Alémcomo se aposta na lotofácildados relacionados à situação da bateria do seu celular e sobre o uso do aparelho.
Em segundo lugar, é um lembretecomo se aposta na lotofácilquão autoritárias essas empresas são. Elas te apresentam condiçõescomo se aposta na lotofáciluso que estão mudando o tempo todo. E depois que usar o aplicativo por anos, te dizem "tudo ou nada"; entrega os seus dados ou não pode mais usar a plataforma, perdendo suas mensagens e seus contatos que cultivou com a gente durante muito tempo.
Depoiscomo se aposta na lotofáciltantas promessas quebradas e tantas mentiras e escândalos, os usuários estão fartoscomo se aposta na lotofácilserem explorados dessa forma,como se aposta na lotofácilnão serem tratados com respeito e não poderem negociar. Por isso, acredito que a resposta às mudanças do WhatsApp foi tão negativa.
como se aposta na lotofácil BBC Mundo - como se aposta na lotofácil Quanto o WhatsApp e o Facebook podem saber sobre um usuário? Até que ponto eles podem traçar o perfilcomo se aposta na lotofáciluma pessoa com os dados que possuem dela?
como se aposta na lotofácil Véliz como se aposta na lotofácil - Tudo depende do quanto a pessoa usa o aplicativo e quantas informações fornece sobre si. Porém, é possível inferir respostas a todos os tiposcomo se aposta na lotofácilquestões. Por exemplo, quem são os seus amigos, quem são os seus familiares ou quem é o seu parceiro.
A partir dos dados é possível inferir aspectos como a orientação sexual, tendências políticas, o quão bem a pessoa dorme, se é alguém que levanta no meio da noite para ver as suas mensagens, acomo se aposta na lotofácilsaúde e os seus interesses. Até mesmo seus vícios ou se você tem alguma doença.
como se aposta na lotofácil BBC Mundo - como se aposta na lotofácil Em seu livro mais recente, você fala que existem os "abutrescomo se aposta na lotofácildados". Como eles funcionam?
como se aposta na lotofácil Véliz como se aposta na lotofácil - São essas empresas que se dedicam a vender os registros das pessoas pelo preço mais alto. Em particular, os corretorescomo se aposta na lotofácildados ("data brokers",como se aposta na lotofácilinglês) que buscam conseguir elementos como o que a pessoa compra, o que pesquisa online, as suas contascomo se aposta na lotofácilredes sociais, as doenças que possui, os seus rendimentos, as suas dívidas ou o carro que utiliza. Ou seja, todos os tiposcomo se aposta na lotofácilinformações.
Depoiscomo se aposta na lotofácilconseguir esses dados, os corretores os comercializa a quem queira comprar. Podem ser seguradoras, bancos, possíveis empregadores, ou,como se aposta na lotofácilalgumas situações, até mesmo governos, como o dos Estados Unidos.
Esses "abutrescomo se aposta na lotofácildados" também são empresascomo se aposta na lotofácilmarketing. Ninguém quer ver anúncioscomo se aposta na lotofácilcoisas nas quais não tem interesse, por isso buscam mostrar anúncios personalizados.
Parece inocente, mas essa prática é muito mais perversa do que isso. Imagine que você entracomo se aposta na lotofácilqualquer página da internet que tenha anúncios e, enquanto a página está carregando, são fornecidascomo se aposta na lotofáciltempo real informações com seus dados para centenascomo se aposta na lotofácilempresas que podem querer te mostrar um anúncio sem que você tenha consentido. Essas suas informações que são vendidas podem incluir aspectos muito sensíveis como o poder aquisitivo, a localização, a orientação sexual ou política e suas dívidas.
Todo esse pacote que chega a centenascomo se aposta na lotofácilempresas com as suas informações fica guardado e cada um dos donos dessas informações pode vendê-las a outras empresas. E se houver uma violação ou invasão virtual, esses dados podem terminar na "dark web" (área da internetcomo se aposta na lotofácilpouco controle) para serem vendidos a qualquer pessoa.
Eu considero o Facebook como um "abutrecomo se aposta na lotofácildados" porque é uma empresa que, basicamente, ganha dinheiro a partir da exploração das informações pessoais dos usuários.
como se aposta na lotofácil BBC Mundo - como se aposta na lotofácil Quanto isso afeta os usuários da internet?
como se aposta na lotofácil Véliz como se aposta na lotofácil - Nos afetacomo se aposta na lotofácilforma invisível e isso é parte do problema. Não é algo tangível, mas pode ter efeitos catastróficos.
Por exemplo, é possível que amanhã peçamos um empréstimo e que o banco não aceite por algum detalhe que está nesses registros que estão à venda. E é possível que esses dados estejam incorretos ou desatualizados. E nunca vamos saber, porque nunca é explicado a você com basecomo se aposta na lotofácilquais informações essa decisão foi tomada. E não saberemos o que pode ser feito para revertê-la.
É bem possível que te impeçamcomo se aposta na lotofácilpegar um empréstimo, conseguir um emprego, comprar um apartamento… e você nunca vai descobrir o porquê.
Outro dos efeitos mais perniciosos da personalizaçãocomo se aposta na lotofácilconteúdos e anúncios é a polarização. As pessoas gostamcomo se aposta na lotofácilver aquilo que confirma suas piores suspeitas e, muitas vezes, é uma informação incorreta. Em vezcomo se aposta na lotofácilhaver uma esfera pública na qual todos podem debater, cada um vê uma realidade a partircomo se aposta na lotofácilseu perfil psicológico.
Na campanhacomo se aposta na lotofácilTrump, por exemplo,como se aposta na lotofácilvezcomo se aposta na lotofácilhaver cinco ou seis anúncios para que todas as pessoas vissem, havia seis milhõescomo se aposta na lotofácilanúncios diferentes para os distintos perfis identificados. Isso significa que não existe um diálogo saudável entre perspectivas diferentes.
como se aposta na lotofácil BBC Mundo - como se aposta na lotofácil O que os países podem fazer para proteger os dadoscomo se aposta na lotofácilseus cidadãos?
como se aposta na lotofácil Véliz como se aposta na lotofácil - Primeiro você tem que encerrar a economiacomo se aposta na lotofácildados. As informações pessoais não deveriam ser algo que pode ser vendido ou comprado. Mesmo as sociedades mais capitalistas estãocomo se aposta na lotofácilacordo que há coisas que deveriam estar fora do mercado, como os votos ou as próprias pessoas, por exemplo.
Precisamos elevar muito os padrõescomo se aposta na lotofácilsegurança cibernética e isso pode passar atravéscomo se aposta na lotofáciluma regulamentação. No momento, a internet é construídacomo se aposta na lotofácilforma muito insegura,como se aposta na lotofácilpartes para promover a coletacomo se aposta na lotofácildados e também porque não há incentivos para melhorá-la.
Também falta um esforço diplomático. Precisamoscomo se aposta na lotofáciluma aliança comum que possa fazer frente a países como a China ou a Rússia, que têm muito pouco respeito à privacidade.
como se aposta na lotofácil BBC Mundo - como se aposta na lotofácil Será possível recuperar a internet ou é uma batalha perdida?
como se aposta na lotofácil Véliz como se aposta na lotofácil - Eu sou bastante otimista. Anos atrás, quando comecei a trabalhar com privacidade, todo o mundo pensava que era um tema morto, mas hoje é mais relevante do que nunca.
Anos atrás ninguém pensava que o GDPR (Regulamento Geralcomo se aposta na lotofácilProteçãocomo se aposta na lotofácilDados da União Europeia,como se aposta na lotofácilportuguês) seria possível e, embora seja seja muito imperfeito, é um marco histórico.
No passado, prejudicamos muitas coisas importantes, como a camadacomo se aposta na lotofácilozônio. Nos demos contacomo se aposta na lotofácilque estávamos a destruindo e agora, com regulamentação e esforço, ela está se recuperando. Outros exemplos que antes eram inimagináveis são o sufrágio universal, os direitos trabalhistas, a jornadacomo se aposta na lotofáciloito horas e as férias.
Neste momento, a internet é como o velho oeste e estamos passando por um processo civilizatório no qual temos que torná-la mais habitável.
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