'Minha filha adolescente foi ameaçadasao paulo aposta ganhamorte': a lutasao paulo aposta ganhabrasileiros contra bullyingsao paulo aposta ganhaescolas no Japão:sao paulo aposta ganha
Dias depois, os meninos voltaram para a salasao paulo aposta ganhaaula como se nada tivesse acontecido. "Eu liguei para a escola furioso. Já tinha alertado para que não deixassem esses meninos perto da minha filha e eles voltaram. Eu disse que iria para a escola no dia seguinte e se os garotos estivessem lá, iria tirá-los à força."
O brasileiro acabou indo atrássao paulo aposta ganhaajuda. Chegou a contatar órgãos públicos, prefeitura e Secretariasao paulo aposta ganhaEducação, sem obter resultados. Ele conta que também tentou uma denúncia na polícia, mas não foi possível registrar a ocorrência.
"Os policiais disseram que não poderiam fazer nada, pois a ameaça não foi enviada diretamente e não tinha o nome dela. Todos sabiam que era para a minha filha e o colega confessou ao professor, mas não foi suficiente. Se gravássemos uma confissão, também não valeria como prova, pois ele poderia alegar que foi coagido", lamentou.
Sem muitas opções, o brasileiro acabou levando o caso para as redes sociais, com a publicaçãosao paulo aposta ganhadois vídeos contando o que havia ocorrido com a filha. As publicações repercutiram e outros brasileiros compartilharam histórias parecidassao paulo aposta ganhaproblemas com os filhos nas escolas japonesas ousao paulo aposta ganhaexperiências pessoais como vítimassao paulo aposta ganhabullying no Japão.
Embora não haja dados oficiais, especialistas que atuamsao paulo aposta ganhaentidades destinadas ao apoio dos estudantes acreditam que o problema é comum para a maioria das crianças com raízes estrangeiras no Japão, e o fatosao paulo aposta ganhaserem diferentes dos japoneses os torna alvos fáceis nas salassao paulo aposta ganhaaula.
"Nas escolas do Japão, é muito comum que as crianças que são diferentes do grupo se tornem vítimas. O fatosao paulo aposta ganhater um rosto, corsao paulo aposta ganhapele, nome diferentes dos japoneses ou simplesmente ter pais estrangeiros é suficiente para que a criança seja excluída do grupo e ridicularizada", explica Iki Tanaka, que dirige uma escolasao paulo aposta ganhauma ONG (NPO Youth Support Center) que presta apoio a crianças e adolescentes estrangeiros com dificuldadessao paulo aposta ganhaadaptação e já atendeu maissao paulo aposta ganha1000 jovenssao paulo aposta ganha40 países.
"Especialmente as crianças com raízes estrangeiras que estudam ou já estudaramsao paulo aposta ganhaescolas japonesas foram vítimassao paulo aposta ganhabullyingsao paulo aposta ganhaalgum momento. É difícil encontrar uma criança que nunca tenha sofrido", revela.
Reações extremas
O bullying é considerado um problema social grave no Japão, responsável pelo suicídiosao paulo aposta ganhamenoressao paulo aposta ganhaidade todos os anos. Em 2019, pelo segundo ano consecutivo, maissao paulo aposta ganha300 crianças e jovens tiraram a própria vida, segundo os dados do Ministério da Educação (Mext).
O governo japonês também mantém um levantamento anual da ocorrênciasao paulo aposta ganhabullying nas escolas. De acordo com os dados divulgadossao paulo aposta ganha2020, foram 612 mil casos reportados por 30 mil escolas no ano anterior, um dado que superou todas as estatísticas anteriores.
Apesar da gravidade do problema, é raro que as escolas tomem medidas mais duras para combatê-lo. O plano preventivo envolve ações como a distribuiçãosao paulo aposta ganhaenquetes anônimas para incentivar alunos a reportarem os casos e para que órgãos governamentais sejam notificados.
Para muitos especialistas, o país está longesao paulo aposta ganharesolver a questão.
"O bullying foi reconhecido como um problema social no Japão a partir da metade da décadasao paulo aposta ganha1980, devido ao interesse público pelas reportagenssao paulo aposta ganhacasossao paulo aposta ganhasuicídiosao paulo aposta ganhaescolas. Maissao paulo aposta ganhatrês décadas depois, o problema persiste, pois os planos preventivos não mostram resultados", afirma Asao Naito, sociólogo e professor da Universidade Meiji.
Autorsao paulo aposta ganhalivros sobre o tema, Naito é um dos principais pesquisadores sobre bullying e acredita que a escola japonesa é um ambiente sem leis, onde crimes ocorrem e nada acontece com os agressores.
"Crimes como violência, ameaças e extorsões se confundem com o bullying. A polícia deveria prender ou orientar os acusados, contatar as instituições infantis se o responsável não tiver maioridade penal. Os agressores deviam ser afastados para proteger as vítimas, as famílias, condenadas a pagar indenizações e o os professores que não deram atenção também deviam ser punidos", defende.
É a passividade da escola que faz com que muitos estrangeiros contemplem tomar atitudes extremas, assim como Sandro, que chegou a cogitar entrar na salasao paulo aposta ganhaaula da filha para retirar os garotos que a ameaçaram à força.
Mãesao paulo aposta ganhadois meninos,sao paulo aposta ganha3 e 9 anos, a brasileira Sayuri Sassaki,sao paulo aposta ganha24 anos, vive na provínciasao paulo aposta ganhaAichi e conta que cresceu no Japão, sofreu bullying e vivia trocandosao paulo aposta ganhaescola. "Aprendi a resolver sozinha, brigando e devolvendo na mesma moeda. Aos meus filhos, deixei claro que não admitiria que agredissem ninguém, assim como não admito que alguém os maltrate."
Mesmo assim, acabou enfrentando uma situação complicada com o menino mais velho que, há cercasao paulo aposta ganhatrês anos, quando estava na primeira série do ensino primário, passou a apanharsao paulo aposta ganhaum colega.
Sem conseguir resolver a situação com a escola, Sayuri conta que chegou no limite ao ver o sofrimento do filho se prolongar.
"O menino já tinha batido maissao paulo aposta ganhauma vez no meu filho quando eu o visao paulo aposta ganhauma gincana. Como reclamar com os professores não estava resolvendo, eu cheguei no garoto para conversar e ele confessou. Eu disse que se ele batesse no meu filhosao paulo aposta ganhanovo eu bateria nos pais dele para que o educassem melhor. Ele saiu desesperado, nunca mais tocou no meu filho", relembra.
Sistema educacional
Para muitos estrangeiros que cresceram no Japão, enfrentar o sistema educacional repletosao paulo aposta ganharegras rigorosas, bullying e pressão é um grande desafio. Quem passa por dificuldadessao paulo aposta ganhasocialização ou com o idioma japonês pode acabar tendo que lidar com questões que se refletem na vida adulta.
Ayumi Nagata,sao paulo aposta ganha27 anos, é tradutorasao paulo aposta ganhaum serviçosao paulo aposta ganhaassistência socialsao paulo aposta ganhaNagoya, capital da provínciasao paulo aposta ganhaAichi. Ela faz visitas às casassao paulo aposta ganhafamílias brasileiras cujas crianças estão fora da escola por algum motivo e diz que "o bullying está presente na maioria" dos casos.
Mas ela ressalta quesao paulo aposta ganhamuitos dos casossao paulo aposta ganhacrianças com problemassao paulo aposta ganhadesempenho escolar, "os pais são ausentes e desinteressados nos estudos dos filhos".
"Não sabiam o que eles passavam na escola (relacionado ao bullying). Não ficavam sabendo o motivo das crianças não terem interessesao paulo aposta ganhair para a escola (justamente por causa do bullying)", diz Ayumi.
"Outros casos eram tambémsao paulo aposta ganhapais que não dominavam o idioma japonês e as crianças que frequentam a escola na maioria, já dominam muito bem o japonês. Às vezes paramsao paulo aposta ganhase comunicarsao paulo aposta ganhaportuguês com os pais. Nesses casos, os pais não ficam sabendo mesmo o que acontece na escola, do bullying, dos traumas, porque não conseguem ter essa comunicação com os filhos."
O que motivou Ayumi a trabalhar com assistência infantil foisao paulo aposta ganhaexperiência pessoal. A brasileira conta que foi vítimasao paulo aposta ganhainúmeros episódiossao paulo aposta ganhabullying na infância e desenvolveu bloqueios com o idioma japonês, apesarsao paulo aposta ganhacompreendê-lo bem, por duvidarsao paulo aposta ganhasua própria capacidade.
"Eu era uma estrangeira com déficitsao paulo aposta ganhaatenção e gordinha, que foi colocada na escola japonesa desde pequena. Eu ficava no fundo da sala sozinha, sempre fui tratada diferente dos outros e era chamadasao paulo aposta ganha'butajiru'", um trocadilho com as palavras "buta" (porco) e "burajiru" (Brasil).
Ayumi acredita que a padronização excessiva na escola seja a causa das desavenças. "A partir da escola eu comecei a entender como é a cultura dos japoneses. Não é levadosao paulo aposta ganhaconta o sentimentosao paulo aposta ganhaninguém, ninguém é tratado realmente como um ser humano deveria ser, com seu sentimento valorizado. Aqueles que agem diferente do grupo são considerados peças defeituosas", opina.
O sociólogo Asao Naito, que pesquisa o bullying há décadas, acredita que o sistema escolar no Japão é totalitário. Segundo ele, não há espaço para individualidades e,sao paulo aposta ganhamodo geral, a sociedade japonesa está tão acostumada com o sistema que o considera natural.
"A essência do bullying no Japão está no fatosao paulo aposta ganhaque as crianças são vistas pelo grupo, e não individualmente. Há uma visãosao paulo aposta ganhaque o grupo deve agirsao paulo aposta ganhaforma única, o aluno pertence à escola e deve se comportar conforme o esperado do grupo", diz ele.
Como não há uma educação que visa o respeito às diferenças, o resultado é a condenação daqueles que são naturalmente diferentes dos outros, como é o caso dos estrangeiros.
"Se uma aluna tem cabelo comprido, estásao paulo aposta ganhasaia curta ou se usa meias coloridas, os professores imediatamente sentem que o comportamento está transgredindo o esperadosao paulo aposta ganhauma escola. Assim os alunos são mandados a ficarsao paulo aposta ganhapé, o comprimento das saias e cabelos são verificados. A individualidade não existe, o que importa é apenas garantir que cada aluno se encaixe nos padrões estabelecidos", explica Naito.
O sistema tão comum aos japoneses surpreende os estrangeiros, e a dificuldadesao paulo aposta ganhase encaixar nos padrões é considerada por especialistas a fonte da maioria dos conflitos.
"Quando vistosao paulo aposta ganhafora, é fácil perceber que há algosao paulo aposta ganhaerrado com esse modelosao paulo aposta ganhaeducação. Não é difícil que este sistema cause estranhezas ou seja mesmo interpretado como cruel por quem não está emergido na sociedade japonesa", conclui Naito.
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