O que faz algumas crianças praticarem bullying pesadocasa de aposta broutras:casa de aposta br
"Eu sentia que se 'ninguém gostacasa de aposta brmim, eu também não gostocasa de aposta brmim'", desabafa.
A experiência dela ilustra uma verdade dolorosa. As crianças, apesarcasa de aposta brtoda a inocência e inexperiênciacasa de aposta brvida, podem ser os agressores mais cruéis. Suas ações, talvez menos freadas pelas normas sociais que aprendemos mais tarde, podem ser desumanas, violentas e chocantes. E podem ter consequências para o resto da vida das vítimas.
O que leva, no entanto, uma criança a praticar bullying?
"Durante muito tempo, na literatura científica, acreditamos que havia apenas um tipocasa de aposta bragressor: uma criança altamente agressiva que tinha problemascasa de aposta brautoestima, possivelmente criadacasa de aposta brum lar violento ou negligente", explica Dorothy Espelage, professoracasa de aposta breducação na Universidade da Carolina do Norte, nos EUA.
Mas esta imagem agora está mudando. A definiçãocasa de aposta brbullying adotada por acadêmicos afirma que é uma formacasa de aposta bragressão entre indivíduos ou grupos que têm diferentes níveiscasa de aposta brpoder.
Talvez essa descrição não consiga capturar o impacto terrível que pode ter sobre as vítimas ou as razões complexas pelas quais as pessoas se tornam agressores. Mas um elemento-chave é a diferençacasa de aposta brpoder.
"Pode ser que você esteja fazendo bullying comigo, e você seja popular, e eu não seja popular, e essa diferençacasa de aposta brpoder dificulte com que me defenda", diz Espelage.
Embora a violência doméstica e a agressãocasa de aposta brirmãos ainda sejam fatorescasa de aposta brrisco para crianças praticarem bullying, não são a única razão, acrescenta a especialista. As crianças que crescemcasa de aposta brlares violentos, mas frequentam uma escola com um programa antibullying e uma atmosferacasa de aposta brapoio, não se tornam necessariamente agressoras.
Valentão ultrapassado
Pesquisas mostram que a imagem do clássico “valentão” da escola se tornou mais sutil nos últimos anos. Além da agressão declarada e direta, outro tipo maquiavélicocasa de aposta brbullying foi identificado.
As crianças que se enquadram nessa categoria tendem a ter mais habilidades sociais, muitas vezes são carismáticas e queridas pelos professores – bem diferente do estereótipo dos agressores.
Basicamente, essas crianças decidem praticar ou não o bullyingcasa de aposta bracordo com suas necessidades.
"Os agressores socialmente dominantes querem ser o líder da multidão", afirma Espelage.
"E a maneira como eles fazem isso é empurrando outras crianças para baixo na hierarquia."
Outras pesquisas argumentam que o bullying geralmente diz mais sobre o agressorcasa de aposta brsi do que sobre as próprias vítimas.
Em um estudo com criançascasa de aposta bridade escolar na Itália e na Espanha, os estudantes participaramcasa de aposta brum exercício que previa pensarcasa de aposta bruma situaçãocasa de aposta brbullying do pontocasa de aposta brvista do agressor. Os pesquisadores também deram às crianças um questionário para preencher sobre os colegas, que deveriam ser classificados como agressor, vítima ou alguém alheio à questão.
Aqueles que foram apontados como agressores pelos colegas se mostraram mais propensos a reagir a um incidente hipotéticocasa de aposta brbullying com declarações que focavamcasa de aposta brcomo o episódio afetava o próprio agressor, fazendo declarações como: "Eu me sentiria bem porque chamei a atençãocasa de aposta broutras crianças”.
Ou demonstrando total faltacasa de aposta brempatia: “Não me sinto culpado porque não penso nisso"; "Me sentiria indiferente porque a vítima não sofre".
Novos tempos, novo bullying
O bullying também assumiu novas formas nos últimos anos. Até então, os acadêmicos definiam a prática como uma agressão recorrente contra a vítima. Mas o universo online está desconstruindo essa ideia, devido ao potencial impacto que um único episódiocasa de aposta brcyberbullying pode ter.
"Precisa acontecer maiscasa de aposta bruma vez, quando você posta algo que foi para um milhãocasa de aposta brpessoas?" questiona Espelage.
"Provavelmente, não."
Na verdade, há uma convergência tão grande entre o bullying praticado na escola e o cyberbullying que alguns pesquisadores argumentam que estão se tornando a mesma coisa – especialmente agora que as crianças costumam levar os smartphones para a salacasa de aposta braula.
"Na minha pesquisa, constatamos que muitas vezes os agressores da escola continuam a perseguição online", diz Calli Tzani-Pepelasi, professoracasa de aposta brpsicologia investigativa da Universidadecasa de aposta brHuddersfield, no Reino Unido.
"Eles podem estar sentados um ao lado do outro, mas preferem intimidar um ao outro por meio da rede social, pois assim suas ações podem ser vistas por mais gente, e eles sentem uma falsa sensaçãocasa de aposta brfama."
Motivação
O que você deve fazer então se acredita que seu filho pode estar praticando bullying com outras crianças?
Buscar a origem das motivações deles é um bom começo.
“Se alguém me ligasse e dissesse que meu filho está tendo esse tipocasa de aposta brcomportamento, eu gostariacasa de aposta brperguntar (à criança): 'O que você está ganhando com isso? Por que você está fazendo isso’?”, sugere Espelage.
"Pode ser que seu filho estejacasa de aposta bruma escola onde esse é o comportamento esperado dele."
Também vale a pena considerar até que ponto as próprias ações dos pais podem influenciar as dos filhos.
"Em alguns casos, o estilo interpessoal dos pais pode estar moldando esse comportamento", acrescenta.
Uma maneiracasa de aposta brlidar com o bullying nas escolas pode ser criando um sistema que promova uma redecasa de aposta brsuporte entre os colegas –casa de aposta brque alunos mais jovens tenham um mentor mais velho.
“O fatocasa de aposta bros alunos mais jovens terem a oportunidadecasa de aposta brse inspirar no comportamento correto dos alunos mais velhos é uma vantagem desse sistema”, aponta Tzani-Pepelasi.
Mas ter um ambiente escolar favorável,casa de aposta bruma maneira geral, também é importante quando se tratacasa de aposta brcombater o bullying.
“É preciso muita persistência e comprometimento por parte dos professores e funcionários da escolacasa de aposta brgeral, pois sem eles o sistema não funciona”, explica.
Espelage concorda que uma relação sólida entre professores e alunos é fundamental.
"O que sabemos pela nossa pesquisa é quecasa de aposta brescolas que prestam atenção aos problemascasa de aposta brentrosamento, se certificandocasa de aposta brque todas as crianças se sintam integradas, há menos bullying", diz ela.
Muitas vezes, porém, esse suporte não existe. Em 2014, Espelage e seus colegas publicaram um estudocasa de aposta brcinco anos mostrando uma associação preocupante entre bullying e assédio sexual nas escolas.
A pesquisa mostrou que o bullying entre crianças pequenas geralmente envolve insultos homofóbicos, que acabam se transformandocasa de aposta brassédio sexual nos anos letivos posteriores.
Mas as crianças envolvidascasa de aposta brcasoscasa de aposta brassédio sexual – tanto as agressoras, quanto as vítimas – muitas vezes não parecem entender a gravidade dos incidentes, talvez porque os professores não estejam intervindo para evitá-los.
“Essa sequênciacasa de aposta bragressão do bullying,casa de aposta brinsultos homofóbicos a abuso sexual e violência no namoro durante a adolescência é real”, diz Espelage.
E será que as crianças paramcasa de aposta brpraticar bullying quando saem da escola? A especialista acredita que algumas podem parar – ou encontrar uma válvulacasa de aposta brescape diferente para a agressão – mas não todas.
"Eu diria, com base na minha experiência, que alguns (agressores escolares) buscam profissões nas quais esse tipocasa de aposta brcomportamento funciona a favor deles, seja como policial, professorcasa de aposta bruniversidade, advogado."
Mas talvez o mais triste disso tudo seja que o impacto do bullying nas vítimas possa durar décadas, levando a uma saúde física e mental mais frágil.
Luto
Youngz, que sofreu bullying durante todo o ensino médio, se capacitou agora como especialistacasa de aposta brapoio ao luto e espera poder ajudar outras pessoas que passaram por perdas semelhantes.
"O bullying faz parte disso porque leva a uma perda da sensaçãocasa de aposta br‘ser normal’, perdacasa de aposta brconfiança, perdacasa de aposta brproteção e segurança", explica.
A pessoa que mais praticava bullying contra Youngz entroucasa de aposta brcontato com ela via Facebook no início deste ano para se desculpar. Quando recebeu a mensagem, ela conta que ficou com raiva.
"Para mim, pessoalmente, não serviu para aliviar qualquer dor que ela tenha me causado", desabafa.
"Pode ter ajudado a ela, não sei."
Neste aspecto, ela acredita que o pedidocasa de aposta brdesculpas – assim como o bullying, que teve um impacto tão negativo nacasa de aposta brvida – tem mais a ver, na verdade, com o agressor do que com a própria vítima.
"Tenho compaixão por ela, porque talvez consiga entender por que ela fez o que fez, porque podia estar tendo problemascasa de aposta brcasa também", diz.
"Mas não estoucasa de aposta bracordo com o que ela fez."
casa de aposta br Leia a versão original casa de aposta br desta reportagem (em inglês) no site BBC Future casa de aposta br .
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