'É uma bomba-relógio': por que cada vez mais universitários precisam pagar dívidas cada vez maiores após se formar nos EUA:spin poker
Seu caso pode parecer extremo, mas não é único. Embora a média da dívida federal dos estudantes sejaspin pokerUS$ 34 mil, o númerospin pokerpessoas com uma dívidaspin pokerpelo menos US$ 100 mil atingiu 3,2 milhões no segundo trimestrespin poker2020, 33,3% a mais do quespin poker2017, segundo dados do governo americano.
Além disso, no início deste ano, maisspin poker270 cidadãos deviam pelo menos US$ 1 milhão. Esse número eraspin poker"maisspin poker100"spin poker2018 e apenas 14 há cinco anos.
A dívida estudantil é a segunda principal causaspin pokerendividamento para as famílias do país, atrás apenas das hipotecas e, portanto, uma das grandes preocupações da sociedade americana.
Os números são quase vertiginosos:spin poker2020, o total da dívida federal dos estudantes atingiu US$ 1,6 trilhão, mais do que o Produto Interno Bruto (PIB) da Espanha (US$ 1,4 trilhão).
Políticos proeminentes como o senador independente Bernie Sanders defendem o cancelamentospin pokertoda essa dívida, e a pandemiaspin pokercoronavírus mais uma vez fez essas reivindicações ganharem força,spin pokermeio ao aumento histórico do desemprego.
'Uma bomba-relógio'
Em meio a essa preocupação, John acabou recorrendo a Travis Hornsby, fundador da Student Loan Planner, uma das empresas líderesspin pokerajudar pessoas com grandes dívidas estudantis.
Hornsby diz que seus clientes geralmente têm cercaspin pokerUS$ 100 milspin pokerdívidas, mas ele também lidou com três casosspin pokerUS$ 1 milhão.
O consultor ajuda seus clientes a encontrar o melhor planospin pokerpagamento entre os oferecidos pelo governo para evitar uma potencial falência que afetespin pokernotaspin pokercrédito e, portanto, dificulte a compraspin pokerum veículo e o aluguel ou aquisiçãospin pokerum imóvel.
"O sistema é tão prejudicial nos Estados Unidos porque não temos limites (nos valoresspin pokerempréstimos federais para estudantes)", critica Hornsby. Mas ele também critica o aumento no custo das matrículas nas universidades.
De acordo com um estudo da organização The College Board, entre 1989-1990 e 2019-2020, a média das taxasspin pokermatrícula triplicou no casospin pokeruniversidades públicas para cursosspin pokerquatro anos e mais do que dobrou no casospin pokerinstituições privadas, para cursosspin pokerdois e quatro anos, após reajustes inflacionários.
Nos Estados Unidos, aqueles que optam por um diploma universitário passam por duas fases: graduação ou pré-graduação,spin pokerconhecimento mais geral, e pós-graduação, necessária para obter um diploma. No total, são até dez anosspin pokerestudos que precisarão ser pagos.
No entanto, existem pessoas que continuam seu caminho rumo à especialização, o que aumenta ainda mais a conta.
Os custos mais altos são encontrados nas faculdadesspin pokerMedicina ou Direito, e Odontologia geralmente lidera a maioria das listas.
Um dos casos que mais chamou atenção nos últimos anos foi ospin pokerMike Meru, um ortodontista que, aos 37 anos, ainda devia maisspin pokerUS$ 1 milhão e cujo caso foi relatado pelo The Wall Street Journal.
"Nesse caso, a pessoa contratou empréstimos para seus estudosspin pokergraduação, depois foi para uma escolaspin pokerOdontologiaspin pokeruma das cidades mais caras dos Estados Unidos e solicitou um empréstimospin pokertalvez US$ 500 mil e depois participouspin pokeroutro programa para se tornar um ortodontista, no qual ele acabou pedindo outros US$ 300 mil. Além dos juros contabilizados enquanto estudava sem efetuar pagamentos. E foi assim que ele acabou com a dívidaspin pokerUS$ 1 milhão", diz Hornsby.
O consultor acredita que o sistema se tornou uma "bomba-relógio". "Existem muitas áreasspin pokerque estamos produzindo diplomadosspin pokerexcesso", enfatiza, apontando as dificuldadesspin pokeralguns formandos para encontrar trabalho e pagar dívidas.
'Não é uma catástrofe'
No entanto, há quem diga que essa visão é um exagero. "A dívida é um problema, mas não uma bolha prestes a estourar", diz o professorspin pokereconomia David H. Feldman, coautorspin pokerWhy does College cost so much? e The Road Ahead for America's Colleges and Universities (em português: Por que a universidade é tão cara? ou O caminho para faculdades e universidades dos Estados Unidos).
Feldman, da Universidade Pública William e Mary, explica que o total da dívida estudantil tem aumentado porque mais estudantes da metade da população com menor renda optaram pela faculdade.
"Isso é bom, não é ruim", diz ele. "A dívida dos estudantes universitários estáspin pokertorno da média, e a média é um valor surpreendentemente pequeno se comparamos com alguns casos terríveis."
Em relação ao constante aumento do preço das mensalidades, o professor argumenta que o ensino superior está ficando mais caro "por causa das mesmas razões pelas quais tudo fica mais caro, dos serviçosspin pokersaúde às creches".
Ele menciona, por exemplo, que o seu trabalho se tornou mais caro devido ao "progresso tecnológico" ou ao forte aumento nos últimos 40 anos no custospin pokerequipes educacionais "altamente qualificadas".
De qualquer forma, o problema dessa dívida não tem muito a ver com os próprios empréstimos, ressalta.
"As pessoas com maior probabilidadespin pokerfalir nem têm a dívida média. Alguém com uma dívidaspin pokerUS$ 8 mil tem mais chancesspin pokerinadimplência do que alguém com umaspin pokerUS$ 35 mil."
Feldman menciona os casosspin pokerque um aluno inicia um curso, mas não o conclui. Portanto, ele não tem o benefício que esses estudos superiores podem trazer, mas permanece com a dívida e os juros.
Em 2019, 17% dos adultos com dívida estudantil pendente estavam atrasados em seus pagamentos,spin pokeracordo com dados do Federal Reserve, o Banco Central americano.
A economista Sandy Baum, que é professora emérita da Universidade George Washington e uma especialistaspin pokerensino superior, também rejeita a ideiaspin pokerque "a maioria dos estudantes que solicitam empréstimos acaba arruinando suas vidas".
"Mais e mais pessoas estão indo para a universidade, e muitas não podem pagar do próprio bolso. Então, mais pessoas estão pedindo empréstimos. Mas poucas pessoas pedem muito dinheiro", diz Baum.
Um terço das pessoas com dívida estudantil deve "menosspin pokerUS$ 10 mil", enfatiza ela.
Baum acredita que o debate "geralmente ignora o fatospin pokerque, embora nosso sistema não seja tão bem projetado quanto ospin pokeroutros países, há programasspin pokerpagamento baseadosspin pokerrenda".
"Se você tem dívida federal estudantil, não precisa pagá-la se o seu salário não permitir", diz a economista.
No entanto, Baum diz ser preocupante o númerospin pokerpessoas que abandonam os estudos e a desigualdade - "os estudantes negros pegam emprestado muito mais dinheiro e têm mais dificuldade para pagar" - ou com o aumento do preço da faculdade. "Os valores estão subindo muito rápido."
Ir para a faculdade "compensa para muita gente, mesmo com os preços das mensalidades subindo", diz ele. "Não para todos, é claro, e você tem que proteger essas pessoas."
Futuro pausado
A preocupaçãospin pokerver a conta da dívida crescer enquanto estuda ou ao final desse período é palpávelspin pokertodas as conversas que a BBC News Mundo, o serviço da BBCspin pokerespanhol, teve com estudantes ou graduados.
"Estou esperando para poder construir a minha vida", diz Paul, um professorspin pokermatemáticaspin poker25 anosspin pokerum instituto público,spin pokertom resignado.
O jovem teve "muita sorte" por seus pais terem pago pelaspin pokerfaculdadespin pokerMatemática Aplicada, mas o mestrado que ele escolheu,spin pokerPedagogia, exigiu um empréstimospin pokerUS$ 55 mil.
Depoisspin pokerterminar e conseguir um emprego com relativa rapidez, ele conseguiu pagar US$ 20 milspin pokerum ano, mas precisou adiarspin pokerindependência e limitando outros gastos: ele mora com os pais e tem 52,6%spin pokersua renda comprometida com a dívida.
O professor espera receber uma ajuda federal que o isentaráspin pokerpagar US$ 17 mil por ele dar aulas por cinco anosspin pokerum centro voltado para famíliasspin pokerbaixa renda.
Ele quer comprar uma casa, mas isso terá que esperar. "E tenho sorte. Uma colega dá aulas há dez anos e ainda tem US$ 100 milspin pokerdívidas". Sua amiga tem 33 anos e "quer ser mãe agora, mas não pode", lamenta Paul.
Uma rotaspin pokerfuga
John, o aluno com uma dívidaspin pokerUS$ 150 mil critica duramente o papel que as universidades desempenham: "Elas dizem que você pagará a dívidaspin pokerpouco tempo. E um adolescente sabe alguma coisa sobre empréstimos quando entra na faculdade?"
Sandy Baum avalia que algumas escolas não ajudam os alunos como deveriam e critica especialmente o casospin pokerinstituições com fins lucrativos, nas quais "quase ninguém conclui os estudosspin pokergraduação".
Hornsby estima que, no casospin pokerJohn, ele pode acabar pagando o valor total da dívidaspin pokercercaspin poker25 anos, atravésspin pokerum refinanciamento que "consumirá um terço"spin pokerseu salário.
Para John, se ele atingir o salário médiospin pokersua profissão após concluir os estudos (cercaspin pokerUS$ 175 mil por ano) e optar por esse programa, isso pode significar pagamentosspin pokercercaspin pokerUS$ 1,5 mil por mês durante duas décadas.
"Se você pensar bem, é muito raro que um graduado com US$ 1 milhãospin pokerdívidas (ou US$ 500.000, US$ 600.000) não tenha problemas com crédito."
Para o futuro dentista, o esforço valerá a pena se ele receber a bolsaspin pokerestudos que deseja. O impacto econômico da pandemia não o preocupa tanto. "Quando eu terminar meus estudos, espero que tenha sido resolvido", diz.
Em questãospin pokertrês meses, maisspin poker30 milhõesspin pokerpessoas ficaram desempregadas no país. A taxaspin pokerdesemprego já é a pior desde a Grande Depressão.
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