Coronavírus: como o mundo desperdiçou a chanced betproduzir vacina para conter a pandemia:d bet
Vários protótipos surgiram, alguns dos quais estavam prontos para serem usadosd bettestes clínicos.
Mas a epidemiad betSars foi controlada e o estudo das vacinas contra o coronavírus foi abandonado.
Anos depois,d bet2012, outro coronavírus perigoso, o Mers-Cov, ressurgiu, causando uma doença respiratória grave, a Mers (síndrome respiratória do Oriente Médio), que se originoud betcamelos e se espalhou para os seres humanos.
Na época, muitos cientistas reiteraram a necessidaded betuma vacina contra esses patógenos.
Hoje, quase 20 anos depois da Sars, quando um novo coronavírus, o Sars-Cov-2, já infectou quase 1,5 milhãod betpessoas, o mundo está mais uma vez se perguntando quando uma vacina estará pronta.
Então, por que não aprendemos com os coronavírus anteriores a pontod betestarmos mais preparados hoje para a covid-19? E por que as vacinas não foram mais estudadas?
'Não estamos interessados'
Uma equiped betcientistas na cidaded betHouston, nos Estados Unidos, continuou pesquisando e,d bet2016, tinha uma vacina pronta contra um coronavírus.
"Terminamos os testes e passamos pelo aspecto crítico da criaçãod betum processod betproduçãod betescala piloto para a vacina", diz Maria Elena Bottazzi, codiretora da Escola Nacionald betMedicina Tropical da Faculdaded betMedicina Baylor e do Centrod betDesenvolvimentod betVacinas do Hospital Infantil do Texas.
"Então, fomos ao NIH (Institutos Nacionaisd betSaúde dos EUA) e perguntamos: 'O que fazemos para transferir rapidamente a vacina para a clínica?' E eles nos disseram: 'Olha, agora não estamos mais interessados'."
A vacina atuava contra o coronavírus que causou a epidemiad betSarsd bet2002, mas, desde que a epidemia foi controlada, os pesquisadores nunca mais conseguiram financiamento.
Mas essa não foi a única vacina suspensa por faltad betdinheiro. Dezenasd betcientistasd bettodo o mundo interromperam seus estudos devido à faltad betinteresse e fundos para continuar pesquisando.
Segundo Susan Weiss, professorad betmicrobiologia da Universidade da Pensilvânia, quando a epidemiad betSars terminou, depoisd betoito meses, pessoas, governos e empresas farmacêuticas "imediatamente perderam o interesse no estudo dos coronavírus. "
"Mas, além disso, a Sars afetou principalmente a Ásia, com alguns casosd betToronto (Canadá), mas não chegou à Europa como esse novo coronavírus", disse Weiss à BBC News Mundo, serviçod betespanhol da BBC
"Então, surgiu o Mers, o segundo coronavírus humano virulento, mas ele ficou quase inteiramente confinado ao Oriente Médio", afirmou.
"Aí os coronavírus e o interesse por eles se dissiparam. Até agora. E realmente acho que deveríamos estar mais bem preparados", afirma a pesquisadora.
Duas advertências
Segundo especialistas, a Sars e a Mers foram dois "avisos importantes" sobre os perigos dos coronavírus, mas, ainda assim, não houve incentivos para que as pesquisas sobre eles continuassem.
Embora a vacina criada pela equiped betMaria Elena Bottazzi fosse para um coronavírus diferente do atual, os especialistas concordam que, se a vacina estivesse pronta, haveria um progresso muito mais rápido no desenvolvimentod betoutra.
Jason Schwartz, professor da Escolad betSaúde Pública da Universidade Yale, diz que a preparação para esta pandemia deveria ter começado logo após o surtod betSarsd bet2002.
"Se não tivéssemos abandonado o programad betpesquisad betvacinas para Sars, teríamos muito mais bases prontas para trabalhar neste novo vírus intimamente relacionado (ao anterior)", disse ele à revista americana The Atlantic.
De fato, o novo coronavírus, chamado Sars-Cov-2, é um "primo próximo" do vírus que causou a Sarsd bet2002.
"Eles são, geneticamente, 80% semelhantes", diz Bottazzi. Como a vacina já passou pelos processos necessários para aprovação, ela poderia ter se adaptado mais rapidamente ao novo coronavírus, segundo a pesquisadora.
"Nós já teríamos um exemplod betcomo esses tiposd betvacinas se comportam e, embora os vírus não sejam exatamente os mesmos, eles vêm da mesma classe", explicou.
"Já teríamos a experiênciad betver onde surgem problemas com a vacina e como resolvê-los. Porque já vimos como a vacina para Sars se comportou pré-clinicamente e esperamos que a nova vacina se comporte relativamente da mesma forma."
"Poderíamos ter informação sobre a segurança (da vacina)d bethumanos", acrescenta Bottazzi. "E teríamos mais confiançad betque essas vacinas podem ser usadasd betpopulações que precisam delas."
'Terrível proposta'
Se todo esse conhecimento estava disponível, por que a pesquisa da vacina contra o coronavírus foi interrompida?
Segundo especialistas, tudo se resume ao dinheiro.
"Não estávamos pedindo US$ 100 milhões ou US$ 1 bilhão", diz Bottazzi.
"Estávamos falandod bettrês ou quatro milhõesd betdólares. Com um milhão e meio, poderíamos ter feito um estudo clínico. Mas o financiamento foi encerrado no momentod betque tínhamos evidências interessantes", afirma Bottazzi.
O financiamento acabou porque não havia mercado para a vacina, como explica Peter Kolchinsky, virologista e diretor da empresad betbiotecnologia RA Capital.
"A realidade é que, quando existe um mercado, existe uma solução", diz ele. "Hoje temos centenasd betvacinas para os coronavírus, mas são todas para animais: porcos, galinhas, vacas etc."
Elas são vacinas para prevenir doenças que podem custar milhõesd betdólares à indústria avícola e pecuária.
Segundo ele, pensava-se que os surtosd betcoronavírusd bethumanos poderiam ser controlados mais facilmente.
"O problema é que, para qualquer empresa, é uma péssima proposta comercial desenvolver um produto que,d betacordo com as probabilidades, não será usadod betdécadas ou talvez nunca."
"Esse é o tipod betcoisad betque os governos devem investir. Se isso fosse uma prioridade, não tenho dúvidad betque as agências governamentais teriam financiado o desenvolvimento contínuod betuma vacina para a Sars ", diz Kolchinsky.
"E talvez estaríamos mais bem preparados para reagir à covid-19", acrescenta ele.
Nova vacina
A realidade agora é que o mundo precisad betuma vacina contra o novo coronavírus que causa a covid-19.
E, provavelmente, ela não estará pronta nos próximos meses — talvez isso só ocorra daqui a 12 ou 18 meses.
Até lá, é possível que a atual pandemia já esteja sob controle.
Bottazzi ed betequipe estão trabalhando na atualização da vacina Sarsd bet2016 ed betuma nova para a covid-19.
Ela e seus colegas continuam tentando encontrar financiamento para suas pesquisas.
"Alguns doadores nos deram dinheiro para recriar a vacinad bet2016 rapidamente. E os Institutos Nacionaisd betSaúde (dos EUA) nos deram uma pequena doaçãod betUS$ 400 mil para iniciar o desenvolvimento da nova vacina contra covid-19. Mas temos que continuar convencendo os doadores a fornecer dinheiro para acelerar o processo", explica Bottazzi.
Todo o processo, diz a pesquisadora, é "muito frustrante".
"Nós, nos laboratórios, queremos desenvolver essas vacinas, mas não há apoio financeiro ou apoiod betentidades governamentais que financiam pesquisas", lamenta Bottazzi.
"Isso ocorre porque não temos programas sustentáveis (de fomento à pesquisa), e as prioridades mudamd betacordo com o que está acontecendo no momento".
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