Coronavírus: o que apontam os estudos com cloroquina e outros possíveis remédios:app betnacional

funcionário do Instituto Pasteurapp betnacionalParisapp betnacionaljaneiroapp betnacional2020.

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Legenda da foto, Várias combinaçõesapp betnacionalmedicamentos estão sendo testadas para tratar a doença causada pelo coronavírus

O combate contra o novo coronavírus inclui ainda testes com plasma sanguíneo, células do cordão umbilical e até mesmo sangueapp betnacionalvermes marinhos.

Veja os principais estudos realizados atualmente:

1. Cloroquina/Hidroxicloroquina

A utilização desses dois remédios com o mesmo componente básico - a cloroquina - suscitou debatesapp betnacionalvários países, como a França e o Brasil. Até o momento, não há comprovação científica da eficácia desses medicamentos, mas houve casosapp betnacionalpessoas que se curaram após usarem o remédio.

A cloroquina é usada no tratamento da malária, da artrite reumatoide e da lúpus, e ganhou projeção mundial como possível solução nessa crise após a publicaçãoapp betnacionalum estudo na Françaapp betnacionalmeadosapp betnacionalmarço, realizado pelo infectologista Didier Raoult, da Universidadeapp betnacionalMedicinaapp betnacionalMarselha.

Os resultados levaram líderes mundiais como o presidente americano, Donald Trump, e o brasileiro, Jair Bolsonaro, a defender com veemência o uso desse medicamento contra a covid-19.

Após muita pressão, o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, anunciou, na terça-feira, a liberação da cloroquina e da hidroxicloroquinaapp betnacionalpacientes com o novo coronavírus. O uso era até então restrito aos casos graves. Os médicos terão, no entanto,app betnacionalassumir os riscos pela prescrição do remédio na fase inicial da doença. O professor francês autor do controverso estudo defende que o medicamento é mais eficaz no começo da doença.

No finalapp betnacionalmarço, quando havia liberado o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para pacientes com formas graves da Covid-19, o ministério da Saúde alegou o chamado uso compassivo (por compaixão), afirmando que não há alternativa terapêutica para essas pessoas infectadas.

No estudo do professor Raoult, os pacientes contaminados receberam a hidroxicloroquina associada ao antibiótico azitromicina. Os resultados, embora considerados promissores, dividiram a comunidade científicaapp betnacionalrelação à possível eficácia do medicamento.

Coronavirusapp betnacionalvisão microscópica

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Legenda da foto, Hidroxicloroquina, usada no tratamento da malária, da artrite reumatoide e da lúpus, ganhou projeção mundial como possível solução contra o novo coronavírus

Pesquisadores franceses criticaram a metodologia do estudo e também o grupo reduzidoapp betnacionalpacientes - apenas 30. Eles alertaram sobre a necessidadeapp betnacionalanálises mais aprofundadas e sobre os efeitos colaterais do remédio, como arritmia cardíaca.

Na França, o hospitalapp betnacionalNice teveapp betnacionalinterromper imediatamente os testes com hidroxicloroquina e azitromicinaapp betnacionaluma mulher internada que sofreu complicações cardíacas após a administração dos dois medicamentos. Além disso, a Agência Nacionalapp betnacionalSaúde investiga três mortes suspeitas, potencialmente ligadas aos efeitos colaterais da hidroxicloroquina,app betnacionaldoentes que se automedicaram.

Raoult publicou uma segunda pesquisa, no finalapp betnacionalmarço, feita com 80 pacientes e recebeu as mesmas críticasapp betnacionalrelação à suposta faltaapp betnacionalrigor científico apontada por alguns no protocolo do primeiro estudo, o que impediria a validação das conclusões obtidas.

Segundo Raoult, diretor do Hospital Universitário Méditerranée Infection,app betnacionalMarselha, o segundo estudo confirma a eficácia da hidroxicloroquina associada ao antibiótico azitromicina: 81% dos doentes puderam deixar o hospitalapp betnacionalcinco dias,app betnacionalmédia.

A grande polêmica lançada pelo professor Raoult acabou levando à inclusão,app betnacionalúltima hora, da hidroxicloroquina no programa europeuapp betnacionalestudos clínicos contra a covid-19, chamado Discovery.

A França e seis outros países europeus (Reino Unido, Espanha, Alemanha, Luxemburgo, Bélgica e Holanda) vão testarapp betnacional3,2 mil pacientes (cercaapp betnacional800 na França) a hidroxicloroquina e três antivirais usados contra o HIV e o Ebola.

O estudo visa descobrir se algum dos medicamentos testados é capazapp betnacionalevitar a multiplicação do vírus da doença, o Sars-Cov-2. Os pacientes escolhidos estãoapp betnacionalestado grave. Os primeiros resultados, ainda parciais, devem ser anunciados no finalapp betnacionalabril, declarou na quarta-feira a infectologista Florence Ader, que pilota os testes franceses do Discovery.

Ela explica que a evolução da doençaapp betnacionalum paciente infectado é longa e leva duas semanas. Dessa forma, a análise dos dadosapp betnacionalcada paciente do estudo só pode ser efetuada quando ele ultrapassa o 15° dia da contaminação, diz Ader. Como novas pessoas infectadas são acrescentadas regularmente aos testes, é preciso constantemente aguardar esse prazo para coletar os resultados.

Por enquanto, cercaapp betnacional530 do totalapp betnacional800 pacientes participam dos testes do Discovery na França. Ader afirma que para avançar no estudo e poder tirar conclusões sobre a eficácia ou não dos medicamentos analisados é preciso ter um número significativoapp betnacionalpacientes. Por essa razão, não há ainda data prevista para as conclusões finais do estudo.

Os dados coletados nos testes do Discovery serão analisados por laboratórios especializadosapp betnacionalestatísticas e serão avaliados por um comitê independente, acrescenta a responsável pelo programa. "É a primeira vez na História que epidemias do tipo pandemias fazem pesquisasapp betnacionaltempo real", diz Ader, referindo-se à mobilização da comunidade científicaapp betnacionalmeio ao avanço do novo coronavírus no mundo.

Também na França, foi lançado no inícioapp betnacionalabril outro amplo estudo sobre a hidroxicloroquina, que reúne 1,3 mil pacientesapp betnacionalcovid-19 e 33 hospitais do país. Batizadoapp betnacionalHycovid, ele é dirigido pelo hospital universitárioapp betnacionalAngers, no sudoeste do país. Os resultados devem ser divulgados nas próximas semanas.

Diferentemente do Discovery, a situação dos pacientes escolhidos no estudo Hycovid é menos severa, embora estejam no grupoapp betnacionalrisco, com idadeapp betnacional75 anos ou mais. Eles não precisamapp betnacionaloxigênio, ainda. A metade receberá um placebo e os outros 650 serão medicados com hidroxicloroquina.

O hospitalapp betnacionalAngers informa que o estudo optou por pacientes com casos menos graves porque é nessa situação, na avaliação da equipe médica, que o tratamento com hidroxicloroquina teria mais chancesapp betnacionalfuncionar.

Cientista

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Legenda da foto, Resultados preliminares do estudo da Fiocruz e da Fundação Medicina Tropical com a cloroquina revelaram que a taxaapp betnacionalmortesapp betnacionalpacientes que receberam o medicamento é semelhante à dos que não o tomaram

As autoridades francesas continuam reticentesapp betnacionalrelação ao uso da hidroxicloroquina. O ministro francês da Saúde, Olivier Véran, declarou na terça-feira que os dados repassados por hospitais do país que estão administrando a cloroquina e a hidroxicloroquina não revelam resultados significativos,app betnacionaltermos estatísticos, dos dois remédios até o momento.

Na China também foram divulgados alguns estudos sobre a utilizaçãoapp betnacionalcloroquina e a hidroxicloroquinaapp betnacionalpacientes infectados, o último deles no finalapp betnacionalmarço. Mas pesquisadores internacionais têm mostrado reticências aos protocolos dos testes chineses, feitos com grupos pequenos, além do fatoapp betnacionalnão ter havido publicação destesapp betnacionalrevista científica.

No Brasil, há dois estudos grandes sendo tocados. Um deles é coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e reúne instituiçõesapp betnacionalvárias regiões do país. O outro é realizadoapp betnacionalparceria pelos hospitais paulistanos Albert Einstein, Sírio-Libanês e o Hospital do Coração (HCor).

Resultados preliminares do estudo feito pela Fiocruz e pela Fundação Medicina Tropical com a cloroquina, divulgados na terça-feira, revelaram que a taxaapp betnacionalmortesapp betnacionalpacientes com covid-19 que receberam o medicamento é semelhante à dos que não o tomaram.

Os testes também mostraram que a dose maiorapp betnacionalcloroquina administrada inicialmente nos pacientes provocou reações indesejadas, como arritmia e outras complicações. Eles receberão agora apenas a dose mais baixa prevista. O infectologista Marcos Lacerda, da Fiocruz, prevê que 440 pacientes sejam testados, o que deve levarapp betnacionaldois a três meses para obter conclusões científicas.

Nos Estados Unidos, um vasto estudo com a hidroxicloroquina foi lançado no finalapp betnacionalmarçoapp betnacionalNova York, epicentro da Covid-19 no país, com maisapp betnacional4 mil mortos.

2. Antivirais contra HIV, esclerose múltipla e ebola

O programa europeu Discovery realiza dois estudos com antivirais usados por pacientes com HIV. Entre os infectados com o novo coronavírus, um grupo receberá um coquetelapp betnacionallopinavir e ritonavir e outro terá a mesma mistura associada ao interferon beta, utilizado contra a esclerose múltipla e que atua no sistema imunológico.

Cientista

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Legenda da foto, Estudo in vitro da Fiocruz com medicamento usado no tratamento do HIV, o atazanavir, fabricadoapp betnacionallarga escala no Brasil, mostrou resultados promissores

O Brasil, segundo o ministro Mandetta, também está realizando ensaios clínicosapp betnacionaltratamentos que combinam o lopinavir e o ritonavir. O Interferon Beta-1-b faz parte da lista.

Um teste realizado com pacientes chineses, publicado no periódico científico The New England Journal of Medicine, revelou, no entanto, que o coquetel lopinavir e ritonavir contra o HIV falhou no combate ao novo coronavírus. Os dois antivirais não melhoraram a situaçãoapp betnacionalpacientes graves tampouco reduziram o númeroapp betnacionalmortes.

Um estudo realizado in vitro pela Fiocruz com outro medicamento usado no tratamento do HIV, o atazanavir, fabricadoapp betnacionallarga escala no Brasil, mostrou resultados promissores, superiores ao da cloroquina. A pesquisa constatou que o atazanavir é capazapp betnacionalinibir a replicação do novo coronavírus e reduzir a proteçãoapp betnacionalproteínas que causam a inflamação nos pulmões.

O antiviral remdesivir, desenvolvido pelo laboratório americano Gilead para o tratamento do ebola, está sendo utilizadoapp betnacionalensaios clínicos na Europa (no âmbito do projeto Discovery), nos EUA, na China e também integra estudos no Brasil, segundo o governo.

Os primeiros testes nos EUA com o remdesivir, realizados pela Universidade do Nebraska, começaram no finalapp betnacionalfevereiro, inicialmente com passageiros que contraíram o vírusapp betnacionalum navioapp betnacionalcruzeiro bloqueado no Japão. Os resultados são esperadosapp betnacionalabril.

3. Plasma

Outra alternativa na miraapp betnacionalpesquisadores é o plasma sanguíneoapp betnacionalpacientes curados, que poderia auxiliar pacientes na fase aguda da doença a lutar contra o vírus. Na França, testes com plasma sanguíneo foram lançados na terça-feiraapp betnacionalhospitais francesesapp betnacionaltrês regiões: Leste, Paris eapp betnacionalperiferia, que são as áreas mais afetadas no país, e a Borgonha.

doaçãoapp betnacionalsangue

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Legenda da foto, Um dos tratamentos aindaapp betnacionalestudo utiliza plasma sanguíneo com anticorpos doado por outras pessoas para fortalecer o sistema imunológicoapp betnacionalpacientes doentes

O objetivo do estudo francês é injetarapp betnacional60 pacientes hospitalizados o plasmaapp betnacionalcercaapp betnacional200 pessoas que se recuperaram da covid-19 há pelo menos duas semanas. Os resultados preliminares poderão ser divulgadosapp betnacionalduas ou três semanas após o início do estudo.

Na China, o estadoapp betnacionalsaúdeapp betnacionaldoentes que receberam transfusõesapp betnacionalplasma teria melhorado rapidamente, segundo a companhia China National Biotech Group.

Os EUA e o Brasil anunciaram recentemente que farão estudos com plasma. No Brasil ele será realizado pelos hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês,app betnacionalparceria com a Faculdadeapp betnacionalMedicina da Universidadeapp betnacionalSão Paulo.

Pesquisadores da Bélgica afirmaram ter descoberto, in vitro, um anticorpo do plasma que impediria o vírusapp betnacionalinfectar as células.

4. Cordão umbilical

O hospital francês Pitié-Salpêtrière,app betnacionalParis, iniciou no domingo testes com células do cordão umbilical. Elas serão injetadasapp betnacionalpacientesapp betnacionalestado grave e que necessitamapp betnacionalrespiradores. O objetivo é demonstrar que elas permitiriam controlar a inflamação dos tecidos pulmonares, acelerarapp betnacionalrecuperação e, dessa forma, reduzir a mortalidade.

Coronavirus visto pelo microscópio

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Legenda da foto, Testes com células do cordão umbilical tentam identificar se elas podem controlar a inflamação dos tecidos pulmonares causada pelo coronavírus

"O cordão umbilical é cobertoapp betnacionalvasos sanguíneos envoltosapp betnacionalum tecido gelatinoso. Ele possui uma grande quantidadeapp betnacionalum tipoapp betnacionalcélulas que apresentam propriedades anti-inflamatórias, antifibróticas (que impedem fibroses) e moduladoras da imunidade", afirma o comunicado da organização que reúne os hospitaisapp betnacionalParis, a AP-HP.

A equipe do estudo informa ainda que essas células já foram usadasapp betnacionalvárias patologias onde há fortes inflamações, como doenças autoimunes e complicações com transplantesapp betnacionalmedula. Além disso, elas podem ser reproduzidasapp betnacionallaboratório e congeladas (criogenia).

5. Verme marinho

A França também iniciou, nesta semana, um teste clínico que administraapp betnacionalpacientes com covid-19 uma solução à base do sangueapp betnacionalum verme marinho da Bretanha.

A hemoglobina, molécula presente nos glóbulos vermelhos e que transporta o oxigênio, desse verme, o Arenicola, consegue transportar 40 vezes mais oxigênio do que a hemoglobina humana.

O sangue do Arenicola poderia ajudar a aliviar dificuldades respiratórias e reduzir as internaçõesapp betnacionalunidadesapp betnacionaltratamento intensivo. O estudo é realizado com dez pacientes por um hospital parisiense. A empresa que produz a solução com hemoglobina do verme marinho foi criada por um ex-pesquisador do Instituto Nacionalapp betnacionalPesquisa Científica da França.

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