Por que é difícil comparar o surtogalera bet 50 grátiscoronavírus com outras epidemias do passado:galera bet 50 grátis

Paciente com coronavírus é tratadogalera bet 50 grátisWuhan

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Maisgalera bet 50 grátis8 mil casos do novo coronavírus foram confirmados até agora

Com a eclosãogalera bet 50 grátisuma nova epidemia causada por um micro-organismo até então desconhecido, como o 2019-nCov, como é oficialmente chamado o coronavírus identificadogalera bet 50 grátisdezembro na China, muitas pessoas olham para o passado na tentativagalera bet 50 grátisencontrar respostas sobre o que o futuro nos reserva.

No entanto, infectologistas ouvidos pela BBC News Brasil dizem ser difícil comparar a atual epidemia com outras anteriores — e até mesmo com as duas causadas por outros coronavírus na última década.

"A gripe espanhola ocorreugalera bet 50 grátisuma épocagalera bet 50 grátisque não tínhamos as medidasgalera bet 50 grátisproteção e antibióticos para tratar complicações pulmonares que temos hoje. É complicado comparar até mesmo com a gripe suína, que foi a grande pandemia [epidemiagalera bet 50 grátisescala global] dos últimos 30 anos, porque o vírus é outro", diz Rivaldo Venâncio, coordenadorgalera bet 50 grátisVigilânciagalera bet 50 grátisSaúde e Laboratóriosgalera bet 50 grátisReferência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

'Coronavírus nunca causou pandemia'

Gripes são doenças respiratórias causadas por vírus do tipo influenza e geram sintomas mais fortes do que osgalera bet 50 grátisum resfriado, que também é uma doença respiratória, mas provocada por outros vírus, como rinovírus e também coronavírus.

Avanlo da Sars

"O vírus influenza causou várias pandemias históricas, mas ele tem como característica uma capacidade muito grandegalera bet 50 grátissofrer mutações egalera bet 50 grátisgerar epidemias, algo que não acontece com o coronavírus", diz João Renato Rebello Pinho, médico patologista e chefe do laboratóriogalera bet 50 grátistécnicas especiais do Hospital Albert Einstein.

Os coronavírus são uma famíliagalera bet 50 grátisvírus conhecida desde os anos 1960 e que circula entre animais. Destes vírus, sabe-se que sete são capazesgalera bet 50 grátissaltar a barreira entre espécies e contaminar pessoas. Eles podem causar desde um resfriado comum até problemas respiratórios graves que podem levar à morte.

Pinho diz que o novo coronavírus vem sendo descrito como resultadogalera bet 50 grátisuma recombinação genética entre um coronavírus presentegalera bet 50 grátismorcegos e outro presentegalera bet 50 grátisrépteis que gerou uma nova variante capazgalera bet 50 grátisinfectar humanos. "Mas isso é bem rarogalera bet 50 grátisacontecer", afirma.

E um coronavírus nunca causou uma pandemia, diz Kleber Luz, professor do Institutogalera bet 50 grátisMedicina Tropical da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

"Quem provoca isso são os vírus influenza, porque geram muitos sintomas, como secreções, e são muito infectantes, têm uma grande capacidadegalera bet 50 grátisdisseminação. Se ele se espalha por uma população que não estiver vacinada, 90% das pessoas vão pegar", diz Luz.

OMS decretou situaçãogalera bet 50 grátisemergência

Até o momento, há 8,1 mil casos do novo coronavírusgalera bet 50 grátis20 países, com apenas 82 fora da China. Houve maisgalera bet 50 grátis210 mortes, todas na China.

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Isso levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a decretar uma situaçãogalera bet 50 grátisemergênciagalera bet 50 grátissaúde públicagalera bet 50 grátisinteresse internacional ao anunciar que se tratagalera bet 50 grátisum "surto sem precedentes".

Na última década, este tipogalera bet 50 grátissituação foi declarada apenas cinco vezes, segundo a agência Reuters:galera bet 50 grátis2009, por ocasião do vírus H1N1 que causou epidemiagalera bet 50 grátisgripe;galera bet 50 grátis2014, nas epidemiasgalera bet 50 grátisebola no oeste da África egalera bet 50 grátispólio;galera bet 50 grátis2016, com a epidemiagalera bet 50 grátiszika no Brasil; egalera bet 50 grátis2019, com a epidemia (aindagalera bet 50 grátiscurso)galera bet 50 grátisebola na República Democrática do Congo.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS

Crédito, Reuters

Legenda da foto, OMS decretou situaçãogalera bet 50 grátisemergência por causa do surtogalera bet 50 grátiscoronavírus

"Não sabemos o tipogalera bet 50 grátisdano que esse vírus pode causar se ele se espalhargalera bet 50 grátisum país com um sistemagalera bet 50 grátissaúde mais frágil", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

Os coronavírus já estiveram por trás dois surtosgalera bet 50 grátisdoenças desde o início deste século. A Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars, na siglagalera bet 50 grátisinglês) matou 774 das 8.098 pessoas infectadasgalera bet 50 grátis2002.

A Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers, na siglagalera bet 50 grátisinglês) levou à morte 858 dos 2.494 pacientes identificados desde 2012, principalmente nesta região do mundo.

Assim, o númerogalera bet 50 grátiscasos confirmados do novo coronavírus já é três vezes maior do que os do vírus da Mers e superou o totalgalera bet 50 grátisinfecções registradas pelo vírus da Sars.

Transmissibilidade e letalidade ainda são incertos

Isso pode ser atribuídogalera bet 50 grátisparte ao graugalera bet 50 grátistransmissibilidade dos vírus, ou seja, para quantas pessoas um paciente infectado pode transmiti-lo.

Dados da OMS apontam que o vírus da Mers tem uma transmissibilidade menor do que 1, enquanto o da Sars varia entre 2 e 4. Até o momento, essa taxa é estimadagalera bet 50 grátis2 a 5 para o novo coronavírus.

No entanto, especialistas apontam que a epidemiagalera bet 50 grátisMers ocorreu sobretudo na Península Arábica, uma região com uma densidade populacional bem menor do que a da Ásia.

"Isso contribuiu para que houvesse menos casos do que agora e com a Sars, que ocorreram onde há a maior densidade populacional do mundo. Por isso acho precoce atribuir o númerogalera bet 50 grátiscasos à capacidadegalera bet 50 grátistransmissão do novo coronavírus", diz Pinho.

Há diferenças inclusivegalera bet 50 grátisrelação à epidemiagalera bet 50 grátisSars, que também começou na China. "Este surto é distinto porque eclodiugalera bet 50 grátisWuhan, uma metrópolegalera bet 50 grátis11 milhõesgalera bet 50 grátishabitantes, enquanto ogalera bet 50 grátisSars começougalera bet 50 grátiscidades menores", afirma Venâncio, da Fiocruz.

Além disso, passaram-se quase oito anos desde a epidemiagalera bet 50 grátisMers e 17 anos desde a epidemiagalera bet 50 grátisSars, e, neste tempo, novas tecnologias foram desenvolvidas para diagnosticar a infecção por um vírus com mais eficiência e rapidez.

Mulher com máscaragalera bet 50 grátisaeroporto no Sri Lanka

Crédito, EPA

Legenda da foto, Surto está apenas no começo, alertam especialistas

"Hoje, com a biotecnologia, rapidamente temos as ferramentas para confirmar casos. Com os surtos anterioresgalera bet 50 grátiscoronavírus, os laboratórios não tinham como fazer isso tão rápido. Muitos casos permaneciam como suspeitas. E, claro, neste tempo, também aumentou a população mundial e a circulaçãogalera bet 50 grátispessoas", afirma Luz, da UFRN.

Por fim, infectologistas são unânimesgalera bet 50 grátisapontar outro motivo pelo qual é difícil comparar o atual surto com outros do passado: ainda é cedo. Faz apenas um mês que o novo coronavírus foi identificado, e suas características identificadas são provisórias.

"Há dois aspectos fundamentais que ainda faltam ser confirmados:galera bet 50 grátistransmissibilidade e qual égalera bet 50 grátisreal taxagalera bet 50 grátisletalidade", diz David Uip, infectologista do Hospital Sírio Libanês e ex-secretário estadualgalera bet 50 grátissaúdegalera bet 50 grátisSão Paulo.

Por enquanto, a taxagalera bet 50 grátisvítimas fatais do novo coronavírus é estimadagalera bet 50 grátis2%, bem abaixo dos índices registrados nas epidemiasgalera bet 50 grátisMers (35%) e Sars (10%).

Uip diz que esta taxa vem sendo calculada com base nos casosgalera bet 50 grátispacientes que apresentaram sintomas, e ainda não se sabe ao certo quanto seriam os casos assintomáticos.

"Os dados ainda são muito incipientes para definir as características deste vírus e comparar com o que já aconteceu no passado", afirma o infectologista.

"Não podemos nos precipitar. É preciso ter cuidado e trabalhar com muita transparência e exatidão. Já passei por muitas epidemias para saber que cometer exageros gera pânico e uma corrida para os serviçosgalera bet 50 grátissaúde que os desestabiliza."

Benedito Antonio Lopes da Fonseca, professor da Faculdadegalera bet 50 grátisMedicinagalera bet 50 grátisRibeirão Preto da Universidadegalera bet 50 grátisSão Paulo, afirma que, por enquanto, o novo coronavírus parece ser mais "mais transmissível e menos letal" do que os anteriores.

"Mesmogalera bet 50 grátisrespeito a isso, o que foi divulgado até agora aponta que a maioria dos casos graves e mortes sãogalera bet 50 grátispessoas que tem algum problemagalera bet 50 grátisimunidade, mas não existe um estudogalera bet 50 grátiscaso que defina todos os fatoresgalera bet 50 grátisrisco associados", diz o infectologista.

Fonseca avalia que, diantegalera bet 50 grátisuma população como a da China,galera bet 50 grátis1,4 bilhõesgalera bet 50 grátishabitantes, o númerogalera bet 50 grátiscasos confirmados ainda pode ser considerado pequeno e recomenda cautela.

"Não podemos passar a imagem que se tratagalera bet 50 grátisuma doença avassaladora para a humanidade. Com base no que vimos até agora, isso não é verdade."

Línea

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