Bolsonaro na Índia:7 pontos, como o Brasil se compara ao país asiáticoindicadores econômicos e sociais:
Se no início dos anos 2000 o Brasil e a Índia foram considerados promessaseconomias que cresceriam muito, hoje se sabe que o crescimento econômico brasileiro não fez jus às expectativas.
Duas décadas depois, a expectativa para este ano é que o Brasil cresça três vezes menos que a Índia. Mas como estão outros indicadores econômicos e sociais?
No momentoque o presidente Jair Bolsonaro faz visita oficial à Índia, a BBC News Brasil traz a comparação dos dois países7 pontos, com índices que medem o desempenho dos paísesdiferentes áreas.
1) Crescimento econômico
A Índia deve crescer mais que o Brasil e que a média do mundo2020. Segundo a projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI), o PIB brasileiro deve terminar este ano com um crescimento2% e o indiano,7%. No mesmo período, o mundo deve crescer 3,4%, segundo a instituição.
Os dados dos últimos anos mostram que essa distância no crescimento não é novidade. Em 2018, por exemplo, o Brasil cresceu 1,1% e a Índia, 6,8%.
De 1998 a 2008, só houve dois anosque o Brasil cresceu mais que a Índia: 2000 e 2008, segundo dados compilados pelo Banco Mundial. O gráfico abaixo mostra o crescimento da economia nos dois países nos últimos 20 anos.
Quando o tamanho do PIB é dividido pela quantidadepessoas no país, no entanto, o Brasil sai bem na frente.
A população brasileira (209 milhões) é seis vezes menor que a população da Índia,mais1,3 bilhãopessoas.
Nos mesmos 20 anos (1998 a 2008), o PIB per capita do Brasil esteve sempre acima do indiano, conforme mostra o gráfico do Banco Mundial, que compara o PIB per capita dos dois paísesdólares:
2) Comércio exterior
Os dados sobre comércio exterior mostram que a economia da Índia é mais aberta que a brasileira.
No Brasil, as exportações e importações foram o equivalente a 29% do PIB2018; na Índia, esse índice foiaproximadamente 43%.
O gráfico abaixo, com dados compilados pelo Banco Mundial, mostra quanto o comércio exterior representapercentual do PIBcada um dos países:
3) Expectativavida
Conforme tem acontecido no mundo todo, a expectativavida ao nascer aumentou tanto na Índia quanto no Brasil nos últimos 20 anos.
Nesse quesito, no entanto, o Brasil vence da Índia. O dado mais recente (2017) mostra que, ao nascer, um brasileiro tem expectativavida cercaseis anos maior que aum indiano. Para o Brasil, são pouco mais75 anos e, na Índia, 69 anos.
4) Desenvolvimento humano
O Brasil tem um índicedesenvolvimento mais alto que a Índia, segundo relatóriodesenvolvimento humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
No ranking189 países classificados no ÍndiceDesenvolvimento Humano (IDH), o Brasil aparece na posição 79 (com IDH0,7612018). A Índia ficou na posição 129, com IDH0,647 no mesmo período.
Esse indicador vaizero a um e, quanto mais alto o número, maior o desenvolvimento humano. O índice mede o progresso dos paísestrês áreas: renda, saúde e educação.
No topo do ranking, estão Noruega e Suíça, que são classificados com IDH "muito alto".
No fim da lista, com IDH baixo, aparecem nas piores posições a Nigéria e a República Centro-Africana.
5) Concentraçãorenda
O Brasil e a Índia empatam na concentraçãorenda dos 10% mais ricos, segundo o relatóriodesenvolvimento humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)2019.
Nos dois países, a parcela dos 10% mais ricos da população concentra 55% do total da renda (quando são consideradas todas as formasrenda, não apenas as respostas nas pesquisas domiciliares).
Com uma concentração ainda maior que Brasil e Índia, aparecem o Oriente Médio (61%) e a África Subsaariana (57%). Na Europa, por exemplo, esse índice é34%.
Considerando a rendatoda a população2000 a 2018, o crescimento no Brasil foi5% e o da Índia, muito maior: 122%.
Quando olhamos para a parcela mais pobre da população, no entanto, a evolução no Brasil foi melhor que a da Índia.
O relatório mostra quanto cresceu a renda dos 40% mais pobrescomparação ao crescimento total da renda no país. No Brasil, a renda desse grupo cresceu 14 pontos percentuais acima da média entre 2000 e 2018. Na Índia, a renda dos 40% mais pobres cresceu 64 pontos percentuais abaixo do crescimento médio no mesmo período.
6) Educação
Uma das formasmedir o acesso à educação é a quantidadepessoas na escola, dividida pela população que oficialmente deveria estar nessa etapaensino.
Dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) compilados pelo Banco Mundial mostram que o Brasil e a Índia aparecem muito próximos na comparaçãomatrículas no ensino primário — etapa que, no Brasil, corresponde aos anos iniciais do ensino fundamental (de 1º a 5º ano).
É a educação primária, segundo a Unesco, que "tem o objetivofornecer aos alunos uma educação básica sólidaleitura, escrita e matemática, bem como uma compreensão elementartemas como história, geografia, ciências naturais, ciências sociais, artes e música".O Brasil aparece com um índice115% e a Índia, com 112%. O número passacem porque, por esse cálculo bruto, também são considerados os alunos que,teoria, já passaram da idadeestar naquela etapaensino — como um adulto cursando o ensino primário, por exemplo.
7) EmissõesCO2
A emissãogásefeito estufa vem crescendoritmo mais acelerado na Índia do que no Brasil.
A emissãoCO2 na Índia (2,238 milhõesquilotoneladas) é maisquatro vezes maior que a do Brasil (529 mil quilotoneladas), segundo dados2014.
No entanto, como a população indiana é seis vezes maior que a brasileira, quando esse valor é comparado ao tamanho da população, a proporçãoemissão no Brasil por habitante é maior.
Veja no gráfico do Banco Mundial a evolução da emissãoCO21998 a 2014 (dado mais recente disponível):
A grafia da palavra Brasil aparece como Brazil nos gráficos pois eles foram extraídos da página do Banco Mundial,inglês.
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