Por que surpreende que agora Maduro aprove uso do dólar na Venezuela:bwin gutschein

A declaraçãobwin gutscheinMaduro

Em entrevista concedida a José Vicente Rangel, ex-vice-presidentebwin gutscheinHugo Chávez, transmitida pelo canal Televen, Maduro se referiu à crescente dolarização.

"Não vejo como algo ruim (...) esse processo que eles chamambwin gutscheindolarização; pode ajudar na recuperação e desenvolvimento das forças produtivas do país e no funcionamento da economia (...) graças a Deus que ele existe", afirmou presidente.

Ele garantiu, no entanto, que "a Venezuela sempre terábwin gutscheinmoeda (...) vamos ter sempre o bolívar, vamos recuperá-lo e vamos defendê-lo".

O líder da oposição Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela pelos Estados Unidos e pela maioria dos países da América Latina e da União Europeia, atacou Maduro depoisbwin gutscheinouvir suas palavras:

"O fracassadobwin gutscheinMiraflores reconhece hoje que o país está dolarizado."

O que Maduro dizia antes

O fatobwin gutscheinMaduro ter aprovado publicamente o uso do dólar pegou muita gentebwin gutscheinsurpresa.

Na campanha às eleições presidenciaisbwin gutschein2018, ele criticou a propostabwin gutscheindolarizar o país do adversário Henri Falcón.

"Ele não sabe o que diz", afirmou Maduro, acrescentando que "a propostabwin gutscheindolarizar e acabar com a moeda venezuelana era uma proposta inconstitucional".

Em fevereirobwin gutschein2018, quando Maduro anunciou o lançamento do petro, a moeda virtual com a qual esperava estimular a economia venezuelana, ele e outros membros do governo repetiram que tinham como garantia as reservasbwin gutscheinpetróleo da Venezuela, uma vantagem sobre o dólar, cujo valor é estritamente fiduciário.

Ebwin gutscheinagosto deste ano, Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional Constituinte pró-governo, considerado um dos líderes mais importantes do chavismo, se mostrou a favorbwin gutschein"obrigar que as transações sejam feitasbwin gutscheinbolívar ou por meiobwin gutscheinescambo", como formabwin gutschein"fortalecer o bolívar".

A oposição ao dólar não se restringiu a declarações.

Henkel García, analista da consultoria Econométrica, afirmou à BBC News Mundo, serviçobwin gutscheinespanhol da BBC, que "o governo fez tudo o que pôde para impedir a dolarização e chegou, inclusive, a perseguir aqueles que publicavam o valor da taxabwin gutscheincâmbio no mercado paralelo."

O economista Francisco Rodríguez, um dos responsáveis pela elaboração do programa econômico do candidato Falcón, avalia: "O custo para o nosso país da improvisação e da irresponsabilidade daqueles que hoje detêm o poder é incalculável."

O que fez Maduro mudarbwin gutscheinideia

Nos últimos meses, pressionado pela grave situação econômica e pelo impacto das sanções impostas pelos Estados Unidos, o governo Maduro vem afrouxando muitos dos controles que há anos restringem a atividade econômica na Venezuela.

Apesar da retórica anticapitalistabwin gutscheinseu governo "revolucionário", economistas como Asdrúbal Oliveros, da consultoria Ecoanalítica, acreditam que Maduro "está aplicando um planobwin gutscheinajuste, embora não admita".

Muitas vezes sem anunciar publicamente, as autoridades abandonaram práticas que eram uma das marcas registradas desde a gestãobwin gutscheinHugo Chávez, como o controlebwin gutscheinpreços ebwin gutscheincâmbio, que, segundo Henkel García, "permitiram um maior dinamismo na economia ".

Ao permitir a entrada do dólar e oferecer maior liberdade aos agentes econômicos, "Maduro ganhou algum tempo e aliviou a pressão social à qual foi submetido", avalia Henkel García.

Para o especialista, esse "novo pragmatismo" responde a uma "estratégiabwin gutscheinsobrevivência política".

Ingerzon Freites, professorbwin gutscheineconomia da Universidade Central da Venezuela, concorda parcialmente com o novo rumo que o governo parece ter adotado.

"O atual graubwin gutscheindolarização é efetivamente uma válvulabwin gutscheinescape para a crise que o país está enfrentando, portanto, na atual conjuntura e no curto prazo, pode ser viável", afirmou.

Para García, "sem o dólar, a economia estaria ainda pior, mas o governo não fez nada alémbwin gutscheinreconhecer algo que vinha acontecendo e não conseguia frear".

O dólar vai ser a nova moeda da Venezuela?

García ressalta que "a experiência mostra que os processosbwin gutscheindolarização são irreversíveis no curto prazo, e as palavrasbwin gutscheinMaduro vão incentivar ainda mais o uso da moeda no casobwin gutscheinquem ainda estava na dúvida".

A Venezuela não é o primeiro país da América Latina a recorrer ao dólar para conter a inflação e estabilizar a economia. Outros já fizeram isso antes, como Equador, Peru e Bolívia.

Mas, na Venezuela, o processo não está legalmente regulamentado — a sociedade que está se agarrando espontaneamente ao dólar sem que haja um marco jurídico claro, o que, segundo especialistas, pode ser problemático.

O economista Francisco Rodríguez diz que "uma dolarizaçãobwin gutscheinverdade permitiria que todos os venezuelanos recebessem salários e fizessem depósitos bancáriosbwin gutscheindólar".

A impossibilidadebwin gutscheindepositar dólar no sistema bancário favorece uma economiabwin gutscheinque são manuseadas grandes quantiasbwin gutscheindinheirobwin gutscheinespécie, o que, segundo Luis Vicente León, da consultoria Datanálisis, "é o ambiente ideal para um traficantebwin gutscheindrogas, que pode entrar no sistema sem chamar atenção ".

Os grandes perdedores no atual cenário, argumenta Rodríguez, "são aqueles que ganhambwin gutscheinbolívar": a maioria da população, segundo estudos, incluindo funcionários públicos, cujos salários não acompanham a alta dos preços.

Embora Maduro tenha lembrado que aqueles que recebem seus rendimentos na moeda local "são salvos pela pátria", graças ao sistemabwin gutscheinbônus e assistência implementado pelos governos chavistas.

Os especialistas pedem que a dolarização seja plena e legalmente estabelecida, mas alguns duvidam que isso seja possível sob o atual regimebwin gutscheinsanções impostas pelos EUA, já que, como diz García, "uma vez que o governo está sob sanção, isso impede um processo formalbwin gutscheindolarização".

O analista diz que o dólar "deu oxigênio à economia", mas não será suficiente para acabar com a crise na Venezuela.

"Para isso é necessário resolver o problema da dívida e voltar a atrair grandes investimentos", desafios pendentes para um país que testemunhou nos últimos anos a saídabwin gutscheinmaisbwin gutschein4 milhõesbwin gutscheinpessoas, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), que partirambwin gutscheinbuscabwin gutscheinoportunidades que não encontravam mais ali.

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