Por que os venezuelanos não estão protestando tanto quanto cidadãoshacker mines betnacionaloutros países da América Latina:hacker mines betnacional
A oposição venezuelana esperava que a renúnciahacker mines betnacionalEvo Morales como presidente da Bolívia ehacker mines betnacionalsaída do paíshacker mines betnacionalmeio às acusaçõeshacker mines betnacionalfraude eleitoral e pressões da cúpula militar animassem seus seguidores a irhacker mines betnacionalnovo às ruas contra Maduro, como aconteceu nos primeiros meses do ano. Na época, Guaidó se declarou presidente interino e foi reconhecido como tal pelos Estados Unidos e pela maioria dos países da União Europeia e da América Latina.
Mas os protestos deste sábado, como outros convocados ultimamente, estiveram longehacker mines betnacionalserem grandes, e a permanênciahacker mines betnacionalMaduro no poder não parece tão ameaçada quanto antes.
Os venezuelanos, que fizeram grandes manifestações e tiveram semanashacker mines betnacionalchoques entre detratores do governo e suas forçashacker mines betnacionalsegurançahacker mines betnacional2013, 2014 e 2017, se abstêm agorahacker mines betnacionalparticiparhacker mines betnacionalprotestos políticos, uma atitude que contrasta com a tensão crescentehacker mines betnacionaloutros países da região.
A quedahacker mines betnacionalEvo Morales na Bolívia se soma às semanashacker mines betnacionalcontestação que o governohacker mines betnacionalSebastián Piñera enfrenta no Chile e a uma iminente greve nacional na Colômbia.
Antes disso, o presidente do Equador, Lenín Moreno, teve que voltar atrás quanto à retiradahacker mines betnacionalum subsídio à gasolina que havia anunciado diante da resposta que encontrou das ruas.
Nesta semana, um grupo ligado a Guaidó invadiu a Embaixada da Venezuelahacker mines betnacionalBrasília, pouco antes do início da Cúpula dos Brics.
Mas, embora a Venezuela continue tendo com frequência pequenos protestos pela faltahacker mines betnacionalágua, gás ou gasolina, as grandes mobilizações deixaramhacker mines betnacionalser a tônica.
Por que a tradicionalmente agitada Venezuela agora segue na contramão?
Negociações por paz
Sabana Grande, no centrohacker mines betnacionalCaracas, era uma das regiões por onde o protestohacker mines betnacionaloposição convocado por Guaidó deveria ter passado.
Umahacker mines betnacionalsuas partidárias, a professora aposentada Zuleyma Castro, explica porque acredita que cada vez menos gente vai aos protestos.
"Os meses que foram gastos para negociar com o governo tiraram a força da mobilização", diz, na entradahacker mines betnacionalum centro comerical na qual há muito mais policiais que manifestantes.
A oposição venezuelana havia interrompido a convocaçãohacker mines betnacionalprotestos quando houve uma negociação do governo, com mediação da Noruega.
O processo fracassou, igual o celebrado na República Dominicana entre 2017 e 2018, reforçando os argumentos dos setores da ala mais dura da oposição, encabeçados por María Corina Machado e seu partido Vente Venezuela, que rechaçam qualquer negociação com o governo.
Marielena Martínez, outra cidadã que iria se manifestar na regiãohacker mines betnacionalChacaíto, diz acreditar que o diálogo falho aflorou "divisões na oposição".
Por que a liderançahacker mines betnacionalGuaidó é questionada
Guaidó voltou a prometer este sábado que vai "manter os protestos até conseguir a liberdade".
Castro, a senhora que lhe apoia, diz continuar acreditando na liderança do dirigente. "Quem vamos colocarhacker mines betnacionalseu lugar?", ela pergunta.
Mas centroshacker mines betnacionalpesquisas, como o Delphos, já detectam uma queda emhacker mines betnacionalcredibilidade com a população.
Seu rival Maduro tampouco sai favorecido nas sondagens e nas marchas pró-governo. Muitos dos que frequentam os protestos costumam ser funcionários públicos ou pensionistas que recebem alguma compensação.
A desmobilização afeta os dois grupos.
Robinson Paternina foi a duas marchas convocadas por Guaidó no começo do ano, mas neste sábado a BBC Mundo o encontrou fazendo filahacker mines betnacionaluma lojahacker mines betnacionalbebidas na regiãohacker mines betnacionalBello Monte. "Antes havia um riohacker mines betnacionalpessoas nas marchas, mas agora já não há, porque não há líderes", ele diz.
No começo do ano, Guaidó atacou o chavismo com açõeshacker mines betnacionalimpacto, como a tentativa da entrada da chamada "ajuda humanitária" no dia 23hacker mines betnacionalfevereiro ou o levante militar frustradohacker mines betnacional30hacker mines betnacionalabril. Agora, ele diz que "não há data mágica".
Mas o país tem uma história cheiahacker mines betnacionalgolpes militares e caudilhos que o governaramhacker mines betnacionalmaneira autoritária, o que dificulta transmitir essa mensagem nas ruas.
Paternina pede dirigentes que "façam o que tiverem que fazer, que digam que vamos matá-los ou que nos matem".
"Como na Bolívia", conclui.
Influência da política internacional
Nestes dias, as alusões à Bolívia são frequentes.
Na horahacker mines betnacionalque Guaidó encerravahacker mines betnacionalmarchahacker mines betnacionalfrente à Embaixada boliviana, os seguidores do governo escutavam na outra ponta da cidade a Diosdado Cabello, um dos mais poderososo dirigentes chavistas, clamar contra "o golpehacker mines betnacionalEstado" que derrubou Evo Morales.
Protestos da oposição e contra-protestos do governo são uma constante na história recente da Venezuela.
Mas há cada vez menos gente nelas.
Josefina, hoje aposentada do setorhacker mines betnacionalturismo, era assídua nas concentrações do chavismo. Ela perdeu esse costume.
"A gente marcha e marcha e no final tudo fica igual", conta, enquanto procura a barracahacker mines betnacionalfrutas com o melhor preçohacker mines betnacionalum mercado da avenida Baralt, não tão distante do Paláciohacker mines betnacionalMiraflores. Ela, como tantos outros, se queixahacker mines betnacionalquão dura a vida no país ficou, golpeado por uma grave crise econômica.
O efeitohacker mines betnacionalcontágio da Bolívia por qual a oposição esperava não se produziu, ao menos por enquanto.
Se Morales renunciou quando o alto comando militar e policialhacker mines betnacionalseu país pressionaram para que o fizesse, na Venezuela, salvo esporádicas deserções, as Forças Armadas continuam do lado do governo.
Geoff Ramsey, analista do centrohacker mines betnacionalanálise Washington Office of Latin America, observa que "Maduro construiu muitos laços com os militares e mostrou muito mais habilidade para controlá-los que Morales".
A não concretização das ameaças dos Estados Unidos contra Nicolás Maduro foi outra das razões que desinflaram a oposição.
Washington repitiu muitas vezes que "todas as opções estão sobre a mesa" para derrubar Maduro, o que pareceu abrir a porta para uma intervenção militar na Venezuela.
Mas o passar dos meses deixou claro que o governohacker mines betnacionalDonald Trump não vai ir além da imposiçãohacker mines betnacionalsanções e da pressão diplomática contra o mandatário chavista.
Embora tenha agravado seus problemas econômicos e dificultado ainda mais a vida da população, nada disso serviu para derrubar o governo.
Como a repressão e a crise impactam a população
Na noite anterior à mobilização convocada para este sábado, encapuzados com grandes armas irromperamhacker mines betnacionalum escritório do partidohacker mines betnacionalGuaidóhacker mines betnacionalCaracas. Segundo quem estavam ali, apontaram armas aos presentes, roubaram seus pertences e causaram danos.
Foi o último exemplo da intimidação e violência que sofrem com frequência os seguidores da oposição.
Quandohacker mines betnacionalfevereiro Guaidó mobilizou seus seguidores até a fronteira com a Colômbia para apoiar a entrada dos insumos doados por aliados internacionais, grupos motorizados armados dispararam na região onde estavam ativistas, sem que a Guarda Nacional, amplamente espalhada ali, fizesse algo para impedir.
Um informe da alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, reportou múltiplos casoshacker mines betnacionaluso excessivo da força contra os manifestantes por parte das forçashacker mines betnacionalsegurança.
Em uma visita a Caracas, Bachelet disse também que os seguidores do governo haviam sido objetohacker mines betnacionalagressões nos protestos..
O perigo intrínsecohacker mines betnacionalse manifestar também contribuiu para dissuadir muitoshacker mines betnacionalparticiparem.
"Com as marchas não se ganha nada, e além disso se expõe a socos", diz Josefina, que prefere não ter o sobrenome divulgado.
São muitos os venezuelanos que, nesses duros momentos, veem outras batalhas como prioridade.
"Antes eu podia me permitir, mas agora não posso perder um diahacker mines betnacionaltrabalho para ir a um protesto", comenta Robinson Paternina.
Josefina concorda: "Minha marcha todos os dias é para encontrar água e gás, que não chegam na minha casa. Não posso perder tempo com outras coisas."
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