Eleições na Bolívia: o paradoxal sucesso das multinacionais na 'economia plural'casa de apostas usaEvo Morales :casa de apostas usa

Evo Morales com Antonio Brufau, presidente da Repsol

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Legenda da foto, Evo Morales com Antonio Brufau, presidente da petroleira espanhola Repsol

Foi assim que a Bolívia se tornou o primeiro país da América Latinacasa de apostas usaque a rede abriu e fechou as portas.

Agora, 17 anos depois, muita coisa mudou na Bolívia. Houve uma virada ideológica no país, que passoucasa de apostas usapresidentes alinhados às demandas do mercado a um que,casa de apostas usaseus discursos, fustiga sem piedade o capital internacional e as multinacionais.

Ele também enviou uma mensagem clara ao mundocasa de apostas usaseu primeiro anocasa de apostas usamandato, decretando a nacionalização do setorcasa de apostas usapetróleo e gás.

O paradoxo é que, segundo analistas e investidores, hoje o McDonald's faria sucesso sem problemascasa de apostas usaterras bolivianas, assim como centenascasa de apostas usaoutras franquias e empresas internacionais que desembarcaram no país na última década.

A Bolívia socialistacasa de apostas usaEvo Morales — que busca o quarto mandato presidencial nas eleiçõescasa de apostas usa20casa de apostas usaoutubro — tornou-se um terreno fértil para alimentos, roupas e eletrodomésticos estrangeiros, assim como para multinacionaiscasa de apostas usasetores como petróleo, mineração ou agronegócio.

Burger Kingcasa de apostas usaLa Paz
Legenda da foto, Ao contrário do McDonald`s, o Burger King sobreviveu aos anoscasa de apostas usarecessão na Bolívia

Uma décadacasa de apostas usaatraso

Estima-se que a Bolívia tenha chegado à era do consumo global com pelo menos uma décadacasa de apostas usaatraso.

Entre o fim do século passado e o início do atual, quase não se via shoppings no país, tampouco redes internacionaiscasa de apostas usalanchonetes e restaurantes, que já se multiplicavam por muitas cidades latino-americanas.

Apenas um punhadocasa de apostas usamultinacionais se arriscou a investircasa de apostas usauma Bolíviacasa de apostas usacrise e pobre. Em 2002, segundo o Banco Mundial, 63% da população viviam abaixo da linha da pobreza —casa de apostas usa2018 esse percentual foi reduzido para 35%.

Além disso, enquanto o investimento estrangeiro direto no país giravacasa de apostas usatornocasa de apostas usaUS$ 250 milhõescasa de apostas usa2005, chegou a alcançar US$ 1,7 bilhão nos últimos anos, segundo a Comissão Econômica para a América Latina (Cepal).

Evo Moralescasa de apostas usa2006

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Legenda da foto, Em 2006, Evo Morales decretou a nacionalização dos hidrocarbonetos da Bolívia e renegociou contratos com empresas transnacionaiscasa de apostas usapetróleo

"Essa mudança tão grande nos favoreceu muito", explica o analistacasa de apostas usamercado Alfredo Troche, ex-presidente da Câmara Bolivianacasa de apostas usaFranquias.

Troche explica à BBC News Mundo, serviçocasa de apostas usaespanhol da BBC, que, na última década, maiscasa de apostas usa300 redes internacionais decidiram entrar na Bolívia, principalmente nas áreascasa de apostas usaalimentação, moda, entretenimento e serviços, sem contar com os investimentos multimilionários feitos por empresascasa de apostas usapetróleo e mineração vindas do exterior.

"Antes o mercado era muito pequeno, nada atraente, mas desde 2010 as marcas começaram a entrar com muito mais força, sobretudo por causa da abertura dos shoppings", diz Troche.

Mulher indígenacasa de apostas usapraçacasa de apostas usaalimentaçãocasa de apostas usashopping
Legenda da foto, Não é raro encontrar indígenas e camponeses nos shoppingscasa de apostas usaLa Paz

O analista destaca que "os indicadores macroeconômicos favoráveis ​​e o crescimento sustentado são um bom sinal para os investimentos estrangeiros" — e esse foi um dos fatores determinantes.

Segundo ele, o crescimento da receita das redes internacionais no país écasa de apostas usacercacasa de apostas usa11% ao ano.

Santa Cruzcasa de apostas usala Sierra, cidade boliviana com maior população e onde está localizada a maioria das indústrias nacionais e estrangeiras, é a principal anfitriã das franquias e empresas multinacionaiscasa de apostas usapetróleo e da indústria agrícola.

É seguida por La Paz, a sede dos Poderes do país.

Socialismo para uns, capitalismo para outros

Samuel Doria Medina foi o segundo colocado nas eleições presidenciaiscasa de apostas usa2014 —casa de apostas usabancada no Congresso é a mais numerosa da oposição.

Além disso, ele é o empresário que levou o Burger King para a Bolívia no início do século e manteve a franquia funcionando durante os anoscasa de apostas usarecessão no país. Agora, possui operações nas áreascasa de apostas usaturismo e alimentação.

Em entrevista à BBC News Mundo, o político argumenta que a ascensão das multinacionais na Bolívia pode ser explicada porque Morales governa com "capitalismo para seus amigos e socialismo para seus inimigos".

"Morales tenta atrair investimento estrangeiro para tentar substituir com ele o investimento público, e é por isso que ele tem um discurso duplo que está totalmente longe da realidade", diz Doria Medina.

Samuel Doria Medina

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Legenda da foto, Samuel Doria Medina não disputa as eleições deste ano, mas mantémcasa de apostas usaposição crítica ao governo Evo Morales

Segundo ele, o presidente boliviano "diz uma coisa e faz outra" ao bater no capitalismo internacional e, ao mesmo tempo, ser amigocasa de apostas usagrandes capitalistas.

"Há contradições muito grandes. Setores como o dos produtorescasa de apostas usacoca, que não pagam impostos, têm licença para praticar um capitalismo selvagem impulsionado pelo governo. O mesmo se aplica aos grandes empresários do agronegócio que também são muito próximoscasa de apostas usaEvo Morales", acrescenta.

Doria Medina ressalta que a Bolívia é um país com insegurança jurídica e baixa incidênciacasa de apostas usaseparação dos Poderes, o que dificulta as condições para investir, a menos que "se faça parte do esquema do capitalismocasa de apostas usaamigos", onde estão localizadas empresas muito poderosascasa de apostas usadiferentes áreas.

Paradoxalmente, acrescenta o entrevistado, são os bolivianos que têm agora mais dificuldadecasa de apostas usarealizar empreendimentos econômicos devido à burocracia e às políticas tributárias.

"Há muitas empresas multinacionaiscasa de apostas usapetróleo que receberam muitos favores e obtiveram condições muito favoráveis ​​graças ao governo, apesarcasa de apostas usao discurso oficial falarcasa de apostas usauma nacionalização do petróleo", conclui.

Bolivianas diantecasa de apostas usaduas televisõescasa de apostas usashopping
Legenda da foto, Os investimentos diretos estrangeiros multiplicaramcasa de apostas usa2005 até hoje

Os benefícios

As multinacionais dos setorescasa de apostas usapetróleo e mineração, por exemplo, são as grandes beneficiárias da exploração dos recursos naturais bolivianos, afirmam especialistas do Centrocasa de apostas usaEstudos para o Desenvolvimento Laboral e Agrário (Cedla), com sedecasa de apostas usaLa Paz.

"O ciclocasa de apostas usapreços altos das matérias-primas incentivou a exploração acelerada e,casa de apostas usamuitos casos, excessivacasa de apostas usapetróleo e minerais. O resultado foi o aumento absoluto dos lucros das transnacionais e, na ausênciacasa de apostas usaexploração obrigatória (de novos veios ou campos), a perigosa redução das reservas (da Bolívia)", afirmou o analista Carlos Arze à BBC News Mundo.

O especialista ressalta que os privilégios concedidos às empresascasa de apostas usapetróleo vão desde incentivos à produção e reconhecimento dos custos, à "aberturacasa de apostas usaáreas protegidas e parques nacionais à exploraçãocasa de apostas usahidrocarbonetos (petróleo e gás)".

Refinaria

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Legenda da foto, Empresas como a Petrobras permaneceram na Bolívia após a nacionalização e renegociaçãocasa de apostas usacontratos

Segundo dados do Cedla, as multinacionais controlam 80% da produçãocasa de apostas usapetróleo e gás da Bolívia e, depoiscasa de apostas usaterem explorado as reservas todos esses anos, não investiram na prospecção ou desenvolvimentocasa de apostas usanovos campos.

"Nos quase 14 anoscasa de apostas usagoverno, nenhum novo campo importante foi descoberto", diz Arze.

No caso da mineração, o especialista destaca que o caso mais ilustrativo é o da multinacional San Cristóbal, que administra a mina que produz a maior quantidade dos principais minerais metálicos para exportação.

"Ela paga ao Estado menoscasa de apostas usa10% do valorcasa de apostas usasuas exportações na formacasa de apostas usaroyalties e impostos", diz o pesquisador do Cedla.

'O segredo do sucesso boliviano'

Para o governocasa de apostas usaEvo Morales, o "segredocasa de apostas usaseu crescimento econômico e social" se deve ao que eles chamamcasa de apostas usaModelo Econômico Social Comunitário Produtivo.

É o que afirma o ministro da Economia, Luis Arce Catacora, considerado um dos arquitetos do chamado "milagre boliviano" que colocou a economia do país entre as que mais cresceram na América Latina nos últimos anos.

Arce Catacora não concorda com aqueles que apontam as multinacionais como as grandes beneficiárias da exploração dos recursos naturais.

Segundo ele, a nacionalização dos hidrocarbonetos foi um dos três pilares da transformação econômica da Bolívia, juntamente com a redistribuiçãocasa de apostas usarenda e a participação ativa do Estado na economia.

"A nacionalização determinou que os recursos anteriormente enviados ao exterior, remetidos pelas empresas multinacionais que operavamcasa de apostas usanosso país, permaneçam para beneficiar os bolivianos", diz Arce Catacora.

Evo Moralescasa de apostas usacentro comercial

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Legenda da foto, Evo Morales costuma participar da inauguraçãocasa de apostas usacentros comerciaiscasa de apostas usacidades médias da Bolívia

O ministro argumenta que os bônus e a política redistributiva iniciada no governo Evo Morales são a razão pela qual a Bolívia expandiucasa de apostas usacapacidadecasa de apostas usaconsumo.

"(Os bônus) tiveram um efeito dinamizador sobre a demanda interna, que beneficiou não apenas os consumidores bolivianos, mas também os setores empresariaiscasa de apostas usagrande, médio e pequeno porte, inclusive microempresas, que viram suas vendas aumentarem comocasa de apostas usanenhum outro período da história do país", conclui.

Um país que gasta

Arce Catacora não menciona, mas o analistacasa de apostas usamercado Alfredo Troche reconhece que o aumento da capacidadecasa de apostas usagastos na Bolívia não só beneficiou a indústria nacional, como também a transnacional.

"As pessoas mudaram. Por exemplo, como há distâncias cada vez maiores e menos tempo, na hora do almoço elas preferem comer um frango frito ou um hambúrguercasa de apostas usavezcasa de apostas usair para suas casas. É por isso que as franquias continuam a crescer", diz ele.

Shoppingcasa de apostas usaLa Paz
Legenda da foto, Os shoppings se multiplicaram nas principais cidades da Bolívia na última década

Mas não se trata apenascasa de apostas usacomida. O relativamente novo consumismo boliviano já colocoucasa de apostas usaalerta os produtores locais, que veem a preferência por produtos estrangeiros ficar cada vez maior.

A Confederação Nacional das Médias e Pequenas Empresas da Bolívia se preocupa com isso há alguns anos.

"Existe uma culturacasa de apostas usaconsumir o que vemcasa de apostas usafora, eles buscam produtoscasa de apostas usamarca e não qualidade", afirmou a entidade, que está preocupada com a queda nas vendas devido à chegada maciçacasa de apostas usamercadorias do exterior.

Esse receio já levou o governo a estabelecer que um percentual do bônus que os trabalhadores recebem no Natal e no fim do ano deve ser gastocasa de apostas usaprodutos nacionais.

Uma medida que mostra que, entre as muitas mudanças (boas, regulares ou ruins) que ocorreram nos três mandatoscasa de apostas usaEvo Morales, estão os hábitoscasa de apostas usagasto e consumo dos bolivianos.

Portanto, na opiniãocasa de apostas usaAlfredo Troche, se o McDonald's quer voltar para a Bolívia, este é o momento.

Línea

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