A chocante história da menina muçulmana estuprada, torturada e mortaapostar e ganhartemplo hindu:apostar e ganhar

apostar e ganhar Três homens foram condenados à prisão perpétua e correm o riscoapostar e ganharcondenação à penaapostar e ganharmorte pelo estupro coletivo, tortura e assassinatoapostar e ganharuma menina muçulmanaapostar e ganharoito anosapostar e ganharidade na parte da Caxemira administrada pela Índia.

A decisão foi divulgada na segunda-feira (10). Além deles, três policiais foram considerados culpados pela destruiçãoapostar e ganharprovas relacionadas ao caso e pegaram cinco anosapostar e ganharprisão.

A vítima pertencia a uma tribo nômade muçulmana. Ela foi encontradaapostar e ganharuma mata perto da cidadeapostar e ganharKathua,apostar e ganharjaneiroapostar e ganhar2018, após ter sido sequestrada, abusada sexualmente durante dias e espancada até morrerapostar e ganharum templo hindu.

Todos os condenados se declararam inocentes.

Oito homens, incluindo um ex-funcionário do governo, quatro policiais e um menor foram acusados por participação no crime. Mas um deles foi absolvido e o menor deve ser julgado separadamente.

O caso foi um dos que tiveram grande repercussão na Índia e que levaram o país a aprovar uma nova lei que prevê penaapostar e ganharmorte para qualquer pessoa condenada por estuprar uma criança menorapostar e ganhar12 anos.

A Justiça ainda vai decidir, no entanto, se tal pena será aplicada para os homens condenados nesse caso.

A promotoria pediu penaapostar e ganharmorte para três deles e a família da menina também disse exigir esse desfecho.

De acordo com os investigadores, a intenção do grupo era aterrorizar a tribo à qual a criança pertencia, mandando uma espécieapostar e ganhar"recado" para forçá-los a irem embora da área.

O caso provocou revolta no país diante da violência envolvida e atraiu a atenção nacional depois que grupos hindusapostar e ganhardireita e advogados, ainda assim, protestaram contra a prisão dos acusados.

apostar e ganhar Sameer Yasir, jornalista independente baseadoapostar e ganharSrinagar, cidade que reveza com Jammu o statusapostar e ganharcapital do Estado indianoapostar e ganharJammu e Caxemira, relata o caso:

Na manhã do dia 17apostar e ganharjaneiro, Muhammad Yusuf Pujwala estava sentado do ladoapostar e ganharforaapostar e ganharcasa quando um vizinho chegou correndo, parouapostar e ganharfrente a ele e deu a notícia: a filha dele,apostar e ganharoito anos, havia sido encontrada morta. O corpo dela estava numa mata, a algumas centenasapostar e ganharmetros dali.

"Eu sabia que alguma coisa horrível tinha acontecido com a minha menina", disse Pujwala,apostar e ganhar52 anos, poucos meses após o assassinato, com o rosto marcado por olheiras profundas. A mulher dele, Naseema Bibi mal conseguia falar na época. Balbuciava o nome da filha, enquanto chorava.

Pujwala é integranteapostar e ganharuma comunidade muçulmanaapostar e ganharpastores nômades, chamados gujjars, que conduzem cabras e búfalos pelas montanhas do Himalaia.

O crime chocou a comunidade, expondo a cisão entre hindus e muçulmanos na região que há décadas é disputada pela Índia e pelo Paquistão.

A área junta três territórios - Jammu, Caxemira e Ladhak. Jammu éapostar e ganharmaioria hindu e a Caxemira tem população majoritariamente muçulmana - esta, constantemente é palcoapostar e ganharrevoltas contra o governo indiano. Jáapostar e ganharLadhak, a população e a cultura estão mais ligadas ao Tibete.

A polícia prendeu na época oito suspeitos, entre eles quatro policiais, um funcionário do governo aposentado e um adolescente suspeitosapostar e ganharterem participação no crime.

As prisões, entretanto, provocaram protestosapostar e ganharJammu, cidadeapostar e ganharmaioria hindu. Advogados tentaram impedir que policiais entrassemapostar e ganharum tribunal para apresentar as acusações contra os detidos e dois ministrosapostar e ganharum partido nacionalista hindu, o Bharatiya Janata (BJP), participaramapostar e ganharmanifestaçõesapostar e ganhardefesa dos suspeitos.

Como a menina desapareceu

Quando a garota desapareceu,apostar e ganhar10apostar e ganharjaneiroapostar e ganhar2018, a família dela vivia num vilarejo a 72 km ao leste da cidadeapostar e ganharJammu. Naquela tarde, recorda a mãe, a menina tinha ido à floresta buscar os cavalos da família. Os cavalos voltaram para casa, mas a criança, não.

Munidosapostar e ganharlanternas e machados, Naseema, o marido e os vizinhos começaram a procurar pela garota. Viraram a noite, mas não a acharam. Dois dias depois,apostar e ganhar12apostar e ganharjaneiro, a família registrou o desaparecimento na polícia.

O pai dela conta que a polícia não foi muito prestativa. Um dos policiais, conta Pujwala, chegou a dizer que ela poderia ter fugido com um garoto.

O corpo da menina foi localizado cinco dias depois do desaparecimento. "Ela foi torturada, teve as pernas quebradas", diz a mãe, que fez questãoapostar e ganharir com o marido à mata para ver o corpo, quando ele foi encontrado.

"As unhas dela estavam pretas e tinham marcas azuis e vermelhas nos braços e dedos", relata Naseema.

O que a investigação mostrou

No dia 23apostar e ganharjaneiro, seis dias depois que o corpo foi encontrado, Mehbooba Mufti, ministro chefe do Estadoapostar e ganharJammu e Caxemira, determinou que a investigação fosse conduzida por uma unidade especial da polícia.

De acordo com investigadores, a menina foi sedada e confinada num templo local por vários dias consecutivos. De acordo com o relatório policial, ela foi "estuprada por dias, torturada e, finalmente, assassinada".

Ela foi morta por estrangulamento eapostar e ganharseguida, teve a cabeça partida por uma pedra.

Os investigadores acreditam que os policiais acusados estavam entre os que participaram das primeiras buscas pela menina. Eles teriam eliminado manchasapostar e ganharsangue do corpo e sujado as roupas da menina com lama antesapostar e ganharmandá-las para a perícia.

Ainda segundo as investigações, os suspeitos do crime queriam aterrorizar a comunidade gujjar e forçá-los a deixar Jammu. Os pastores nômades têm o costumeapostar e ganharusar áreas públicas como áreasapostar e ganharpasto para seus animais, o que tem causado conflito com moradores hindus da região.

"Teve a ver com (disputa de) terra", disse Talib Hussain, advogado e ativista social que liderou uma manifestaçãoapostar e ganharapoio à família da menina - e que diz ter sido detido e ameaçado pela polícia local.

Ankur Sharma, um dos advogados que protestaramapostar e ganhardefesa dos acusados, afirma que os muçulmanos nômades estão tentando alterar a demografiaapostar e ganharJammu, onde hindus representam a maioria. "Eles estão usurpando nossas florestas e recursos hídricos", disse Sharma à BBC News.

Ele afirma que os suspeitos são inocentes.

Na Assembleia do Estadoapostar e ganharJammur e Caxemira, Mian Altaf, influente líder gujjar e representante da oposição, tentou chamar atenção para o caso mostrando a fotógrafos jornais com fotografias da criança e pedindo uma investigação célere e punição para os culpados.

Rajiv Jasrotia, representante do partido BJP, disse que o incidente com a menina foi "uma rusgaapostar e ganharfamília" e acusou Altafapostar e ganhartentar politizar o crime.

O que aconteceu no enterro?

Os gujjars queriam enterrar a menina num cemitérioapostar e ganharum terreno comprado há alguns anos, mas quando chegaram, teriam sido cercados e ameaçados por ativistas hindus, segundo o pai da menina.

O grupo foi impedidoapostar e ganharenterrar a garota.

"Tivemosapostar e ganharcaminhar sete milhas para enterrá-laapostar e ganharoutra vila", diz Pujwala. Duas das filhas dele foram mortas num acidente há alguns anos. Por insistência da mulher, ele adotou a menina, que é filha biológica do cunhado dele.

A garota é descrita pela mãe adotiva como um "pássaro cantante", que gostavaapostar e ganharcorrer como um "cervo". Quando eles viajavam, era ela, a criança, quem cuidava do rebanho. "Isso fez dela a queridinha da comunidade", disse a mãe. "Ela era o centro do nosso universo."

Revolta

Embora tenha sido prontamente noticiado na parte da Caxemira administrada pela Índia, o caso só virou manchete no resto do paísapostar e ganharabril, depois que grupos hindus marcharamapostar e ganharapoio aos acusados.

Mas, quando os detalhes da violência cometida contra a criança se tornaram públicos, indianos horrorizados protestaramapostar e ganhartodo o país.

A revolta aumentou depois que dois ministros do partido nacionalista BJP participaramapostar e ganharuma manifestaçãoapostar e ganharapoio aos acusados, cuja comunidade estava envolvidaapostar e ganharuma disputaapostar e ganharterras com a tribo nômade à qual a garota pertencia.

Quem são os condenados?

Sete homens foram julgados na segunda-feira e seis foram considerados culpados.

Investigadores disseram que Sanjhi Ram, um funcionário aposentado do governoapostar e ganhar60 anosapostar e ganharidade, supostamente planejou o crime com a ajuda dos policiais Surinder Verma, Anand Dutta, Tilak Raj e Deepak Khajuria.

O filhoapostar e ganharRam, Vishal, um sobrinho adolescente dele e um amigo, Parvesh Kumar, também foram acusados ​​de estupro e assassinato.

Vishal, entretanto, foi absolvido. Ram, Khajuria e Kumar foram condenados à prisão perpétua. Os três restantes forma condenados a cinco anos. E o sobrinho dele, menorapostar e ganharidade, ainda deve ser julgado.

O advogado que representa a família da criança disse à BBC News que a sentença era uma "vitória do espírito constitucional". Ele acrescentou que "o país inteiro lutou neste caso, independentementeapostar e ganharafiliações religiosas".

O advogado que representa os acusados, porapostar e ganharvez, disse que, apesar da condenação, o caso foi baseadoapostar e ganhar"provas circunstanciais" e pediu a pena mínima para os seis homens. Ele argumenta, por exemplo, que há circunstâncias atenuantes no caso, incluindo o fatoapostar e ganharos homens serem os únicos responsáveis ​​por sustentar suas famílias.

Penaapostar e ganharmorte

É essa a pena que a mãe da criança exige para dois dos condenados - Sanji Ram e o policial Deepak Khajuria - alegando que foram eles que planejaram o crime.

"O rosto da minha filha ainda me atormenta e essa dor nunca vai passar. Quando eu vejo outras crianças da idade dela brincando por perto, eu fico com o coração destroçado", disse ela à BBC News.

Os pais da menina dizem se sentir ameaçadosapostar e ganharKathua, onde a comunidade é predominantemente hindu.

A comoçãoapostar e ganhartorno do caso levou o Supremo Tribunal a transferir o julgamentoapostar e ganharJammu e Caxemira para um tribunalapostar e ganharPathankot, no Estadoapostar e ganharPunjab, no norte do país, e então reiniciá-lo.

"Nós vamos conseguir Justiça para nossa filha"

apostar e ganhar Divya Arya, da BBC News, Anantnag

Quando eu encontrei a mãe da menina, ela estava no topoapostar e ganharuma colina junto com a filha mais velha e vários outros membros da família.

Eles estavam cercados por suas ovelhas e cabras, que estavam pastando, e não sabiam que o veredicto havia saído.

Quando eu disse à mãe da menina que seis dos acusados ​​tinham sido condenados, ela começou a chorar e me abençoou por ser portadoraapostar e ganharboas notícias.

Ela disse que a família não teve condições financeirasapostar e ganharviajar para Pathankot para ouvir a decisão porque a vendaapostar e ganharanimais eraapostar e ganharúnica fonteapostar e ganharrenda.

"Eu sempre acreditei na Justiça e Deus me deu forças para lutar por isso", disse ela.

A mulher acrescentou que, se os dois principais acusados ​​não forem condenados à morte, ela e o marido vão recorrer da sentença. "Podemos deixarapostar e ganharcomer e beber, mas vamos conseguir Justiça para a nossa filha", disse ela.

A irmã mais velha da menina, que tem 15 anos, diz que ela e outras meninas da mesma idade agora vivem "com medo dos homens hindus" e nunca saemapostar e ganharcasa, a menos que estejam acompanhadas por um membro mais velho da família.

Abusos na Índia

Uma criança é abusada sexualmente a cada 15 minutos na Índia,apostar e ganharacordo com dados do governo que consideram até o ano 2016 - mas os casos têm tido um aumento contínuo.

A correspondente da BBCapostar e ganharDeli, Geeta Pandey, diz que a Índia detém o maior númeroapostar e ganharcrianças vítimasapostar e ganharabuso sexual no mundo, e que os números podem ser ainda piores - uma vez que existe relutânciaapostar e ganharfalar sobre a questão e pode haver subnotificação dos casos.

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