Como atropelamentoCopacabana revelou australiano condenado por pedofilia foragido há 20 anos no Brasil:
A embaixada australiana foi informada do caso e um porta-voz do DepartamentoRelações Exteriores e Comércio do Consulado da Austrália emitiu uma nota dizendo que os oficiais australianos estavam trabalhando com as autoridades brasileiras para determinar se um australiano tinha sido ferido no atropelamento.
O único problema é que Philips não existia: as autoridades australianas não encontraram qualquer registroum cidadão daquele país com esse nome. A Polícia Federal da Austrália iniciou uma investigação para buscar a real identidade do homem e concluiu que o passaporte era falso.
Segundo o jornal australiano The Australian, foi a digitalGott, enviada para a Polícia Federal da Austrália, que revelou que o cidadão australiano ferido no Brasil era na verdade um fugitivo procurado pela polícia há 22 anos por um crime sexual.
Contatada pela BBC Brasil e questionada sobre quais são as condenaçõesGott, a Polícia Federal australiana confirmou que ajudou na identificação"uma vítimaum acidentecarro no Brasil", mas disse que não poderia dar mais detalhes sobre o caso. Já a Polícia Federal do Brasil ainda não se pronunciou oficialmenterelação ao assunto.
Procurado
NascidoMelbourne, Gott trabalhou como professorensino médio na cidadeDarwin até 1994, quando foi preso após 17 denúncias diferentesabuso sexualcrianças, incluindo uma acusaçãoestuprouma criança menor14 anos e o abusoum adolescente16 anos, segundo o periódico The Australian. Ele foi condenado a seis anosprisão e fugiu dois anos depois, após ter a liberdade condicional concedida.
Gott é procurado por autoridades australianas desde então.
A polícia do Território do Norte, região da Austrália onde Gott vivia, confirmou à BBC Brasil que procurava Gott por violarliberdade condicional e afirmou que trabalha com autoridades internacionais para avaliar a possibilidadeextradição. "Devido à seu estadosaúde, vamos continuar a monitorar a situação com o objetivotomar uma atitude, se possível, no futuro", afirmou o órgão.
Um funcionário do Hospital Miguel Couto que pediu para não ser identificado disse que é improvavél que o australiano saia do coma. A Secretaria MunicipalSaúde do RioJaneiro afirmou que o estadosaúde dele é grave e Gott seguecoma.
No Brasil há 20 anos, moravaCopacabana e dava aulasinglês como professor freelancer, segundo um conhecido que pediu para não ser identificado.
O jornal The Australian também afirma que Gott trabalhouuma escola internacional brasileira.
A embaixada da Austrália no Brasil disse não poder disponibilizar informações sobre o caso.
O Itamaraty informou à BBC Brasil que cabe ao Ministério da Justiça comentar o assunto. Procurada, a pasta afirmou que seu DepartamentoRecuperaçãoAtivos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) não pode se manifestar sobre casos concretos, "inclusive sobre a mera existência ou nãopedidoextradição, porque poderá pôrrisco investigaçãoandamento".
Segundo o ministério,casos assim o DRCI recebe um pedido formalextradição e o analisa. "Se for verificado que a documentação estáacordo com o Tratado e o ordenamento jurídico brasileiro, o pedido é encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) que julgará a legalidade dessa solicitação", explica.
"Após o deferimento do pedidoextradição pelo STF, caberá ao Poder Executivo decidir sobre a entrega do extraditando ao Estado requerente."