'O Vaticano é uma organização gay': o polêmico livro que diz revelar a corrupção e a hipocrisia na Igreja:casino pro
Martel afirma que, por condições históricas e sociais, o sacerdócio foi uma fuga para centenascasino projovens vítimascasino probullyingcasino proseus povoados por causa da orientação sexual e que, portanto, a Igreja é agora, no seu pontocasino provista, uma instituição formada "principalmente" por pessoas homossexuais.
"À medida que avancei na pesquisa, descobri que o Vaticano é uma organização gay no nível mais alto, uma estrutura formadacasino progrande parte por pessoas homossexuais que durante o dia reprimemcasino prosexualidade e a dos outros, mas à noite,casino promuitos casos, pegam um táxi e vão a um bar gay", afirma o escritor.
Umacasino prosuas fontes chegou a garantir que 80% dos padres no Vaticano são homossexuais - dado que ele não conseguiu confirmar.
Porém, o autor diz que um dos fatos que chamoucasino proatenção foi a "banalidade da vida gay" para "milhares"casino prosacerdotes, "que não saíram do armário para a organização" e "estão presos no próprio sistema" - mas, ao mesmo tempo, desfrutam do que criticam no altar.
O Vaticano não respondeu à solicitaçãocasino procomentário feita pela BBC News Mundo sobre o livro e as acusações que o autor fez nesta entrevista a respeito da instituição.
No entanto, o renomado teólogo jesuíta James Martin questionou os métodos utilizados por Martel para checar os dados e depoimentos.
"Martel fez uma pesquisa impressionante para seu novo livro e apresenta algumas ideias importantes sobre hipocrisia e homofobia na igreja", disse ele à BBC News Mundo.
"Mas essas ideias estão enterradas sob uma avalanchecasino prointrigas e insinuações pesadas que arrebatam o leitor e tornam difícil discernir os fatos da ficção", acrescenta.
Sacerdócio e homossexualidade
A partir desta quinta-feira, maiscasino pro190 cardeais, bispos e outras autoridades da Igreja Católica se reúnem no Vaticano para decidir o que fazer diante da ondacasino prodenúnciascasino proabuso sexual que surgiram contra padrescasino proquase todo o mundo.
Dentro da ala mais à direita da instituição, uma das acusações mais frequentes é associar a ocorrência desses crimes à homossexualidade dos padres.
Na última terça-feira, dois cardeais conservadores dos Estados Unidos e da Alemanha enviaram uma carta aberta ao papa Francisco pedindo o fim do que chamamcasino pro"praga da agenda homossexual" e que os bispos deixemcasino proser cúmplicescasino procasoscasino proabuso sexual.
Mas,casino proacordo com Martel, que é assumidamente gay, o problema dentro da Igreja não é a orientação sexual dos padres, que é um assunto privado, mas usar "dois pesos e duas medidas" para tratar a questão da sexualidade.
"O abuso sexual não está relacionado com a homossexualidade, pode acontecer dentrocasino profamílias heterossexuais, e a maioria das vítimas no mundo são mulheres. Agora, se você olhar dentro da Igreja, a maioria dos abusos são cometidos por padres homossexuais", diz ele.
O que acontece, segundo Martel, é que uma suposta "culturacasino prosigilo" existente na Igreja leva ao encobrimento dos abusos.
"Como muitos bispos são gays, eles têm medocasino proescândalos, da imprensa e, no fim das contas, deles mesmos. Eles protegem os agressores não para encobrir os abusos, mas para que não descubram que eles mesmos são homossexuais. Não estão apenas protegendo o agressor, estão se protegendo", diz ele.
Na opiniãocasino proMartel, isso não só fez com que, durante anos, os abusos fossem encobertos, mas que muitos cardeais, bispos e padres se tornassem críticos fervorosos da homossexualidade.
"O que eu descobri é que,casino promuitos casos, quanto mais críticoscasino prorelação à homossexualidade, mais lasciva era a vida oculta deles como gays", diz ele.
E o que acontece na América Latina?
Ao longocasino promaiscasino pro500 páginas, o livro afirma que essa situação não é exclusiva do Vaticano - também acontececasino proIgrejascasino promuitos outros países, inclusive da América Latina.
"Estive várias vezes na Argentina,casino proCuba, no México, no Chile e na Colômbia, e o que descobri foi que a situação não era muito diferente da do Vaticano", diz ele.
Martel afirma que um denominador comum entre alguns desses países era uma relação "insólita" entre a cúpula religiosa e militar, seja décadas atrás nos governoscasino profato da Argentina e do Chile, nos tempos da guerrilha da Colômbia ou, mais tarde, no regimecasino proFidel Castrocasino proCuba.
"Na maioria desses casos, havia uma cumplicidade entre a Igreja e esses governos ou forças que fizeram com que a homossexualidade e os abusos dos padres fossem encobertos nesses países", sinaliza.
No México, um dos casos mais notórios é o do fundador da Legiãocasino proCristo, Marcial Maciel, mas ele também descobriu outros menos conhecidos, como o do falecido cardeal colombiano Alfonso López Trujillo.
De acordo com o livro, o pároco rondava seminaristas e jovens sacerdotes e contratava garotoscasino proprograma rotineiramente.
Ao mesmo tempo, pregava os ensinamentos da Igrejacasino proque todos os homens gays eram "intrinsecamente desordenados" e questionava o usocasino propreservativos.
E apesarcasino proMartel dizer que chegou a se encontrar com garotoscasino proprograma contratados pelo falecido cardeal, muitos críticos do livro questionam que a maioria das acusações carececasino proevidências sólidas e é baseada apenascasino pro"fofocas" e "disse me disse".
Outros também afirmam que o texto poderia levar a uma "caça às bruxas" contra padres homossexuais ou promover estereótipos negativos, porquecasino proacordo com Martin "é mais fácil buscar bodes expiatórios do que confrontar a hipocrisia e a cultura do sigilo" dentro da Igreja.
Para outros, o livro é a revelação do que muitos consideram um "segredo aberto" e poderia ser um convite para mudar as estruturas estagnadas do Vaticano.
"A Santa Sé deve ser um modelo para todas as dioceses do mundo, incluindo a seleção e monitoramentocasino proseus próprios membros. E, neste momento, não é", afirmou à BBC o monsenhor Stephen J. Rossetti, professor na Universidade Católica dos Estados Unidos.
"Eles devem fazer um trabalho melhor para garantir que seus padres sejam fiéis ao votocasino procelibato. Também devem ser mais agressivos, especialmente quando confrontados com clérigos homossexuais que não são celibatários. Houve vários casos recentemente e vai continuar havendo escândalos até que eles se encarreguem disso", acrescenta.
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