'Precisamos pararpix gratis bettratar LGBTs como leprosos', diz jesuíta consultor do Vaticano:pix gratis bet

James Martin

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Legenda da foto, James Martin é alvopix gratis betpatrulhas homofóbicaspix gratis betsuas redes sociais, com críticas diuturnas daqueles que acreditam que ele seja "perturbado" e "traidor da fé católica"
Capa original do livro

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Legenda da foto, Padre diz que seu livro é útil para "encorajar o diálogo e proporcionar um recíproco conhecimento e entendimento"

Sobrepix gratis betgrande bandeira, uma maior aceitação das pessoas LGBT pela Igreja Católica, ele conversou com a BBC Brasil.

pix gratis bet BBC Brasil - O Catecismo da Igreja Católica, a publicação que compreende toda a doutrina, diz que as pessoas homossexuais não devem ser marginalizadas. Documentos recentespix gratis betFrancisco - e mesmo o texto final do Sínodo dos Bispos Sobre a Família - também clamam para que a comunidade LGBT seja recebida com dignidade no dia a dia da Igreja. No seu livro, o senhor diz que a doutrina não é suficiente. O que é preciso, então?

pix gratis bet Martin - É preciso compreender que a doutrina não é simplesmente aquelas poucas linhas do Catecismo, mas o Evangelho como um todo. E, no Evangelho, nós vemos que Jesus constantemente ia ao encontro daqueles que sofriam porque estavam marginalizados. É aí que a Igreja é chamada a ser Igreja. E hoje ninguém é mais marginalizadopix gratis betnossa igreja do que as pessoas LGBT. Então precisamos simplesmente seguir Jesuspix gratis betseu caminho.

pix gratis bet BBC Brasil - O documento final do Sínodo dos Bispos Sobre a Família,pix gratis betoutubropix gratis bet2015, apesarpix gratis betpedir dignidade aos LGBT, reiterou a impossibilidade do casamento gay na Igreja Católica. Acredita que um dia a Igreja poderá celebrar uniões homossexuais?

pix gratis bet Martin - Está claro que a doutrina da Igreja é contra o casamento homossexual. Ao mesmo tempo, muitos bispos, inclusive o cardeal Christof Schonborn, arcebispopix gratis betViena, têm afirmado ver o lado bom que existepix gratis bettais relacionamentos. Em uma entrevista, Schonborn disse, sobre um casal gay que ele conheceu: "Eles compartilham uma vida, eles compartilham suas alegrias e seus sofrimentos, eles ajudam um ao outro. É preciso reconhecer que essas pessoas deram um importante passo para seu próprio bem e para o bem dos outros, a despeito do fatopix gratis betque certamente esta não é uma situação que a Igreja pode considerar 'regular'".

Twitter do padre James Martin

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Legenda da foto, Padre media diálogo entre representantes da comunidade LGBT e igrejas

pix gratis bet BBC Brasil - O entendimento vigente na Igreja é que um homossexual não peca por ser homossexual, mas quando mantém uma relação homossexual. Empix gratis betopinião, um gay deveria permanecer casto para que possa exercer o catolicismopix gratis betplenitude?

pix gratis bet Martin - A doutrina é clara. Mas o que significa "exercer o catolicismopix gratis betplenitude"? Significa que eles não podem entrar numa igreja? Que não são católicos? Precisamos, antes, nos lembrarpix gratis betque eles são católicos pelo dom do batismo. Além disso, ninguém fica apontando o dedo para pessoas heterossexuaispix gratis betmodo semelhante, não ficamos incessantemente questionando-as sobre se eles usam métodos contraceptivos ou se praticam a masturbação - que também são questões que vão contra os ensinamentos da Igreja. Estamos obsessivamente preocupados com a moralidade sexual das pessoas LGBT.

pix gratis bet BBC Brasil - No seu livro, o senhor argumenta que a comunidade LGBT deveria ser acolhida pela Igreja Católica com respeito, compaixão e sensibilidade. De forma mais ampla, como podemos entender o significado dessas três palavras?

pix gratis bet Martin - São palavras extraídas diretamente do Catecismo. Eu vejo assim: respeitar é primeiro admitir que os católicos LGBT são membros plenos da Igreja, pela virtude do batismo - precisamos tratá-los com a dignidade que todo e qualquer ser humano merece e, principalmente, não rotulá-los ou excluí-lospix gratis betministérios e trabalhos dentro da Igreja. Ter compaixão é tentar se colocarpix gratis betseus lugares e até mesmo sofrer com eles. A palavra compaixão significa não apenas "sentir junto" mas também "sofrer junto". E a sensibilidade é porque precisamos ser sensíveis com as palavras que usamos com eles e com a maneira como os tratamos, sempre considerando a maneira como os católicos LGBT compreendem e consideram as coisas.

pix gratis bet BBC Brasil - O papa Francisco tem se manifestado enfaticamente a respeito da necessidadepix gratis bettratar os homossexuais com dignidade. Napix gratis betopinião, como as declarações e os gestos do pontífice têm influenciado a inserção da comunidade LGBT dentro da Igreja Católica?

pix gratis bet Martin - A frase mais famosa do papa Francisco deve ser "quem sou eu para julgar?", (que ele disse) durantepix gratis betvisita aos Estados Unidos,pix gratis bet2015, quando se encontrou com um homem gay e seu companheiro. E dias atrás ele disse a Juan Carlos Cruz, vítimapix gratis betabuso sexual no Chile, que "Deus fez você assim", ou seja, Deus fez você gay.

Essas coisas estão ajudando os católicos LGBT a se sentir maispix gratis betcasa empix gratis betIgreja. Além disso, os comentários do papa são convites gentis para que bispos, padres e todos os católicos também sejam mais receptivos à comunidade LGBT. Afinal, a Igreja é deles também.

pix gratis bet BBC Brasil - Nas redes sociais, é comum que o senhor seja atacado com mensagenspix gratis bethomofobia. Como o senhor está lidando com a repercussãopix gratis betseu livro? Suas posições têm sido encaradas mais com naturalidade ou mais com espanto?

pix gratis bet Martin - A vasta maioria dos católicos com quem eu me encontro tem sido excessivamente grata. E o livro já foi endossado por vários cardeais, arcebispos e bispos norte-americanos. De modo especial, as pessoas LGBT e suas famílias são muito gratas, chegam a me cumprimentar com lágrimas e abraços. Recebo também muitas críticas, mas a maioria é online - e muitos daqueles que criticam não parecem ter lido o livro...

pix gratis bet BBC Brasil - A despeitopix gratis bettodos os avanços, empix gratis betopinião, quais são as grandes urgências da Igreja Católica para realmente acolher os homossexuais?

pix gratis bet Martin - A grande urgência é pararpix gratis bettratá-los como leprosos. Tenho ouvido muitas histórias, as mais horríveis, sobre como a comunidade LGBT tem sido maltratada pela Igreja. Algumas vezes padres simplesmente rotulam pessoas LGBTs como sujas. Alguns meses atrás, um homem - autista, na faixapix gratis betseus 30 anos e sem estar vivendopix gratis betnenhum relacionamento - me contou que depois que ele saiu do armário parapix gratis betfamília, o padrepix gratis betsua paróquia disse que ele não poderia mais receber a comunhão. Preciso enfatizar isso: o homem não está vivendo nenhum tipopix gratis betrelacionamento sexual, então, mesmo no sentido mais conservador, mais ao pé da letra, ele não está quebrando nenhum princípio da Igreja. Mesmo assim, segundo o padrepix gratis betsua comunidade, ele não podia comungar. Isto é inacreditável. Precisamos pararpix gratis bettratar pessoas LGBT como se fossem leprosos.

Publicação no Twitter

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Legenda da foto, Padre se reúne com estudantes para defender o respeito à diversidadepix gratis betgêneros

pix gratis bet BBC Brasil - As declarações do papa Francisco têm ajudado a reduzir atospix gratis bethomofobia, violências contra comunidades LGBT e mesmo a melhorar a aceitação dos gays no dia a dia?

pix gratis bet Martin - Sim. As palavras do papa Francisco vão muito além da Igreja Católica. Como ele é um dos maiores líderes mundiais, muitas pessoas ao redor do mundo ouvem suas declarações. E quando ele diz algo sobre as pessoas LGBT, pessoas LGBTpix gratis bettodo o mundo, católicas ou não, prestam atenção. Ou seja: isto também faz com que as pessoas enxerguem a Igreja como mais abrangente, mais acolhedora e mais pastoral. Então o papa está fazendo muito bem para as pessoas LGBT e suas famílias, católicas ou não, que precisampix gratis betpalavraspix gratis betconforto e que cicatrizem suas feridas.

pix gratis bet BBC Brasil - Empix gratis betopinião, a Igreja erra ao excluir homens e mulheres divorciados da liturgia? Nesse sentido, é preciso avançar mais?

pix gratis bet Martin - Este não é um tema que eu abordo no meu livro - que foca mais na situação dos católicos LGBT. Mas, sim, eu acredito que a Igreja precisa acolher mais e mais os divorciados e os católicos casadospix gratis betsegunda união. E é isso que o papa tem dito reiteradas vezes - e, sobretudo, na exortação apostólica Amoris Laetitia.

pix gratis bet BBC Brasil - Como você avalia a maneira como o Vaticano tem enfrentado as recorrentes denúnciaspix gratis betpedofilia na Igreja?

pix gratis bet Martin - A Igreja está tentando resolver este problema crucial, e deu grandes passos desde os escândalos que começarampix gratis betBoston,pix gratis bet2002. O gesto mais importante feito por Francisco foi ter se encontrado com vítimas, algumas semanas atrás, no Chile. Ele se desculpoupix gratis betnome da Igreja e,pix gratis betuma atitude crítica por uma mudança real, chamou ao Vaticano todos os bispos chilenos - encontro este que levou a uma renúncia conjunta dos religiosos. Nos casospix gratis betabuso sexual dentro da Igreja, manter os bispos responsáveis é o erro da Igreja. E parece que Francisco está no caminhopix gratis betresolver isto.