Lições do Japão ao Brasil na Educação incluem mestres valorizados, pais voluntários e alunos 'faxineiros':vício em apostas on line

Criançasvício em apostas on lineescola no Japão

Crédito, Fatima Kamata/BBC News Brasil

Legenda da foto, Encontrar o equilíbrio entre reformas e práticasvíciovício em apostas on lineapostas on linesucesso é o grande desafio enfrentado pelo Japão

Há outras razões para preferir o modelo educacional japonês. "Para se dar bemvício em apostas on lineuma empresa, você precisa entender, por exemplo, como é a relação entre um veterano e um novato (sempai-kohai). Isso se aprende no dia a dia da escola", afirma.

Paulo Hirano com a filha, Lisa

Crédito, Fatima Kamata/BBC News Brasil

Legenda da foto, O empresário Paulo Hirano fez questão quevíciovício em apostas on lineapostas on linefilha, Lisa, estudasse na rede pública do Japão

A filha Lisa,víciovício em apostas on lineapostas on line13 anos, vivencia isso atualmente. Como parte da equipevíciovício em apostas on lineapostas on linevôlei da escola, ela precisa treinarvíciovício em apostas on lineapostas on linedomingo a domingo - mas não entravício em apostas on linequadra nos campeonatos, porque a função dos alunos do primeiro ano é apanhar a bola jogada para fora da quadra e dar suporte às demais jogadoras.

Dependendo do esporte, há tarefas como repor a água e carregar o material esportivo dos veteranos.

Embora não seja obrigatório, os alunos participam dessas atividades extracurriculares por temerem ser excluídos do grupo. Os treinos tomam praticamente todo o tempovíciovício em apostas on lineapostas on linequem estuda e tambémvíciovício em apostas on lineapostas on linequem ensina.

Além das aulas e da responsabilidade com os times e banda da escola, a rotinavíciovício em apostas on lineapostas on lineum professor no Japão inclui aconselhamento, serviços administrativos e visitas às casas dos alunos.

De acordo com relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), os professores japoneses são os que mais trabalham entre os países desenvolvidos.

Eles cumprem 1.883 horas por ano, contra a média mundialvíciovício em apostas on lineapostas on line1.640, mas o tempo que passam efetivamente dando aulas é menor do quevício em apostas on lineoutros países industrializados.

Nos seis primeiros anos do Ensino Fundamental, são 610 horas, quando a média da OCDE évíciovício em apostas on lineapostas on line701, e nos últimos três anos chega a 511 horas anuais, contra 655 na OCDE.

Criançasvício em apostas on lineescola no Japão

Crédito, Fatima Kamata/BBC News Brasil

Legenda da foto, Kitvíciovício em apostas on lineapostas on linemateriais que pais devem providenciar para alunos japoneses inclui máscara para cirúrgica que eles usam quando servem a comida dos colegas

Os pais também têm muitas tarefas a cumprir, principalmente se o filho estiver no Ensino Fundamental.

Por exemplo, eles são orientados a se inscrever na Associaçãovíciovício em apostas on lineapostas on linePais e Mestres para participar do cotidiano escolar e ajudar professores. Tem ainda limpeza da escola, patrulhamentovíciovício em apostas on lineapostas on linetrânsito e ajuda na gincana esportiva.

Choquesvíciovício em apostas on lineapostas on linecultura

Embora a educação no Japão seja compulsória até os 15 anos, essa obrigatoriedade não é cobrada dos estrangeiros.

Com isso, uma parcela dos brasileiros prefere colocar os filhosvício em apostas on lineescolas administradas por conterrâneos, pensandovício em apostas on lineretornar à terra natal, por desconhecer o sistemavíciovício em apostas on lineapostas on lineensino do Japão ou por medo das crianças virarem "japonesinhas" no linguajar e no comportamento.

Em uma tentativavíciovício em apostas on lineapostas on lineamenizar o choque cultural, o cartunista Mauríciovíciovício em apostas on lineapostas on lineSousa criou a cartilha Turma da Mônica e a Escola no Japão, distribuídavício em apostas on lineescolas japonesas com alunos brasileiros e entre pessoas que se preparam para morar no arquipélago.

"As escolas do Brasil e do Japão são muito diferentes nos hábitos e costumes, por isso é bom que as pessoas já saibam o que vão encontrar lá, para que a adaptação seja facilitada e a criança consiga se enturmar mais rápido", diz.

Criançasvício em apostas on lineescola no Japão

Crédito, Fatima Kamata/BBC News Brasil

Legenda da foto, Novas reformas da educação no Japão incluem valorizar a aprendizagem ativa, onde o aluno é protagonista e o professor, mediador

Até a listavíciovício em apostas on lineapostas on linemateriais pedidos no Japão é diferente. Inclui, por exemplo, capavíciovício em apostas on lineapostas on lineprevençãovíciovício em apostas on lineapostas on lineacidentes (bosai zukin) e uma espécievíciovício em apostas on lineapostas on linesapatilha (uwabaki) que deve ser calçada sempre que a criança entra na escola. Ela fica guardadavício em apostas on lineuma sapateira com divisão por série colocada na portavíciovício em apostas on lineapostas on lineentrada.

Os pais também precisam providenciar a máscara cirúrgica usada pelos alunos encarregados no dia por servir a merenda aos colegas, além do panovíciovício em apostas on lineapostas on linepó (zokin) para a limpeza da classe, feitavício em apostas on linerodízio ao final da aula.

Aprendendo cuidados com a limpeza

Segundo o professor Toshinori Saito, essas tarefas ajudam a criança a desenvolver o conceitovíciovício em apostas on lineapostas on linecidadania e a respeitar o que é público. Outras tarefas simples, como lavar e secar as caixinhas do leite servido na merenda, despertam a consciência para o meio ambiente.

Saito leciona há maisvíciovício em apostas on lineapostas on lineuma década e foi para o Brasil como voluntário da Agênciavíciovício em apostas on lineapostas on lineCooperação Internacional do Japão (Jica) ensinar japonêsvício em apostas on lineum colégio particularvíciovício em apostas on lineapostas on lineSão Paulo por dois anos. Lá, estranhou o baixo númerovíciovício em apostas on lineapostas on linehomens dando aulas, principalmente no ensino básico.

No Japão, eles representam 37,7% do corpo docente dos primeiros anos e 57,7% dos anos finais do Ensino Fundamental, enquanto nas escolas brasileiras apenas 11,1% dos professores do primeiro ciclo e 31,1% do segundo ciclo são do sexo masculino.

"Aqui, o magistério é uma carreira bem respeitada", afirma.

Atualmente, Saito acumula funçõesvício em apostas on lineuma escola pública da provínciavíciovício em apostas on lineapostas on lineKanagawa, onde é professor do primeiro ano do ensino fundamental e responsável pela sala internacional voltada a estrangeiros com dificuldades no aprendizado.

Ele faz a ponte entre a escola e o aluno. "O envolvimento da família na educação é essencial para se obter resultados", diz.

Criançasvício em apostas on lineescola no Japão

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Legenda da foto, No Ensino Fundamental japonês, há diversas atividades cuja participação dos pais é quase obrigatória, como o patrulhamento feitovício em apostas on linerodízio no trajeto escolar

No Japão, há um apoio mútuo entre escola e comunidade.

Nas portasvíciovício em apostas on lineapostas on linecasas e estabelecimentos comerciais é muito comum encontrar um selo escrito "Kodomo 110ban", usado para identificar os locais que as crianças podem usar como refúgio sempre que sentirem algum tipovíciovício em apostas on lineapostas on lineameaça.

Também muitos pais costumam colar, no cesto da bicicleta, uma placa que diz "em patrulhamento".

O governo quer manter essa relação próxima com a comunidade e também se voltar para o mundo.

É por isso que rascunha mudançasvício em apostas on lineseu sistemavíciovício em apostas on lineapostas on lineensino. A percepção é que o atual modelo com ênfase na reproduçãovíciovício em apostas on lineapostas on lineconteúdo, disciplinavício em apostas on linegrupo e obediência - que tão bem serviu nos séculos 19 e 20 para transformar o paísvício em apostas on lineuma grande potência mundial - parece menos eficiente no cenário atual, que busca pessoas criativas e participativas.

"O problema do Japão é que os japoneses ficaram presos ao seu próprio sucesso", diz o professor Daisuke Onuki, do Departamentovíciovício em apostas on lineapostas on lineEstudos Internacionais da Universidade Tokai, que diz que o fatovíciovício em apostas on lineapostas on lineos japoneses claramente reconhecerem a educação como caminho para a prosperidadevíciovício em apostas on lineapostas on lineseus filhos também contribuiu para os bons resultados que o país acumula.

Masvício em apostas on linetemposvício em apostas on lineque é preciso formar profissionais globalizados e criativos, o governo japonês tem feito uma sérievíciovício em apostas on lineapostas on linemudanças.

A próxima está prevista para entrarvício em apostas on linevigorvício em apostas on line2020, com a valorização da aprendizagem ativa (onde o aluno é estimulado a buscar a resposta) e do ensino do idioma inglês na rede pública. A reforma prevê, ainda, mudar as regras no vestibular para ingresso nas universidades.

No novo tipovíciovício em apostas on lineapostas on lineexame, o candidato que tiver mais facilidade para analisar dados e informações contidas nas questões poderá se sair melhor, acredita o estudante brasileiro Victor Keini Kaetsu,víciovício em apostas on lineapostas on line17 anos, filhovíciovício em apostas on lineapostas on linepai japonês e mãe brasileira.

Ele vai prestar a provavíciovício em apostas on lineapostas on lineadmissão para o cursovíciovício em apostas on lineapostas on lineLicenciaturavício em apostas on linePedagogia na Universidadevíciovício em apostas on lineapostas on lineSaitama no ano que vem, ainda pelo modelo atualvício em apostas on lineque todos os vestibulandos fazem o exame nacional (Centa Shiken) com mais questõesvíciovício em apostas on lineapostas on linememorização.

Só por curiosidade, Victor fez um simulado do novo vestibular e diz que não gostou das questões apresentadas.

Mas não está preocupado com isso. Seu desafio é ser aprovado na provavíciovício em apostas on lineapostas on lineadmissão à moda antiga, como fez seu irmão Leonardo, 20, um dos raros estrangeiros a cursar Direito na Universidadevíciovício em apostas on lineapostas on lineTóquio, considerada a melhor do Japão. Ele prestou o vestibular três anos atrás e acha que, embora não seja perfeito, o atual exame é imparcial.

Construindo educaçãovíciovício em apostas on lineapostas on linequalidade

Os japoneses sempre estiveram nas melhores posições nos rankings mundiaisvíciovício em apostas on lineapostas on lineavaliação.

No mais recente Programa Internacionalvíciovício em apostas on lineapostas on lineAvaliaçãovíciovício em apostas on lineapostas on lineEstudantes (Pisa), a famosa prova trienal da OCDE para estudantesvíciovício em apostas on lineapostas on line15 anos, o Japão ficouvício em apostas on line2ºvício em apostas on lineciências e 5ºvício em apostas on linematemática, com Cingapura no topo do ranking e o Brasil na 63ª e 65ª posições, respectivamente.

Nas provasvíciovício em apostas on lineapostas on linecompreensãovíciovício em apostas on lineapostas on linetexto, porém, o Japão caiu da 4ª posiçãovício em apostas on line2012 para a 8ª no Pisa 2015. O Ministério da Educação atribuiu essa queda no desempenho ao declínio no vocabulário, com mais jovens usando smartphones e lendo menos.

Criançasvício em apostas on lineescola no Japão

Crédito, Fatima Kamata/BBC News Brasil

Legenda da foto, Ao contrário do Brasil, mais da metade dos docentes nos últimos anos do ensino fundamental japonês é formada por homens

Os resultados do Pisa sempre tiveram impacto na política educacional do Japão, e já incomodaram mais, como ocorreu no chamado Choque Pisa 2003.

Naquela edição do programa, os japoneses saíram da lista dos dez melhoresvício em apostas on lineuma das matérias, o que gerou críticas à política "yutori kyouiku" (educação sem pressão) que tinha entradovício em apostas on linevigor, com o fim das aulas aos sábados e enxugamento do conteúdo curricularvício em apostas on line30%.

Depois do choque, algumas escolas conseguiram autorização do Ministério da Educação para retomar o calendáriovíciovício em apostas on lineapostas on lineseis diasvíciovício em apostas on lineapostas on lineaula. E o governo decidiu resgatar parte do conteúdo curricular quando fez a primeira revisão da história da Lei Fundamental da Educaçãovíciovício em apostas on lineapostas on line1947, incluindo medidas para estimular o respeito à cultura e o patriotismo.

Encontrar o pontovíciovício em apostas on lineapostas on lineequilíbrio nessas reformas é o grande desafio enfrentado pelo Japão. "Os professores foram formados para dar aulas seguindo orientações básicas repassadas pelo governo. E agora, com as reformasvíciovício em apostas on lineapostas on line2020, estão pedindo para eles serem diferentes, mandando que sejam livres para montar suas próprias aulas", observa Onuki.

O modelo japonês vem do período Meiji (1868 a 1878), quando a educação foi fundamental para o desenvolvimentovíciovício em apostas on lineapostas on lineuma identidade nacional.

"Incentivou a educação para todos e ajudou a formar a nação e um povo disciplinado e trabalhador para servir o país. Tudo isso contribuiu para a industrialização. Porém, o mundo já passou dessa fase", lembra o professor Onuki.

Ele foi responsável pela aulavíciovício em apostas on lineapostas on lineJapanologia do cursovíciovício em apostas on lineapostas on linePedagogia para brasileiros residentes no Japão, ministrado à distância entre 2009 e 2012 atravésvíciovício em apostas on lineapostas on lineacordo entre a Universidade Federal do Mato Grosso e a Tokai.

A maioria das pessoas formadas já atuavavício em apostas on lineuma das 72 escolas brasileiras existentes na época e o restante trabalhavavício em apostas on lineredes públicas japonesas como mediadoras culturais.

  • vício em apostas on line Leia nossas outras reportagens sobre possíveis lições que o mundo pode oferecer para a Educação brasileira:

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