Como a polêmica do aborto está levando católicos a pedirem desligamento oficial da Igreja na Argentina:cassino aprovado no brasil
Em junho passado, após a aprovação na Câmara dos Deputados da Argentina do projetocassino aprovado no brasillei que previa a interrupção da gravidez até a 14ª semana, o pontífice, que é argentino, se referiu à suspensão da gestação durante discurso no Vaticano. E comparou a prática ao extermínio cometido pelos nazistas: "No século passado, todos se escandalizavam com o que os nazistas faziam para purificar a raça. Agora, querem fazer o mesmo com luvas brancas", disse.
Suas palavras foram interpretadas como um recado aos que apoiavam a iniciativa no país – ela acabou vetada quando foi a votação no Senado neste mês. E acabou gerando o movimentocassino aprovado no brasilpedidoscassino aprovado no brasildesligamentos da Igreja, como ocassino aprovado no brasilMollo ecassino aprovado no brasildiversas outras pessoas.
Distribuiçãocassino aprovado no brasilformulários
No dia da votação do aborto no Senado, a Coalizão Argentina por um Estado Laico (CAEL), fundadacassino aprovado no brasil2009 por advogados, antropólogas e filósofas feministas, distribuiu maiscassino aprovado no brasil1,3 mil formulários para fazer pedidoscassino aprovado no brasildesligamentos da Igreja na frente do Congresso.
Mais tarde, a distribuição chegou a provocar filascassino aprovado no brasiluma das esquinas mais movimentadascassino aprovado no brasilBuenos Aires, nas avenidas Callao e Corrientes, no centro da cidade. Dez dias depois, o formulário foi entreguecassino aprovado no brasil24 pontos do país.
O advogado Cesar Rosenstein, um dos fundadores da CAEL, disse à BBC News Brasil que a "interferência da Igreja Católica" no debate sobre a legalização da interrupção da gravidez certamente influenciou o tamanho da fila dos que querem renunciar à instituição.
"Ficou muito evidente que a Igreja foi principal força que se opôs ao acesso à interrupção legalcassino aprovado no brasilgravidez. E o que as pessoas que preencheram o formulário querem é um Estado laico, sem a interferência da Igreja", afirmou.
O casalcassino aprovado no brasilargentinos Emiliano Ramirez,cassino aprovado no brasil41 anos, e Romina Ojagnan,cassino aprovado no brasil36 anos, recebeu os formulários e também decidiu entrar com o pedido oficialcassino aprovado no brasildesligamento da Igreja Católica.
"Há muito tempo vínhamos pensando nisso. Fomos batizados pelos nossos pais e nunca praticamos a fé católica", diz Ojagnan à BBC News Brasil. "E somos contra a postura da Igreja que se opõe ao movimento LGBT, à camisinha e que ainda fala coisas como a que disse o papa Francisco,cassino aprovado no brasilque os homossexuais devem ser tratados com psiquiatras. E foi a posição da Igreja contra a legalização do aborto que acelerou nossa decisãocassino aprovado no brasilpedir a apostasia."
O papa havia afirmado nesta semana que "quando (a homossexualidade) é observada a partir da infância, há muito que pode ser feito por meio da psiquiatria, para ver como são as coisas. É outra coisa quando se manifesta depois dos 20 anos".
Após a declaração causar polêmica, o Vaticano disse que as palavras do pontífice não tinham sido interpretadas corretamente. Ele havia dito também que pais com filhos homossexuais devem rezar, não condenar, dialogar e "dar espaço para o filho ou filha".
Renúncia
Na sexta-feira passada, Rosenstein e outros ativistas da CAEL entregaram as caixas com maiscassino aprovado no brasil3 mil formulários preenchidos na sede Conferência Episcopal Argentina, onde foram recebidos por religiosos que são assessores na Igreja.
"Juridicamente, as pessoas não podem renunciar ao batismo. Mas elas podem renunciar à instituição e podem escolher entre manter a fé ou não", diz Rosenstein.
As justificativas não foram iguaiscassino aprovado no brasiltodos os formulários preenchidos. "Cada um colocou seu argumento, mas ficou claro que a questão do aborto e outros abusos da Igreja foram o detonador. E que estas pessoas não se sentem representados pela Igreja", afirmou.
Rosenstein afirma que os formulários continuarão sendo distribuídos no país – para ele, a "tendência" é que mais argentinos peçam a desvinculação da Igreja.
As demandas do CAEL incluem o pedidocassino aprovado no brasilque símbolos religiosos não ocupem mais instituições públicas e o fim da educação religiosacassino aprovado no brasilescolas, entre outras medidas.
Nem todos os grupos que defendem o Estado Laico e a legalização do aborto são seculares, no entanto. As mulheres do grupo Católicas pelo Direitocassino aprovado no brasilDecidir também defendem a legalização, mas não fizeram pedidoscassino aprovado no brasilapostasia.
"Não queremos que as instituições religiosas interfiram nas decisões individuais, e queremos que as pessoas tenham liberdadecassino aprovado no brasilescolha. Na votação do projeto do aborto, as igrejas católica e evangélicas se uniram contra a medida", diz a socióloga Victoria Tesoriero, das Católicas pelo Direito a Decidir.
Procurada pela BBC News Brasil, a assessoriacassino aprovado no brasilimprensa da Arquidiocese confirmou ter recebido os formulários na sexta-feira e reconheceu um aumento, nos últimos dias,cassino aprovado no brasilpedidoscassino aprovado no brasilapostasia. Mas afirmou que "o motivo não está claro".
Segundo dados publicados na imprensa argentina, 77% dos argentinos declaram-se católicos. Este índice foicassino aprovado no brasil90% nos anos 1960. Novecassino aprovado no brasilcada dez dizem acreditarcassino aprovado no brasilDeus e maiscassino aprovado no brasil30% consideram-se católicos praticantes,cassino aprovado no brasilacordo com o sitecassino aprovado no brasilchecagemcassino aprovado no brasilinformações Chequeado, que cruzou dadoscassino aprovado no brasilpesquisas.