Por que a China quer deixarroleta 2024ser a 'lixeira do mundo' e como isso afeta outros países:roleta 2024

Plástico na China

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Legenda da foto, A China é o maior importador globalroleta 2024vários produtos para reciclagem

roleta 2024 Uma parte considerável do lixo mundial vai parar na China, o principal importador mundialroleta 2024muitos tiposroleta 2024materiais para reciclagem, como plástico, papel e metais. Com uma demanda cada vez maior por produtos plásticos eroleta 2024papelão, o país busca material tanto internamente quanto no mercado internacional.

Segundo dados das Nações Unidas, fabricantes chineses eroleta 2024Hong Kong importaram 7,3 milhõesroleta 2024toneladasroleta 2024plástico para reciclagemroleta 20242016. O material veio principalmenteroleta 2024países ricos, como Japão, EUA e nações da União Europeia, e equivale a 70%roleta 2024todo o plástico descartado no mundo naquele ano.

O Brasil também contribuiu com uma pequena parte deste total -roleta 20242017, o país vendeu para a China 25,3 mil toneladasroleta 2024papéis para reciclagem. Também despachou para o país asiático 14,6 mil toneladasroleta 2024resíduos e restosroleta 2024metais para reciclagem, principalmente cobre (12,3 mil toneladas), alumínio e aço. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), levantados a pedido da BBC Brasil.

Esse fluxo, entretanto, deve mudar a partir deste ano, já que a China decidiu deixarroleta 2024receber boa parte desse material. Segundo Pequim, o objetivo é proteger o meio ambiente do país do "lixo 'sujo' e, inclusive, perigoso" que hoje chega ali. As autoridades também dizem que a produção nacionalroleta 2024lixo reciclável já é suficiente para atender a demanda da indústria local.

Plástico

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Legenda da foto, A partirroleta 2024março, a China criará restrições para a entradaroleta 2024recicláveis

Proibição e pânico

Em julho passado, o governo chinês anunciou a proibição (a partirroleta 20242018) da importaçãoroleta 2024certos tiposroleta 2024materiais para reciclagem - o que preocupou vários países do mundo.

A medida incluiu novas regras sobre os tiposroleta 2024materiais recicláveis que poderiam ser importados pelo país, que entrariamroleta 2024vigor no último dia 1º, e notificar a Organização Mundial do Comércio (OMC)roleta 2024que baniu a entrada no paísroleta 202424 categoriasroleta 2024materiais eroleta 2024despejos sólidos.

A campanha do governo mira no que os chineses chamamroleta 2024yang laji, o "lixo estrangeiro": plásticos recicláveis, rejeitos têxteis e certos tiporoleta 2024papel.

O país asiático continuará importando papelão, por exemplo. Mas deverá ser "muito mais limpo" que o atual, e livreroleta 2024resíduos como terra, poeira e pedregulhos.

Diante do pânico global provocado pelo anúncio, a OMC e os países exportadores apelaram à China para que adiasse a proibição e abrisse a possibilidaderoleta 2024um "períodoroleta 2024transição"roleta 2024cinco anos.

Papelão

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Legenda da foto, Grande parte do papelão importado pelos chineses se transformaroleta 2024caixas para produtos novos

De acordo com o site especializado Chinadialogue.com, as negociações continuam - Pequim concordou, por exemplo,roleta 2024adiar o começo das novas regras até o dia 1ºroleta 2024março.

"A indústria (de materiais recicláveis) não estava preparada para o súbito anúncio do governo chinêsroleta 2024julho,roleta 2024proibição total das importaçõesroleta 2024papel mesclado (com diferentes tiposroleta 2024fibras e cores) e uma redução do máximo permitidoroleta 2024materiais contaminados a 0,3%roleta 2024cada lote", diz reportagem do Chinadialogue.com.

Dependência

Os temores provocados pelo anúncioroleta 2024Pequim refletem a dependência mundial da China para o manejo do lixo.

Segundo dados da ONU, o comércio desses produtos com a China e Hong Kong movimentou US$ 21,6 bilhões no ano passado.

União Europeia e Estados Unidos são os principais exportadores.

Papel

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Legenda da foto, Só os EUA exportaram 13,2 milhõesroleta 2024toneladasroleta 2024papel para a China no ano passado

Só esses últimos exportaram para a China 13,2 milhõesroleta 2024toneladasroleta 2024papel para reciclagem e 1,4 milhãoroleta 2024toneladasroleta 2024plástico no ano passado.

Grande parte do papel e do papelão importado pela China se transformaroleta 2024caixas para embalar produtos - tanto os vendidos no país quanto os exportados.

As empresas dos países exportadores, como eraroleta 2024esperar, enfrentam agora o desafioroleta 2024encontrar o que fazer com o material quando a proibição começar a vigorar.

Tanto a indústriaroleta 2024reciclagem quanto os governos dos países ricos estão sob enorme pressão, uma vez que a coleta deste tiporoleta 2024lixo pode deixarroleta 2024ser economicamente viável.

Em dezembro, o ministro britânico do Meio Ambiente, Michael Gove, admitiuroleta 2024uma sessão do Parlamento que não sabia qual seria o tamanho do impacto da proibição chinesa nas empresas do Reino Unido. Em 2016, o país exportou 400 mil toneladasroleta 2024resíduos plásticos para a China.

Alternativas

O que acontecerá então com a montanharoleta 2024lixo reciclável que a China deixarároleta 2024receber?

Plástico

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Legenda da foto, Índia, Tailândia e outros países asiáticos podem substituir a China

Segundo o Escritório Internacionalroleta 2024Reciclagem (BIR, na siglaroleta 2024inglês), organização sediadaroleta 2024Bruxelas e que representa a indústriaroleta 2024nível global, novos mercados para esses produtos estão sendo buscados. Países como Tailândia, Vietnã, Camboja, Malásia, Índia e Paquistão são possíveis destinos para o lixo reciclável.

"Esses países já estão posicionados no mercado, mas certamente não têm a mesma capacidade que a China", disse o diretor-geral do BIR, Arnaud Brunet, à revista especializada Recycling International.

Ele acrescenta que as leis e regulamentações desses países não são tão desenvolvidas quanto as chinesas.

Brunet diz que o anoroleta 20242018 será "decisivo" para a indústriaroleta 2024reciclagem.

"O que eu sinto é que não haverá retrocessos, que nossa indústria tem que se adaptar, seguir as regras e encontrar opções alternativas para o longo prazo", diz ele.

Essas alternativas poderiam incluir a queimaroleta 2024materiais para a geraçãoroleta 2024energia, ou a disposiçãoroleta 2024aterros sanitários. Essa última opção é menos adequada, já que esses materiais podem provocar incêndios.

Especialistas dizem que as medidasroleta 2024Pequim poderiam ser um "pontoroleta 2024inflexão" na nossa relação com esses materiais e na forma como os utilizamos.

Segundo eles, os desafios enfrentados agora pelos países que dependem da China para resolver seus problemas ambientais oferecem uma oportunidade para se pensarroleta 2024novos programasroleta 2024reciclagem e novas formasroleta 2024utilizar as toneladasroleta 2024produtos plásticos eroleta 2024papel que são descartadas hoje.