A história e curiosidades do Natal, desde evangelhos e tradições pagãs até Papai Noel:app bwin
app bwin Dos evangelhos a costumes pagãos incorporados pela Igreja Católica, passando por tradições criadas na Era Vitoriana britânica, o Natal passouapp bwinuma celebraçãoapp bwininverno a uma festa que, para muitos, mescla a tradição religiosa ao secularismo dos dias atuais.
A BBC consultou livros históricos para reunir fatos e curiosidades natalinas. Confira:
O nascimentoapp bwinJesus
O Natal - que para os cristãos marca o nascimentoapp bwinJesus, o filhoapp bwinDeus - é celebradoapp bwin25app bwindezembro ou 7app bwinde janeiro, no caso dos cristãos ortodoxos.
A natividade é descrita no Novo Testamento da Bíblia, mas os evangelhosapp bwinMateus e Lucas dão versões diferentes para o evento.
Ambas narrativas dizem que Jesus nasceuapp bwinMaria, noivaapp bwinJosé, um carpinteiro. Os evangelhos afirmam que Maria era virgem quando engravidou.
No relatoapp bwinLucas, Maria foi visitada por um anjo trazendo a mensagemapp bwinque ela daria à luz o filhoapp bwinDeus. Já a versãoapp bwinMateus afirma que José foi visitado por um anjo que o persuadiu a casar com Mariaapp bwinvezapp bwindispensá-la ou expor a origemapp bwinsua gravidez.
Mateus fala tambémapp bwinum grupoapp bwinsábios (os reis magos) que seguiram uma estrela até chegar ao localapp bwinnascimentoapp bwinJesus, para presenteá-lo com ouro, incenso e mirra. Lucas, porapp bwinvez, conta que pastores foram guiados por um anjo até Belém.
Segundo a tradição, José e Maria viajaram pouco antes do nascimentoapp bwinJesus. José havia sido ordenado a participarapp bwinum censo emapp bwincidade natal, Belém.
Todos os judeus tinhamapp bwinser contabilizados, para que o Império Romano pudesse determinar o quanto recolheria delesapp bwinimpostos. Os que haviam se mudadoapp bwinBelém, como José, tinhamapp bwinregressar para serem registrados.
José e Maria enfrentaram a longa e árdua viagemapp bwin150 km a partirapp bwinNazaré, pelo vale do rio Jordão, passando por Jerusalém até chegar a Belém. Maria viajou sobre uma mula, para guardar energia para o parto.
Mas, ao chegarem a Belém, souberam que a hospedaria local estava repleta. O dono do local os deixou permanecerapp bwinuma caverna rochosa sob a casa, usada como um estábulo.
Foi ali, próximo ao barulho e à sujeira dos animais, que Maria deu à luz seu bebê e colocou-o na manjedoura.
O primeiro Natal
Os evangelhos não mencionam a data do nascimentoapp bwinJesus. Foi só no século 4 que o papa Júlio 1º estabeleceu o dia 25app bwindezembro como o diaapp bwinNatal. Era uma tentativaapp bwincristianizar as celebrações pagãs que já eram realizadas nessa época do ano.
No anoapp bwin529, o 25app bwindezembro já havia se firmado como um feriado e,app bwin567, os 12 dias entre o 25app bwinDezembro e o Diaapp bwinReis - considerado o diaapp bwinque os reis magos chegaram até Jesus - eram feriados públicos.
O Natal não é apenas uma festa cristã. A celebração tem raízes no feriado judaicoapp bwinHanuká (festaapp bwinluzes celebrada ao longoapp bwinoito dias), nos festivais dos gregos antigos, nas crenças dos druidas (sacerdotes celtas) e nos costumes folclóricos europeus.
Celebração invernal e histórica
No hemisfério Norte, o Natal é uma festa invernal, próximo ao período do solstícioapp bwininverno - depois desse período, a luz do sol aumenta e os dias começam, gradativamente, a serem mais longos. Ao longo da história, essa já era uma épocaapp bwinfestividades.
Nossos antepassados caçadores passavam a maior parte do tempoapp bwinambientes externos. Portanto, as estações do ano e o clima tinham uma importância enormeapp bwinsuas vidas, a pontoapp bwineles reverenciarem o sol. Povos do norte europeu viam o sol como uma roda que mudava as estações, por exemplo.
Os romanos também tinham seu festival para marcar o solstícioapp bwininverno: a Saturnália (dedicado ao deus Saturno) durava sete dias, a partirapp bwin17app bwindezembro. Era um períodoapp bwinque as regras do cotidiano viravamapp bwinponta-cabeça. Homens se vestiamapp bwinmulher, e patrões se fantasiavamapp bwinservos. O festival também envolvia procissões, decorações nas casas, velas acesas e distribuiçãoapp bwinpresentes.
O azevinho, arbusto típico usado hoje nas guirlandas, é um dos símbolos mais associados ao Natal - por ter sido transformado pela Igreja no símbolo da coroaapp bwinespinhosapp bwinJesus. Segundo uma lenda, galhosapp bwinazevinho foram trançadosapp bwinuma dolorosa coroa e colocados na cabeçaapp bwinCristo por soldados romanos para zombá-lo: "Salve o rei dos judeus".
Diz a crença que as frutas do azevinho eram brancas, mas foram tingidasapp bwinvermelho permanentemente pelo sangue do messias cristão.
Outra lenda diz respeito a um pequeno órfão que vivia com os pastores quando os anjos vieram anunciar o nascimentoapp bwinJesus. O menino trançou uma coroaapp bwinazevinhos para a cabeça do bebê recém-nascido. Mas, ao oferecê-la, ficou envergonhadoapp bwinseu presente e começou a chorar.
O bebê Jesus tocou a coroa, que começou a brilhar, fazendo as lágrimas do órfão se transformaremapp bwinfrutinhas vermelhas.
Mas o significado religioso do azevinho precede o cristianismo: o arbusto era associado inicialmente ao deus Sol e considerado importante nos costumes pagãos. Algumas religiões antigas usavam o azevinho para proteção, e as portas e janelas eram decoradas com suas folhas para proteger as casasapp bwinespíritos ruins.
Do pontoapp bwinvista histórico, o Natal sempre foi uma curiosa combinaçãoapp bwintradições cristãs, pagãs e folclóricas. Se voltarmos no tempo para 389 d.C., são Gregório Nazianzeno (um dos quatro patriarcas da Igreja Grega) advertiu contra "os excessos nas festividades, nas danças e decorações nas portas". Nessa época, a Igreja já tinha dificuldadesapp bwineliminar os traços pagãos dos festivaisapp bwininverno.
Na Era Medieval (cercaapp bwin400 d.C. a 1400 d.C.), o Natal já era conhecido como um períodoapp bwinbanquetes e diversões. Era um festival predominantemente secular, mas continha alguns elementos religiosos.
O Natal medieval durava 12 dias, entre o dia 24app bwindezembro ao dia 6app bwinjaneiro - dia da "Epifania do Senhor". Epifania vem da palavra grega que significa aparição,app bwinreferência ao momentoapp bwinque Jesus foi revelado ao mundo. Até os anos 1800, a Epifania era uma celebração tão grande quanto a do Natal.
Ao longo da história, a Igreja tentou restringir as celebrações pagãs e dar um sentido cristão a costumes populares. Os cânticos natalinos, por exemplo, eram originalmente músicas para comemorar colheitas ou a metade do verão, até serem incorporadas pelos religiosos. Elas se tornaram uma tradição natalina no final do período medieval.
Proibições ao Natal
Até o século 19, a data não era uma celebração familiar – era comum as pessoas beberam e saírem comemorando pelas ruas. A festa costumava ser tão efusiva queapp bwinmeados do século 17 até o início do século 18, as puritanos cristãos suprimiram as festas natalinas na Europa e no continente americano.
O movimento puritano havia começado durante o reinado da rainha britânica Elizabeth 1ª (1558-1603) e se baseavaapp bwinseveros códigosapp bwinconduta moral, muita oração eapp bwinuma interpretação rígida das escrituras do Novo Testamento.
Como a data do nascimentoapp bwinCristo não consta dos evangelhos, os puritanos acreditavam que o Natal era muito relacionado aos festivais pagãos romanos e se opunham aapp bwincelebração, sobretudo ao seu aspecto festivo, regado a comida e bebida, como herança da Saturnália.
A representação da natividade
A contaçãoapp bwinhistórias se tornou uma parte importante da cristianização do Natal, por exemplo por intermédio do presépio, como uma representação do estábulo onde Jesus nasceu.
A tradiçãoapp bwinmontar presépios é antiga: jáapp bwin400 d.C., o papa Sisto 3º ordenou que um fosse construídoapp bwinRoma. No século 18,app bwinmuitas partes da Europa, a montagemapp bwinpresépios era considerada uma forma importanteapp bwinartesanato.
Peçasapp bwinnatividade também eram apresentadasapp bwinigrejas, com a intençãoapp bwinilustrar a história natalina contada pela Bíblia.
A Era Vitoriana e o Natal atual
O Natal chegou a ser vetado na Inglaterra, mas voltou com força na Era Vitoriana (1837-1901), com forte caráter nostálgico.
A obra clássicaapp bwinCharles Dickens, Um Contoapp bwinNatal,app bwin1843, inspirou ideiasapp bwincomo o Natal deveria ser, capturando a imaginação das classes médias britânica e americana - que tinham dinheiro para gastar e vontadeapp bwinfazer da festa um momento especial para toda a família, dando início ao Natal da forma como o conhecemos hoje.
Ainda que a intenção vitoriana fosse reproduzir práticas natalinas da Inglaterra medieval, muitas das novas tradições eram invenções anglo-americanas. A partir dos anos 1950, os coraisapp bwinNatal foram estimulados por sacerdotes, sobretudo nos EUA, que incorporaram a cantoria às celebrações natalinas religiosas.
Os ingleses foram os precursores dos cartõesapp bwinNatal, mas os americanos - muitos deles migrantes - adotaram a prática e a popularizaram, graças a um serviço postal barato e à possibilidadeapp bwinmanter contato com parentes fisicamente distantes.
Já a árvoreapp bwinNatal era uma tradição germânica, levada à Inglaterra e popularizada pela família real. Em 1834, o príncipe Albert, marido da rainha Vitória, ganhou uma árvore da rainha da Noruega e exibiu-a na praça Trafalgar, ponto importanteapp bwinLondres.
Celebração moderna
O Advento é um períodoapp bwinpreparação das comemorações do nascimentoapp bwinJesus e começa no domingo mais próximo ao dia 30app bwinnovembro. A palavra vem do latim adventus, ou chegada. Tradicionalmente, é uma épocaapp bwinpenitência, mas não mais tão rígida quanto a Quaresma, uma vez que os cristãos não fazem mais jejum nesse período.
Guirlandas do Advento são populares na Europa e nos Estados Unidos, sobretudoapp bwinigrejas. Elas são feitas com galhosapp bwinpinheiros e quatro velas - uma para cada domingo do Advento.
Papai Noel
Uma parte importante do Natal moderno é o mito do Papai Noel ou Pai Natal, cuja origem remonta a tradições cristãs e europeias. Mas a imagem dele como a conhecemos hoje foi popularizada por fabricantesapp bwincartões natalinos americanos no século 19.
Tradicionalmente, o Pai Natal visita as casas à meia-noite da vésperaapp bwinNatal, descendo pela chaminé para entregar os presentes, colocando-os dentro das meias que as crianças deixam penduradas.
Algumas tradições ao redor do Pai Natal também precedem o cristianismo. Seu trenó, puxado por renas, vem da mitologia escandinava. A práticaapp bwindeixar tortas e leite ou conhaque para o Papai Noel pode ser remanescenteapp bwinsacrifícios pagãos que marcavam a chegada da primavera.
Nos Estados Unidos, a figura do Santa Claus tem seu nome derivadoapp bwinSão Nicolau, que, segundo a tradição, costumava entregar anonimamente sacosapp bwinouro para um homem que não tinha dinheiro para pagar o doteapp bwincasamentoapp bwinsua filha.
Algumas versões da história afirmam que o santo jogava as sacolasapp bwinouro pela chaminé.
O Natal hoje
O Diaapp bwinNatal é a festa cristã mais celebrada pelas pessoas que não frequentam igrejas, e estas, ao mesmo tempo, costumam ficar repletas para a missa natalina.
No entanto, para muitas pessoas, o Natal hoje se tornou uma festa secular, centrada na reunião familiar e na trocaapp bwinpresentes.
Seapp bwinséculos passados a Igreja temia a influência pagã sobre a festa cristã, as preocupações atuais são o consumismo e os excessos que marcam as festasapp bwinfimapp bwinano.
Este texto foi originalmente publicadoapp bwindezembroapp bwin2017 e republicado após atualização.
- Texto publicadoapp bwinhttp://vesser.net/internacional-42404714