6 indicadoresaposta sport netque os EUA estão no mesmo nível dos países subdesenvolvidos:aposta sport net

Moradoraaposta sport netrua pede dinheiro nas ruasaposta sport netSan Francisco, nos EUA

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Legenda da foto, Moradoraaposta sport netrua pede dinheiro nas ruasaposta sport netSan Francisco, nos EUA; dados revelam um paísaposta sport netcontrastes

Um estudo do Centroaposta sport netPesquisas Pew aponta, por exemplo, que a maioria dos americanosaposta sport netclasse média e alta concorda com a ideiaaposta sport netque "os pobres hoje vivem situação mais fácil porque podem receber benefícios do governo sem fazer nadaaposta sport nettroca".

Por outro lado, dois terços dos cidadãosaposta sport netbaixa renda concordam com a afirmaçãoaposta sport netque "os pobres têm uma vida difícil porque os benefícios sociais não são suficientes para ajudá-los a viver uma vida decente".

A BBC Mundo, o serviçoaposta sport netespanhol da BBC, listou alguns dos indicadores que colocamaposta sport netxeque os níveisaposta sport netdesenvolvimento e bem-estar nos Estados Unidos.

1. Expectativaaposta sport netvida

O relatório mais recente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) indica que a expectativaaposta sport netvida dos americanos éaposta sport net79,2 anos.

Uma família pobre americana

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Legenda da foto, Indicadoresaposta sport netqualidadeaposta sport netvida das famílias afro-americanas são,aposta sport netmédia, inferiores aos das famílias brancas

Esse dado coloca o país como o 40º do mundo, atrásaposta sport netum conjuntoaposta sport netpaíses desenvolvidos mas tambémaposta sport netalguns países latino-americanos, como Chile, Costa Rica e Cuba - essa não é, no entanto, a realidade da comparação com o Brasil, onde a expectativaaposta sport netvida éaposta sport net74,7 anos.

O país líder nesse indicador é o Japão, com 83,7 anos, e o lanterna é a Suazilândia, com 48,9 anos.

Mas, assim como no Brasil, essas médias nacionais variam consideravelmente quando segmentadas por escolaridade e raça.

Nos EUA, enquanto a expectativaaposta sport netvidaaposta sport netum homem branco com educação universitária éaposta sport net80 anos, aaposta sport netum homem afro-americano com baixa escolaridade éaposta sport net66 anos, segundo pesquisas do Centro Nacional sobre a Pobreza nos Estados Unidos (NPC, na siglaaposta sport netinglês).

gráfico sobre expectativaaposta sport netvida

"O problema nos Estados Unidos é que o bem-estar é incrivelmente estratificado", explicou à BBC Mundo um dos autores do estudo, Luke Shaefer, professor e diretor da Iniciativa para a Solução da Pobreza da Universidadeaposta sport netMichigan, nos EUA.

"O país aparece muito bem se você compara o estrato superior da sociedade americana com os países ricos. A questão é a incrível diferença no bem-estar entre os pobres e os americanos com mais recursos", aponta, acrescentando que,aposta sport net2008, a expectativaaposta sport netvida para os homens afro-americanos sem educação superior era equivalente à dos cidadãos do Paquistão, Butão e Mongólia.

2. Mortalidade infantil

Os números sobre mortalidade infantil - o númeroaposta sport netcrianças que morrem por mil nascidos vivos - é outro indicador clássico do bem-estar social.

De acordo com o relatório mais recente do Pnud, que utiliza dadosaposta sport net2015, esse indicador éaposta sport net5,6 nos EUA. Isso o coloca no 44º lugar do mundo, novamente superado pelos países ricos como um todo, bem como por Cuba, Bósnia e Croácia.

gráficoaposta sport netmortalidade infantil

Nesse caso, as diferenças sociais dentro dos Estados Unidos também são evidentes. De acordo com Shaefer,aposta sport net2011, a taxaaposta sport netmortalidade infantil entre os afro-americanos era semelhante àaposta sport netTogo e da Ilhaaposta sport netGranada.

O bem-estar das crianças americanas também é colocadoaposta sport netxeque quando são considerados indicadoresaposta sport netpobreza infantil.

De acordo com um estudo do Unicefaposta sport net2012, que comparou a situaçãoaposta sport netcriançasaposta sport net35 paísesaposta sport neteconomia avançada, os Estados Unidos apareceram no penúltimo lugar - antes apenas da Romênia.

O indicadoraposta sport netpobreza infantil relativa, que mede a porcentagemaposta sport netcrianças que vivemaposta sport netuma família cuja renda - ajustada ao tamanho e à composição da família - é inferior a 50% da renda média nacional, registrou 23,1% das crianças americanas nesta situação.

Crianças limpam colchão sujo após inundação

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Legenda da foto, EUA têm nívelaposta sport netpobreza infantil mais alto do que países ricos europeus

3. Mortalidade materna

Desde o início deste século, os Estados Unidos registraram um aumento nos índicesaposta sport netmortalidade materna, cuja taxa passouaposta sport net17,5 mortes por mil nascimentosaposta sport net2000 para 26,5aposta sport net2015,aposta sport netacordo com um estudo publicado na revista científica The Lancetaposta sport netjaneiro deste ano.

É um fenômeno que vai na contramão das tendências no restante do mundo industrializado, onde houve um declínio no mesmo período. Esse foi o caso, por exemplo, do Japão (de 8,8 para 6,4), Dinamarca (de 5,8 para 4,2), Canadá (de 7,7 para 7,3) e França (de 11,7 para 7,8).

Além disso, o número registrado nos Estados Unidos é superior ao da Costa Rica (24,3), da China (17,7), do Vietnã (15,6) e do Líbano (15,3).

Nesse caso, há também uma clara desigualdade nos Estados Unidos: a taxaaposta sport netmortalidade materna entre mulheres brancas éaposta sport net13, mas entre as afro-americanas éaposta sport net44.

4. Taxaaposta sport nethomicídios

A segurança pessoal, a possibilidadeaposta sport netproteger a própria vida, é considerada outro elemento básico do bem-estar social.

De acordo com o relatório mais recente do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNDOC), os Estados Unidos registram uma taxaaposta sport nethomicídioaposta sport net4,88 óbitos por 100 mil pessoas, o que o colocaaposta sport net59º lugar no mundo.

Mulheres deixam flores para vítimas fataisaposta sport netum tiroteioaposta sport netmassa

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Legenda da foto, Taxaaposta sport nethomicídios nos Estados Unidos é muito maior do queaposta sport netoutros países industrializados

Esse número contrasta com oaposta sport netpaíses europeus, como Áustria (0,51) ou Holanda (0,61), mas também com o Canadá (1,68) e até a Albânia (2,28), Bangladesh (2,51) e Chile (3,59,aposta sport netacordo com dadosaposta sport net2014, os mais recentes).

No estudo publicado pelo Centro Nacional sobre a Pobreza, Shaefer sugere analisar não os dados nacionaisaposta sport nethomicídios, mas sim a situação individual das cidades americanas com maisaposta sport net200 mil habitantes e taxaaposta sport netpobrezaaposta sport net25%.

Nelas, o númeroaposta sport nethomicídios aumenta para 24,4 (de acordo com dadosaposta sport net2012), situação ligeiramente melhor que a da Colômbia (26,5) e do Brasil (26,74) - mas muito pior do que a Argentina (6,53), o Peru (7,16) e o Uruguai (8,42).

Taxaaposta sport nethomicídios

5. Gravidez na adolescência

Alémaposta sport netrepresentar um risco para a saúde das mulheres jovens, a gravidez na adolescência é frequentemente associada à vulnerabilidade.

Campanhaaposta sport netprevenção à gravidez na adolescência

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Legenda da foto, Embora números tenham caído nos últimos anos, EUA ainda têm índices altosaposta sport netgravidez na adolescência

Segundo dados do Banco Mundial para 2015, os EUA registram uma taxaaposta sport net21 nascimentos desse tipo para cada mil mulheres entre 15 e 19 anosaposta sport netidade - colocando o país no 68º lugar do mundo, mesmo nívelaposta sport netDjibouti e Aruba, e bem acima da médiaaposta sport netpaíses com altos níveisaposta sport netrenda.

Outros países ricos têm números bem mais baixos, como Japão (4), Alemanha (6) e França (9). No Brasil, a taxa éaposta sport net67.

6. Educação

Os EUA são sedeaposta sport netdezenas das melhores universidades do mundo. Mas isso não significa que a formação média dos americanos esteja à altura desses centrosaposta sport netexcelência.

De acordo com um estudo realizado no âmbito do Programa Internacional para Avaliaçãoaposta sport netCompetências (PIAAC, na siglaaposta sport netinglês), entre os países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o país teve uma performance considerada medíocre.

A pesquisa mediu três níveis educacionais diferentesaposta sport nettermosaposta sport netcapacidadeaposta sport netleitura e habilidade numérica: pessoas que não completaram o ensino médio, indivíduos com ensino médio completo e outros com pelo menos dois anosaposta sport netensino universitário cursado.

Participaram da análise pouco maisaposta sport net20 países: Austrália, Áustria, Canadá, República Checa, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Japão, Países Baixos, Noruega, Polônia, Coréia do Sul, Eslováquia, Espanha, Suécia, Estados Unidos, Bélgica e Reino Unido.

Taxaaposta sport netgravidez na adolescência

No teste sobre a capacidadeaposta sport netleitura, entre aqueles que não haviam terminado o ensino médio, os americanos ficaram entre os cinco países com os piores resultados; entre aqueles que completaram esse nívelaposta sport netestudos, o país ficou abaixo da médiaaposta sport nettodos.

No casoaposta sport netpessoas que tinham começado a cursar a universidade, os americanos ficaram acimaaposta sport netoito países, empataram com outros seis - mas foram ultrapassados ​​por sete nações.

Além disso, os Estados Unidos registraram a maior diferença entre os resultados obtidos por aqueles que não terminaram o Ensino Médio e aqueles que têm pelo menos dois anosaposta sport netensino universitário.

Na avaliação das habilidades numéricas, os americanos ficaram consistentemente abaixo da média da OCDE nos três níveis educacionais estudados. Além disso, o país ficou na lanternaaposta sport netdois níveis: entre os que não terminaram o ensino médio e aqueles que concluíram esta etapa.

Para aqueles que completaram pelo menos dois anosaposta sport netensino superior, os EUA superaram a Espanha e a Itália e se igualaram a outros cinco países - ficando atrásaposta sport net15 outras nações.

As causas das diferençasaposta sport netrelação aos países ricos

Ao explicar por que os EUA registram indicadoresaposta sport netdesenvolvimento tão significativamente abaixoaposta sport netoutros países ricos, Shaefer aponta para as peculiaridades da redeaposta sport netassistência social no país.

"Os Estados Unidos sempre tiveram uma redeaposta sport netsegurança social menos generosa. Os programas sociais visam os pobres,aposta sport netvezaposta sport netserem benefícios universais, como é o casoaposta sport netmuitos outros países industrializados onde, além disso, você não possui essas enormes disparidadesaposta sport netriqueza que temos aqui", explica.

Shaefer publicou o livro Dois dólares por dia: vivendo com quase nada nos Estados Unidos, no qual acompanhou famílias americanas que sobreviviam com cerca R$ 6,4 (em valores atuais) por dia por pessoa.

"O que faz diferença nos Estados Unidos é que muitos deles também têm seguroaposta sport netsaúde e cuponsaposta sport netcomida, mas não têm dinheiroaposta sport netespécie. O que você faz nos EUA quando você não tem dinheiro para pagar a energia elétrica ou as coisas que você precisaaposta sport netuma entrevistaaposta sport netemprego? Em 2011, havia 1,5 milhãoaposta sport netfamílias e maisaposta sport net3 milhõesaposta sport netcrianças nos Estados Unidos que viviam assim", afirma.

No entanto, essa visão sobre a pobreza no país e as falhas do sistemaaposta sport netassistência social não é compartilhada por todos.

Um estudo da Fundação Heritage questionou a validade dos dados do Censo dos Estados Unidos - que estimou haver quase 15 milhõesaposta sport netcrianças vivendo na pobrezaaposta sport net2014. Para a fundação, esses dados não levavamaposta sport netconta muitos dos benefícios sociais que as famílias dessas crianças recebiam do Estado.

Para a instituição, famílias com crianças oficialmente listadasaposta sport netestatísticasaposta sport netpobreza vivemaposta sport netcondições favoráveis.

"A família média pobre nos Estados Unidos tem ar-condicionado, um carro ou caminhonete, TV a cabo, um computador, um telefone celular e (se houver crianças na casa) videogames. Eles têm o suficiente para comer e não são malnutridos", diz o estudo da fundação.

"Eles vivemaposta sport netuma casa confortável que estáaposta sport netboas condições e têm mais espaço do que a média não pobre da Alemanha, França, Suécia e Reino Unido", acrescenta.

Shaefer, no entanto, questiona essa visão e adverte que, embora muitas famílias pobres nos Estados Unidos residamaposta sport netcasas amplas, muitas vezes elas não têm dinheiro para aluguel ou serviços básicos, como calefação.

"Se os pobres nos Estados Unidos têm tantos recursos, então por que seus resultados são tão ruins? Sabemos que indicadores como a expectativaaposta sport netvida estão claramente ligados à renda e que os pobres americanos têm uma taxa muito baixa", rebate o pesquisador.

"As pessoas dizem que os pobres nos Estados Unidos são ricos pelos padrões internacionais, mas isso claramente não é verdade porque seus resultados são muito piores do que os do resto da sociedade", conclui