O voluntário que resgatou centenasempresa estrelabetvítimas dos dois terremotos mais fortes da história recente do México:empresa estrelabet

Javier Serrano diz ter renascido após ser resgatado dos escombros
Legenda da foto, Javier Serrano Olivera diz ter renascido após ser resgatado dos escombros após tremor da última terça-feira | Crédito: Alberto Nájar/BBC

Era noite da última terça-feira, 19empresa estrelabetsetembro. Olivera quis voltar à superfície, mas o túnel estava bloqueado. A bateriaempresa estrelabetsua lanterna acabou. E, na escuridão, tentou buscar outra saída.

"Comecei a cavar e cavar por onde podia, mas o oxigênio estava acabando. Fiquei sufocado", diz.

"Vi a luzempresa estrelabetuma lanterna e gritei: me tirem daqui!", acrescenta.

Em seguida, vieram médicos e enfermeirasempresa estrelabetum hospital da região central da cidade, para onde acabou levado após ser resgatado.

Pura coincidência. Em 19empresa estrelabetsetembroempresa estrelabet1985, Olivera perdeu alguns dentes quando tropeçou enquanto resgatava corposempresa estrelabetum restaurante atingido pelo terremoto que ocorreu naquele dia.

E agora, exatamente 32 anos depois, quase perdeu a vida quando decidiu retirar dos escombros os sobreviventesempresa estrelabetum novo tremor devastador.

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Legenda da foto, Dezenasempresa estrelabetpessoas morreram após desmoronamentoempresa estrelabetfábrica têxtil | Crédito: Alberto Nájar/BBC

Dois terremotos

Javier Serrano Olivera é um dos mexicanos que resgataram pessoas nos dois terremotos mais intensos da história recente do país.

E,empresa estrelabetambos os casos, a tragédia ocorreu pertoempresa estrelabetsua casa, no centro da Cidade do México.

No primeiro terremoto,empresa estrelabet1985, Javier fazia os preparativos para uma festaempresa estrelabetfamília, quando, às 7h19 (hora local), o sismo derrubou milharesempresa estrelabetcasas e edifícios.

O bairro dele, no centro da capital, foi um dos mais afetados.

No local, havia o popular restaurante Súper Leche, que naquela hora da manhã costumava estar cheio.

O terremoto surpreendeu os clientes. Muitos não puderam evacuar o restaurante e ficaram debaixo dos escombros.

Olivera e alguns vizinhos chegaram minutos depois do terremoto e começaram a cavar com picaretas e pás. Mas não encontraram sobreviventes.

"Houve um incêndio e a fumaça asfixiou todos os que estavam soterrados", recorda.

Outros morreram quando desciam as escadas, e alguns foram surpreendidos aindaempresa estrelabetseus quartos, pois, acima do restaurante, havia apartamentos e escritórios.

"Quando me enfiei ali (nos escombros), não encontrei ninguém vivo. Só mortos. Mas retiramos todosempresa estrelabetlá", acrescenta.

O socorrista civil, como prefere ser chamado, já resgatou muitas pessoas.

"Não me lembroempresa estrelabetquantos, mas eram muitos. Alguns foram levados para uma vala comum", diz.

O númeroempresa estrelabetvítimas no restaurante não é conhecido, mas ali trabalhavam cercaempresa estrelabet100 funcionários, que atendiam maisempresa estrelabet1 mil clientes todas as manhãs.

Mulher chorando

Crédito, Ronaldo Schemidt/AFP

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Resgate

No mesmo 19empresa estrelabetsetembro, mas 32 anos depois, Olivera se preparava para almoçar emempresa estrelabetcasa, a alguns passos do complexo que abrigava três fabricantesempresa estrelabetroupas.

Duas horas antes, ele havia participadoempresa estrelabetuma simulação realizadaempresa estrelabettodo o país anualmente, desde o terremotoempresa estrelabet1985.

Com calor, voltou àempresa estrelabetcasa e começou a beber uma cerveja. "Coloquei o copo sobre a mesa e ele começou a se mover. A primeira coisa que pensei foi: "O que aconteceu? Mas eu só tomei uma cerveja!".

Mas não era o efeito do álcool. A terra se sacudia naquele momento.

Segundo estatísticas da Secretariaempresa estrelabetEducação Pública do México, um totalempresa estrelabet5.092 escolas sofreu danos durante os dois terremotos que atingiram o país nos últimos dias 8 e 19.

Sem pensar duas vezes, Olivera saiuempresa estrelabetcasa e entrou na escola primária Simón Bolívar, ao lado da fábricaempresa estrelabetroupas.

Ali, ele ajudou a evacuar as crianças.

Em seguida, rumou ao edifício que, naquele momento, já havia se reduzido a escombros.

Ali começou a se meter por dentroempresa estrelabetburacos e a cavar um túnel para resgatar os sobreviventes.

Por quatro vezes, fez as incursões, sem sucesso. Só conseguia escutar gritos dos que pediam ajuda.

Durante a última tentativa, ficou preso. "Os pedaçosempresa estrelabettecido amorteceram a queda da viga. Se não fosse por isso, estaria no céu".

'Viver ou morrer'

Depois do terremotoempresa estrelabet1985, Olivera passou a fazer parte do coletivo Topos Azteca, que apoia o resgateempresa estrelabetsoterrados durante catástrofes naturaisempresa estrelabetdiferentes países do mundo.

A experiência como voluntário, no entanto, não eliminou por completo os riscos durante a operação.

Quando ficou preso debaixo dos destroços e praticamente sem oxigênio, Olivera perdeu as esperanças.

"Não estava desesperado, já havia perdido as minhas esperanças", conta.

"É preciso ter disciplina para viver ou morrer; essa é a verdade", conclui.