Cercadasuper casinosigilo, estaçãosuper casinosatélite russa na Nicarágua alimenta debate sobre espionagem e inquieta EUA:super casino
Sua criação foi acordada no dia 26super casinojaneiro do ano passado pelos governossuper casinoDaniel Ortega e Vladimir Putin e hoje está a cargo da Agência Espacial Federal Russa - também conhecida como Roscosmos.
Ambas as partes decidiram chamá-lasuper casinoChaika,super casinohomenagem ao sinalsuper casinoidentificação da primeira mulher que viajou ao espaço (1963), a hoje política Valentina Tereshkova.
Mas, entre a população local, o que sabe sobre Chaika é apenas que os homens que entram e saem da instalação "falam russo" e carregam "equipamentos".
Como projetos conjuntos da Rússia e Nicarágua são sempre cercadossuper casinosigilo, são suscetíveis a especulação e teorias da conspiração. Não são poucos os nicaraguenses que questionam se a estaçãosuper casinosatélite não estaria ocultando outras funções.
Há até quem assegure que seria para finssuper casinoespionagem, o que o governo da Frente Sandinista da Libertação Nacional (FSLN) nega. Já a Rússia não fez qualquer comentário a respeito.
Função civil
"Hoje abrimos uma nova página desta história", anunciousuper casinoabril Igor Komarov, diretor-geral da Roscosmos, na cerimôniasuper casinoabertura da polêmica instalação, segundo o portal oficial do sandinismo El 19 digital.
Trata-se da "primeira e única" estação terrestre do sistema Glonass na América Central, ressaltou o funcionário durante o ato, presidido por Laureano Ortega, filho do mandatário Daniel Ortega que trabalha como assessor presidencial para investimentos.
Segundo o subdiretor da agência especial russa Sergei Saveliev, fora da Rússia, há oito estações desse tipo: quatro no Brasil, três na Antártida e uma da África do Sul.
Ele afirmou ao veículo estatal russo Sputnik que a previsão é instalar outrassuper casinoCazaquistão, Belarus, Armênia, China, Índia, Vietnã, Indonésia e Suíça, assim como Argentina, Cuba, Equador e México, embora essa informação não tenha sido confirmada pela BBC Mundo, serviçosuper casinoespanhol da BBC.
O plano é que Nejapa forme parte dessa rede global.
A estaçãosuper casinoconcreto se alimentará do sinalsuper casino24 satélites russos e a informação coletada servirá para controlar a navegação, ajudar a combater o narcotráfico, prevenir desastres naturais e monitorar as mudanças climáticas, explicou o diretor do Instituto Nicaraguensesuper casinoTelecomunicações e Correios (Telcor), Orlando Castillo, durante a inauguração.
É "um projeto estratégico" para a Nicarágua e a Rússia, concluiu Ortega, filho do presidente.
E é exatamente o lado "estratégico" que levanta dúvidassuper casinovários especialistas, não convencidos com as explicações oficiais.
'Fachada'
"Disseram que tem fins civis, mas o alto nívelsuper casinosigilosuper casinoatividades dali provoca suspeitas", disse à BBC Mundo Roberto Cajina, consultor civilsuper casinosegurança, defesa e governabilidade na Nicarágua. "Não há informação sobre o custo das instalações, nem a especialização do pessoal. O projeto é produto do contrato entre a agência espacial russa e o Telcor, rodeadosuper casinosegredos".
Cajina também é membro do conselho diretivo da Redesuper casinoSegurança e Defesa da América Latina (RESDAL), organização que reúne cercasuper casino300 acadêmicos e especialistas no tema segurança na região.
Roberto Orozco, diretor do Centrosuper casinoPesquisa e Análise Estratégica da Nicarágua, vai além e garante que "a curto e médio prazo viu-se que é mentira tudo o que foi dito sobre os convênios e a cooperação entre Nicarágua e Rússia".
Segundo o especialista,super casino2009, durante o primeiro mandatosuper casinoOrtega depoissuper casino17 anos fora do poder, Manágua retomou a relação próxima que havia mantido com Moscou durante a Guerra Fria.
"Fizeram isso com a justificativasuper casinoabrir mercado na Ásia, para ampliar o lequesuper casinoparceiros comerciais, mas é uma fachada", opina Orozco à BBC Mundo, alegando que a relação comercial Nicarágua-Rússia segue pouco relevante, com exportações e importações que não superam os US$ 20 milhões (R$ 66 milhões) anuais.
Segundo ele, dos oito convênios firmados entre ambos os países para a saúde e o desenvolvimento, nada saiu do papel.
E cita o exemplo do projetosuper casinopesquisa imunobiológica inauguradosuper casinoManáguasuper casino22super casinooutubro, para o qual a Rússia aportou US$ 14,1 milhões (R$ 47 milhões) e que deveria estar operando emsuper casinocapacidade máxima - ou seja, produzindo 30 milhõessuper casinovacinas ao ano. No entanto, o laboratório ainda não funciona, e a mídia local aponta para problemas como faltasuper casinorecursos e má gestão.
"Isso mostra que os acordossuper casinoiniciativas para o desenvolvimento não avançam, enquanto que o que se fortalece é a cooperação técnico-militar", diz Orozco.
Cooperação militar
Ele se refere a um acordo que agiliza a atracaçãosuper casinonaviossuper casinoguerra russos na Nicarágua, anunciado pelo próprio ministro da Defesa Sergei Shoigu durante visita ao país centro-americanosuper casinofevereirosuper casino2015.
E também ao convênio que resultou na doaçãosuper casino50 tanques russos modelo T-72B1 ao governo sandinista,super casinoagosto do ano passado, que causou reclamações e protestossuper casinovizinhos da região.
Além disso, o Centrosuper casinoPesquisa e Análise Estratégica da Nicarágua estima que, a cada ano, entre 450 e 500 militares russos entram e saem do país centro-americano.
Os Estados Unidos já mostraram preocupação ante à presença militar russa no país.
"A Rússia mantém uma atitude inquietante na Nicarágua (...) e poderia afetar a estabilidade da região", expressou o chefe do Comando Sul do país, o almirante Kurt Tidd, diante do Comitêsuper casinoServiços Armados do Senado dos Estados Unidossuper casinoabril.
'Ameaça'
De fato, os especialistas consultados pela BBC Mundo concordam que Moscou teria a intenção de, a partir da Nicarágua, estendersuper casinoinfluência a outras nações centro-americanas.
"El Salvador e Guatemala são outros países onde essa relação já estaria sendo cultivada", disse Evan Ellis, professorsuper casinoEstudos Latino-Americanos no Institutosuper casinoEstudos Estratégicos da Universidade do Exército da Guerra dos Estados Unidos.
Para Juan González, colombiano que trabalhou no Departamentosuper casinoEstado dos Estados Unidos durante o governo Obama, pode representar uma "ameaça incipiente".
"Se a Rússia já se meteu nas eleições presidenciais dos Estados Unidos - algo que está sendo investigado -, também poderia se meter na região", disse à BBC Mundo.
Mas o que mais preocupa ao especialista é a estaçãosuper casinosatélites, na lagoasuper casinoNejapa.
Ele e outros analistas apontaram para o fatosuper casinoque, do outro lado da lagoa, pode-se observar o edifício da embaixada dos Estados Unidos.
González menciona também a Arcos-1, o cabo submarinosuper casinofibra ópticasuper casinomaissuper casino8 mil metros que passa pertosuper casinovários países do Caribe e pelo qual se transmitem dados a uma velocidadesuper casino960 bilhõessuper casinobits por segundo.
"É algo que não confirmamos, mas a Rússia poderia estar usando a Nicarágua para criar uma esferasuper casinoespionagem militar", disse Orozco, do Centrosuper casinoPesquisa e Análise Estratégica.
"Em 2012, o centrosuper casinointeligência russasuper casinoHavana foi fechado, precisamente quando Cuba começou negociações para retomar as relações com os Estados Unidos, por isso poderiam estar desenvolvendo na Nicarágua uma base semelhante".
A Rússia não se pronunciou sobre o tema. E a Nicarágua, porsuper casinovez, nega que a estaçãosuper casinoNajapa sirva para esse fim. "Não é para espiar ninguém", disse à mídia o diretor do Instituto Nicaraguensesuper casinoTelecomunicações e Correios, Orlando Castillo,super casinomaio.
"Os Estados Unidos têm maissuper casino800 satélites operando (no espaço ao redor do mundo) e ninguém está pensando que estão espiando alguém. É o mesmo com este (sistemasuper casinonavegação por satélites)."