A igualdadeeucasino bonusgênero na Suécia é um mito?:eucasino bonus

Amanda Lundeteg
Legenda da foto, Amanda Lundeteg criou ONG para combater desigualdadeeucasino bonusgênero na Suécia

Como comparativo, no Brasil, a licença maternidade éeucasino bonusno mínimo 120 dias (quatro meses), podendo ser estendidos a 180 (seis meses), e a licença-paternidade mudou recentementeeucasino bonus5 para 20 dias (mas, para ter direito ao período ampliado, a empresaeucasino bonusque o pai trabalha precisa estar vinculada ao Programa Empresa Cidadã, do governo).

As creches suecas também são largamente subsidiadas pelo Estado. Mas, na visãoeucasino bonusLundeteg, apesareucasino bonustudo isso, a Suécia é muito menos progressista do que muitos pensam.

"Somos muito bons achando que somos muito bons. Mas se você perguntar às mulheres na Suécia como elas se sentem, vão dizer que não estão satisfeitas", argumenta Lundeteg.

Andreas Lundvick
Legenda da foto, Andreas Lundvick decidiu deixar o banco onde trabalhava para cuidar do filho

Estereótiposeucasino bonusgênero

A Suécia, onde maiseucasino bonus80% das mães trabalham, ocupa a primeira posição entre as nações industrializadaseucasino bonusrelação à igualdadeeucasino bonusgênero no setor público, segundo dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Mas pesquisas da Allbright mostram que, no setor privado, a igualdade entre homens e mulheres está longeeucasino bonusser realidade.

Em 2016, por exemplo, maiseucasino bonus80% dos gerentes das empresas suecas que tinham ações negociadas na bolsa eram homens. E nenhuma companhia que abriu o capital neste ano era presidida por mulheres.

"É possível viver com igualdadeeucasino bonusgênero na Suécia, mas não fazemos isso por causa da tradição", diz.

"Se você é homem, a sociedade espera que você trabalhe e leve comida para casa. Tem a ver com estereótipos e privilégios e isso levará muito tempo para acabar", completa.

Camilla Dath
Legenda da foto, Camilla Dath diz que vai ficar fora do trabalho por 11 meses

Trabalho parcial

Estatísticas oficiais confirmam que mulheres respondem pela maior parcela dos pedidoseucasino bonuslicença remunerada para cuidar dos filhos.

Também são mais suscetíveis a trabalharemeucasino bonustempo parcial, diferentemente dos homens.

A igualdadeeucasino bonussalários tampouco foi atingida.

A advogada sueca Camilla Dath tem um bebêeucasino bonussete meses. Ela conta que quer permanecer 11 meses fora do trabalho, o mesmo tempo planejado por seu marido.

Mas Dath ressalva que isso pode não ser factível para outros pais, especialmente se um deles ganhar mais do que o outro, ou se trabalharemeucasino bonusempresas com visões antiquadas.

"Tenho amigos que trabalhameucasino bonusimportantes bancos e para eles é mais difícil saireucasino bonuslicença paternidade", diz.

Em relação ao númeroeucasino bonusmulhereseucasino bonuscargoseucasino bonusdireção, a maior discrepância ocorre nos setores tradicionalmente "masculinos", como manufatura e tecnologia.

Mas as pesquisas da Allbright sugerem queeucasino bonussetores como serviços financeiros e imobiliários houve avanços "significativos" nos últimos anos.

Recentemente, a imobiliária Heba, por exemplo, subiu 100 posições no ranking da Allbright depoiseucasino bonussubstituir várioseucasino bonusseus diretores homens por mulheres.

No entanto, o presidente da companhia, Lennart Karlsson, diz que a mudança não se aconteceu por causa da busca por maior igualdadeeucasino bonusgênero.

"Para mim, o mais importante era a competência, competência e atitude, não o sexo. Mas mudeieucasino bonusopinião. A empresa funciona melhor com essa combinação", defende.

Simone French
Legenda da foto, Australiana Simone French diz ter voltado ao trabalho depoiseucasino bonus1 ano por medoeucasino bonuspressões dos chefes e dos parentes

Correlação positiva

Lundetag está convencidaeucasino bonusque a mudança também beneficia os negócios.

E para prová-la, cita vários estudos, incluindo um do Peterson Institute for International Economics, sediado nos Estados Unidos, que encontrou uma correlação positiva entre a presençaeucasino bonusmulhereseucasino bonuscargoseucasino bonusdireção e o desempenho das empresas.

Um vínculo que parece estar muito claro para políticos suecos, que estão impulsionando o que descreveram como o "primeiro governo feminista do mundo".

Em 2015, a coalizão que governa o país promulgou uma lei que incentiva os homens a aproveitar mais o tempo com os filhos recém-nascidos: eles passaram a ter direito a 90 diaseucasino bonuslicença remunerada - se optarem por não desfrutarem do benefício, perdem a regalia.

"O que queremos ver a longo prazo é uma participação (na educação dos filhos) igual entre pais e mães. Mas temos que ir devagar, para que as famílias se adaptem às mudanças", explica Annika Strandhall, ministra da Segurança Social.

Pais

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Mulheres ainda não ganham o mesmo que homens na Suécia

Opiniões divididas

Mas os suecos estão divididos sobre qual deve ser o papel do Estado na promoção da igualdadeeucasino bonusgênero.

Em janeiro, o Parlamento rejeitou um projetoeucasino bonuslei que previa multas a empresas com ações negociadas na bolsa que não tivessem pelo menos 40% das mulhereseucasino bonusseus conselhoseucasino bonusadministração.

Em outro desdobramento, os Democratas Suecos - o partido nacionalista que estáeucasino bonussegundo lugar nas pesquisaseucasino bonusintençãoeucasino bonusvoto - assim como os Democratas Cristãos, votaram contra os 90 diaseucasino bonuslicença obrigatória para os pais.

Eles alegam que não cabe ao Estado decidir como as famílias devem aproveitar esse benefício.

"Há uma pressão social para que todo mundo volte ao trabalho o mais rápido possível. Se ficasseeucasino bonuscasa, nadaria contra a corrente", explica a australiana Simone French, que mora na Suécia.

French diz que gostariaeucasino bonusficareucasino bonuscasa até que seu filho entrasse na escola. Mas acabou se ausentando do trabalho por apenas um ano, com medoeucasino bonuspressões dos chefes e da família.

"Meu instinto materno me dizia para ficar com meu filho. Não queria voltar ao trabalho. Conheci algumas mulheres suecas que pensavam o mesmo", conta.

Questão cultural

No entanto, aqueles que comemoram o avanço da Suécia rumo a uma sociedade completamente igualitária argumentam que, para equilibrar as responsabilidades familiares, seria necessário uma combinaçãoeucasino bonusdois fatores.

Por um lado, dar aos pais e mães oportunidades iguaiseucasino bonuscriar laços com seus filhos quando ainda são pequenos, mas também dar oportunidades às mulheres para que possam progredir na carreira.

"Você se aproximaeucasino bonusseu filho, estabelece uma ligação maior", diz o sueco Andreas Lundvick.

Lundvick trabalhaeucasino bonusum importante banco sueco, mas se afastou do trabalho para cuidareucasino bonusseu filhoeucasino bonusseis meses enquantoeucasino bonusmulher estudaeucasino bonusperíodo integral.

Ele não acredita que a decisão possa prejudicareucasino bonuscarreira.

"Me sinto sortudo. Quando falamos com pessoaseucasino bonusoutros países e ouço sobre a situação delas, quase sempre é a mãe que ficaeucasino bonuscasa com os filhos", diz.

"É uma questão cultural", conclui.