Inelegível, líder oposicionista defende eleições como saída para crise na Venezuela:betfair do castro
Em 2013, ele teve uma derrota apertada para Maduro no pleito presidencial (a diferença foibetfair do castromenosbetfair do castro2% dos votos válidos). O candidato da oposição se recusou a contestar o resultado nas ruas.
"Havia condições para que o país iniciasse um processobetfair do castroguerra civil. Agora, não há", afirma Caprilesbetfair do castroentrevista à BBC Mundo, o serviçobetfair do castroespanhol da BBC.
Para Capriles, os cenários são distintos porque o governo hoje conta com muito menos apoio popular, além do fatobetfair do castroque a oposição triunfou nas eleições parlamentaresbetfair do castro2015.
Outro fator, segundo o líder oposicionista, é a piora da situação econômica da Venezuela nos últimos anos e que deixou o paísbetfair do castrouma situaçãobetfair do castroinflação alta e escassezbetfair do castroalimentos e medicamentos.
Quase 30 pessoas, segundo as autoridades, morreram nos protestos que há quase um mês ocorrem nas ruas venezuelanas - as manifestações foram motivadas pela decisão do Tribunal Superiorbetfair do castroJustiçabetfair do castroretirar poderes do Legislativo.
A BBC Mundo conversou com Capriles sobre os protestos e as possíveis soluções.
betfair do castro Como essa crise pode ser contornada?
betfair do castro Henrique Capriles - Com eleições livres e democráticas, não há outro jeito. Temos cinco reivindicações e nenhuma está fora da Constituição: eleições, ajuda humanitária para o fornecimentobetfair do castroremédios e alimentos, libertaçãobetfair do castropresos políticos e que cesse a práticabetfair do castrotornar candidatos inelegíveis. Por último, queremos o desarmamento das milícias.
betfair do castro BBC - O senhor admite uma saída negociada para evitar cenários mais dramáticos?
betfair do castro Capriles - A Constituição é a base para qualquer processobetfair do castronegociação. A política é a arte dos acordos, mas para que haja política é preciso haver vontade. Logicamente,betfair do castrouma crise como a que vivemos, os venezuelanos e o mundo esperam um acordo. Mas a base é a Constituição. Não estamos pedindo nada fora da Constituição.
betfair do castro BBC - Há conversas com o governo?
betfair do castro Capriles - Não, todos os sinais dados pelo governo são negativos.
betfair do castro BBC - Estão à esperabetfair do castroum gesto da oposição?
betfair do castro Capriles - Não é um leilão. Há cinco reivindicações muito claras e firmes. Não somos obtusos ou incapazesbetfair do castrodialogar. O povo venezuelano é pacífico e privilegia o diálogo, mas as conversas intermediadas pelo (ex-premiê espanhol) José Luis Zapatero foram uma fraude. Até do papa Francisco se aproveitaram. Um espaçobetfair do castromediação e diálogo deve ser radicalmente distinto.
betfair do castro BBC - O que se obtém com os protestos nas ruas?
betfair do castro Capriles - É um meiobetfair do castrofazer pressão. Protestar é um direito constitucional, não é um delito.
betfair do castro BBC - Quanto tempo eles vão durar?
betfair do castro Capriles - Não sei dizer. Nada disso estaria ocorrendo se estivessem dado uma janela democrática para os venezuelanos.
betfair do castro BBC - Se houvesse eleições agora, dois dos principais líderes, Leopoldo López (preso) e o senhor (inelegível), não poderiam concorrer. A oposição aceitaria esse cenário?
betfair do castro Capriles - Quando falamosbetfair do castroeleições livres e democráticas, isso é sem presos políticos e sem inelegíveis. Que seja o povo a decidir.
Caso nem eu nem Leopoldo pudéssemos concorrer, sem dúvida alguma estaríamos do lado dos que querem mudar a Venezuela. Que seja o líder eleito pelo povo da Venezuela, não o que Maduro queira.
betfair do castro BBC - Mas sem Lopez e o senhor a oposição não fica desvalorizada?
Sim, mas minha obsessão não é a Presidência. Minha obsessão é que a Venezuela mude. O tempo vai abrir as portas que ainda tenhabetfair do castroabrir.
betfair do castro BBC - Como reconciliar as "duas Venezuelas"?
betfair do castro Capriles - Não teremos um tempobetfair do castrovingança. Minhas acusações nunca são contra o povo. Minha mentalidade não é abetfair do castroMaduro, não creiobetfair do castrosectarismo. Não é um confronto entre povo e povo, isso acabou na Venezuela. Maduro insiste na divisão. Queremos um governobetfair do castrounidade nacional.
betfair do castro BBC - Diga-nos três coisas que mudaria se fosse presidente.
betfair do castro Capriles - Comida, remédios e segurança. Quando mudar o governo, se abrirão uma infinidadebetfair do castropossibilidades. Um governo que gere confiança aqui começará a gerar investimentos.
betfair do castro BBC - O chavismo é algo que estará para sempre na Venezuela?
betfair do castro Capriles - O chavismo era (o ex-presidente Hugo) Chávez. O que muda são as diferençasbetfair do castroliderança, quem dá ênfase ao que. Para mim, não há futuro se todos os esforços não são orientados a combater a pobreza. Estou consciente da realidade social do meu país. O que esperam os que votavam pelo chavismo? Que haja mudanças na Venezuela.
betfair do castro BBC - A oposição está disposta a fazer vista grossa para algumas das acusações contra membros do governo para facilitar uma mudança?
betfair do castro Capriles - Isso soa muito mal, como se fôssemos cúmplices. Na Venezuela, as condiçõesbetfair do castrotransição têm que ser debatidas com o país. Estamos conscientesbetfair do castroque, para que as transições sejam eficazes, ambas as partes devem fazer concessões, mas isso depende mais do governo do quebetfair do castronós.