A fotógrafa que deixou o mundo da moda para mostrar a face feminina da luta contra o Estado Islâmico:jogo da bets
"Mas o medo também me mantém concentrada e alerta", continua a fotógrafa,jogo da bets33 anos, que há pouco maisjogo da betsum ano esteve pela primeira vez no norte do Iraque para registrar a situação dos refugiados sírios.
Refugiados
Dali para o front, como profissional independente, foi um pulo.
"Foi a minha primeira vez numa zonajogo da betsconflito. Vi como a vida é difícil na guerra e que existem muitas histórias a serem contadas e registradas."
Jana vive na Holanda há 13 anos -jogo da betsDordrecht, cidadejogo da betspouco maisjogo da bets118 mil habitantes no sul do país.
Ela estudou fotografia e depois psicologia, "o que ajuda muito quando você trabalha numa zonajogo da betsconflito", admite.
A mãe, assistente social, e o irmão, gerentejogo da betsvendas, continuam na República Tcheca. O pai, engenheiro, morreujogo da betscâncer,jogo da bets2009.
Durante quatro anos Jana trabalhou como fotógrafajogo da betsmoda e publicidade, com vários estilistas e empresas, mas abriu mão do conforto dos estúdios.
A tcheca conta que a vida front não tem sido fácil, mas já melhorou bastante, especialmentejogo da betsrelação à convivência com os soldados.
"Este é um mundojogo da betshomens. Eles (os soldados) não estão acostumados com a presençajogo da betsuma mulher no front", observa, lembrando que rotinas simples, como ir ao banheiro, tomar banho e dormir, transformam-sejogo da betsuma espéciejogo da betstranstornojogo da betsum ambiente onde quase não há outras mulheres.
Outro desafio foi conquistar o respeito dos militares e fazer com que eles a vejam como uma profissional "e não apenas como mulher".
Guerra feminina
E foi convivendo com os militares curdos que ela descobriu a face feminina da guerra contra o EI.
"Passei quase cinco meses no front dos peshmerga ao suljogo da betsMossul. Ali ouvi falar sobre as jovens iranianas que lutam pelo Partido Azadi do Curdistão" (PAK, na siglajogo da betsinglês), lembra.
Também chamadojogo da betsPartido da Liberdade do Curdistão, o PAK é um partido político que luta pela unificação do Curdistão - uma região autônoma do Iraque e que fraz fronteira com Irã, Turquia e Síria - e tem unidades armadasjogo da betscombatentes no Irã e no Iraque.
Peshmerga é uma palavra curda que significa "aquele que enfrenta a morte", e essas unidades são conhecidas como "Falcões da Liberdade do Curdistão". Elas lutam ao lado das forças regulares curdas.
Muitas unidades receberam treinamento militar dos EUA e foram decisivas, por exemplo, na retomada da cidadejogo da betsKirkuk,jogo da betsoutubro.
As meninasjogo da betsBashiqa
Os curdos são a mais numerosa nação sem Estado do mundo: calcula-se que sejam 26 milhõesjogo da betspessoas, a maioria muçulmanos sunitas, organizadosjogo da betsclãs e que falam a língua curda.
Jana conseguiu autorização do comandante do PAK para se aproximar das jovens e registrar o dia a dia delas.
"São cercajogo da bets50 garotas peshmerga, e a maioria tem no máximo 20 anos. Parte delas ficajogo da betsKirkuk e parte nas montanhasjogo da betsBashiqa (cidade que foi tomada do EI há cercajogo da betstrês semanas)".
As garotas guerrilheirasjogo da betsBashiqa vivemjogo da betsduas casas abandonadas pela população.
"A casa delas é, na verdade, a frentejogo da betsbatalha. Elas são muito unidas e cuidam umas das outras."
Atualmente, elas protegem e patrulham a cidade, enquanto esperam para lutarjogo da betsHawija, cidade vizinha a Kirkuk, explica a fotógrafa.
Na ofensivajogo da betsBashiqa, segundo Jana, uma guerrilheira foi morta e duas ficaram feridas por morteiros do EI.
"As garotas me disseram que os combatentes do EI mandavam drones para localizá-las e depois disparavam muitos morteiros contra as posições delas."
Se, por um lado, elas são vistas como iguais pelos soldados curdos e peshmergas, as garotas despertam pavor entre os combatentes do EI.
A explicação para esse medo circula no front como uma espéciejogo da betslenda: militantes do EI acreditam que, se forem mortos por uma mulher, não irão para o paraíso, ao encontrojogo da betsdezenasjogo da betsvirgens - algo que muçulmanos radicais acreditam ser a recompensa para quem morrejogo da bets"guerras santas". Mas, sim, serão amaldiçoados e acabarão no inferno.
Uniformes, fuzis, tênis e maquiagem
O grupojogo da betsguerrilheirasjogo da betsKirkuk vive na mesma base que os homens. Mas ocupa alojamentos separados e tem seus próprios comandantes.
"Elas estão aqui para lutar. Quando pergunto se querem casar e ter filhos, dizem que isso não é importante. Talvez depois que tudo termine..."
Algumas guerrilheiras falam um poucojogo da betsinglês e Jana também já aprendeu um poucojogo da betscurdo.
As guerrilheiras se transformamjogo da bets"Falcões da Liberdade" com uniformes militares camuflados e fuzis russos AK-47.
Mas nessa guerra não há coturnos protegendo seus pés, mas tênis comuns.
As sobrancelhas são desenhadas e os cabelos, geralmente compridos, enfeitados por presilhas, fivelas e pentes coloridos. E arrumados com cuidado.
"Elas gostamjogo da betsestar bonitas no dia a dia", diz Jana, destacando que algumas usam um poucojogo da betsmaquiagem.
"Preocupam-sejogo da betsser femininas, mas ser uma combatente é mais importante, é tudo."
Mani, Haja e Koderstan: três jovens guerreiras
Jana fala sobre algumas das guerrilheiras que filmoujogo da betsBashiqa. Uma delas é a iraniana Mani,jogo da bets22 anos, uma das mais velhas combatentes no front, e que se juntou aos "Falcões da Liberdade" há cercajogo da betsum ano.
"O pai dizia que ela não era forte e corajosa o bastante para se juntar ao PAK, mas ele estava muito doente e morreu. Depois disso, Mani saiujogo da betscasa e veio para o Curdistão se juntar aos combatentes do PAK. Veio pelo pai, para deixá-lo orgulhoso", conta a fotógrafa.
A peshmerga Haja, que tem 18 anos e há 11 meses chegou ao front, evita assuntos pessoais, segundo Jana.
"Ela não fala sobre como era a vida antesjogo da betsvir para cá. Tem um diário e escreve tudo o que faz, como se sente e o que aconteceujogo da betsmais importante."
A jovem disse que está escrevendo para a mãe.
"Ela quer que a mãe saiba o que está acontecendo e se orgulhe, se ela morrerjogo da betscombate."
Nas cenas que a fotógrafa filmou, Haja desmonta e limpa minuciosamente um fuzil AK-47.
E ela afirmou a Jana: "A guerra não é só combate. Vivemos na guerra. Temos que viver o nosso dia a dia, nos divertir e gostarjogo da betsestar juntas".
Comandante aos 18 anos
A ligação com a família também é forte para Kordestan,jogo da bets18 anos. Ela sonhavajogo da betsser uma comandante, quando se juntou ao PAK, há quase um ano.
"Ela adora lutar e é muito corajosa. Dois meses depoisjogo da betsentrar para o PAK, virou comandante e é agora responsável por seis garotas", observa.
Kordestan fala inglês e estuda a língua porque futuramente quer trabalhar como tradutora para o partido, disse à fotógrafa.
Nas cenas filmadas por Jana, ela contoujogo da betsinglês como convenceu os pais a deixá-la ir para a guerra.
"Meus pais me perguntaram por que eu queria lutar no norte do Iraque. Eu disse: não temos nada, não temos liberdade, não temos direitos. Quero lutar pela nossa liberdade, por uma vida melhor para todo o povo do Curdistão. Se ninguém for lutar, nada vai mudar."
O orgulhojogo da betsser peshmerga é grande, diz a fotógrafa.
"Elas me disseram que não têm medo do EI e que se não lutarem pelos seus direitos e pela liberdade, vão morrer e viver por nada."
A foto favoritajogo da betsJana Andert é um flagrante noturno da aldeiajogo da betsSultan Abdullah, que é controlada pelo EI.
"Gosto dessa foto porque ela mostra a beleza da paisagemjogo da betsmeio ao drama da guerra."