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Relatório denuncia usodinheiro na betanoestupro como técnicadinheiro na betanointerrogatório no México:dinheiro na betano
Todas disseram ter sofrido algum tipodinheiro na betanoassédio sexual ou abuso psicológico, incluindo ameaças e insultosdinheiro na betanocunho sexista.
Das 100 entrevistadas, 72 mencionaram ter sofrido abuso sexual (foram tocadas ou agredidasdinheiro na betanosuas partes íntimas) no momento da prisão ou nas horas posteriores e 33 disseram ter sido estupradas.
"Fortes golpes no estômago, na cabeça e nos ouvidos, ameaças, semiasfixia, descargas elétricas nos genitais, manuseio dos seios e beliscões nos mamilos, penetração com objetos, dedos, armasdinheiro na betanofogo ou o pênis. Essas são só algumas das formasdinheiro na betanoviolência inflingidas às mulheres", diz a Anistia no relatório "Sobreviver à morte - torturadinheiro na betanomulheres por policiais e Forças Armadas no México".
Na investigação para o atual relatório, concluídadinheiro na betanoabrildinheiro na betano2016, a Anistia recorreu a entrevistas pessoais e questionários por escrito, além processosdinheiro na betano19 Estados. Ouviu integrantesdinheiro na betanoórgãosdinheiro na betanosegurança, sistema judicial, advogados, defensores e organizações civis.
Tráficodinheiro na betanodrogas
A Anistia Internacional associa o problemadinheiro na betanoforma indireta ao narcotráfico e crime organizado, dizendo que as mulheres são torturadas pelo Estado na busca por informações sobre criminosos.
Cartéis cooptam mulheresdinheiro na betanoregiões mais vulneráveis para tarefas básicas e mais perigosas, pois elas podem ser facilmente "descartadas" depois, sem prejuízo para a cadeia criminosa.
Mulheres representam cercadinheiro na betano5% da população carcerária mexicana, e 7% dos detentosdinheiro na betanounidades federais, somando 3.285 presas. A maioria está na prisão pela primeira vez, e quase sempre por crimedinheiro na betanodrogas.
Outro ponto é que o narcotráfico e o crime organizadodinheiro na betanogeral são delitos federais, e detenções associadas a essas investigações são feitas com participaçãodinheiro na betanoagentes federais, como Polícia Federal, Exército e Marinha.
Tais autoridades, diz a Anistia, percebem as mulheres como elo frágil da cadeia criminosa, e a violência sexual surge como "técnica"dinheiro na betanoconfissão e delação.
Mulheres jovens edinheiro na betanobaixo nível socioeducacional, muitas delas mães solteiras, são as que correm maior riscodinheiro na betanoserem detidas e se tornarem alvo desse tipodinheiro na betanoviolência sexual.
Relatos
Algumas mulheres entrevistadas para o relatório só falaram com a ONG sob condiçãodinheiro na betanoanonimato.
Outras, como Yecenia Armenta Graciano, se identificaram e se deixaram fotografar. Ela contou que foi detida, asfixiada, penduradadinheiro na betanocabeça para baixo e violada sexualmente.
"Era como morrer", disse Yecenia, que narrou à Anistia ter sido forçada a assinar uma confissãodinheiro na betanoenvolvimento num assassinato.
Meses depois, o especialista médico que a examinou na Procuradoria concluiu que ela não tinha sido torturada. O laudo foi contestado por examinadores independentes, que avaliaram o caso com base no Protocolodinheiro na betanoIstambul, manualdinheiro na betanoregras da ONU para investigação da tortura. Yecenia permanece presa.
Verónica Razo foi detidadinheiro na betano2011 e levada a um galpão da Polícia Federal. Foi espancada, submetida a asfixia e choques elétricos e seguidamente estuprada.
Assinou então uma confissãodinheiro na betanoparticipação num sequestro. Denunciou a tortura, mas a investigação não avançou. Verónica também continua presa, aguardando julgamento.
Restrições à investigação
A Anistia Internacional critica o que apontou como colaboração reduzidadinheiro na betanoalgumas autoridades mexicanas na investigação para o relatório. Diz, por exemplo, que a Secretariadinheiro na betanoGoverno impediu o acesso a um grande númerodinheiro na betanodetentas e até barrou a entrada da ONGdinheiro na betanoum centro penitenciário.
Afirma ainda que representantes do Exército e da Marinha negaram pedidosdinheiro na betanouma reunião para tratar do assunto.
O Exército informou à ONG que nenhum soldado foi suspenso do serviço por violação ou abuso sexualdinheiro na betano2010 a 2015. No mesmo período, quatro integrantes da Marinha foram suspensos, e um marinheiro condenado à prisão por abusos sexuais foi afastado temporariamente e reincorporado após cumprir pena.
Erika Guevara-Rosas, diretora da Anistia Internacional para as Américas, Erika Guevara-Rosas, diretora da Anistia Internacional para as Américas, afirmou à BBC Brasil que a organização já vinha investigando denúnciasdinheiro na betanoviolações sexuaisdinheiro na betanomulheres detidas, mas que pareciam casos isolados.
"No trabalho atual vimos que o estupro e a violência sexual se converteramdinheiro na betanotécnicadinheiro na betanointerrogatório para arrancar confissões. Claramente há um componentedinheiro na betanogênero nessa abordagem", disse.
Segundo Guevara-Rosas, a ausênciadinheiro na betanoinvestigações adequadas, sem punição dos responsáveis, transmite à Justiça "a perigosa mensagemdinheiro na betanoque violar mulheres ou utilizar outras formasdinheiro na betanoviolência sexual para obter confissões é admissível e está permitido na prática". A ativista diz que normalmente há diálogo com as autoridades envolvidas, mas não adianta ser um diálogo apenas retórico.
"É necessário que haja investigação dos casos e punição dos perpetradores. Não se pode manter esse problema oculto", afirma.
Erika afirmou que cópias do relatório foram entregues ontem às autoridades mexicanas, inclusive à Procuradoria Geral da República e ao ministério das Relações Exteriores.
Ela acredita que as autoridades mexicanas parecem decididas a manter o assunto oculto.
O relatório cobra medidas urgentes do governo mexicano para combater a violência sexual e a torturadinheiro na betanomulheres presas.
Diz que exames médicos inadequados e outros problemas na documentaçãodinheiro na betanocasos contribuem para a impunidade, dificultando eventuais reparações. Menciona um projetodinheiro na betanoleidinheiro na betanodiscussão no Congresso mexicano que propõe a anulaçãodinheiro na betanoprovas obtidas sob tortura.
Em 2014, a Anistia Internacional fez uma pesquisa com 21 mil pessoasdinheiro na betanotodo o mundo para saber se os cidadãos temiam pordinheiro na betanosegurança ao serem detidos pelas autoridadesdinheiro na betanoseu país. O México teve o segundo maior índice: 64% dos participantes responderam temer a tortura por partedinheiro na betanoautoridades.
Mas quem ficoudinheiro na betanoprimeiro lugar nesse índice foi o Brasil: 80% dos entrevistados disseram que não estariam seguros ao serem detidos - quase o dobro da média mundial,dinheiro na betano44%.
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