'Fui estuprada': Buscas no Google mostram uso da internet por vítimasbep bep casinoEstados brasileiros:bep bep casino
"Podem também ser pessoas estudando o tema, buscando relatos ou tentando entender quais são os sites que mais aparecem. Mas (o resultado) pode nos dar uma luz sobre os casosbep bep casinoestupro que as estatísticas não estão contabilizando", disse à BBC Brasil.
De qualquer modo, segundo Affonso, o levantamento traz um retrato surpreendentebep bep casinocomo a internet é usada para buscar orientação e ajuda,bep bep casinomeio à comoção causada pelo estupro coletivobep bep casinouma adolescente no Riobep bep casinoJaneiro.
"A tenologia tem sido vista como vilã por permitir compartilhar aquele vídeo e ampliar o crime, mas foi a mesma tecnologia que permitiu ter ciênciabep bep casinoque o crime aconteceu e identificar autores. E hoje ela também potencializa meiosbep bep casinoassistência e orientação à vítima."
'Fui estuprada pelo meu pai'
O Google não fornece números absolutosbep bep casinobuscas, mas a BBC Brasil obteve um ranking dos Estados onde determinadas expressões foram mais procuradas nos últimos 11 anos. Para chegar até ele, o númerobep bep casinobuscas é dividido pela população local. E o Estado com o índice proporcional mais alto é tomado como base para calcular a posição dos demais.
Os cinco estados onde mais se buscou por "fui estuprada" são:
- Roraima
- Acre
- Amazonas
- Riobep bep casinoJaneiro
- Paraíba
No casobep bep casino"fui molestada", são:
- Piauí
- Tocantins
- Amazonas
- Sergipe
- Maranhão
Aqueles onde a frase "fui abusada" apareceu mais vezes são:
- Amazonas
- Paraíba
- Distrito Federal
- São Paulo
- Pará
De acordo com um levantamento feito pelo Ipeabep bep casino2011, 70% dos estupros são cometidos por parentes, namorados ou amigos e conhecidos da vítima - algo que também se revela nas buscas feitas no Google.
- Tocantins foi o campeãobep bep casinobuscas por "fui estuprada pelo meu pai"
- Alagoas teve mais buscasbep bep casino"fui estuprada pelo meu padrasto"
- Mato Grosso do Sul foi campeãobep bep casino"fui estuprada pelo meu namorado"
- Mato Grosso registrou o maior númerobep bep casino"fui estuprada pelo meu tio"
- Amazonas foi o campeãobep bep casino"fui estuprada pelo meu primo"
- Paraíba teve o maior índicebep bep casinobuscasbep bep casino"fui estuprada pelo meu amigo"
- E o Pará,bep bep casino"fui estuprada pelo meu avô".
Vulneráveis
Segundo os dados mais recentes do Anuário Brasileirobep bep casinoSegurança Pública, referentes a 2014, Roraima é o Estado com a maior taxabep bep casinoestupros do país, levandobep bep casinoconta os boletinsbep bep casinoocorrência: 55,5 casos a cada 100 mil habitantes.
Em seguida, aparecem Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso e Alagoas.
Roraima também aparecebep bep casinoprimeiro lugarbep bep casinotaxasbep bep casinotentativabep bep casinoestupro, seguida por Acre, Rio Grande do Sul, Amazonas e Alagoas.
Os dados mostram que os casos estãobep bep casinotodas as regiões do país, mas para a psicanalista Juliana Cunha, diretora psicossocial da ONG Safernet, chama a atenção que Estados da região Norte apareçam com destaque nas buscas do Google.
"Mesmo proporcionalmente, é interessante que o Norte apareça no topo destas pesquisas. Como o acesso à internet no Sudeste é muito grande, mesmo diluído na população, deveria haver mais buscas dessa região", diz à BBC Brasil.
"Em todas as pesquisas do tipo, notamos que São Paulo e Rio aparecem mais. Os acessos do helpline (telefone para pedidosbep bep casinoajuda) da Safernet são maisbep bep casinoSão Paulo e Rio. Em númerobep bep casinocasosbep bep casinovítimas que tiveram imagensbep bep casinonudez compartilhadas sem consentimento, por exemplo, São Paulo está semprebep bep casinoprimeiro lugar", afirma.
"O dado do Google é importante para pensarmosbep bep casinopolíticas públicas para Norte e Nordeste, porque essa é possivelmente uma populaçãobep bep casinomulheres mais vulnerável."
Internet x polícia
Para Cunha, as buscas mostram o crescimento da importância da internet como espaçobep bep casinoacolhimento às vítimas.
"O fatobep bep casinoa mulher ter sofrido uma situaçãobep bep casinoviolência não necessariamente implica que ela perceba essa situação como violenta. Muitas vezes é um outro que vembep bep casinofora que diz que isso é sério, grave, não ébep bep casinoculpa. A internet está sendo esse 'outro'", diz.
"Buscar na internet é uma formabep bep casinodar significado ao que aconteceu. É um espaçobep bep casinotirar essa dúvida,bep bep casinosaber se está errada,bep bep casinoouvir outros relatos e saber se o que viveu é um caso para denúncia."
O medobep bep casinoserem estigmatizadas faz com que boa parte das mulheres prefira as redes sociais como veículobep bep casinodenúncia do que a própria polícia,bep bep casinoacordo com a psicóloga Arielle Scarpati, doutorandabep bep casinopsicologia forense, que investiga o papel da cultura na violência sexual.
Pesquisadores do Ipea estimam que apenas cercabep bep casino10% dos casosbep bep casinoviolência sexual cheguem ao conhecimento da polícia.
"Nos espaços (online), essas meninas têm oportunidadebep bep casinosaber quais são os seus direitos e serem acolhidas. Coisa que muitas vezes não acontece se eras forem na delegacia, por exemplo", diz à BBC Brasil.
"Aliás, esse é um relato muito recorrente entre as vítimas. Muitas dizem: eu conversei com alguém pela internet, posteibep bep casinoum grupo, busquei ajuda online. Mas quando você pergunta se elas têm interessebep bep casinodenunciar, muitas dizem: 'não, eu não vou me submeter a isso. Não vou para a polícia'."