Pais participativos podem aumentar taxascaught up cast bet plusnatalidade, apontam economistas:caught up cast bet plus
Os pesquisadores argumentam quecaught up cast bet plusalguns paísescaught up cast bet plusalta renda onde homens são mais participativos, taxascaught up cast bet plusfecundidade têm subido entre alguns subgrupos, ou seja, mais mulheres têm decidido ter mais filhos.
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Já nos países onde a taxacaught up cast bet plusfecundidade está abaixocaught up cast bet plus1,5 filho por mulher, "os homens fazem menoscaught up cast bet plusum terço do trabalho doméstico", diz o estudo.
Além do papel masculino, outros fatores que influenciam isso positivamente, segundo os economistas, são políticas públicas bem desenhadascaught up cast bet pluscreches e licenças-maternidade e paternidade, normas sociais favoráveis às mulheres e ambientescaught up cast bet plustrabalho mais flexíveis.
Embora o estudo enfoquecaught up cast bet pluspaísescaught up cast bet plusalta renda, as conclusões podem trazer ensinamentos para o futuro do Brasil, onde a médiacaught up cast bet plusfilhos por mulher - que foicaught up cast bet plus1,7caught up cast bet plus2020 - já está abaixo do nível mínimocaught up cast bet plusreposição. E onde o chamado "bônus demográfico" - quando a população economicamente ativa supera bastante a aposentada - está a poucas décadascaught up cast bet plusterminar (confira mais detalhes abaixo).
'Nova era da economia da fecundidade'
O grupocaught up cast bet pluseconomistas, das universidades alemãscaught up cast bet plusMannheim e Regensburg e da americana Northwestern, argumenta que parecem haver novas tendências moldando a "economia da fecundidade".
Se antes estava consolidada a crençacaught up cast bet plusque, ao entrar no mercadocaught up cast bet plustrabalho, a mulher passava a ter menos filhos, agora, não é mais necessariamente assim.
Nos cruzamentoscaught up cast bet plusdadoscaught up cast bet pluspaísescaught up cast bet plusalta renda estudados pelo grupo, "se reverteu a relação (negativa) entre o trabalho feminino e a fecundidade. Hoje,caught up cast bet pluspaíses onde mais mulheres trabalham, mais bebês nascem", diz o estudo.
Aí entra o papel masculino: nesses estratoscaught up cast bet plusalta renda, há indicativoscaught up cast bet plusque "a distribuição dos custos e benefícios dos filhos entre mães e paiscaught up cast bet plusparte determina a fertilidade". Especificamente, se um dos pais temcaught up cast bet plusarcar com a maior parte dos custoscaught up cast bet pluster um bebê e,caught up cast bet plusconsequência, tiver menos probabilidadecaught up cast bet plusconcordarcaught up cast bet pluster um segundo filho, a fertilidade vai ser baixa, não importa o quanto o outro pai queira ter mais um filho".
Um dos destaques da pesquisa são os países nórdicos (Suécia, Dinamarca, Noruega, Finlândia e Islândia), que combinam altíssima renda per capita com um acúmulocaught up cast bet plusdécadascaught up cast bet plusdivisão menos desigual nos cuidados com os filhos, normas sociais mais igualitárias e políticas generosascaught up cast bet plusapoio às famílias.
Embora a taxacaught up cast bet plusfecundidadecaught up cast bet plustodos esses países continue sendo baixa -caught up cast bet plusno máximo 1,7 filho por mulher, na Islândia e na Suécia -, dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) usados pelos pesquisadores apontam que, quanto mais crescia o Produto Interno Bruto (PIB) per capita e a participação feminina na economia, mais crescia o númerocaught up cast bet plusfilhos por mulher.
Padrõescaught up cast bet plusfertilidade x renda
O caso nórdico não significa que esses países caminhem rumo a taxascaught up cast bet plusfecundidade substancialmente mais altas, nem que as teoriascaught up cast bet plusfecundidade estivessem erradas. Apenas significa que novos padrõescaught up cast bet pluscomportamento estão emergindo, explica à BBC News Brasil Anne Hannusch, professora-assistentecaught up cast bet plusEconomia da Universidadecaught up cast bet plusMannheim e coautora do estudo.
"Padrões (de baixa fecundidade) que se mantiveram por maiscaught up cast bet pluscem anos estão mudando para países ricos. Isso só quer dizer que,caught up cast bet pluspaísescaught up cast bet plusalta renda, parece que estamos indocaught up cast bet plusuma nova direção,caught up cast bet plusque não parece ser mais uma verdade universal que a fertilidade declina à medida que a renda cresce", afirma.
Nessa transição, prossegue a economista, muitas mulheres ambicionam mais do que apenas voltar ao mercadocaught up cast bet plustrabalho. Daí a importância do que Hannusch e seus colegas chamamcaught up cast bet plus"pais cooperativos" ecaught up cast bet plusoutras políticas, alémcaught up cast bet plusmudançascaught up cast bet plusrelação à carga moral imposta a mães.
Isso inclui tanto um compartilhamento maior dos cuidados com crianças e das tarefas domésticas, quanto mudanças nas normas sociaiscaught up cast bet plusgeral. Hannusch acha que até mesmo seu país, a Alemanha, tem normas sociais que ela enxerga como rígidas.
"Na Alemanha, há uma percepçãocaught up cast bet plusque, se você não ficacaught up cast bet pluscasa para cuidar do seu bebê, você é uma mãe ruim. Essas normas afetam escolhas como: 'cuido das crianças ou volto ao mercadocaught up cast bet plustrabalho?'", explica a economista.
Para além da licença-maternidade
Ou seja, mesmo havendocaught up cast bet plusmuitos paísescaught up cast bet plusalta renda - como a Alemanha - licenças-maternidade longas, mulheres ainda enfrentam barreiras como normas sociais desfavoráveis, pouca flexibilidade no mercadocaught up cast bet plustrabalho (por exemplo, jornadas que não coincidem com horárioscaught up cast bet pluscreches) e menor progressão salarial que os homens.
Esse conjunto cria o que os economistas chamam no estudocaught up cast bet plus"penalidade da maternidade". "São coisas que parecem ter muita importância para as mulheres que querem ter filhos e continuar no mercadocaught up cast bet plustrabalho", diz Hannusch.
Como estamos falandocaught up cast bet plusgrupos sociais mais economicamente favorecidos, essas mulheres já não se contentam apenascaught up cast bet plusvoltar da licença-maternidade, mas sim "voltar ao trabalhocaught up cast bet plusum emprego com a possibilidadecaught up cast bet pluspromoção", acrescenta a economista.
Por isso, políticas públicas nessa área, para serem bem-sucedidas, precisam ir além da licença-maternidade, ela explica.
"Na Europa, a licença-maternidade geralmente é o primeiro anocaught up cast bet plusvida da criança, e, depois, as mulheres voltariam ao mercadocaught up cast bet plustrabalho, que é quando o debate se converte em: 'vou conseguir pagar por um serviçocaught up cast bet pluscuidado da criança? Tenho um parceiro para compartilhar as responsabilidades comigo? Meu empregador é flexível?'. Porque as crianças não precisam do cuidado apenas no primeiro ano - são 18 anos ou mais (risos), talvez a vida inteira."
É aí que as políticas e normas sociais mais enraizadas nos países nórdicos começaram a fazer diferença nas taxascaught up cast bet plusfecundidade, argumentam Hannusch e seus colegas no estudo.
"Em países como a Suécia, onde as tarefas domésticas são compartilhadas mais igualmente, há uma aparente correlação entre aumento na fertilidade quando os homens participam mais do trabalho doméstico. Também há políticas familiares (de creches) e compartilhamento da licença-parental. Mas não é algo que aconteceu da noite para o dia, é um longo processo", afirma a economista.
"Por isso, nosso estudo não diz que há uma solução simples e imediata (para a fertilidade baixacaught up cast bet plusmuitos paísescaught up cast bet plusalta renda), porque qualquer política familiar vai interagir com normas sociais, decisões do casal, disposição dos homenscaught up cast bet pluscontribuir - não é um fator só que, se mudado, vai ajustar tudo. São coisas que interagem entre si, e normas sociais mudam lentamente. Leva tempo."
Segundo os dados do estudo,caught up cast bet pluspaíses desenvolvidos onde é mais fácil conciliar trabalho e família, "as mulheres têm ambos". "Nos países onde os dois (trabalho e família) estãocaught up cast bet plusconflito, as mulheres são forçadas a fazer escolhas, resultando tantocaught up cast bet plusmenos nascimentoscaught up cast bet pluscrianças quanto menos mulheres trabalhando", diz a pesquisa.
Uma reportagem do jornal britânico Financial Times reuniu outros exemploscaught up cast bet plusestudos acadêmicos sugerindo que padrões tradicionaiscaught up cast bet plusfecundidade estão mudandocaught up cast bet pluspaíses desenvolvidos. Em alguns deles, diz a reportagem, a probabilidadecaught up cast bet pluster um segundo filho passou a ser maior entre profissionaiscaught up cast bet plusnível educacional mais alto, e menor entre faixascaught up cast bet plusescolaridade mais baixa, algo que contradiz percepções enraizadas sobre fecundidade.
E o Brasil?
No Brasil, as taxascaught up cast bet plusfecundidade ainda parecem seguir a lógicacaught up cast bet plusque, quanto maior a renda e a educação femininas, menor a quantidadecaught up cast bet plusfilhos por mulher - que caiucaught up cast bet plus6,2,caught up cast bet plusmédia,caught up cast bet plus1940, para 1,7caught up cast bet plus2020.
"Em um extremo, mulheres com mais anoscaught up cast bet plusestudo e uma progressão maior na carreira profissional têm cada vez menos filhos, muitas vezes menos do que o desejado,caught up cast bet plusespecial por não conseguirem conciliar trabalho e família", aponta o relatório Fecundidade e Dinâmica da População Brasileira, feitocaught up cast bet plus2018 para o Fundocaught up cast bet plusPopulação da Organização das Nações Unidas (ONU).
"O mesmo acontece quando se analisam os índicescaught up cast bet plusacordo com a renda: nos 20% dos domicílios com maiores rendimentos no país, as mulheres têm taxascaught up cast bet plusfecundidade que não chegam às taxascaught up cast bet plusreposição. Na outra ponta, e com número significativocaught up cast bet pluspessoas, percebe-se que as mulheres com menos anoscaught up cast bet plusestudo ainda têm mais filhos do que desejam. Isso porque,caught up cast bet plusgeral, mulheres com menos escolaridade, rendimento e oportunidades também acabam tendo filhos quando são jovens - e, na maioria, filhos nascidoscaught up cast bet plusgestações não planejadas."
Ao mesmo tempo, como a população brasileira tem envelhecidocaught up cast bet plusritmo rápido, o país está nas últimas décadas do chamado "bônus demográfico", ou seja,caught up cast bet plusum contingente grandecaught up cast bet pluspopulação jovem e economicamente ativacaught up cast bet plusrelação ao grupo etário com mais inativos (como crianças e idosos).
Por volta da décadacaught up cast bet plus2040, as estimativas da ONU sãocaught up cast bet plusque o grupocaught up cast bet plusbrasileiroscaught up cast bet plus15 a 64 anos alcançará seu pico e começará a cair. A partir daí, vai crescer proporcionalmente a faixacaught up cast bet plusbrasileiros com maiscaught up cast bet plus60 anos. Tudo isso vai acontecer antescaught up cast bet pluso país ter conseguido elevarcaught up cast bet plusrenda para o patamar dos países ricos.
É nesse contexto que a discussãocaught up cast bet plustorno das taxascaught up cast bet plusfecundidade pode ganhar relevância.
O estudocaught up cast bet plusHannusch e seus colegas não incluiu o Brasil. Mas ela aponta que, se as normas sociais do país se mantiverem "muito tradicionais", ou seja, a carga dos cuidados com os filhos se mantiver excessivamente sobre os ombros femininos, é improvável que eventuais políticas favoráveis à fecundidade funcionem, mesmo entre as mulheres com mais renda.
"Trata-secaught up cast bet plusidentificar onde o Brasil está neste momentocaught up cast bet plusseu desenvolvimento e talvez pensar para onde as coisas vão daqui 20 ou 30 anos. Pode ir para caminhos diferentes a depender das normas sociais ecaught up cast bet pluscomo esses fatores são implementados no futuro", diz a economista.
Na visãocaught up cast bet plusHannusch e seus colegas, "a fecundidade ultrabaixa não é um destino inescapável, mas sim um reflexocaught up cast bet pluspolíticas, instituições e normas prevalentes na sociedade".
- Este texto foi publicado em http://vesser.net/geral-64119658