Varíola dos macacos: por que os casos não paramroleta 3aumentar?:roleta 3
Apesarroleta 3sua rápida disseminação, e ao contrário do que alguns pesquisadores independentes argumentam, a diretora da OPAS, Carissa Ettiene, disse que o risco representado pela varíola dos macacos "é moderado", devido à baixa mortalidaderoleta 3comparação com o númeroroleta 3casos notificados.
Ainda assim,roleta 3uma entrevista a jornalistas, Sylvain Alighieri, diretorroleta 3emergênciasroleta 3saúde da OPAS, chamou a situaçãoroleta 3"preocupante".
"Em muitos países da região para os quais temos informações bem caracterizadas, a proporçãoroleta 3casos sem históricoroleta 3viagens está aumentando a cada semana epidemiológica, o que destaca nossa preocupaçãoroleta 3que uma transmissão mais sustentada se estabeleça", disse Alighieri.
Embora a maioria das pessoas se recupere do vírus, que causa erupções cutâneas e sintomas semelhantes aos da gripe, como febre e dorroleta 3cabeça, há temoresroleta 3que ele possa se tornar endêmico fora da África.
A varíola dos macacos foi notificada pela primeira vezroleta 31970. Existem antivirais aprovados, bem como vacinas contra a doença, assim como testes para detectar o vírus e conhecimento suficiente sobre como ele se espalha.
Então, por que os casos estão aumentando?
Resposta da OMS
Para a médica Kavita Patel, especialistaroleta 3políticasroleta 3saúde pública e ex-assessora da Casa Branca durante a presidênciaroleta 3Barack Obama, uma das explicações para isso está no fatoroleta 3a Organização Mundial da Saúde (OMS) não ter declarado a varíola dos macacos uma emergência internacionalroleta 3saúde.
Sem consenso entre seus membros, o Comitêroleta 3Emergência da entidade entendeuroleta 3junho passado que, justamente pela baixa mortalidade, a doença não representava risco maior, embora devesse ser acompanhadaroleta 3perto.
Patel sustenta que essa decisão afeta a cooperação global para lidar com o vírus, como a distribuição equitativa das vacinas existentes entre os gruposroleta 3risco, o que ajudaria a conter o aumentoroleta 3casos.
"A faltaroleta 3uma declaraçãoroleta 3emergência nos deixa sem coordenação global, sem que o dinheiro e os recursos necessários sejam estabelecidos", disse ela.
A ação da OMS, que será reavaliada pelo órgão na próxima semana, pode fazer com que os cidadãos não entendam o risco que a doença pode representar, diz Carlos Rodríguez Díaz, professorroleta 3saúde pública da Universidade George Washington, nos EUA.
"Quando uma emergência sanitária é declarada, é um indicadorroleta 3que a resposta deve ser reforçada", disse. "Não há uma boa distribuiçãoroleta 3informações confiáveis e disponíveis para as populações que mais precisam", acrescentou.
Momento que a doença se espalhou
Os primeiros casosroleta 3varíola dos macacos, uma doença que se espalharoleta 3forma mais eficaz pelo contato físico, foram detectados há alguns meses fora da África entre homens que fazem sexo com homens. Isso fez dos gays um gruporoleta 3risco.
E, segundo Alighieri, da OPAS, os casos nessa comunidade continuam crescendo devido à coincidênciaroleta 3que durante os mesesroleta 3junho e julho é comemoradoroleta 3vários países o Mês do Orgulho Gay, eventos que reúnem milhõesroleta 3pessoas.
Kavita Patel, porroleta 3vez, lembrou a importânciaroleta 3enfatizar que a varíola não é uma doença que atinge apenas homens homossexuais.
Pelo contrário, vincular esse vírus à orientação sexual pode causar um aumentoroleta 3casos, porque outros grupos não saberiam que também estãoroleta 3risco.
"Isso me lembra os primeiros dias do HIV, quando o identificamos como uma doença relacionada a pessoas homossexuais... e ainda estamos lidando com as consequências disso no mundo", disse ela.
Problemas para detectar o vírus
Globalmente, continua Patel, os testes para detectar o vírus não são muito acessíveis à população, concentrando-seroleta 3alguns laboratórios e centros acadêmicos, mas nãoroleta 3clínicas comunitárias e outras instalaçõesroleta 3atendimento direto.
"Isso nos deixa expostos a pessoas que, sem saber, têm varíola dos macacos e podem transmitir a doença a outras pessoas. Mesmo que tenham uma erupção cutânea e alguns sintomas, podem pensar que é um resfriado, porque os sintomas às vezes são parecidos", comentou.
"Na América Central, por exemplo, as pessoas procuram atendimentoroleta 3seus profissionaisroleta 3saúde do bairro. E agora esses provedores têm praticamente zero acesso a testes", disse ele.
De fato, os dados da OPAS indicam que, dos maisroleta 31.400 casos positivos no continente americano, apenas um foi registrado na América Central.
"Não sabemos nem o real númeroroleta 3casos no mundo", diz a especialista.
O problema das vacinas
Atualmente, existem duas vacinas eficazes contra a varíola dos macacos. Uma delas, chamado Jynneos, é recém-fabricada e só foi aprovado nos Estados Unidos e no Canadá.
A outra é a vacina ACAM 2000, usada contra a varíola tradicional.
Mas, segundo o professor Carlos Rodríguez-Díaz, as reservasroleta 3ambas são limitadas e, neste momento, organizações internacionaisroleta 3saúde e governos não podem realizar vacinaçõesroleta 3massa, o que deixa a população desprotegida.
O New York Times informou no inícioroleta 3julho que a empresa dinamarquesa que fabrica Jynneos enviaria 2 milhõesroleta 3doses para os EUA, mas isso não acontecerá até o finalroleta 32022. E ela só tem capacidade para fabricar menosroleta 3cinco milhõesroleta 3vacinas a mais para o restante do mundo.
Enquanto isso, a vacina ACAM 2000 tem fortes efeitos colaterais que, segundo Patel, podem representar riscoroleta 3morte para pessoas imunocomprometidas.
Teremos uma pandemia?
Quando o surtoroleta 3varíola começou, os cientistas argumentaram que era improvável que se tornasse uma pandemia. Especialmente porque a transmissão é mais difícil do que outras doenças, como a covid-19, e porque é uma doença já conhecida.
No entanto, especialistas afirmaram recentemente que o surto pode se transformarroleta 3uma grande emergência.
Em uma coluna publicada no jornal americano The Washington Post, Patel, juntamente com o ex-professorroleta 3Harvard Eric Feigl-Ding e o fundador do New England Complex Systems Institute, Yaneer Bar-Yam, argumentaram que a varíola dos macacos já é uma "pandemia".
A avaliação dele é que a doença não está contidaroleta 3um único espaço geográfico. Além disso, há contágio comunitário entre pessoas que não deixaram seus países ou comunidades. E alguns pacientes foram infectadosroleta 3forma "inusitada".
"Há pessoas infectadas que não têm históricoroleta 3contato sexual ou viagens. Isso é para mim é muito relevante. Temos que começar a falar sobre isso", concluíram.
- Este texto foi originalmente publicadoroleta 3http://vesser.net/geral-62176214
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