As seis 'rainhas do crime' que controlam o narcotráfico na América Central:gigantoonz slot

Mulheres chefesgigantoonz slotcartéis na América Latina
Legenda da foto, Na América Latina, há mulheres traficantesgigantoonz slotdrogas que se tornaram líderesgigantoonz slotcartéis, embora suas histórias costumem passar despercebidas

Mas é sempre assim? Quais são os verdadeiros papéis das mulheres no crime organizado? Pouco se sabe sobre elas porque ocupam posiçõesgigantoonz slotmenor poder, ou outros fatores estãogigantoonz slotjogo? Quem são essas mulheres pouco conhecidas?

Emma Coronel

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, É comum identificar Emma Coronel, esposagigantoonz slotJoaquín "El Chapo" Guzmán, como um dos papéis típicos (e mais conhecidos)gigantoonz slotmulheres ligadas ao tráficogigantoonz slotdrogas

A BBC News Mundo, o serviçogigantoonz slotnotíciasgigantoonz slotespanhol da BBC, entrevistou Deborah Bonello, jornalista maltesa-britânica que vive na América Latina há quase 20 anos e investiga o crime organizado na região.

Nos últimos quatro anos, o trabalho dela se concentrougigantoonz slotaprender mais sobre o papel das mulheres nesses grupos, o que resultougigantoonz slotuma extensa reportagem publicadagigantoonz slotoutubro no site da revista VICE, com o título "Las patronas: la historia secretagigantoonz slotlas jefasgigantoonz slotcárteles en América Latina" (As patroas: a história secreta das chefesgigantoonz slotcartéis na América Latina,gigantoonz slottradução livre) e que no próximo ano se tornará um livro.

Em entrevista à BBC News Mundo, ela diz que decidiu investigar o papel das mulheres no crime organizado para retratar uma abordagem diferentegigantoonz slotrelação às mulheres no crime.

"Sempre cobri o assunto como jornalista desde que cheguei ao México, há 15 anos. No entanto, vi que as narrativas sobre essas mulheres eram muito escassas e que há anos elas se limitam no crime organizado como esposas, namoradas, vítimas, obrigadas a cometer crimes. São falsos estereótipos que temos sobre o gênero e que, embora nestes anos tenhamos visto que a imagem da mulher mudou, no campo do crime organizado ela permaneceu às sombras", afirma.

Para ela, isso ocorre porque a maior parte dos jornalistas que trabalham com o tema são homens.

"Sinto que,gigantoonz slotgeral, o homem chega com uma ideiagigantoonz slotquem manda nesses grupos egigantoonz slotcomo são as estruturasgigantoonz slotpoder. Então, dificilmente incluem mulheres nas investigações. Também vemos isso nas manchetes, como no caso da "Narcomami" [ao se referir a Enedina Arellano Félix, que se tornou chefe do cartelgigantoonz slotTijuana]. Você nunca vai chamar [o ex-líder do cartelgigantoonz slotSinaloa] Chapogigantoonz slot"Narcopapi", não é?", questiona Deborah Bonello.

Herlinda Bobadilla

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Herlinda Bobadilla, a Chinda, foi uma das últimas mulheres traficantes presas na América Latina

Debora assinala ainda que as mulheres são geralmente descritasgigantoonz slotmaneira estereotipada por jornalistas que cobrem o crime organizado na América Latina.

"Elas são sempre retratadas como vítimas, porque o marido as obrigou (a participar do crime organizado). O que, conforme pesquisei, parece mais com o desejo do mundogigantoonz slotver mulheres assim. Há um choque muito forte na América Latina, e no Méxicogigantoonz slotparticular, entre aquela imagem clássica da "mamãe" e agigantoonz slotuma mulher que anda por aí matando e traindo. É como se eles não quisessem ver essa parte da mulher porque é difícil para eles, e eu entendo isso. Por definição, o traficante é do sexo masculino, e os exemplos que vemos na mídia confirmam essa ideia", explica.

Cartelgigantoonz slotEl Chapo

Crédito, AFP

Legenda da foto, Embora muitas mulheres tenham papéis secundários no crime organizado, outras colaboraram diretamente com figuras conhecidas, como El Chapo
Línea

Estes são os perfis das seis traficantes investigadas por Bonello.

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Digna Valle (Honduras)

Digna Valle

Crédito, Prefeituragigantoonz slotBroward

Legenda da foto, Depoisgigantoonz slotcumprir sentença, Digna Valle recebeu direitogigantoonz slotpermanecer nos EUA

Em El Espíritu, uma pequena cidadegigantoonz slotCopán, no nordestegigantoonz slotHonduras, Digna Valle era a matriarca do narcotráfico da região e o principal rosto do brutal cartelgigantoonz slotLos Valle. A família dela trocou o contrabandogigantoonz slotvacas e cigarros pelo narcotráficogigantoonz slotcocaína colombiana, que começou a circular na região no final do século passado com destino aos Estados Unidos.

Valle, a mais velhagigantoonz slot13 irmãos, movimentava dezenasgigantoonz slotmilharesgigantoonz slotdólaresgigantoonz slotcocaína por mês através da fronteira guatemalteca, como intermediária para outras organizações, como o cartel mexicanogigantoonz slotSinaloa. O próprio El Chapo (ou 'Baixinho',gigantoonz slotespanhol, como é conhecido o mexicano Joaquín Archivaldo Guzmán, um dos mais poderosos traficantesgigantoonz slotdrogasgigantoonz slottodos os tempos e que atualmente cumpre prisão perpétua nos EUA após fugas cinematográficasgigantoonz slotpresídios) visitou El Espíritugigantoonz slotvárias ocasiões.

Durante o julgamentogigantoonz slotTony Hernández, irmão do ex-presidente hondurenho Juan Orlando Hernández, recentemente deportado para os Estados Unidos por tráficogigantoonz slotdrogas, uma testemunha garantiu que Chapo financiou parte da campanha presidencialgigantoonz slotJuan Orlandogigantoonz slottroca da proteção dos Valles. Alguns dos irmãos são acusados ​​de ter sequestrado e estuprado jovens camponesas.

Depoisgigantoonz slotser presagigantoonz slotuma viagem a Miamigigantoonz slot2014, Digna Valle confessou ser culpada das acusaçõesgigantoonz slottráficogigantoonz slotdrogas. Ela colaborou com a Justiça e as informações dela foram vitais para a prisão e extradição para os Estados Unidosgigantoonz slotdoisgigantoonz slotseus irmãos, também condenados, fundamentais para desmantelar seu próprio clã.

Valle cumpriugigantoonz slotpena e recebeu o direitogigantoonz slotpermanecer nos EUA sob riscogigantoonz slotmorrer, caso retornasse ao seu país.

"Quando fui ao El Espíritu, conversei brevemente com Digna por videochamada e ela me disse que não tinha medogigantoonz slotvoltar para Honduras. Na época, ela trabalhavagigantoonz slotmaneira muito pública porque se achava intocável e se sentia protegida pelas autoridades. Essa arrogância não é só coisagigantoonz slothomem", diz Bonello.

Marixa Lemus (Guatemala)

Marixa Lemus

Crédito, Cortesía Prensa Libre

Legenda da foto, Marixa Lemus,gigantoonz slot40 anos, é conhecida como "la Patrona" (A Patroa) ou "el Chapogigantoonz slotGuatemala" (O Chapo da Guatemala)

Marixa Lemus,gigantoonz slot40 anos, é conhecida como "la Patrona" (A Patroa) ou "el Chapogigantoonz slotGuatemala" (O Chapo da Guatemala) por conta das duas vezes que conseguiu escapar da prisão. Em 2016, ela pulou um muro do presídio e foi encontrada horas depois.

Passado um ano do episódio, Lemus fugiu novamentegigantoonz slotuma prisão militar, vestida com um uniformegigantoonz slotsegurança. Duas semanas depois, foi presagigantoonz slotEl Salvador.

Seu império do narcotráfico foi construído nas proximidadesgigantoonz slotMoyuta, cidade guatemalteca na fronteira com El Salvador, ponto estratégico da rota do tráfico que circula pela América Central até os Estados Unidos.

A família dela, conhecida por seus modos violentos e sangrentosgigantoonz slotagir, tinha grande poder na política local e no controle do território para o tráficogigantoonz slotdrogas.

Seu irmão foi prefeitogigantoonz slotMoyuta até morrergigantoonz slotataque cardíaco. Em 2011,gigantoonz slotirmã Mayra foi assassinada junto com outras sete pessoas, alguns meses antesgigantoonz slotconcorrer ao mesmo cargo nas eleições. Antes, ela já havia sobrevivido a outro ataquegigantoonz slotque Jennifer, a filhagigantoonz slot17 anosgigantoonz slotMarixa, morreu.

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Ela acusagigantoonz slotrival e vencedora das eleiçõesgigantoonz slotestar por trás dos assassinatos dos familiares dela.

"Entrevistei Marixa na prisão. Ela me impressionou comgigantoonz slotpersonalidade,gigantoonz slotcapacidadegigantoonz slotviolência e com a forma como não escondia isso. Me disse que ia se vingar da rival, por ela e por todagigantoonz slotfamília", lembra Bonello.

Sebastiana Cottón Vásquez (Guatemala)

Sebastiana Cottón Vásquez

Crédito, Departamentogigantoonz slotJustiça dos EUA

Legenda da foto, Vásquez era uma das traficantes mais violentasgigantoonz slotseu país

Sebastiana Cottón Vásquez viveu seus primeiros anos como camponesa pobre e com pouca educação formal na cidadegigantoonz slotMalacatán, na fronteira Guatemala-México, outro ponto estratégico para o tráfico internacionalgigantoonz slotdrogas.

Mas isso não a impediugigantoonz slotser considerada uma das traficantes mais violentasgigantoonz slotseu país.

Depoisgigantoonz slotser abandonada pelo paigigantoonz slotseus cinco filhos, se casou com um traficante local. Quando ele foi assassinado, Vásquez assumiu o negócio até se tornar a grande responsável pelo tráficogigantoonz slotmilharesgigantoonz slotquilosgigantoonz slotcocaína.

"La Tana" era sócia dos irmãos Lorenzana, alguns dos mais poderosos narcotraficantes da Guatemala na época. Seus contatos na fronteira foram fundamentais para transportar as drogas dos irmãos para o México,gigantoonz slotquem também comprava mercadorias.

Cottón tinha conexões com o cartel Digna Vallegigantoonz slotHonduras e trabalhou com o cartelgigantoonz slotSinaloa del Chapo, no México.

Em 2014, ela foi extraditada para os Estados Unidos, onde confessou os crimes. Acabou libertada cinco anos depois, ao colaborar com a justiça e testemunhar contra os Lorenzanas no julgamento deles.

"Entrevistei os conhecidosgigantoonz slotSebastiana e eles tinham muito medo dela. É uma mulher com uma personalidade impressionante. Quase sem acompanhantes, foi reclamargigantoonz slotuma droga que tinha sido roubada da casagigantoonz slotum dos Lorenzanas, onde acabou cercada por aproximadamente uma centenagigantoonz slothomens armados. Ela era a única mulher lá. Para fazer isso é preciso ter muita coragem... ou estupidez. Ou as duas coisas", reflete Bonello.

Marllory Chacón Rossell (Guatemala)

Marllory Chacón Rossell

Crédito, Departamento do Tesouro dos EUA

Legenda da foto, Autoridades americanas descreveram Marllory Chacón Rossell como "uma das traficantesgigantoonz slotdrogas mais prolíficas da América Central"

Marllory Chacón foi outra peça-chave no julgamento que levou à condenação dos Lorenzanas à prisão perpétua. Ela tevegigantoonz slotprimeira reuniãogigantoonz slotcooperação com elesgigantoonz slot2004, quando precisougigantoonz slotajudagigantoonz slotseu primeiro grande negóciogigantoonz slotdrogas: transportar uma toneladagigantoonz slotcocaína da fronteira com Honduras.

Embora viessegigantoonz slotuma área ruralgigantoonz slotChiquimula, Guatemala, Chacón — apelidadagigantoonz slot"La Reina del Sur" (A Rainha do Sul) — eragigantoonz slotclasse média, estudou psicologia durante vários anos e tinha conhecidas habilidades empresariais.

Antesgigantoonz slotse envolver com o tráficogigantoonz slotdrogas, ela se destacou como lavadoragigantoonz slotdinheiro. Anos depois, chegou a lavar US$ 10 milhões (R$ 48 milhões)gigantoonz slotlucros do narcotráfico por mês, segundo autoridades americanas.

Chacón operava na Guatemala, mas tinha conexões com o narcotráficogigantoonz slotHonduras e no Panamá, e fornecia cocaína para cartéis no México.

O Departamento do Tesouro dos EUA a descreveu como "uma das traficantesgigantoonz slotdrogas mais prolíficas da América Central".

Chacón tornou-se uma das maiores aliadasgigantoonz slotSebastiana Cottón, presagigantoonz slot2014. Ela se entregou nesse mesmo ano e, comogigantoonz slotex-aliada, confessou os crimes e colaborou com a justiça americana até ser libertadagigantoonz slot2019.

Segundo Bonello, "Marllory era uma mulher elegante e educada que atuavagigantoonz slotum mundogigantoonz slothomens. Os Lorenzanos não estavam acostumados a negociar com mulheres para transportar ou comprar cocaína, mas ela entrou no negócio porque se interessava muito por todo esse mundo".

Guadalupe Fernández Valencia (México)

Guadalupe Fernández Valencia

Crédito, Policía Federalgigantoonz slotMéxico

Legenda da foto, Apesargigantoonz slotser a figura femininagigantoonz slotmais alto escalão até hoje no cartel Sinaloa, pouco se sabe sobre Guadalupe Fernández Valencia

Apesargigantoonz slotser a figura femininagigantoonz slotmais alto escalão até hoje no cartel Sinaloa, pouco se sabe sobre Guadalupe Fernández Valencia. No entanto, ela foi a única mulher na listagigantoonz slotoito nomes que apareceram na acusação que ajudou a mandar El Chapo para a prisão.

A mexicana passou maisgigantoonz slottrês décadas no negóciogigantoonz slotdrogas. Primeiro nos EUA, onde ela chegou sem documentosgigantoonz slotseu estado natalgigantoonz slotMichoacán e onde acabou presa antesgigantoonz slotser deportada.

De volta ao México, trabalhou para o cartelgigantoonz slotSinaloa como subordinada a um dos filhosgigantoonz slotChapo, Jesús Alfredo, que ainda está foragido.

Fernández Valencia trabalhou ao ladogigantoonz slot"Alfredillo" durante todo o processogigantoonz slotdistribuiçãogigantoonz slotdrogas, até ser presagigantoonz slotCuliacán, apenas um mês após a última capturagigantoonz slotEl Chapo,gigantoonz slotjaneirogigantoonz slot2016. Ela se declarou culpada por seus crimes e foi condenada a dez anosgigantoonz slotprisão. Na ocasião, Fernández Valencia tinha 61 anos.

"Fiquei impressionada com a imagemgigantoonz slothumildade que ela quis passar no julgamento, falandogigantoonz slotseus filhos e netos. Mas a verdade é que ela trabalhava para uma organização brutalmente violenta e concordou com isso", ressalta Bonello.

"Ela não era uma pessoa ingênua que não sabia onde estava se metendo. O nível que ela alcançou no cartel egigantoonz slotcapacidadegigantoonz slotlidar com a logística tão bemgigantoonz slotum ambiente ilegal é impressionante."

Luz Irene Fajardo Campos (México)

Luz Irene Fajardo Campos

Crédito, Dpto. Justicia EE.UU.

Legenda da foto, Luz Fajardo Campos era uma advogada mexicanagigantoonz slotclasse média que vinhagigantoonz slotuma famíliagigantoonz slotfazendeiros

Luz Fajardo Campos era uma advogada mexicanagigantoonz slotclasse média que vinhagigantoonz slotuma famíliagigantoonz slotfazendeiros pertogigantoonz slotCosalá, na zona ruralgigantoonz slotSinaloa, mas decidiu entrar no negóciogigantoonz slotdrogas com seus dois filhos.

Ela chegou a dirigirgigantoonz slotprópria célula internacionalgigantoonz slotnarcotráfico, que até 2016 estava associada ao cartelgigantoonz slotSinaloa, embora sem fazer parte da organização.

Fajardo Campos foi acusadagigantoonz slotimportar grandes quantidadesgigantoonz slotcocaína da Colômbia para os EUA, passando pela América Central e México.

Depoisgigantoonz slotser presa na Colômbiagigantoonz slot2017 e extraditada para os EUA, os corposgigantoonz slotseus dois filhos apareceram desmembrados e carbonizados no México. Não se sabe se eles foram mortos por um grupo rivalgigantoonz slotdrogas ou foi um alerta para ela permanecergigantoonz slotsilêncio diante da justiça.

Seja como for, a verdade é que ela se recusou a se declarar culpada e foi a julgamento. No ano passado, acabou condenada a 22 anos.

Segundo Bonello, "por causagigantoonz slotsua profissão egigantoonz slotsua família, ela tinha outras opções, mas decidiu entrar no tráficogigantoonz slotdrogas''. Uma vez na prisão,gigantoonz slotsaúde mental se deteriorou, segundo seu advogado.

"Depois do que aconteceu com seus filhos, ela decidiu calar a boca e não dar informações sobre ninguém. Me pergunto se El Chapo também pensou nisso quando testemunhou. É interessante que muitas mulheres considerem as possíveis consequências que suas declarações podem ter para suas famílias [muitos parentesgigantoonz slotFajardo continuam a vivergigantoonz slotSinaloa]".

"Isso é diferente do que os homens fariam, que também são pais e maridos? Não sei", questiona a jornalista.

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