O livro que afundou com o Titanic e foi queimadodicas apostas brasileiraobombardeio na 2ª Guerra:dicas apostas brasileirao
'Quanto maior o preço, mais ficarei satisfeito'
Em 1911, Francis Sangorski terminou a encadernaçãodicas apostas brasileiraoum livro na qual ele trabalhava há dois anos emdicas apostas brasileiraooficinadicas apostas brasileiraoHolborn.
O resultado final era magnífico.
Medindo 40 cm por 35 cm, o livro foi incrustado com 1.050 joias, incluindo rubis, topázios e esmeraldas especialmente lapidados. Cercadicas apostas brasileirao9 metros quadradosdicas apostas brasileiraofolhadicas apostas brasileiraoouro e cercadicas apostas brasileirao5 mil peçasdicas apostas brasileiraocouro foram usados emdicas apostas brasileiraocriação.
Sangorski sofreu para criar cada detalhe, a certa altura pegando emprestado um crânio humano para poder retratá-lo com precisão emdicas apostas brasileiraovisão artística. Ele até subornou um tratador do zoológicodicas apostas brasileiraoLondres para alimentar uma cobra com um rato vivo para que ele pudesse visualisar essa imagem horrível.
O jornal Daily Mirror chamou o trabalho finaldicas apostas brasileirao"o espécime mais notáveldicas apostas brasileiraoencadernação já produzido". Outros batizaram a obradicas apostas brasileirao"Livro Maravilhoso".
O livro foi avaliado a um preço exorbitante.
O encadernador Sangorski e seu parceirodicas apostas brasileiraonegócios George Sutcliffe já eram altamente conceituados por suas elaboradas capas com joias.
"As verdadeiras encadernaçõesdicas apostas brasileiraojoias eram como ovos Fabergé", explica Rob Shepherd, diretor administrativo da Shepherds, Sangorski & Sutcliffe — a empresa atual que herdou o legado do que foi criado por aqueles dois homens na era eduardiana.
"Eles eramdicas apostas brasileiraoum nível que seria muito difícildicas apostas brasileiraoreplicar hoje, pois houve uma perda dessas habilidades ao longo dos anos. O comércio naquela época era muito qualificado. Eles eram artesãos extraordinariamente talentosos."
A dupla se conheceudicas apostas brasileirao1897dicas apostas brasileiraoaulas noturnas durante as quais foram instruídos pelos melhores artesãos da tradição que remonta ao movimento Arts and Craftsdicas apostas brasileiraoWilliam Morris e que incluía o excêntrico TJ Cobden-Sanderson — um homem que encerroudicas apostas brasileiraocarreira jogando blocosdicas apostas brasileiraoseu próprio tipodicas apostas brasileiraoletra da ponte Hammersmith no rio Tâmisa para que ninguém pudesse copiá-lo.
O trabalhodicas apostas brasileiraoSangorski e Sutcliffe se destacou e eles ganharam prestigiosas encomendasdicas apostas brasileiraoencadernação, inclusive para o rei Eduardo 7º.
Em 1907, Sangorski conheceu John Stonehouse, gerente da livraria Sotheran's, fundadadicas apostas brasileirao1761 e aindadicas apostas brasileiraoatividade. Sangorski contou a ele sobre seus sonhos para criar um livro cujas origens remontavam ao século 12.
Enquanto Sangorski já havia encadernado algumas versões do renomado Rubáiyát de Omar Caiam, o mestre artesão disse que desta vez queria criar uma obra com três pavões que ele adornaria com decoraçãodicas apostas brasileiraojoias "como nunca antes vista".
Depoisdicas apostas brasileiraomuito trabalhodicas apostas brasileiraopersuasão, Stonehouse concordoudicas apostas brasileiraoencomendar a obra. Ele decidiu não contar a seu chefe Henry Cecil, temendo que Cecil se opusesse ao projeto.
Stonehouse estipulou um conjuntodicas apostas brasileiraodiretrizes.
"Faça-o e faça-o bem-feito; não há limite. Coloque o que quiser na encadernação, cobre o que quiser por isso — quanto maior o preço, mais ficarei satisfeito — desde que fique entendido que o que você faz, e o que você cobrar por ele será justificado pelo resultado, e o livro quando finalizado será a maior encadernação moderna do mundo. Estas são as únicas instruções."
'A encadernação mais notável já feita'
O livro era composto por seis painéis diferentes: a capa e a contracapa, dois forros ornamentais no interior — conhecidos como "doublures" — e duas folhas adornadas com pavões, plantas, caveiras e padrões persas simbolizando a vida e a morte.
Para as doublures, centenasdicas apostas brasileiraopeçasdicas apostas brasileiraopeledicas apostas brasileiraocabra colorida precisavam ser preparadas e cortadas, várias joias precisavam ser colocadas no lugar, cada uma dentrodicas apostas brasileiraoseu próprio lugar individual, e semanas foram gastas aplicando intrincados instrumentosdicas apostas brasileiraoourodicas apostas brasileiraotodas as superfícies.
"Foi o trabalho mais extraordinário", diz Shepherd. "Era algo muito daquela época; a exuberância da Inglaterra eduardiana pouco antes da guerra estourar."
Stonehouse ficou igualmente impressionado, descrevendo o livro como "o melhor e mais notável espécimedicas apostas brasileiraoencadernação já projetado ou produzido,dicas apostas brasileiraoqualquer período oudicas apostas brasileiraoqualquer país".
O Rubáiyátdicas apostas brasileiraoOmar Caiam
- O filósofo, matemático, astrônomo e poeta viveu no que hoje é o Irã, entre 1048 e 1131. Suas realizações incluíram a criação do calendário solar mais preciso da época, mas muito depoisdicas apostas brasileiraosua morte ele se tornaria mais famoso pordicas apostas brasileiraopoesia, escritadicas apostas brasileiraoversos de quatro linhas conhecidos como quartetos
- "Esses quartetos refletem o lado cético da identidade iraniana, que, muitos sequer sabem, é tão ativo e profundo quanto o espiritual", explica Saeed Talajooy, especialistadicas apostas brasileiraoLiteratura Persa da Universidadedicas apostas brasileiraoSt Andrews.
- A poesia cobre temas como o niilismo, a brevidade e a aleatoriedade da existência, bem como "a amarga compreensãodicas apostas brasileiraonão se ter nenhum controle" e "beber e esquecer toda a loucura da vida", diz Talajooy
- Um texto atribuído a Omar Caiam foi traduzido para o inglêsdicas apostas brasileiraomeados do século 19 por Edward FitzGerald. Essa versão do Rubáiyát foi inicialmente um fracasso, mas foi redescoberto por dois estudiosos irlandeses, que ajudaram a divulgar o trabalho.
- Os especialistas em tradução Sandra Mason e Bill Martin consideram-no "um dos poemas individuais mais conhecidosdicas apostas brasileiraotodo o mundo"
'A fatalidade parece persegui-lo'
Com Henry Cecil agora ciente dessa incrível criação e do esforço extraordinário por trás dela, a Sotheran's colocou o livro à venda por mil libras - o equivalente a 120 mil libras (R$ 730 mil) hoje.
"Era três vezes mais caro do que qualquer outra coisa do estoque da Sotheran. Acho que era caro demais para o mercado do Reino Unido", diz o diretor administrativo da livraria, Chris Saunders.
E o preço não era o único problema. Nem todos ficaram deslumbrados com o brilho eduardiano.
"Acho que o Omar provavelmente era visto, sem dúvida por algumas pessoas, como brega. Era muito nouveau riche e a aristocracia antiga provavelmente não gostou daquilo", diz Benjamin Maggs, livreirodicas apostas brasileiraouma histórica livrariadicas apostas brasileiraoLondres, a Maggs Bros Ltda.
O bibliotecário do rei Eduardo 7º no Castelodicas apostas brasileiraoWindsor, Sir John Fortescue, compartilhava essa opinião. Ele foi um dos primeiros a ter a chancedicas apostas brasileiraocomprar o Omar, mas recusou, descrevendo-o mais tarde como "o fracasso mais proeminente, talvez, que eu já vi", um trabalho que ele considerou "absolutamente inadequado, ineficaz e insignificante, e para mim pessoalmente perturbador".
Um comerciantedicas apostas brasileiraoNova York chamado Gabriel Wells — anteriormente conhecido como Weis — estavadicas apostas brasileiraoLondres no verãodicas apostas brasileirao1911 e ficou impressionado. Ele ofereceu 800 libras pelo livro.
A oferta foi recusada por Sotheran's, que lhe pediu 900 libras. Wells recusou e retornou aos EUA.
Com a faltadicas apostas brasileiraointeresse no Reino Unido, foi decidido que o Omar deveria ir para os EUA, onde havia um mercadodicas apostas brasileiraolivros mais lucrativo.
Mas quando o livro chegou lá, houve uma briga sobre o imposto com os funcionários da alfândega dos EUA. Sotheran's se recusou a pagar e ordenou que o Grande Omar voltasse para Londres. Com o passar dos meses, nenhum comprador apareceu.
"Uma maldição parecia perseguir o livro", escreveu Stonehouse mais tarde.
"Stonehouse simplesmente teve que vender o Grande Omar para apaziguar o proprietário, Cecil, quem não havia sido consultado sobre a encomenda do livro, e então,dicas apostas brasileiraodesespero, ofereceu-o a Gabriel Wells por 900 libras e depois 650 libras", diz Saunders.
Wells não quis comprá-lo.
"Cecil, num acessodicas apostas brasileiraoindignação, exigiu que o livro fosse vendido o mais rápido possíveldicas apostas brasileiraoum leilão."
E assim,dicas apostas brasileirao29dicas apostas brasileiraomarçodicas apostas brasileirao1912, o livro foi a leilão sem preçodicas apostas brasileiraoreserva na casadicas apostas brasileiraoleilões Sotheby's. O agente londrinodicas apostas brasileiraoGabriel Wells pagou 405 libras por ele.
'O melhor lugar para ele é no fundo do oceano'
O Grande Omar estava pronto para retornar aos EUA. O livro perdeu por pouco uma travessiadicas apostas brasileirao6dicas apostas brasileiraoabril e foi colocado a bordo do próximo navio — o Titanic.
"Esse episódio do Sotheran é tão fascinante", diz Maggs. "As instruções dadas por quem o encomendou eram: 'Não há limite' - e o mesmo tinha sido feito com o próprio Titanic, que não tinha limite. 'Façam dele o maior possível', independentementedicas apostas brasileiraoser prático ou sensato fazer isso."
O desastre do Titanic, no qual maisdicas apostas brasileirao1,5 mil pessoas morreram, é um dos eventos mais famosos do século 20, mas pouco se sabe sobre o que aconteceu com o Grande Omardicas apostas brasileiraoseus dias a bordo do navio.
Shepherd considera provável que o livro estivesse sob a guarda do bibliófilo Harry Elkins Widener. O jovemdicas apostas brasileirao27 anos e seus pais, que vieram das duas famílias mais ricas da Pensilvânia, estavam entre os passageiros mais importantes do Titanic.
"O imposto sobre o livro teria sido enorme, então é provável que tenham pedido para ele carregá-lo embaixodicas apostas brasileiraoseu braço", diz Maggs, que afirma que Widener conhecia Wells. O livreiro já havia falado na imprensa sobre seu desgosto por ter que pagar imposto sobre a importação.
Um ávido colecionador, Widener estava retornando aos EUA após uma viagemdicas apostas brasileiraocompradicas apostas brasileiraolivros a Londres.
De acordo com Don Lynch, historiador oficial da Sociedade Histórica do Titanic, na noite do desastre os Wideners realizaram um jantar no restaurante à la carte do naviodicas apostas brasileiraohomenagem ao capitão do Titanic, Edward Smith. Enquanto comiam, alertavam-se sobre a presençadicas apostas brasileiraoicebergs que poderiam pôrdicas apostas brasileiraoperigo a travessia.
Sentados ao ladodicas apostas brasileiraoSmith e dos Wideners estavam John B. Thayer edicas apostas brasileiraoesposa, da Pennsylvania Railroad; outro casal rico da Filadélfia, William E. Carter e esposa; e o major Archibald W. Butt, assessor militar do então presidente dos EUA, William H. Taft.
Quando o navio atingiu o iceberg, o jantar já tinha terminado e as pessoas já haviam se separado. Harry Widener estaria na saladicas apostas brasileiraofumantes no momento do impacto.
Como seu pai, o bibliófilo não sobreviveria ao desastre.
O Grande Omar estava longedicas apostas brasileiraoser o único item caro perdido no naufrágio. Outras peças incluíam a pinturadicas apostas brasileiraoMerry-Joseph Blondel La Circassienne au Bain, avaliadadicas apostas brasileiraomaisdicas apostas brasileiraoUS$ 100 mil (quase US$ 3 milhões hoje), e um motor da primeira máquinadicas apostas brasileiraovoo, que estava sendo enviada para o Aero Club of America.
Lynch diz que o Omar era "talvez o mais conhecido" dos tesouros perdidos, como é evidenciado pordicas apostas brasileiraomenção no prefácio do livrodicas apostas brasileiraoWalter Lord, A Night To Remember, o trabalho que inspirou o filmedicas apostas brasileiraosucessodicas apostas brasileiraoJames Camerondicas apostas brasileirao1997.
Quanto ao provável estado do livro 110 anos após o naufrágio, Lynch, que fez diversos mergulhos até o naufrágio, acredita que "depende inteiramentedicas apostas brasileiraoquão bem ele foi embalado e onde foi armazenado no navio".
"Uma vez exposto dentro do navio, sedicas apostas brasileiraofato foi exposto, o couro pode ter sido comido, mas é claro que as pedras preciosas permaneceriam."
E o Grande Omar ainda deve estar lá, cercadicas apostas brasileiraotrês quilômetros e meio abaixo das ondas — não que todos estivessem descontentes com seu destino.
Sir John, bibliotecário do rei, declararia que o fundo do Atlântico era decididamente "o melhor lugar para ele".
'A vida para ele estava apenas começando'
O destino do livro foi uma das muitas milharesdicas apostas brasileiraohistórias do Titanic relatadasdicas apostas brasileiraojornaisdicas apostas brasileiraotodo o mundo.
"Todo mundo perdeu seus investimentos no Grande Omar", diz Saunders.
Embora a destruição das contas do Sotheran na Segunda Guerra Mundial signifique que não está claro o quanto o negócio foi afetado, ele diz que houve tensões como resultado da perda do Grande Omar.
"O relacionamentodicas apostas brasileiraoSotheran com a Sangorski & Sutcliffe foi azedado devido a disputas sobre custos e pagamentos", diz Saunders.
Mais uma tragédia aconteceu apenas 10 semanas após o naufrágio do Titanic.
Francis Sangorski estavadicas apostas brasileiraoférias comdicas apostas brasileiraoesposa e seus quatro filhos na costa sul inglesadicas apostas brasileirao1ºdicas apostas brasileiraojulhodicas apostas brasileirao1912, quando decidiu dar um mergulho no mardicas apostas brasileiraoSelsey Bill,dicas apostas brasileiraoSussex.
Um inquérito revelou que ele havia sido derrubado por uma forte corrente. Um homem ainda tentou salvar o famoso encadernador, que não sabia nadar, mas o deixou para ajudardicas apostas brasileiraocompanheira quando ouviu seus gritos.
O corpodicas apostas brasileiraoSangorski,dicas apostas brasileirao37 anos, foi descoberto uma hora e meia depois.
Ele foi enterrado no Cemitério St Marylebone, agora Cemitério East Finchley, comdicas apostas brasileiraolápide projetada por seu parceiro Sutcliffe.
John Stonehouse lamentou a perda do homem edicas apostas brasileiraosua arte.
Ele escreveu: "A vida para ele como um grande mestre artesão estava apenas começando."
'Quanto mais você protege, pior fica'
A Sangorski & Sutcliffe continuou operando apesar da perdadicas apostas brasileiraoseu cofundador.
Em 1924, o sobrinhodicas apostas brasileiraoGeorge Sutcliffe, Stanley Bray, ingressou como aprendiz.
Oito anos depois, ele se deparou com os desenhos e padrõesdicas apostas brasileiraoferramentas originaisdicas apostas brasileiraoSangorski para o Grande Omar no cofre da empresa e decidiu recriar o grande trabalho.
"Acho que ele estava basicamente tentando impressionar o tio", diz Shepherd, que escreveu sobre a empresadicas apostas brasileiraoseu livro The Cinderella of the Arts.
Trabalhando no escritório edicas apostas brasileiraocasa, Bray passou a décadadicas apostas brasileirao1930 trabalhando no segundo Grande Omar incrustadodicas apostas brasileiraojoias. A encadernação foi concluída assim que a guerra começou na Europa.
Foi decidido que o livro precisavadicas apostas brasileiraoproteção contra bombardeios e, portanto, foi embrulhadodicas apostas brasileiraomaterialdicas apostas brasileiraoproteção e colocadodicas apostas brasileiraoum cofre seguro na Fore Street,dicas apostas brasileiraoLondres.
A Fore Street foi a primeira rua da cidade que os bombardeiros alemães atingiram. Ataques aéreos subsequentesdicas apostas brasileirao1940 e 1941 derrubaram quase todos os edifícios da área.
Os escombros foram finalmente removidos e o cofre contendo o Grande Omardicas apostas brasileiraoBray foi localizado, ainda intacto e aparentemente ileso.
Mas quando o livro foi aberto uma massa negra foi descoberta: o calor do fogo derreteu o couro e carbonizou as páginas.
"Foi essencialmentedicas apostas brasileiraoparte a proteção que o danificou, então, foi quase como resultadodicas apostas brasileiraoseus esforços para mantê-lo seguro, o que eu também acho interessante. Porque quanto mais você tenta proteger este livro, pior ele fica", diz Maggs.
"Assim como no Titanic, você pensa: 'Qual é a maneira mais seguradicas apostas brasileiraoenviar este livro para os EUA — certamente o 'navio inafundável' é a maneira mais seguradicas apostas brasileiraoenviá-lo?' E então este livro meio que conscientemente conspira contra você e quanto mais você tenta, pior o resultado."
As instalações da empresa na Poland Street, no Soho,dicas apostas brasileiraoLondres, passaram pela guerra sem danos, apesardicas apostas brasileiraouma bomba ter caído a metrosdicas apostas brasileiraodistância.
Com o Reino Unido sob o cercodicas apostas brasileiraoataques inimigos, Bray aceitou calmamente a destruição do Grande Omar, comentando: "Se isso é tudo o que vou perder, terei sorte".
'Ele virou uma espéciedicas apostas brasileiraosímbolo'
Dois livros e anosdicas apostas brasileiraotrabalho perdidos não diminuíram o entusiasmodicas apostas brasileiraoBray pelo Grande Omar e, quando o país comemorava o fim da guerradicas apostas brasileirao1945, ele começou a trabalhar no terceiro livro.
Muitas das joias que sobreviveramdicas apostas brasileiraosua versão anterior foram recicladas.
A gestão da Sangorski & Sutcliffe limitou a quantidadedicas apostas brasileiraotempo que ele tinha para trabalhar nele, então a encadernação tornou-se mais um projeto paradicas apostas brasileiraoaposentadoria na décadadicas apostas brasileirao1980. E depoisdicas apostas brasileiraocercadicas apostas brasileirao4 mil horasdicas apostas brasileiraotrabalho, o terceiro Grande Omar foi finalmente concluído.
Para Maggs, há algo quase "romântico" no trabalhodicas apostas brasileiraoBray.
"O fatodicas apostas brasileiraoStanley Bray ter feito isso duas vezes — nesse ponto ele não está fazendo isso para ganhar dinheiro, é outra coisa: virou um tipodicas apostas brasileiraosímbolo."
"É como se o livro mais decadente, luxuoso e capitalista se superasse e se tornasse genuinamente inestimável e se tornasse uma coisa que é feita apenas por fazer."
Bray deu o terceiro Grande Omar à Biblioteca Britânica. Seu obituáriodicas apostas brasileiraodezembrodicas apostas brasileirao1995 descreveu o livro como "um monumento ao trabalhodicas apostas brasileiraouma longa vida".
O Grande Omar e o material relacionado foram deixadosdicas apostas brasileiraodefinitivo para a instituição após a morte da viúvadicas apostas brasileiraoBray, Irene,dicas apostas brasileirao2004. O livro permanece no acervo da biblioteca, embora o acesso a ele raramente seja permitido.
Por enquanto, pelo menos, parece que nenhuma "maldição" se consolidou.
O próprio Bray nunca pensou muito na ideia,dicas apostas brasileiraoqualquer forma, comentando sobre o design: "Não sou nem um pouco supersticioso, embora digam que o pavão é um símbolodicas apostas brasileiraodesastre".
"Algumas pessoas dizem que as penas dos pavões são presságiosdicas apostas brasileiraomorte, mas Stanley Bray viveu até uma idade avançada", diz Shepherd.
"Na verdade, o livro provavelmente foi aquilo que o mantevedicas apostas brasileiraoatividade."
Meta-história
No Cemitério East Finchley, é difícil encontrar a lápide do mestre encadernador Francis Sangorski.
Escondido debaixodicas apostas brasileiraouma árvore entre outras pedras, suas esculturas requintadas estão desgastadas — comodicas apostas brasileiraoobra-prima no fundo do Oceano Atlântico.
Para Maggs, a história do Grande Omar combina perfeitamente com as teoriasdicas apostas brasileiraoOmar Caiam, cuja sabedoria inspirou o mestre artesão a homenagear o poeta-filósofodicas apostas brasileiraoouro, joias e couro.
"De certa forma, é perfeito; todo o conto é uma meta-história porque parte do texto é sobre: 'Claro, enquanto você tiverdicas apostas brasileiraovida, use-a, aproveitedicas apostas brasileiraovida, mas saiba que ela vai acabar, esteja ciente disso. ' - é quase como uma espéciedicas apostas brasileiraomaldição. É isso que o Grande Omar está lhe dizendo", diz Maggs.
"Se você pode pagar, por que não? Faça. Mas esteja cientedicas apostas brasileiraoque você vai morrer e isso não irá com você."
Todas as imagens estão sujeitas a direitos autorais. Reportagem editada por Ben Jeffrey.
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