Por que o nariz 'entope' quando estamos com gripe, resfriado ou covid:novo site apostas
Mas nem sempre o nariz passa ileso ao desempenhar essas funções, e é aí que ele pode acabar entupido ou congestionado com tanto muco que às vezes ele escorre (coriza). Mori explica as diferenças sutis entre essas duas reações, que podem acontecer ao mesmo tempo no casonovo site apostasdoenças como gripe, resfriado ou covid-19.
No caso do nariz entupido (ou obstruído), conta Mori, isso ocorre pelo inchaço da mucosa, principalmentenovo site apostasuma estrutura na região inferior do nariz chamada concha nasal. "Ela é um epitélio que aumenta e diminui. Mas quando ele inflama, pode aumentar muito e acabar entupindo o nariz."
A congestão, explica ela, se dá quando o batimento dos cílios diminui e a secreção se acumula e se condensa no nariz. Tomada por esse muco, a mucosa nasal fica inflamada, com vasos sanguíneos inchados.
Em geral, esse excessonovo site apostasmuco é produzido pelo corpo como uma reação imunológica posterior à invasão bem-sucedida daqueles micro-organismos que conseguiram ultrapassar a barreira nasal e causar doenças nos pulmões, por exemplo. Um dos papéis dessa secreção nesse caso é combater novos invasores. Estima-se que pelo menos metade das pessoas resfriadas tenham o nariz escorrendo como um dos sintomas. Por outro lado, o excessonovo site apostasmuco correndo na direção oposta, ou seja, a garganta, pode causar inflamações e tosse.
Além disso, estima-se que 2novo site apostascada 100 infecções virais nessa região resultem numa infecção bacteriana porque o muco e outros fluidos acumulados criam um lugar propício para a proliferaçãonovo site apostasbactérias.
E aí surgem as dúvidas: é recomendado usar remédios ou fazer lavagens com soro fisiológico para lidar com nariz obstruído/congestionado, ou é melhor deixar que a situação "volte ao normal" no nariz naturalmente depoisnovo site apostaso sistema imunológico derrotar os invasoresnovo site apostasoutras partes do corpo?
Descongestionantes nasais: benefícios e riscos
Como mostrado acima, a congestão nasal pode ocorrernovo site apostasresfriados ou alergias, por exemplo,novo site apostasque a secreção sai sem que se perceba. Mas há momentosnovo site apostasque o corpo não consegue eliminar todo esse muco nasal e muitas pessoas recorrem aos descongestionantes vendidosnovo site apostasfarmácias.
Há dois tipos principais deles: os que são administrados diretamente no nariz e os que são administrados pela boca (em formanovo site apostasxarope ou comprimido). Em geral, esses medicamentos têm um papelnovo site apostascontraírem os vasos sanguíneos do nariz (vasoconstrição), melhorando o incômodo da congestão e ajudando a respirar melhor.
Mas essa melhora não é natural, já que foi obtida pelo produto farmacêutico, então o alívio (benefício para algumas pessoas) é temporário. Um tempo depois, os vasos sanguíneos do nariz voltam a dilatar e a congestão volta. A partir daí, há um vaivémnovo site apostascontrair e descontrair os vasos do nariz que para algumas pessoas é sinônimonovo site apostasalívio.
Apesar dos benefícios envolvidos, há também diversos riscos, principalmente para crianças, grávidas, lactantes e idosos.
"Os orais só são liberadosnovo site apostascrianças a partir dos 4 anosnovo site apostasidade. Alguns seguem o critérionovo site apostasque só pode usar a partirnovo site apostas6 anos, mas dependendo das formulações só podem ser usados a partirnovo site apostas12 anos. Além disso, é proibido o usonovo site apostasdescongestionantes oraisnovo site apostasgrávidas e lactantes. Osnovo site apostasuso tópico,novo site apostasformanovo site apostasgota, eventualmente se pode usar. O problema é que eles funcionam tão bem que a pessoa tem a tendêncianovo site apostascomeçar a usar excessivamente porque na gestação normalmente o nariz fica mais congestionado, e aí pode entrar a questão da dependência", afirma Roithmann, da Associação Brasileiranovo site apostasOtorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial.
Segundo o otorrinolaringologista, gestantes e lactantes devem conversar com seus médicos sobre o uso desse tiponovo site apostasmedicamento, mas, "de maneira geral, não se usa descongestionantes nem tópicos (aplicado no local), nem sistêmicos (medicamentos orais)novo site apostasgestantes e lactantes."
Há duas saídas possíveis para grávidas e lactantes, sugere Roithmann. Uma é a lavagem nasal (leia mais abaixo) e a outra é o usonovo site apostasmedicamentos anti-inflamatóriosnovo site apostasuso tópico, que também podem ser usadosnovo site apostasforma segura na rinite da gestação e durante o períodonovo site apostaslactação. Mas é importante ressaltar que eles não são descongestionantes.
E por que há toda essa preocupaçãonovo site apostastorno do usonovo site apostasdescongestionantes nasais?
Roithmann explica que esse tiponovo site apostasmedicamento é absorvido pela circulação sanguínea e pode gerar alterações na frequência cardíaca enovo site apostaspressão, sem falarnovo site apostasalterações no sistema nervoso central.
Por isso, devem ficar atentos pacientes com condições cardíacas, como isquemia cardíaca, hipertensão, alterações hormonais como hipertireoidismo, diabetes, glaucoma e usonovo site apostasoutros medicamentos, como alguns tiposnovo site apostasantidepressivos.
"Se você pinga essa medicação, ele descongestiona essas estruturas internas do nariz e vocênovo site apostas2 minutos está respirando melhor. Mas qual é o problema disso? Passado um tempo tem um fenômeno chamado efeito rebote", explica o especialista. "Se usar mais do que três a cinco dias, continuamente, o organismo começa a precisar do congestionante para funcionar. E começa a pedir que a pessoa use cada vez mais. Isso gera uma situação que tem até um nome e é uma doença, que se chama 'rinite da gota', 'rinite medicamentosa', e que é difícilnovo site apostastratar, exigindonovo site apostasalguns casos intervenção cirúrgica do nariz para resolver."
Há um projetonovo site apostasleinovo site apostastramitação na Câmara dos Deputadosnovo site apostasque torna obrigatória a apresentação e a retençãonovo site apostasuma receita médica para a compranovo site apostasmedicamentos para desobstrução nasal que contenham corticoides e vasoconstritores.
O autor da proposta, o deputado federal Dr. Zacharias Calil (DEM-GO), cita no texto dados da Associação Brasileiranovo site apostasOtorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, que aponta que "os descongestionantes nasais são os medicamentos mais procurados na automedicação,novo site apostastornonovo site apostas7% das vendas" e que "de 25% a 50% dos usuários dessas substâncias poderá desenvolver rinite medicamentosa".
O projeto, que cita outros efeitos colaterais possíveis (como malformações cardíacas fetais no primeiro trimestrenovo site apostasgravidez e redução da espessura da mucosa nasal), aguarda parecer do relator na Comissãonovo site apostasConstituição e Justiça da Câmara.
"Uma coisa importante para as mães e pais entenderem: a gente tem tanto receio do usonovo site apostasdescongestionantenovo site apostascriança porque a dose que ajuda, ou seja, a dose que descongestiona, é muito próxima da dose que gera efeitos colaterais. Então, é muito comum intoxicação por descongestionante, inclusive visitas à emergência pelos efeitos do excessonovo site apostasdescongestionante", afirma Roithmann.
Segundo ele, "a tendência hoje da maior parte dos tratamentos, tantonovo site apostasrinite crônica, quantonovo site apostassinusite crônica, é atravésnovo site apostaslavagens nasais".
Lavagem nasal: benefícios e riscos
Esse tiponovo site apostastratamento, que basicamente lava as narinas com soro fisiológico, vem sendo considerado por especialistas como um das saídas mais efetivas para o cuidado e tratamentonovo site apostasdoenças que afetam o nariz. Alémnovo site apostasajudar a prevenir crisesnovo site apostassinusite ou rinite, por exemplo, ao melhorarnovo site apostasalguns casos a circulação sanguínea e a eficiência da mucosa nasal.
Pacientes com rinite alérgica, congestão nasal e excessonovo site apostassecreção costumam usar essa técnica com frequência, principalmente porque eventuais efeitos adversos envolvem riscos bem menores: a irritação no nariz e a remoção indevidanovo site apostasdefesas nasais.
E quais são os principais benefícios? Mori explica que a lavagem nasal ajuda a eliminar substâncias inflamatórias (reduzindo os sintomasnovo site apostascongestão ou obstrução) e também auxilia na remoção mecânica da secreção acumulada, evitando que o local vire um meionovo site apostascultura para bactéria e "evoluindonovo site apostasuma gripe ou resfriado para uma sinusite aguda bacteriana."
A lavagem nasal pode ser feitanovo site apostaspessoasnovo site apostastodas as idades, mas a quantidade varia a depender da faixa etária. Crianças mais novas podem precisar do auxílionovo site apostasadultos para realizar o procedimento. Em geral, podem ser usados seringas (sem agulhas) ou dispositivos específicos para isso (vendidosnovo site apostasfarmácias ou lojasnovo site apostasartigos médico-hospitalares).
Há dois tiposnovo site apostaslavagem nasal: baixo volume (até 50mlnovo site apostascada narina) e alto volume (mais do que 100ml por lavagem).
A primeira costuma ser usadanovo site apostaspacientes sem muita secreção e congestão nasal. A segunda,novo site apostasalto volume, é indicada "nos casosnovo site apostasque a mucosa está inflamada, como nos episódiosnovo site apostasgripes, resfriados e principalmente nos casosnovo site apostassinusites agudas e crônicas", explica Mori. O objetivo da maior quantidadenovo site apostassoro é conseguir remover essa secreção e substâncias inflamatórias.
A lavagem pode ser feita tanto com o soro vendidonovo site apostasgarrafasnovo site apostasfarmácia quanto com soro feitonovo site apostascasa. Mas a composição aqui não é igual à do soro caseiro usado para combater a desidratação (com água, sal e açúcar). Mori sugere uma receita baseadanovo site apostassachês americanos vendidos para lavagem nasal: 250mlnovo site apostaságua filtrada/fervida, 1 colhernovo site apostascafé rasanovo site apostassalnovo site apostascozinha e 1/4novo site apostascolhernovo site apostascafénovo site apostasbicarbonatonovo site apostassódio (que ajuda a diminuir a viscosidade da secreção). Esse líquido, que não deve ser usado para inalação, pode ser armazenado na geladeira por até 24h.
E como se faz essa lavagem nasal com soro?
Recomenda-se que isso seja feito com a pessoanovo site apostaspé ou sentada, com usonovo site apostasseringa (sem agulha), garrafinha vendidanovo site apostasfarmácia para esse fim ou dispositivos conhecidos como Lota.
Segundo Mori, o importante nessa técnica é o volumenovo site apostassoro, e não a força ou a pressão aplicada, quenovo site apostasexcesso podem transformar a soluçãonovo site apostasproblema. "Muita força pode fazer com que o soro vá parar no ouvido, que se comunica com o nariz pela tuba auditiva. Com o soro se encaminhando para lá, pode gerar muitos desconfortos, como a sensaçãonovo site apostasouvido tampado e pior, pode até causar otite."
A pressãonovo site apostasexcesso também pode machucar o septo nasal e provocar sangramento. Por fim, se não houver força ou pressão demais, mas lavagemnovo site apostasexcesso, o nariz pode acabar irritado. "A estrutura interna do nariz enovo site apostasdefesa contra infecções dependemnovo site apostasalgumas substâncias presentes nesse muco nasal. Então, a remoção excessiva delas pode ser prejudicial", afirma Roithmann. Segundo ele, a quantidade ideal numa criança, por exemplo, é duas vezes ao dia: quando acorda e antesnovo site apostasdormir.
Roithmann afirma ainda que essa técnica pode ser usadanovo site apostasbebês, que costumam ter congestão nasal e excessonovo site apostasmuco dentro do nariz, "o que não é sinônimonovo site apostasdoença". Nessa faixa etária, são usados tanto a lavagem nasal quanto dispositivosnovo site apostassucção que retiram um pouco desse muco excessivo, já que bebês ainda não sabem expelir por conta própria essa secreção.
No caso dos bebês, o especialista recomenda também que, no casonovo site apostascongestão nasal, deve-se amamentá-los na posição sentada, que ajuda a desinchar as estruturas nasais, explica Roithmann .
A posição também deve ser observada na horanovo site apostasdormirnovo site apostasadultos e crianças com nariz congestionado. Recomenda-se que o travesseiro fiquenovo site apostasposição mais elevada para ajudar a respiração e diminuir o desconforto.
Roithmann ressalta, por fim, que deve-se buscar a avaliaçãonovo site apostasmédicos especializados caso esse problema respiratório seja frequente, persistente ou esteja afetando a rotina.
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