As fascinantes revelações do estudobactérias que povos isolados carregam no corpo:

Crédito, Oscar Noya

Legenda da foto, María Gloria Domínguez Bello (de colete cinza) no momentoque deixa uma comunidade na selva sul-americana

"Eles estão familiarizados com vermes intestinais, alguns dos quais são visíveis. Explicamos a eles que existe uma formavida ainda menor que os vermes: os micróbios, no intestino, na boca, na pele, na vagina, alguns prejudiciais, mas emmaioria bons, e que ainda não entendemosfunção."

"Informamos a eles que povos tradicionais como eles parecem ter um conjuntomicróbios mais diverso do que o nosso e que queremos entender por quê."

À caçamicróbios

Quando Domínguez era jovem, seu dilema entre estudar Medicina ou Biologia não durou muito tempo: para cursar a primeira carreira na Universidade Central da Venezuela, era preciso esperar um ano, enquanto ela podia começar imediatamente a segunda opção na Universidade Simón Bolívar.

Crédito, María Gloria Domínguez/Universidade Rutgers

Legenda da foto, Domínguez tem vários projetospesquisa — um deles se concentra no microbiomapovos isolados

Domínguez não quis esperar e, com o tempo, foi cativada pelo microbioma ou microbiota, que são os microrganismos que vivem no corpo humano.

Ela fez um mestradoNutrição e doutoradoMicrobiologia na UniversidadeAberdeen, na Escócia. Trabalhou no Instituto VenezuelanoPesquisa Científica1990 a 2002, anoque partiu para dar aulas na UniversidadePorto Rico.

Em 2012, decidiu ir para os Estados Unidos, onde mora. É atualmente professoraBioquímica e Microbiologia na Universidade Rutgers.

Na instituição, ela comanda o laboratório que leva seu nome e que foca na evolução conjunta da microbiota e do hospedeiro, e no impacto dos hábitos do estilovida ocidental nessa dinâmica.

Crédito, Universal Images Group/Getty Images

Legenda da foto, Os yanomami, que se caracterizam como caçadores e coletores, vivem na selva amazônica da Venezuela e do Brasil

"A busca por micróbios me levou a viajar pelos intestinosroedores, ruminantes, pássaros e humanos, por savanas e selvas na América do Sul e, mais recentemente, na África", diz ela no artigo A Microbial Anthropologist in the Jungle ("Uma Antropóloga Microbiana na Selva",tradução livre).

Como ela explica,abordagem como microbiólogapopulações humanas tem sido muito antropológica.

"Muito mais do que estudar doenças, as perguntas que me faço são: por que temos isso? De onde veio isso? Quando adquirimos essa simbiose?"

Umseus projetospesquisa foca no microbiomapovos isolados — uma microbiota que não foi afetada por fatores como antibióticos, cesarianas ou limpeza excessiva.

A natureza como provedora

Sua carreira como pesquisadora começou1982, quando era estudante universitária na Venezuela.

Crédito, María Gloria Domínguez/Universidad Rutgers

Legenda da foto, 'A ideia para nós sempre foi: o que aprendemos com eles, contamos a eles, porque eles têm muito a nos ensinar'', diz a especialista

Lá, ela estudou diferentes comunidades indígenas, como os piaroas, os guahibos, os yekwanas, os waraos e os yanomami. "Os primeiros estudos foram nutricionais e foram feitoscolaboração com antropólogos", revela.

"Estudávamos populaçõesdiferentes etnias pertoPuerto Ayacucho, capital do Estado do Amazonas, na Venezuela."

O interesse inicial era entenderalimentação, mas logo surgiu outro: "Como é possível que essas pessoas tenham tantos parasitas e sejam assintomáticas?"

Foi assim que ela começou a questionar: "Será que evoluímos para ter parasitas e quando eles saem do controle ficamos doentes?"

Dos indivíduos que ela estudou nessas comunidades, "quase todos, tinham protozoários diferentes".

"Descobrimos que seu estado nutricional, pelo menos nas populações indígenas tradicionais, era excelente. A natureza fornecia a eles alimentaçãoabundância, eles cultivam hortas e recorrem ao rio."

A situação muda drasticamente no casomuitos indígenas que se mudam para os centros urbanos: "À medida que se deslocam para as cidades, você vê o outro extremo: obesidade e desnutrição".

Ela também "queria entender como as microbiotas estão associadas à perda da alimentação tradicional e à transição para dietas muito menos saudáveis, ricasgorduras e carboidratos, sem fibras".

Maior diversidade

Seus estudos com algumas populações indígenas refletem uma diversidade notávelmicrobiota entre seus membros.

Crédito, María Gloria Domínguez/Universidade Rutgers

Legenda da foto, 'Depoisir repetidas vezes, eles já nos conheciam, se criou uma confiança mútua', conta a pesquisadora

Ela conta que eles conseguiram coletar amostras por swabs (cotonete longo e estéril)diferentes partes do corpo (pele, nariz e boca)integrantescomunidades remotas.

"Nas fezes dos yanomami mais isolados há quase o dobro da diversidade bacteriana que nós temos."

Em 2015, Domínguez publicou, junto a outros 22 pesquisadores, o artigo The microbiome of uncontacted Amerindians ("O microbiomaameríndios isolados",tradução livre),que apresentou os resultadosum estudo com uma pequena comunidade yanomami venezuelana "sem contato prévio documentado com pessoas ocidentais".

"Em 2008, uma aldeia não mapeada foi avistada por um helicóptero do Exército e uma missão médica (enviada pelas autoridades) pousou ali2009", afirma o documento.

Conscientesseu isolamento, apenas um dos autores, o médico Óscar Noya, esteve no local.

Crédito, Oscar Noya

Legenda da foto, Esta fotouma aldeia na Amazônia foi tirada pelo pesquisador Oscar Noya

Trata-seuma comunidadecaçadores e coletores, sem agricultura ou domesticaçãogado, que concordouparticipar da pesquisa.

"O comércio foi evidenciado pela presençafacões, latas e roupas que costumam ser trocados por flechas com outros yanomami".

"A idade das 34 pessoas (que participaram) variava4 a 50 anos, segundo estimativa dos trabalhadoressaúde yanomami da equipe médica."

Após analisar seu "microbioma bacteriano fecal, oral e cutâneo", Domínguez eequipe descobriram que eles "abrigam o microbioma com maior diversidadebactérias e funções genéticas já registradoum grupo humano".

Apesarseu isolamento e "de não terem tido exposição conhecida a antibióticos, eles abrigam bactérias que carregam genes funcionaisresistência a antibióticos, incluindo aqueles que conferem resistência a antibióticos sintéticos".

Embora os autores reconheçam que o tamanho da amostra é pequeno, eles observam que os resultados sugerem que "a ocidentalização afeta significativamente a diversidade do microbioma humano".

Práticas antimicrobianas

A microbióloga lembra os resultados deste estudo. "É fascinante", diz ela. "Você vê o gradienteurbanização muito claro."

Crédito, Science Photo Library

Legenda da foto, A boca possui um grande númerobactérias — muitas delas não são prejudiciais, mas benéficas

À medida que as pessoas adotam o estilovida industrializado e vivem nas cidades, elas adotam "muitas práticas" que são antimicrobianas.

E não se trata apenashábitoshigiene, mas do consumoantibióticos, do usosubstâncias antibacterianas econservantes.

"As latas não apodrecem porque estão cheiasinibidoresmicróbios. Nessa culturaalimentos processados e conservados, também estamos comendo muitos antimicrobianos. Todas essas práticas modernas parecem estar causando uma perda da diversidade (da microbiota), e com isso funções são perdidas", diz ela.

"Paralelamente, o aumento das doenças imunológicas e metabólicas está associado a estilosvida modernos e urbanos, e achamos que as duas coisas estão ligadas causalmente."

"Estamos perdendo funções importantes que a microbiota tem, e se esse impacto acontecer muito cedo na vida, ele leva a um mau desenvolvimento, a uma educação deficiente do sistema imunológico e do sistema metabólico."

Ela adverte que determinar a causalidadehumanos é muito complicado e fazer testes clínicos com pessoas é muito caro. Portanto, o primeiro passo foi fazer experimentos com ratos.

A limpeza

A especialista lembra quecomunidades remotas, que são aldeias muito pequenas, não há agricultura ou sistemasprodução com animais, e isso tem um efeito direto.

Crédito, DeAgostini/Getty Images

Legenda da foto, Comunidade yanomami pescando na Amazônia venezuelanaregistro2016

"As aldeias na selva têm suas próprias pragas, mas a menos que sejam introduzidos pelo contato com estranhos, elas não possuem nossos patógenos infecciosos comuns, as bactérias relacionadas à agricultura (E. coli, Salmonella) ou os vírus zoonóticos (influenza, HIV)", escreveu a especialista no artigo2016.

"Você percebe que muitosnossos patógenos gastrointestinais, a maioria deles, vêmnossos sistemasproduçãocarnes e aves", diz ela.

Conviver com comunidades indígenas também permitiu a ela conhecer os hábitoslimpezaalgumas delas.

"Eles se banham muitas vezes ao dia no rio, as crianças estão sempre metidas no rio. Não usam sabonete, mas para ficar limpo você percebe que realmente não precisa usar sabonete", afirma.

"Normalmente, quando chegamos, nos primeiros dias usamos iodo: uma gota por litroágua. No quarto dia, não sabemos onde deixamos. Em vezir para o rio, que fica longe, acabamos consumindo a água que eles têm armazenada."

"Todas as crianças da comunidade brincam com essa água, colocam as mãos ali, às vezes com fezes nas mãos, mas ninguém tem patógenos para transmitir,parte porque não há E. colivacas, salmonella, não há patógenosorigem zoonótica, e no final acabamos todos bebendo essa água."

"Se vamos ficar três semanas, não vamos ao rio buscar água toda hora, e ninguém fica doente. Esse foi um grande ensinamento", diz ela.

Hábitos alimentares

Em algumas comunidades, conta Domínguez, "eles dão um mêslicença pós-parto para ambos os pais, e depois, a mãe se 'veste' com o bebê e vai trabalhar. Primeiro, ela carrega o filho no peito e depois atrás dela".

Crédito, María Gloria Domínguez/Universidad Rutgers

Legenda da foto, Em algumas comunidades visitadas por Domínguez, 'a mãe se veste com o bebê e vai trabalhar'

"Essas mulheres fazem um exercício tremendo com um peso sobre elas e têm posturas corretas. Ficamcócoras, uma posição muito saudável."

As famílias "não se sentam para comer três vezes por dia como nós. Normalmente, se reúnem à noite e comem juntos para conversar".

"Durante o dia, petiscam o tempo todo. Comem tapioca, depois banana, depois outra fruta. Eles têm uns abacaxiscomer rezando", diz ela com um sorriso. "Se você come frutas e tapioca o dia todo, passa o dia sem fome."

"Depois, à noite, tem sopapeixe com tubérculo ou se tiver caça, carne vermelha, mas o que eles comemcarne vermelha é como uma almôndega, literalmente, por semana. Essa é a porção e, com sorte, duas vezes por semana."

"Eles vão caçar e quando voltam picam a presa, e o que cabe por pessoa, porque compartilham com a comunidade, é uma almôndega."

"É uma alimentação muito saudável. Não é uma dieta vegetariana, mas é realmente excepcional comer carne vermelha. Peixe eles comem todos os dias na sopa."

"A panela está sempre fervendo, eles jogam água, tiram o peixe, comem, colocam outro peixe e assim por diante. É muito interessante ver como você não precisa ficar usando detergente."

Um experimento

"Fizemos um experimento e estudamos a nós mesmos, os sete visitantes. Deixamosusar xampu, sabonete, pastadente, mas não abrimos mão da escovadente."

Crédito, LEO RAMIREZ/AFP/Getty Images

Legenda da foto, Yanomami correndoselva da Venezuelaregistro2012

"Dissemos a nós mesmos: quanto estamos dispostos a abrir mão, sobretudo no que se refere a substâncias, produtos químicos?"

Alguns cientistas, diz ela, até deixaramusar botas e andavam descalços. "Em seguida, tiravam os carrapatos."

"Não cheguei a comer minhocas", revela, mas doisseus colegas sim. "Queríamos estudar o seguinte: se você se incorporar totalmente à dieta deles e pararusar xampu, detergente, sabonete e cremes, o quantomicrobiota muda?"

"Não chegamos perto da microbiota deles, mas havia duas crianças,4 e 6 anos, filhosdois médicos, que aumentaramdiversidade e chegaram perto."

"Foi um estudo muito pequeno, um estudo piloto, mas abriu a possibilidadeperguntar: até quando dura o desenvolvimento da microbiota humana?"

Acredita-se que nos primeiros anosvida se configura a composição do microbioma intestinal que vai persistir na vida adulta, quando esse ecossistema atinge um estadoequilíbrio.

Um estudoque Domínguez é coautora analisou a microbiotaum grupoindivíduos e constatou que, após os três anosidade, já não era possível distinguir as crianças dos adultos.

Pura Fibra

A diversidade ideal da microbiotacada órgão é diferente. Por exemplo, a do intestino é diferente da pele ou da vagina.

Crédito, DeAgostini/Getty Images

Legenda da foto, Nas aldeias que Domínguez esteve, ela percebeu que a alimentação é muito ricafrutas (Foto2016)

"A diversidade ideal é aquelaque o órgão funciona melhor. "Achamos que eles têm uma alimentação e um estilovida com muito menos interferências antimicrobianas do que nós, e também possuem dietas que alimentam mais suas bactérias."

"Consomem mais100 gramasfibra por dia e nós (na sociedade industrializada) consideramos que 30 gramas por dia é uma alimentação ricafibras. Quando você vai lá e vê a tapioca, é fibra pura. Comem um montãofrutas, têm uma alta ingestãofibras."

"A fibra é alimento para as bactérias, não para você", o que gera uma condição anti-inflamatória.

É que os ácidos graxos voláteis, especialmente o butirato, que são produzidos pelas bactérias presentesnossa microbiota intestinal, são anti-inflamatórios.

"Você precisatoda uma diversidade para poder realizar as diferentes funções do trato digestivo."

"Se você perde essa diversidade pelo uso repetidoantibióticos, provavelmente está afetando as funções desse ecossistema no intestino, está alterando os sinais entre as bactérias e suas células intestinais, entre as bactérias e suas células imunológicas. Você perturba o ecossistema."

"Acreditamos que está havendo uma degradação da diversidade microbiana que é importante para a saúde humana e que ao perder essa diversidade na microbiota, também estamos perdendo funções."

"Temos muito a aprender com as pessoas que mantêm estilosvida tradicionais, temos que entender por que esses estilos são saudáveis."

Marcadormigrações

Domínguez também estudou a helicobacter pylori, um tipobactéria encontrada no estômago.

Crédito, Science Photo Library

Legenda da foto, Estima-se que bilhõesbactérias e vírus vivamnossos corpos — esta ilustração éuma bactéria no intestino

Embora inicialmente fosse considerada um patógeno gástrico humano, causadorúlceras pépticas e câncer gástrico, "mais tarde também ficou claro que é uma flora normal, que desempenha um papel na regulação da secreçãoácidos, hormônios e na modulação da imunidade", escreveu a especialistaumseus artigos científicos.

E como chegou à América? A bióloga conta que uma pesquisa sugere que foi por meio dos espanhóis, pois nos estudos realizadosalgumas cidades latino-americanas foram detectadas cepas europeias.

"A helicobacter sempre evoluiu com a humanidade, a tal ponto que pela helicobacter que a pessoa possui, ao sequenciá-la, é possível saber se essa pessoa é europeia, asiática ou indígena sul-americana, por exemplo."

"É um marcadormigrações humanas", diz ela.

Por isso, junto à equipepesquisadores, foi sugerido que "se os ancestraisnossos indígenas são asiáticos, mongóis, eles deveriam ter a helicobacter asiática, e esse foi mais um motivo para entrarmos na selva".

"E,fato, a prevalência na selva da helicobacteradultos émais90%, e as cepas que eles carregam são asiáticas".

Autorizações

Com o tempo, diz Domínguez, "fomos nos deslocando para comunidades cada vez mais remotas e acabamos junto a equipes associadas a programassaúde".

Seus estudos sempre contam com a permissão das comunidades e das autoridades dos países, onde normas éticas rígidas são elaboradas e seguidas.

Crédito, María Gloria Domínguez/Universidade Rutgers

Legenda da foto, Domínguez ensina bioquímica e microbiologiauniversidade americana

"Adoro saircampo", diz ela, embora reconheça que a realização das pesquisas tem suas complexidades.

"Você pode imaginar a quantidadeautorizações que precisam ser obtidas para poder trazer as amostras aos Estados Unidos e sequenciá-las. São muitas as limitações, mas temos autorização para estudá-las."

Ela quer dar continuidade a um projeto com comunidades da fronteira entre a Venezuela e o Brasil, no estadoBolívar.

"Estabelecemos contato com essas comunidades, estamos estudando gradientesurbanização muito estreitos."

"Desta vez, não é a comunidade que vive na selvachuruatas,cabanas,aldeia, mas comunidades que estão na selva, nas quais não há economiamercado ou dinheiro, onde todos vivem da natureza, da pesca, da caça,suas hortas, dasemeadura."

Alguns já tiveram exposição a medicamentos — por exemplo, aquelas que têm pistapouso contam com uma unidadeatendimento médico.

De volta com resultados

Domínguez observa que ela e seus colegas estabeleceram relações com várias das comunidades visitadas.

Crédito, Jeff Heckman/Universidade Rutgers

Legenda da foto, Domínguez é uma das líderesum projeto que visa criar uma 'arcaNoé microbiana' — um bancomicrobiota para proteger a saúde no longo prazo

"Depoisir repetidas vezes, eles já nos conheciam, se criou uma confiança mútua."

E a cada estudo, eles voltavam para apresentar os resultados.

"A ideia para nós sempre foi: o que aprendemos com eles, contamos a eles, porque eles têm muito a nos ensinar."

"Dizemos a eles: 'Vocês podem otimizar a saúde, nós cometemos muitos erros, são vocês quem devem entender por quedieta e atividade física são adequadas.'"

"No final nos damos conta do quanto desrespeitamos a natureza e das consequências que podemos pagar por isso", reflete.

"Os indígenas são líderes incríveis. Conversam sobre seu futuro e dos seus filhos e o que,geral, preferem é contar com a tecnologia e ficarsuas comunidades porque sentem que são os guardiões da selva. E são."

"Mas também querem ter as vantagens que a medicina e as comunicações oferecem".

Sem interferir nacultura, "devemos encontrar uma forma sustentávelconseguir isso", sugere a microbióloga.

Como ela analisaoutro artigo científico: "Os mesmos povos cujos microbiomas podem conter pistas cruciais para os avanços médicosamanhã continuam pagando o preço altodoenças infecciosas mortais históricas, agora curadas ou preveníveis ​​com a medicina ocidental e as vacinas".

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