Vale a pena tomar probiótico após tratamento com antibiótico?:bumbet
Há probióticos melhores que os outros?
Parte do problema é a variedadebumbetcoisas associadas ao termo probiótico. Para os cientistas, pode ser uma cultura vivabumbetmicro-organismos que normalmente habitam o intestino humano saudável. Mas, para os consumidores, os produtos vendidos nos supermercados - como iogurtes e suplementos - não correspondem a essa definição.
Mesmo quando os pesquisadores usam cepas bacterianas vivasbumbetsuas pesquisas, o coquetel variabumbetum laboratório para outro, o que dificulta a comparação.
"Esse é o problema - não há estudos suficientes sobre qualquer probiótico específico para dizer que este funciona e esse não", diz Sydne Newberry, da instituição Rand Corporation, que realizou um amplo estudobumbetmeta-análise sobre o usobumbetprobióticos para tratar diarreia induzida por antibióticosbumbet2012.
A pesquisa - que analisou 82 estudos com quase 12 mil pacientes - mostrou um efeito positivo dos probióticos na redução do riscobumbetdiarreia causada por antibióticos. Mas devido à variação - e às vezes à faltabumbetclareza - com que as cepas bacterianas foram usadas, não foi possível identificar ou recomendar probióticos ou coquetéis específicos que funcionassem.
Desde o estudo da Rand Corporation, realizadobumbet2012, as evidências que sustentam o usobumbetprobióticos após tomar antibióticos não mudaram muito.
"É por isso que é tão problemático", afirma Newberry. "Há mais estudos do que quando fizemos a revisão, mas não o suficiente para dizer conclusivamente se os probióticos funcionam ou não. Tampouco o suficiente para dizer quais funcionam."
Uma preocupaçãobumbetparticular é a faltabumbetpesquisas sobre a segurança no usobumbetprobióticos. Embora geralmente sejam considerados inofensivosbumbetpessoas saudáveis, há relatos preocupantesbumbetefeitos colaterais - como fungos se alastrando na corrente sanguínea - entre pacientes mais vulneráveis.
Probióticosbumbetpessoas saudáveis
Uma pesquisa recente realizada por cientistas do Instituto WeizmannbumbetCiênciabumbetIsrael descobriu que, mesmo entre pessoas saudáveis, tomar probióticos depoisbumbetum ciclobumbetantibiótico não era inofensivo. Na verdade, eles dificultaram os processosbumbetrecuperação intestinal quebumbettese deveriam acelerar.
Os pesquisadores, liderados por Eran Elinav, deram a 21 pessoas um ciclobumbetantibióticosbumbetamplo espectro por uma semana. Depois disso, fizeram uma colonoscopia e uma endoscopia do trato gastrointestinal superior para examinar o estado do microbioma.
"Como esperado, muitas mudanças importantes ocorrerambumbetrelação aos micróbios - muitos morreram por causa dos antibióticos", diz Elinav.
Os participantes foram divididos entãobumbettrês grupos. No primeiro, não houve intervenção após os antibióticos - a ideia era esperar para ver. O segundo tomou um probiótico comum por um mês. E o terceiro foi submetido a um transplante fecal - uma pequena amostrabumbetsuas próprias fezes, coletada antes do início do uso do antibiótico, foi devolvida ao cólon assim que o tratamento terminou.
A descoberta surpreendente foi que o grupo que tomou probióticos apresentou a resposta mais fracabumbettermosbumbetmicrobioma e o que mais levou tempo para recuperar a saúde intestinal. Mesmo no fim do estudo - após cinco mesesbumbetacompanhamento - esse grupo ainda não havia atingido o nívelbumbetsaúde intestinal pré-antibiótico.
"Nós encontramos um efeito adverso potencialmente alarmantebumbetprobióticos", diz Elinav.
A boa notícia, no entanto, é que o grupo que recebeu o transplante fecal se saiu muito bem. Em poucos dias, os participantes reconstituíram completamente seu microbioma original.
"Muitas pessoas tomam antibióticos ao redor do mundo. Precisamos tentar entender melhor esse efeito adverso potencial que não havíamos percebido", afirma Elinav.
E há cada vez mais evidênciabumbetque tomar probióticos quando a saúde intestinal está fragilizada não é uma boa ideia. Outro estudo recente mostrou que os probióticos não fazem bem para crianças pequenas internadas com gastroenterite. Em um experimento nos EUA, 886 crianças com gastroenterite com idade entre três meses e quatro anos tomaram um ciclobumbetcinco diasbumbetprobióticos ou placebo.
A taxabumbetgastroenterite moderada a grave continuada dentrobumbetduas semanas foi ligeiramente maior (26,1%) no grupo que tomou probiótico do que no grupo com placebo (24,7%). E não houve diferença entre os dois gruposbumbettermos da duração da diarreia ou vômito.
Mercado bilionáriobumbetprobióticos
Apesarbumbetevidências como essa, a demanda por probióticos é enorme e crescente. Em 2017, esse mercado foi avaliadobumbetmaisbumbetUS$ 1,8 bilhão, e a previsão é que atinja US$ 66 bilhões até 2024.
"Dado o envolvimento pesado da indústria, conclusões claras sobre o quão úteis são os probióticos ainda precisam ser comprovadas", diz Elinav, do Instituto WeizmannbumbetCiênciabumbetIsrael.
"Essa é a razão pela qual autoridades regulatórias, como a agência que controla os alimentos e medicamentos dos EUA (FDA, na siglabumbetinglês) e os órgãos reguladores europeus ainda não aprovaram um probiótico para uso clínico."
Mas isso não quer dizer que os probióticos devam ser descartados por completo. O problema parece estar mais no modobumbetutilização do que no usobumbetsi. Muitas vezes os probióticos são comprados no supermercado, mas os consumidores podem não saber exatamente o que estão levando para casa ou mesmo se a cultura ali ainda está viva.
Quem deve usar probióticos?
O grupo do Instituto WeizmannbumbetCiência também pesquisou sobre quem poderia se beneficiar dos probióticos. Ao medir a presençabumbetcertos genes relacionados ao sistema imunológico, a equipe conseguiu prever quem seria receptivo às bactérias probióticas para colonizar o intestino, e aquelesbumbetque elas simplesmente "passariam batido" sem se instalar.
"Isso é muito interessante e importante, pois indica que nosso sistema imunológico também participa das interações com bactérias [probióticas]", explica o pesquisador Elinav.
Isso abre caminho para o desenvolvimentobumbettratamentos probióticos personalizados com base no perfil genéticobumbetcada um. Um sistema assim é "realista e poderia ser desenvolvido relativamentebumbetbreve",bumbetacordo com Elinav.
Mas, para se tornar realidade, serão necessárias mais pesquisas sobre a adaptação probiótica e testes com mais cepas bacterianasbumbetgrupos maioresbumbetindivíduos.
Esse tipobumbetpersonalização pode alavancar o potencial dos tratamentos probióticos para a saúde intestinal. No momento, a faltabumbetconsistência nas descobertas se devebumbetparte ao fatobumbetos probióticos serem tratados como drogas convencionais.
Quando você toma um comprimidobumbetparacetamol, pode ter quase certezabumbetque o princípio ativo vai cumprirbumbetfunção ao interagir com receptores no cérebro, anestesiando a sensaçãobumbetdor. Isso ocorre porque os receptoresbumbetdor da maioria das pessoas são parecidos o suficiente para reagir da mesma maneira à droga.
Mas o microbioma não é apenas um receptor - está mais próximobumbetum ecossistema. Não é à toa que costuma ser comparado a uma floresta tropical porbumbetcomplexidade.
Consequentemente, identificar e customizar um tratamento probiótico que vai funcionarbumbetalgo tão complexo e individual quanto o ecossistema internobumbetalguém não é uma tarefa fácil.
Com issobumbetmente, não ébumbetse surpreender que micro-organismos vivos estocados nas prateleiras do supermercado possam não funcionar.
bumbet Leia a versão original bumbet desta reportagem (em inglês) no site BBC Future bumbet .
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