Mulheres são maioria nas universidades brasileiras, mas têm mais dificuldadespixbet imagensencontrar emprego:pixbet imagens
Tal disparidade se observapixbet imagensoutros países e tem aumentado nas gerações mais novas.
"Existe realmente uma tendência entre os países membros e parceiros da OCDEpixbet imagensmulheres serem maioria no ensino superior. No ensino superior, essa disparidade pode ser observada tanto no acesso (mais mulheres entram) quanto na conclusão (entre os que entram, a taxapixbet imagensconclusão é maior entre mulheres)", explica por email à BBC News Brasil Camilapixbet imagensMoraes, analistapixbet imagenseducação da OCDE no país.
Ela destaca, porém, que isso reflete um "acúmulopixbet imagensdisparidades" que começa muito antes do ensino superior, nas etapas básicaspixbet imagensensino.
"A taxapixbet imagensconclusão do ensino médio, por exemplo, já é consideravelmente mais elevada entre meninas que meninos. Além disso, meninos têm uma tendência maiorpixbet imagensrepetir o ano epixbet imagensabandonar a escola que meninas."
Acesso ao mercadopixbet imagenstrabalho
O relatório olhou também para a outra ponta - o mercadopixbet imagenstrabalho. A conclusão épixbet imagensque a empregabilidadepixbet imagensmulheres brasileiraspixbet imagens25 a 34 anos com ensino superior épixbet imagens82% e cai para 63% entre mulheres com ensino técnico e para 45% entre mulheres sem essa capacitação.
Entre homens brasileiros, esses índices são todos mais altos: a taxapixbet imagensempregabilidade dos que têm ensino superior épixbet imagens89%;pixbet imagens76% dos que têm ensino técnico e 76% dos que não tem nenhuma formação superior.
O que explica, então, que as mulheres tenham mais dificuldadespixbet imagensse inserir no mercadopixbet imagenstrabalho?
"As mulheres estão significativamente hiper-representadas nos campospixbet imagenseducação e ciências sociais, jornalismo e informação. Já os homens são hiper-representadospixbet imagenscampos como tecnologias da informação e da comunicação, engenharia e construção. (...) No Brasil, 25% das graduandas brasileiras escolhe estudar educação, enquanto 19% dos graduandos homens escolhe engenharia, produção e construção."
Ou seja, uma possível explicação para a dificuldadepixbet imagensinserção no mercadopixbet imagenstrabalho - seja no Brasil oupixbet imagensoutros paísespixbet imagenssituação semelhante - é a escolhapixbet imagenscursos superiores, que pode levar a carreiras com empregabilidade e renda diferentes. Mas, para Camilapixbet imagensMoraes, há mais motivos por trás das diferençaspixbet imagensemprego entre homens e mulheres.
"A áreapixbet imagensconhecimento não é suficiente para explicar toda a disparidadepixbet imagensgêneropixbet imagenstermospixbet imagenstaxapixbet imagensemprego nempixbet imagenstermospixbet imagensrendimento", diz a analista da OCDE.
"O rendimentopixbet imagensmulheres não é maior que o rendimentopixbet imagenshomenspixbet imagensnenhuma áreapixbet imagensconhecimentopixbet imagensnenhum país com dados disponíveis no relatório. Isso indica que outros fatores como progressãopixbet imagenscarreira, a natureza do trabalho (mesmo que dentropixbet imagensum mesmo setor), tipospixbet imagenscontrato e vida familiar podem ter uma influência maior na disparidadepixbet imagensgênero."
Ela acrescenta que muitos estudos têm tentado entender o fenômeno da presença feminina maior na educação superior.
"Alguns apontam, por exemplo, justamente para o fatopixbet imagenshomens sem ensino superior terem uma taxapixbet imagensemprego maior e rendimentos mais elevados que mulheres também sem ensino superior. Dessa forma, o incentivo pra eles trabalharem ao invéspixbet imagenscursarem o ensino superior pode ser relativamente maior", explica Moraes.
"No Brasil especificamente, nós observamos que a taxapixbet imagensemprego dos homens aumenta só um pouco com maiores níveispixbet imagensescolaridade. Já para mulheres, a taxapixbet imagensemprego aumenta consideravelmente - podendo ser esse um incentivo maior para elas cursarem o ensino superior. Esses são alguns insights que emergem dos dados, porém não é possível identificar especificamente as causas da disparidade no Brasil. Isso requereria um estudo mais aprofundado do contexto do país."
Baixas taxaspixbet imagensmestrado e doutorado
O relatório traz outros dados sobre o ensino superior do Brasil que, embora evidenciem avanços, colocam o país ainda distante das médias internacionais.
Só 0,8% dos brasileiros entre 25 e 34 anos têm mestrado e 0,2% têm doutorado, contra 13% e 1,1% (respectivamente) na média entre os países estudados pela OCDE (os dados,pixbet imagens2018, ainda não refletem o atual contingenciamentopixbet imagensrecursos e bolsas no ensino superior público promovido pelo governo federal).
O indicador é importante porque reflete a formaçãopixbet imagensprofissionais mais especializados e, por consequência, mais produtivos e aptos a gerar riqueza.
"Em todos os países da OCDE, indivíduos com mestrado ou doutorado têm rendimento maior que aqueles com apenas o bacharelado", explica Camilapixbet imagensMoraes.
"O mesmo vale para a taxapixbet imagensemprego. No Brasil, por exemplo, a taxapixbet imagensemprego entre adultos com doutoradopixbet imagens2018 erapixbet imagens91%, comparado a 84% entre adultos com mestrado e 82% entre aqueles com bacharelado. Além disso, esses níveispixbet imagenseducação estão fortemente ligados à pesquisa e desenvolvimento do país, (importantes) para o crescimento econômico e social."
Panorama do ensino superior
Considerando-se apenas cursospixbet imagensgraduação, o relatório da OCDE diz que apenas um terço dos estudantes brasileiros conclui os estudos no tempo teoricamente previsto (de quatro ou cinco anos, a depender do curso).
Para os estudantes que passam três anos adicionais no curso, essa taxapixbet imagensconclusão sobe desses 33% para 50%.
"Dos estudantes restantes que não se formam nesse período, cercapixbet imagensum terço continua matriculado no curso superior, e dois terços abandonam o sistema sem se formar", diz o relatório.
Na última década, o númeropixbet imagensbrasileirospixbet imagens25 a 34 anos com título superior subiupixbet imagens11% para 21%. Em comparação, a média nos países estudados pela OCDE épixbet imagensmais que o dobro: 44%.
"A proporção da população brasileira com ensino superior é a menor entre todos os países das OCDE (empatado com o México). Mas mesmo no México, a proporção da população com mestrado é maior que a do Brasil", afirma Moraes.
Por fim, o estudo aponta que maispixbet imagens75% dos estudantespixbet imagensgraduação no Brasil estãopixbet imagensuniversidades privadas, "em grande contraste com a maioria dos países da OCDE,pixbet imagensque essa é a situaçãopixbet imagensmenospixbet imagensum terço dos alunos".
"É também um contraste com todos os demais níveispixbet imagenseducação no Brasil: maispixbet imagens80% dos estudantes do ensino primário até o técnico frequentam instituições públicas", diz o relatório.
"A predominânciapixbet imagensinstituições que cobram mensalidades e o número limitadopixbet imagensvagaspixbet imagensinstituições públicas criam um ambiente complexo para criadorespixbet imagenspolíticas públicas que tentem garantir que o acesso ao ensino superior não seja prejudicado pelo status socioeconômico dos estudantes."
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