O que é o 'ikigai', o segredo japonês para uma vida longa, feliz e saudável:betboom app
Muitos acreditam que o ikigai é o segredobetboom appsua longevidade. O termo é bem conhecidobetboom apptodo o país, como explica Mogi, e a ideia representada por ele está se espalhando para outras partes do mundo.
Segundo o autor, é "muito importante identificar as coisas que você gostabetboom appfazer e que te dão prazer, porque elas dão propósito à vida e levam a uma existência longa e feliz".
"E não se trata apenasbetboom appviver por um longo tempo, masbetboom appaproveitar a vida e saber o que você quer fazer com ela", afirma.
O ikigai também é algo muitas vezes relacionado à vitalidade.
"É a felicidade que vembetboom appsempre ter algo para fazer,betboom appestar ocupado", diz Francesc Miralles, que, junto com Héctor García, escreveu Ikigai: Os segredos dos japoneses para uma vida longa e feliz (Intrínseca, 2016).
A ideia por trás disso é que, "se você encontra algo que dê sentido àbetboom appvida, isso o faz seguirbetboom appfrente e o mantém motivado", diz Miralles.
Como achar seu 'ikigai'?
Não é difícil, segundo Mogi. Você pode começar por algo simples como beber uma xícarabetboom appcafé pela manhã.
"Em geral, somos tão obcecados com o sucesso e grandes metas que a vida acaba se tornando intimidadora. O legal do ikigai é que você pode partirbetboom appcoisas pequenas até chegar aos grandes objetivosbetboom appvida."
Ser fácilbetboom appcomeçar é um dos fatores que levam cada vez mais pessoasbetboom appfora do Japão a se interessarem pelo conceito, e alguns livros já foram publicados sobre o assunto.
"Qualquer um pode partir do que está ao seu alcance e começar a sentir-se bem e a experimentar os benefícios que isso traz antes de, gradualmente, evoluir para objetivos maiores."
Mas todo esse bem-estarbetboom apppotencial dependebetboom appum pequeno detalhe: encontrar um ikigai.
E se você não sabe o que mexe com você?
"Você precisa se observar", recomenda Mogi.
"Parta do zero, olhe-se no espelho: que tipobetboom apppessoa é você? Pense no passado e no que te dá prazer. Isso te dará uma pista. Como neurocientista, eu acredito que as coisas que nos dão prazer são reflexos do tipobetboom apppessoas que nós somos."
Mas ampliar seu horizonte para objetivos maiores pode ser mais complexo. "Se você não sabe o que quer da vida, comece fazendo uma lista do que você não quer, quais situações te deixam pouco à vontade ou infeliz, quais atividades prefere evitar", aconselha Miralles.
"Você pode descobrir que há várias coisas que te fazem feliz: aprender coisas novas, cuidar do jardim, ajudar outras pessoas, resolver problemas, fazer música... ou vender coisas, falarbetboom apppúblico."
Miralles admite que encontrar um ikigai não é sempre um processo simples. "Há pessoas que sabem o que querem ser desde a infância, mas a maioriabetboom appnós não sabia o que queria."
E há o peso do cotidiano: "Vamos à escola, procuramos emprego, lidamos com obrigações e pagamos contas... e, com isso, podemos nos distanciarbetboom appnossos impulsos naturais".
Para ajudar a encontrarbetboom apppaixão, o escritor sugere seguir o conselho do cientista da computação e palestrante motivacional Randy Pausch (1960-2008): "Resgate seus sonhosbetboom appinfância. Quais eram? Desenhar por horas? Dançar? Correr? Pensebetboom appquando era pequeno e no que te deixava feliz e você não faz mais".
"A beleza do ikigai é que é algo muito pessoal", diz Mogi. "Não é algo dado a você,betboom appforma passiva. Você precisa explorarbetboom appmente e cultivar seu ikigai."
Isso torna-se muito importantebetboom appsociedades como a japonesa, que podem ser vistas como bastante homogêneas, afirma Mogi, "porque cada pessoa tem seu ikigai, e isso vira uma formabetboom appcelebrar as diferenças individuais".
Quantos 'ikigais' você pode ter?
Há muitas formasbetboom appter prazer. Na verdade, é importante ter vários ikigais, dos mais simples aos mais ambiciosos.
"A maioria das religiões só acreditambetboom appum deus. Mas, no Japão, acreditamos que há 8 milhõesbetboom appdeuses", diz Mogi.
"Isso influencia como os japoneses veem o ikigai: não acreditamos que há só uma coisa importante, não perseguimos apenas um objetivo, pode haver milharesbetboom appcoisas diferentes que podem nos dar prazer."
Mogi dá um exemplo como isso se aplica embetboom appvida prática. "Meu ikigai menor é correr 10 kmbetboom appTóquio todos os dias. Mas, como cientista, minha maior alegria é ter ideias novas e, talvez, dar uma contribuição para o mundo. Isso também é meu ikigai".
Há alguma provabetboom appque o 'ikigai' funciona?
Mogi está convencidobetboom appque sim, e aponta estudos realizados pela Universidade Toho,betboom appTóquio, que investigam o sentido e significado da vida ebetboom appcorrelação com a taxabetboom appmortalidadebetboom appidosos.
De acordo com estudos realizados com idosos que levam um estilobetboom appvida equilibrado, há uma correlação entre longevidade e ter uma razãobetboom appviver: seu sistema imunológico - e,betboom appespecial, um tipobetboom appglóbulo branco, o neutrófilo - atua melhor, ajudando a mantê-los saudáveis por mais tempo.
Em uma outra pesquisa, a neuropsicóloga americana Patricia Boyle, do Centro Rush para Malbetboom appAlzheimer,betboom appChicago, acompanhou 900 idosos que corriam o riscobetboom appdesenvolver demênciabetboom appum períodobetboom appsete anos.
Ela concluiu que aqueles com uma boa noçãobetboom appseu propósitobetboom appvida tinham 50% menos chancesbetboom appficar doentes.
"O cérebro humano tem uma habilidade incrívelbetboom appregular as funções do corpo. Em alguns casos, pode se curar por conta própria, como demonstrado pelo efeito placebo", afirma Mogi.
"Se você acha seu ikigai, as pequenas coisas que dão significado à vida podem te ajudar a preservarbetboom appsaúde por mais tempo."
Quem são os mestres do 'ikigai'?
Quando Francesc Miralles e Héctor García visitaram Ogimi, um vilarejobetboom appOkinawa, eles chegaram à mesma conclusão sobre a relação entre a longevidade e o ikigai.
Ogimi tem 3 mil habitantes e está no Livro Guinness dos Recordes por ter a população mais velha do mundo. Também é um epicentro do ikigai.
Não é uma surpresa, portanto, que Okinawa seja conhecida como a "Terra dos Imortais".
As pessoas dessa região do Japão tiram proveito do clima subtropical, têm uma dieta ricabetboom appfrutas e vegetais, morambetboom appcomunidades onde se valorizam os laços pessoais e se mantêm ativas fisicamente por toda a vida.
Miralles e García se interessaram pela "história do vilarejobetboom appcentenários, onde tantas pessoas vivem além dos 100 anos". "Queríamos descobrir o porquê disso", diz Miralles.
"Como partebetboom appnosso trabalhobetboom appcampo, perguntamos aos idososbetboom appOgimi o motivobetboom appestarem sempre alegres, por que cuidavam uns dos outros, o que os fazia ter laços tão fortes uns com os outros... e uma palavra era mencionada com frequência: ikigai."
Um dos aspectos que diferenciam o ikigai de simplesmente ter um hobby é que não se tratabetboom appobter uma gratificação instantânea. É algo que impulsiona a pessoa rumo ao futuro e a faz seguirbetboom appfrente.
Miralles diz que há outros lugares do mundo com condiçõesbetboom appvida semelhantes àsbetboom appOgimi, mas não com a mesma proporçãobetboom appmoradores centenários. Então seria o ikigai o segredo da longevidade? "Acredito que essa seja a diferença."
Expectativabetboom appsaúde x expectativabetboom appvida
Outro fator que diferencia os centenáriosbetboom appOkinawa ébetboom appexpectativabetboom appsaúde maior - eles permanecem saudáveis por quase toda abetboom applonga vida.
O Estudo Centenáriobetboom appOkinawa é uma pesquisa contínua com essa população feita por uma equipe internacionalbetboom appmédicos que coleta dados sobre o tema desde 1975.
Ele revela que os idosos desta região japonesa não têm apenas uma das taxasbetboom appmortalidade mais baixas do mundobetboom apprelação a uma sériebetboom appdoenças crônicas ligadas ao envelhecimento, mas uma das maiores expectativasbetboom appsaúde do planeta.
Fazendo o 'ikigai' funcionar para você
É claro que nem todos nós podemos levar uma vida idílicabetboom appOkinawa, "mas todos podemos 'criar nossa Okinawa' onde estamos", segundo Miralles.
Ele destaca que, ainda que essa região seja bem diferente do resto do país, outras partes do Japão adaptaram o conceito às suas vidas, mesmobetboom appambientes urbanos.
Para trazer o ikigai parabetboom appvida você não precisa se mudar, mas apenas entender a essência do conceito e torná-lo parte do seu cotidiano.
"O ikigai pode te servirbetboom appapoio sem que seja necessária a aprovaçãobetboom appoutras pessoas para isso", diz Ken Mogi.
"Trata-sebetboom appdescobrir o que te faz feliz. Não é preciso que outras pessoas te avaliem e te premiem por isso."
Então, se você quiser ter uma vida longa e saudável, vale a pena tentar descobrir seu ikigai. "Não é apenas bem-estar. O Ikigai também é uma esperança para o futuro", afirma o neurocientista japonês.