Por que Brasil se opõe à Europacuiaba esporte betcortecuiaba esporte betemissõescuiaba esporte betCO2 por navios:cuiaba esporte bet
Como o transporte marítimo é internacional - com o carregamentocuiaba esporte betmercadoriascuiaba esporte betpraticamente todos os países pelos mares -, a decisão sobre os cortescuiaba esporte betemissões está a cargo desta instituição, formada tanto por representantescuiaba esporte betpaíses como por membros da indústria naval.
'Responsabilidades diferenciadas'
O embaixador Hermano Telles Ribeiro, representante do Brasilcuiaba esporte betorganizações internacionais no Reino Unido, afirmou à BBC Brasil que o Brasil não abre mão do princípiocuiaba esporte bet"responsabilidades comuns, mas diferenciadas", adotado na Convençãocuiaba esporte betParis - quando foram definidas metas geraiscuiaba esporte betreduçãocuiaba esporte betemissões.
Com base neste princípio, países desenvolvidos devem contribuir mais que as naçõescuiaba esporte betdesenvolvimento no esforço pela proteção do meio ambiente, inclusive financiando medidascuiaba esporte betredução das emissõescuiaba esporte betdióxidocuiaba esporte betcarbonocuiaba esporte betpaíses pobres.
"Vamos buscar um texto consensual, possivelmente com a indicaçãocuiaba esporte betalgumas metas atingíveis, sendo respeitado o Acordocuiaba esporte betParis e o conceitocuiaba esporte betresponsabilidades comuns, porém diferenciadas. A delegação está brigando por isso", disse.
Conforme Telles Ribeiro, se os europeus não admitirem flexibilizar as metas geraiscuiaba esporte betreduçãocuiaba esporte betemissões, a discussão poderá ser adiada. Na prática, isso postergaria a adoçãocuiaba esporte betmedidascuiaba esporte betreduçãocuiaba esporte betemissõescuiaba esporte betcarbono.
"Na hipótesecuiaba esporte bethaver um racha,cuiaba esporte betos países desenvolvidos insistiremcuiaba esporte bettetoscuiaba esporte betemissão imediatos, é possível que o comitê prorrogue a discussão para uma outra etapa. A gente não quer isso. Queremos trabalhar para que o consenso seja encontrado e que mecanismos justos e factíveis sejam adotados."
Já Reino Unido e União Europeia querem que toda a indústria naval reduza, até 2050,cuiaba esporte bet70% a 100% o nívelcuiaba esporte betemissãocuiaba esporte betcarbono verificadocuiaba esporte bet2008. Reduzircuiaba esporte bet100% seria exigir uma troca completa do tipocuiaba esporte betcombustível utilizado atualmente.
Mas que argumentos cada grupo usará para defender suas propostas?
Geografia, tipocuiaba esporte betproduto exportado e distorções comerciais
Os paísescuiaba esporte betdesenvolvimento, principalmente os localizados na América do Sul, alegam que, por mais que a Europa use argumentos ecológicos para conter as emissões, o efeito da imposiçãocuiaba esporte betmetas seria beneficiar as economias europeias e prejudicar as nações exportadorascuiaba esporte betprodutos primários.
Este argumento se baseiacuiaba esporte betdois fatores: tipocuiaba esporte betproduto exportado e geografia. Grande parte dos paísescuiaba esporte betdesenvolvimento têm economias dependentes da exportaçãocuiaba esporte betcommodities (matérias-primas e alimentos) e dependem do transporte marítimo para que essas mercadorias cheguem aos mercados consumidores.
Os países desenvolvidos, embora também exportem produtos agrícolas e bens industrializados, "vendem" serviços e possuem economias mais diversificadas. Portanto, dependeriam proporcionalmente menos do transporte marítimo.
"No caso do Brasil, 90% do nosso comércio navega. E pagamos um frete: como exportamos muitas commodities, temos que exportar um volume maior para conseguir os mesmos retornos que países industrializados obtêm com a vendacuiaba esporte betprodutos com valor agregado, que custam mais", afirma o embaixador brasileiro.
Além disso, a localização dos países tem influência, segundo ele. Os países europeus e a Austrália estão mais próximoscuiaba esporte betgrandes mercados consumidores, como Índia e China. Portanto, os custos que eles têm com transporte marítimo seriam menores que oscuiaba esporte betpaíses da América do Sul. A China, por exemplo, é o maior importadorcuiaba esporte betprodutos brasileiros.
"Estabelecer metas é beneficiar quem está perto dos grandes mercados consumidorescuiaba esporte betcommodities. Dependendo da medida que você adotar, você vai privilegiar economias mais avançadas, o que contraria o que tem acontecidocuiaba esporte bettodas essas decisões e negociações relacionadas a mudanças climáticas", ressalta Hermano Telles Ribeiro.
Segundo ele, inicialmente a ideia da Organização Marítima Internacional era iniciar a adoçãocuiaba esporte betmetas específicascuiaba esporte betreduçãocuiaba esporte betemissõescuiaba esporte bet2023, com base nas informações obtidas por um sistemacuiaba esporte betcoletacuiaba esporte betdados que está sendo implantado para produzir um "mapacuiaba esporte betemissões"cuiaba esporte betnavios.
"Se isso é antecipado, com as metas mencionadas, poderá causar uma nova divisão internacional do trabalho e inviabilizar o atual modelocuiaba esporte betnegóciocuiaba esporte betgrandes companhias", diz o embaixador brasileiro.
E o que dizem os europeus?
Os representantes europeus argumentam que a indústriacuiaba esporte bettransporte marítimocuiaba esporte betcarga precisa adotar ações mais específicas e ambiciosas para garantir que as metascuiaba esporte betreduçãocuiaba esporte betemissões do Acordocuiaba esporte betParis sejam cumpridas.
A ideia é que somente a imposiçãocuiaba esporte betmetas específicas - como acuiaba esporte betreduzircuiaba esporte bet100% as emissõescuiaba esporte betCO2 - será capazcuiaba esporte betimpulsionar a indústria naval a agir para desenvolver tecnologias limpas.
"Outros setores estão agindo para evitar o aquecimento global. O transporte por navio pode ficar para trás (nesse esforço)", afirmou Nusrat Ghani, chefe do departamentocuiaba esporte bettransporte marítimo da Secretariacuiaba esporte betTransporte do Reino Unido.
"Estamos fazendo um apelo aos outros membros da Organização Marítima Internacional (IMO) a colocarcuiaba esporte betprática uma estratégia ambiciosacuiaba esporte betcortecuiaba esporte betemissõescuiaba esporte betnavios."
O Reino Unido argumenta ainda que, após os investimentos iniciais, a própria indústria naval vai se beneficiar do usocuiaba esporte betcombustíveis alternativos e do cortecuiaba esporte betemissões, já que os combustíveis fósseis compõem boa parte dos custos atuais do transportecuiaba esporte betmercadorias por navios.
Um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirma que seria possível acabar por completo com emissõescuiaba esporte betcarbono por navios até 2035. Mas, para isso, seria necessário um esforço conjunto e a combinaçãocuiaba esporte betdiferentes tiposcuiaba esporte bettecnologia existentes hoje.
"Pedimos que a indústria naval adote essas propostas, não apenas porque isso é do interesse deles, mas também porque é a coisa certa a se fazer", afirmou Guy Platten, da Câmaracuiaba esporte betTransporte do Reino Unido.
Porcuiaba esporte betvez, na visão dos paísescuiaba esporte betdesenvolvimento, exigir um corte drástico e repentinocuiaba esporte betemissões geraria prejuízos ao comércio internacional, já que os navios atualmentecuiaba esporte betoperação teriam que ser reformados ou substituídos.
"Eu quero ser ambicioso, mas a ambição tem que ser compatível com a tecnologiacuiaba esporte bethoje. Imagina mudar o paradigma industrialcuiaba esporte betnavios com base num ditame,cuiaba esporte betuma hora para outra. Há navios enormes e custososcuiaba esporte betoperação", afirma o embaixador Hermano Telles Ribeiro.
"Adotar uma estratégia não calculada que signifique reduzir as emissões a zero até 2050 é não considerar o estágio atual da tecnologia", disse um porta-voz do Panamá, país que também se juntou ao Brasil para pedir tratamento diferenciado a naçõescuiaba esporte betdesenvolvimento.
Com colaboraçãocuiaba esporte betRoger Harrabin, da BBC News