Quanto o câncer custa à economia do Brasil?:sportingbet corinthians

Pacientesportingbet corinthianscamasportingbet corinthianshospital - foto focaliza a mão

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Legenda da foto, Na média, cada vida perdida por câncer no Brasil gera uma perda econômicasportingbet corinthiansUS$ 53,3 mil - sem contar os gastos com tratamentosportingbet corinthianssaúde

O estudo analisa as perdas causadas pelo câncer à economia dos Brics (gruposportingbet corinthiansemergentes composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), e foi divulgado neste mês pela publicação científica Cancer Research Epidemiology. Foram usados dados equalizadossportingbet corinthians2012, que permitiram analisar o impacto econômico da doença para além dos indicadores triviaissportingbet corinthiansincidência, mortalidade e sobrevivência.

Maissportingbet corinthiansdois terços dos 8,2 milhõessportingbet corinthiansmortes anuais por câncer no mundo ocorremsportingbet corinthianspaísessportingbet corinthiansrenda média e baixa - só os Brics concentram 42% desse total, ou seja, quatrosportingbet corinthianscada dez casos. Os prejuízos às economias desses países somam US$ 46,3 bilhões (aproximadamente R$ 150 bilhões) por ano, segundo os parâmetros da pesquisa.

Tabaco, obesidade e doenças infecciosas

A maior parte das perdas no Brasil ocorre por causa do câncersportingbet corinthianspulmão, que tem o cigarro entre as principais causas. Só o custo das mortes por tabagismo foi estimadosportingbet corinthiansUS$ 402 milhões (R$ 1,3 bilhão) ao ano.

A obesidade também eleva o númerosportingbet corinthianscasos. "Taxassportingbet corinthiansobesidade que crescem rapidamente correspondem no Brasil a 2% dos casossportingbet corinthianscâncersportingbet corinthianshomens e quase 4%sportingbet corinthiansmulheres. Isso aplicado aos resultados indica até US$ 126 milhões (maissportingbet corinthiansR$ 400 milhões)sportingbet corinthiansperdassportingbet corinthiansprodutividade por ano", diz o estudo.

Outra característica brasileira é o alto númerosportingbet corinthianscasossportingbet corinthiansorigem infecciosa. "Em comparação com países desenvolvidos, temos uma alta incidênciasportingbet corinthianstumoressportingbet corinthiansorigem infecciosa. É o caso do câncersportingbet corinthianscolosportingbet corinthiansútero por HPV, por exemplo", afirma a Mariannasportingbet corinthiansCamargo Cancela, do Instituto Nacional do Câncer (Inca), que também participou do estudo.

"Também temos incidênciasportingbet corinthianscânceres típicossportingbet corinthianspaíses desenvolvidos. Essa transição é puxada pelo enriquecimento e envelhecimento da população", explica a pesquisadora. Com isso, no Brasil há "a coexistênciasportingbet corinthiansdoenças típicassportingbet corinthianspaísessportingbet corinthiansdesenvolvimento esportingbet corinthianspaíses desenvolvidos."

Mão feminina segurando um cigarro aceso

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Legenda da foto, O custo das mortes por tabagismo no Brasil foi estimadosportingbet corinthiansUS$ 402 milhões por ano

A diferençasportingbet corinthiansparticipação entre homens e mulheres no mercadosportingbet corinthianstrabalho também foi considerada no estudo, revelando diferenças nas perdas econômicassportingbet corinthiansacordo com o gênero.

Na média, cada vida perdida por câncer no Brasil na população economicamente ativa gera uma perda médiasportingbet corinthiansUS$ 53,3 mil (R$ 176 mil). Mas no caso das mulheres, são US$ 44 mil (R$ 145 mil), e no dos homens, US$ 60 mil (R$ 197 mil).

"A diferença entre o custosportingbet corinthiansuma vida feminina e uma masculina não chegou a nos surpreender. Usamos dados como renda, desemprego, participação na forçasportingbet corinthianstrabalho. São indicadores tradicionalmente mais baixos para mulheres, especialmentesportingbet corinthianspaísessportingbet corinthiansdesenvolvimento", afirmou a coordenadora da pesquisa, Alisson Pearce, do Registro Nacionalsportingbet corinthiansCâncer da Irlanda.

Envelhecimento e prevenção

De acordo com os pesquisadores, a abordagem mais inteligente para lidar com o problema é a prevenção. "Por isso estamos focandosportingbet corinthiansrecomendar investimentos nessa área", diz Soerjomataram.

As tendênciassportingbet corinthiansmudanças no Brasil no longo prazo dependem do tiposportingbet corinthianscâncer.

"A incidênciasportingbet corinthianscâncersportingbet corinthianspulmão, por exemplo, tem diminuído, o que é um reflexosportingbet corinthianspolíticas bem-sucedidassportingbet corinthianscontrole do tabagismo. Então podemos dizer que no Brasil,sportingbet corinthiansrelação ao câncer por tabagismo, a tendência é melhorar", avalia Pearce.

Ilustraçãosportingbet corinthianscélula cancerígena

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Legenda da foto, Brics sofrem com tipossportingbet corinthianscâncer mais comuns tantosportingbet corinthianspaíses pobres como nos ricos

"Por outro lado, com o envelhecimento da população, a incidência geralsportingbet corinthianscâncer aumenta. Daí a necessidadesportingbet corinthiansinvestirsportingbet corinthianspolíticas públicas que atendam à população como um todo", afirma.

"O Brasil está transacionando para um perfilsportingbet corinthianspaís rico. Por isso, eu imagino que o problema do câncer não vai diminuir no futuro. Se nada for feito, na verdade, o problema vai aumentar. O que estamos vendo é apenas o começosportingbet corinthianstermossportingbet corinthiansperdas. Elas certamente crescerão", complementa Soerjomataram.

Uma pesquisa do Inca prevê que 1,2 milhãosportingbet corinthiansnovos casos da doença devem surgir no Brasil no período 2018-2019.

Como o progresso impacta os casossportingbet corinthianscâncer

Os US$ 46,3 bilhões perdidos anualmente pelos Brics por causa da doença correspondem a 0,33%sportingbet corinthiansseu Produto Interno Bruto somado. Nos países desenvolvidos, porém, as perdas são ainda maiores - chegam a 1% do PIB nos EUA, por exemplo.

Assim como o Brasil, os demais emergentes passam por uma transição epidemiológica, fasesportingbet corinthiansque os tipos mais comunssportingbet corinthianscâncer deixamsportingbet corinthiansser predominantemente associados a causas inflamatórias e infecciosas, o que é típico dos paísessportingbet corinthiansdesenvolvimento, e passam a ser causados por estilossportingbet corinthiansvida nocivos como o sedentarismo, sobrepeso e tabagismo, o que é característico dos países desenvolvidos.

"Quando ocorre uma transição econômica,sportingbet corinthiansdiversos países se observa um aumento nos casossportingbet corinthianscâncer que estão correlacionados aos fatoressportingbet corinthianspadrãosportingbet corinthiansvida. Há uma forte redução no númerosportingbet corinthianscasossportingbet corinthianscâncer causados por infecções. Essa mudança se observasportingbet corinthiansum ritmo acelerado nos emergentes, assim como é acelerado o crescimento econômico deles", explica Soerjomataram.

Apesarsportingbet corinthiansapresentarem semelhanças, cada país do bloco emergente tem suas particularidades na área da saúde.

"As diferenças entre os Brics foram a coisa mais surpreendente que observamos. Apesarsportingbet corinthiansterem perfis econômicos parecidos, sofrem com tipossportingbet corinthianscâncer distintos. Isso destaca a importânciasportingbet corinthiansdesenvolver estratégias específicas para os problemas locais", diz Pearce.

Na Rússia e na África do Sul, as maiores perdas econômicas são causadas pelo câncersportingbet corinthianspulmão - o mesmo caso do Brasil. Já na China, o câncer que gera mais perdas por mortes é osportingbet corinthiansfígado, enquanto que na Índia são os tumores relacionados à cavidade oral.