Linguagensaposta ganha umprogramação para crianças: como ajudar seus filhos a escapar do 'analfabetismo do futuro':aposta ganha um
No Brasil, a informática não faz parte do currículo escolar obrigatório. Estamos atrásaposta ganha umpaíses como Finlândia, Austrália, Inglaterra, Japão e Estônia, onde crianças com 6 e 7 anosaposta ganha umidade já entramaposta ganha umcontato com os fundamentosaposta ganha umcodificação.
Nativos digitais
Embora muitas crianças tenham facilidadeaposta ganha ummexeraposta ganha umeletrônicos - os chamados "nativos digitais" como batizou o escritor americano Marc Prensky -, isso não significa que elas estejam preparadas para serem produtorasaposta ganha umtecnologia, mas apenas consumidoras.
"Jogar, digitar, mandar mensagens não torna alguém fluenteaposta ganha umcomputação. As crianças, hojeaposta ganha umdia, tem familiaridadeaposta ganha umusar as novas tecnologias, mas nãoaposta ganha umcriá-las. É como se elas pudessem ler, mas não escrever", afirmou Mitchel Resnick, professor do MIT.
É preciso encarar com cautela, no entanto, sugestões como aaposta ganha umShirley. A ideia não é impor um computador e códigos complexos a crianças, mas sim apresentar,aposta ganha umforma lúdica, a lógica da linguagem baseadaaposta ganha umcomandos.
O brasileiro Leo Burd, do Institutoaposta ganha umTecnologiaaposta ganha umMassachusetts (MIT, na siglaaposta ganha uminglês), desenvolveu com Mitchel Resnick a plataforma online gratuita Scratch, para ensinar crianças a partir dos 6 anos a programar.
Segundo ele, brincadeiras simples podem apresentar conceitosaposta ganha umcodificação com criatividade.
"A criança pode brincaraposta ganha umser robô dando ordem uma para outra. Ela pode dar uma sérieaposta ganha umcomandos para a mãe chegar até a geladeira: anda dois passos para a direita, depois dá dois passos e vira para a esquerda. Você está usando conceitosaposta ganha umprogramação sem necessariamente estar no computador", sugere.
O brasileiro alerta também para possíveis exageros na apresentaçãoaposta ganha umcódigos a crianças, fazendo uma analogia com andaraposta ganha umbicicleta - é muito mais fácil ensinar uma criança a pedalar do que um adulto.
"Mas você não vai ensinar um bebê a andaraposta ganha umbicicleta!", ressalta Burd. "Eu não o colocaria na frenteaposta ganha umum computador", acrescenta.
Fluênciaaposta ganha umlinguagensaposta ganha umcódigo
Uma pesquisa conduzida pela Universidade Stanford, nos Estados Unidos, indicou que até 2030 a inteligência artificial estará, por exemplo, presente nos estudos das crianças, na forma como cuidamosaposta ganha umnossa saúde e até na organização do trânsito.
Sendo assim, saber programar será tão importante quanto o domínioaposta ganha umuma língua, independenteaposta ganha uma pessoa trabalhar na áreaaposta ganha uminformática, medicina ou direito, por exemplo.
"Aprender a ler e escrever é uma coisa importante para a vida das pessoas. Isso não significa que todo mundo que aprende a escrever será um escritor profissional. Mas é importante ganhar fluência", afirma Burd, do MIT.
"É preciso ter pelo menos um conhecimento mínimoaposta ganha umcomo as coisas funcionam no computador. Assim, você começa a ter ideia das limitações da máquina e como ela pode contribuir para aaposta ganha umvida ou não. O computador deixouaposta ganha umser apenas uma tela e um teclado. Estáaposta ganha umtudo. São formas que a gente nem se dá conta."
Há exemplosaposta ganha umquem já vem aprendendo isso desde cedo, como a americana Emma Yang, que aos 12 anos criou um aplicativo para se comunicar com a avó que sofreaposta ganha umAlzheimer, ou o indiano Arjun Kumar, que aos 14 desenvolveu um app para os pais acompanharem online o trajeto do ônibus escolaraposta ganha umseus filhos.
"Na nossa sociedade não precisamos explicar por que a matemática é importante. Isso já está convencionado. É diferente da programação", ressalta Tiago Maluta, responsável pelo Programaê!, projeto da Fundação Lemann que,aposta ganha umparceria com o MIT, desde 2014 oferece apoio gratuito a professores das redes pública e privada no Brasil, disponibilizandoaposta ganha umseu site planosaposta ganha umaula para ensinar a codificar.
"Usamos um termo mais abrangente que é o pensamento computacional, que envolve raciocínio lógico, trabalhoaposta ganha umequipe, resoluçãoaposta ganha umproblemas, criatividade", afirma.
"Há uma prática transversal nas disciplinas. Tem um conceito que gostamosaposta ganha umusar, do MIT, que é o programar para aprender. Eu programo para aprender uma disciplina da escola. Tivemos o casoaposta ganha umum professoraposta ganha umeducação física que estava usando os elementosaposta ganha umângulo do Scratch para ensinar seus alunos", conta Maluta.
Programação para crianças faz 50 anos
A história das ferramentasaposta ganha umprogramação destinadas a crianças é menos recente do que muitos pensam. Neste ano, faz 50 anos que o primeiro projeto educacional do gênero, o Logo, foi lançado nos EUA. Ele se tornou conhecido pela produçãoaposta ganha umgráficos tartaruga, que consistemaposta ganha umdesenhos vetoriais criados por meioaposta ganha umcomandos.
A data está sendo lembrada pela ilustração do Google, o Doodle, com uma animação inspirada na linguagem Logo, o que já fez o termo "linguagensaposta ganha umprogramação para crianças" saltar para o topo das buscas da ferramenta.
A BBC Brasil colabora comaposta ganha umbusca reunindo sugestões no Brasil e no mundoaposta ganha umcomo apresentar os pequenos à programação.
Livros
Com Code Babies, o web designer nova-iorquino John Vanden-Heuvel fez um livroaposta ganha umabas com muitas cores e símbolos usados na programação para que seu filho recém-nascido se familiarizasse com esses padrões.
Assim, surgiu uma série que inclui títulos como HTML for Babies, CSS for Babies, JavaScript for Babies, Web Design for Babies e Web Colors. A linguagem visual também é utilizadaaposta ganha umlivros para crianças maiores, como C++ for Kids, Excel for Kids e ABC of the Web.
Poraposta ganha umvez, a analistaaposta ganha umsistemas finlandesa Linda Liukas escreveu o livro Hello Ruby para apresentar conceitos básicosaposta ganha umcodificação a crianças a partiraposta ganha um4 anos. O objetivo, segundo ela, não é tornar a criança uma programadora, mas sim despertar o interesse pelo tema e desmistificaraposta ganha umcomplexidade com exemplosaposta ganha umcomandos, sequências e repetições.
Na história, traduzidaaposta ganha um20 línguas, a pequena Ruby perdeaposta ganha umcoleçãoaposta ganha umpedras preciosas e embarca numa aventura para encontrá-las. No caminho, tem a ajudaaposta ganha umum leopardo, androides, uma raposa e um pinguim.
Brinquedos e brincadeiras
Robot Turtles é um jogoaposta ganha umtabuleiro tradicionalaposta ganha umque a criança atua como um programador - o adulto é o computador. As tartarugas devem coletar pedras preciosas seguindo uma sequênciaaposta ganha uminstruções. Sem perceber, elas vão aprendendo sobre sequências, loops, condições e algoritmos, conceitos básicos da programação. Indicado a partir dos 3 anos.
Já o Baby Codipeia, um brinquedo indicado a partir dos 3 anos, consisteaposta ganha umuma centopeia interativaaposta ganha umque cada segmento tem um comandoaposta ganha ummovimento - a criança pode criar sequências e determinar metas.
No Ozobot, um robô do tamanhoaposta ganha umum bombom segue as linhas desenhadas pela criançaaposta ganha umum papel e interpreta cada cor. Assim, são dados, por exemplo, comandosaposta ganha umvelocidade e direção. Também é possível criar jogos e estipular objetivos. O brinquedo, que já recebeu vários prêmios, é indicado para maioresaposta ganha um6 anos.
Cursos
Em diversos países estão sendo inauguradas escolas que prometem ensinar criançasaposta ganha umidade escolar a codificar.
No Brasil, SuperGeeks, MadCode, CtrlPlay, Code4All e Happy Code são algumas das franquias que apostam no nicho. Muitas usam jogos já populares como Minecraft e Roblox para chamar a atençãoaposta ganha ummeninos e meninas.
"Nossa proposta é mais do que programação, é ser uma escola das habilidades da nova economia do século 21, isto é, incentivar raciocínio lógico, trabalhoaposta ganha umequipe, resoluçãoaposta ganha umproblemas, empreendedorismo e criatividade", comenta Alexandre Jacobs, sócio da Happy Code, no Rioaposta ganha umJaneiro, que oferece cursos para crianças acima dos 6 anos.
A franquia conta com 77 unidades no país e um totalaposta ganha um3,5 mil alunos. A meta é chegar a 150 filiais no ano que vem.
Sites
Quem não quiser pagar um curso, pode buscar sites que oferecem plataformas gratuitas, como Hour of Code, Code.org, Pivot Animator e Scratch, do MIT, que permite ao usuário criar animações e jogos usando uma linguagem com blocos similares a Legos.
O Scratch já foi traduzidoaposta ganha um50 línguas, contabiliza 200 milhõesaposta ganha umvisitantes únicos por ano e deu origem ao ScratchJr para iPad.
Há também alguns sites direcionados às meninas, como Girls who Code, Black Girls Code e Made with Code, do Google.
Quase todos usam cores, personagens, elementosaposta ganha umjogos com interfaces simplesaposta ganha umusar.