O fornecedor secreto das marcasluxo da moda mundial:
Mas ninguém lá pode falar sobreprodução. O climasegredo é necessário para evitar que o designponta sirvainspiração a cópias baratas, um problema caro para varejistasluxo.
Juan Antonio Sanchez, gerente da fabricanteprodutoscouro Ranchel, conta que grandes marcas geralmente têm exigências rigorosas.
"Temos que assinar um contratoconfidencialidade; tanto a fábrica quanto o gerente e cada trabalhador têm que assiná-lo", explica.
Tradição antiga
A empresaSanchez foi criada por seu pai e produz itenscouro há mais40 anos.
Mas a especialização da cidadecouro é mais antiga.
O processo começou há mais200 anos, inicialmente com o tingimento do couro. Depois foi evoluindo para tarefas mais qualificadas, pelas quais a cidade é conhecida. Hoje, o material é comprado tingido, e Ubrique foca no trabalho mais refinado dos produtos.
Hoje mais da metade dos moradores da cidade trabalha no comérciocouro e produz a maior parte dos produtos que é vendida no país, alémsuprir grandes empresasmoda no exterior.
As técnicas necessárias para produzir tais itensalta qualidade têm sido passadasgeração a geração. Sanchez diz que a maioria da cidade aprende a habilidade quando jovem, assistindo a seus familiares no trabalho.
"A técnica só pode ser passadapai a filho, porque é muito especializada. Precisa estar no sangue", conta.
São essas habilidades, aperfeiçoadas a cada geração, que atraíram as grandes marcas. O boca a boca é geralmente como os designers descobrem sobre Ubrique.
Jose Urrutia, fundador da empresasapatos e acessóriosluxo La Portegna, soube da cidade por um conhecido. "Eu pedi algumas amostras e fiquei impressionado com a qualidade do material que eles fazem", afirma.
Para ele, a história da cidade e a forma como a profissão foi transmitida por gerações também é parte da atração, porque ajuda a criar uma história por trássua marca.
'Morrendo'
Urrutia diz que o artesanato lento, mas refinado está morrendo, e cada vez mais difícilencontrar.
"Todo o conceitoartesanato está morrendo. O que é lindo sobre esse lugar é que não é apenas uma rua ou poucas casas. É todo o vilarejo (envolvido na prática)."
Ele reconhece que poderia encontrar fabricantes mais baratos e maioresoutro lugar, mas não é seu objetivo.
"Sempre houve essa noçãoeconomiaescala, mas isso não funciona aqui. Uma bolsaqualidade precisaX horas. Você não pode tentar reduzir esxe tempo."
Enquanto algumas fábricas começaram a usar uma linhamontagem para acelerar o processo, muitas outras se recusaram a ir por esse caminho.
Jorge Oliva Perez, gerente-geral da marcacouro local El Potro, diz que um único trabalhador ainda faz toda a bolsa, desde o corte ao design.
"É muito importante manter essa habilidade", afirma.
Como muitos outros trabalhando na cidade espanhola, ele gostariater essa técnica reconhecida oficialmente com um rótulo"Made in Ubrique". "Isso é muito importante para o nosso futuro", justifica.
É algo que também poderia ajudar os produtores da cidademeio à constante ameaçarivais mais baratos.
Um problema que já tinha ocorrido - há cercauma década, na época da crise financeira global, os fabricantes da cidade sofreram uma dramática queda nos pedidos.
Muitas das grandes marcas decidiram cortar os custos trocandofornecedor -muitos casos fazendo pedidos na China eoutros locais da Ásia.
Embora os pedidosmarcas mais baratas tenham continuado, havia menos trabalho, o que levou muitos a perderem o emprego e buscarem alternativasoutras áreas.
Mas Jose Manuel Fernandez Rivera, membro do conselho para a culturaUbrique, diz que a maioria dos trabalhadores "continuou trabalhando no setor, porque sabia quequalidade era melhor e que as marcas voltariam".
E acabou sendo verdade. Um ano depois, a maioria das grandes empresas voltou.
"Os chineses aprendem muito rápido, mas sabemos que a qualidade, o detalhe que damos a cada peça, que é o que as marcas pedem, eles não vão dar", afirma.
Outro fator que fez as marcas voltarem ao fabricante europeu foi que uma bolsa produzida na Ásia era difícilvender para alguns grandes clientes - aqueles que vivemHong Kong, China e Singapura.
Quando eles estão pagando centenas, ou talvez milhareseuros, para comprar uma bolsa do melhor designer italiano ou francês, eles esperam que isso seja feito na Europa. E claro que esperam um toque artesanal.
"Nesse negócio, você tem que trabalhar com suas mãos. Cada produto é diferente porque você o faz um por um", afirma Sanchez.