O que é o Mayaro, vírus que pode estar se espalhando pelo continente e preocupa cientistas:blog betnacional
"Os sintomas são muito similares aos da chikungunya. Por isso, quando o paciente vai ao médico, pensam se tratar dessa doença e não sabem que é mayaro", disse John Lednicky, que liderou a equipe da universidade americana responsável pelo estudo.
Lednicky explicou não haver nenhum sintoma que distingua a chikungunya da febre mayaro. Ambas provocam febre, erupções na pele e dores nas articulações.
Em ambos os casos, os efeitos são mais prolongados do queblog betnacionalpaciente com dengue e zika, chegando a durarblog betnacionalseis meses a um ano.
"O que está acontecendo é que estamos nos deparando com pacientes que se queixamblog betnacionalerupções na pele e dores musculares prolongadas, mas os exames dão negativo para Zika e Chikungunya. Então, o que afinal eles têm?", disse Lednicky.
O preocupante é que o vírus detectado no Haiti é geneticamente diferente dos que haviam sido descritos previamente, esclareceu o especialista.
"Não sabemos se é um vírus novo ou uma nova cepablog betnacionaldiferentes tiposblog betnacionalMayaro."
Casosblog betnacionalmayaro
O vírus foi descobertoblog betnacional1954blog betnacionalTrinidad e Tobago, mas até agora só se sabiablog betnacionalsurtos isolados na selva amazônica eblog betnacionaloutras partes da América do Sul, como Brasil e Venezuela.
O caso encontrado pela Universidade da Flórida foi identificado a partirblog betnacionaluma amostrablog betnacionalsangueblog betnacionalum meninoblog betnacional8 anosblog betnacionaluma zona rural do Haiti. Ele tinha febre e dores abdominais, mas não apresentava erupções nem conjuntivite, sintomas normalmente associados à chikungunya.
Pesquisadores da universidade colheram uma sérieblog betnacionalamostras durante e depois do surtoblog betnacionalchikungunya no Haiti.
Após a análise virológica e molecular para detectar os vírus da dengue e da zika, foi confirmada a presença da dengue no paciente alvo do estudo, mas tambémblog betnacionalum novo vírus, identificado depois como o Mayaro, disse Lednicky.
Enquanto a atenção do mundo estava voltada para o Zika, "a descoberta deste outro vírus é uma grande fonteblog betnacionalpreocupação", disse Glenn Moris, diretor do Institutoblog betnacionalEnfermidades Patógenas Emergentes da Universidade da Flórida.
Investigação precisablog betnacionalrecursos
Lednicky explicou que é "difícil avaliar o quão grave é o surtoblog betnacionalmayaro neste momento", já que existem poucos estudos sobre o vírus.
"No Brasil, há dois tipos genéticos diferentes, e não sabemos qual é o mais virulento. Faltam mais estudos e monitoramento das áreas afetadas."
Um problema é a faltablog betnacionalrecursos para fazer essas pesquisas, segundo médico americano.
"Na Universidade da Flórida, estamos buscando fundos, mas é difícil obtê-los para esse tipoblog betnacionalestudo nos Estados Unidos. E no Haiti, os poucos recursos que eles têm são necessários para cobrir as necessidades mais básicas dos pacientes."
Lednicky acrescentou não saber o que vai acontecer no Haiti após a passagem pelo país do furacão Matthew, que poderia ter levado os mosquitos transmissores da doença até a República Dominicana e outras ilhas caribenhas.
Possível adaptação do vírus
A semelhança com o vírus da chikungunya também preocupa os cientistas.
Em um artigo publicado na revista Scientific American, Marta Zaraska, jornalista especializadablog betnacionalciência, destaca que isso poderia explicar por que o Mayaro pode se tornar um problema generalizado.
"Ambos os vírus eram originalmente transmitidos por mosquitos da selva, infectando pessoas na região amazônica, mas o Chikungunya tem se adaptado e hoje é transmitido por mosquitos urbanos, como o Aedes albopictus e o Aedes aegypti", que também transmitem a febre amarela, a dengue e a zika.
Segundo Zaraska, "o mesmo pode estar ocorrendo no caso do Mayaro".
Em examesblog betnacionallaboratório, foi provado que o Aedes albopictus e o Aedes aegypti podem ser vetores da febre mayaro - e o fato do vírus ter sido detectado no Haiti sugere que ele também está se adaptando ao ambiente urbano.